Mártires no Coliseu de Roma
"Antes de tudo, ó benditos mártires, não queirais contristar o Espírito Santo que entrou convosco no cárcere. Se de fato, ele não tivesse entrado agora convosco, nem vós, hoje, estaríeis aí. Fazei de forma que o Espírito Santo permaneça convosco e, do cárcere, vos conduza ao Senhor. O cárcere é a habitação do demônio enquanto ele tem reunida aí sua família, mas vós fostes levados ao cárcere para expulsar o adversário até em sua casa. De fato, lutando com ele, fora do cárcere, já o sobrepujastes. Não diga, pois, o demônio: "Estou naquilo que é meu, tentar-te-ei com o ódio mesquinho, com a defecção, com as dissenções entre vós". Afugentai sua presença, que ele se refugie nos seus abismos, humilhado e impotente como serpente atordoada pelo encantamento ou pelo fumo. Não tenha ele tanto sucesso no seu reino a ponto de ousar provocar-vos; mas, encontrai-vos bem fortificados e armados de concórdia, porque a vossa paz é a sua guerra, aquela paz que alguns, não a encontrando na Igreja, aprenderam a invocar dos mártires no cárcere. Portanto, deveis possuir, alimentar e custodiar em vós aquela paz, a fim de que, se for necessário, possais estendê-la também aos outros".
Mártires de Gorkum, Holanda
Mártires de Creta
Quando foi publicado o Edito de Décio contra os cristãos, um cruel governador da Ilha de Creta deu início à perseguição. As vítimas mais distintas foram os dez mártires de Creta: Teódulo, Saturnino, Euporo, Gelásio, Euniciano, Zótico, Cleomenes, Agatopo, Basílides e Evaristo. Os três primeiros eram naturais de Cortina, a capital. Os juízes ordenaram-lhes oferecer sacrifícios para Júpiter, pois neste dia era celebrada a festa em sua honra. Eles reagiram, respondendo que jamais ofereceriam sacrifícios para um ídolo.
O governador então lhes disse: «Vós, que depreciais esta grande assembléia, na qual se rende culto ao todo-poderoso Júpiter, Juno, Rea e outras divinidades, vereis o poder dos deuses». Os mártires responderam que conheciam muito bem a lenda da vida de Júpiter, e que, seguramente, os que lhe consideravam uma divindade, deviam ter por virtude imitar os seus vícios.
A multidão teria terminado ali mesmo com mártires, se o governador não houvesse contido para submetê-los depois a tortura. Os três sofreram com grande alegria. Aos gritos da multidão, que os exortava a obedecer e oferecer sacrifícios para salvar-se, responderam: “«Somos cristão e preferimos mil vezes morrer» Finalmente, o governador se deu por derrotado, condenando-os a morrer pela espada. Os mártires se dirigiram jubilosos ao lugar da execução, pedindo a Deus que se mostrasse misericordioso para com eles e toda a humanidade e que dissipasse a treva da Idolatria entre seus compatriotas. A multidão se dispersou depois da execução.
Os cristãos sepultaram com reverencio os corpos dos mártires. Os Pais do Concílio de Creta (458) declarados em carta dirigida ao Imperador Leão, que a Ilha de Creta tinha sido preservada até então da heresia, graças ao intercessão destes santos mártires.
Sete Beatas Mártires
Durante a perseguição religiosa na Espanha, no ano de 1936, as religiosas Visitandinas: Maria Gabriela, Josefa Maria, Maria Inês, Maria Cecília, Teresa Maria, Maria Ângela e Maria Engrácia, formam o grupo que permanece em Madrid, cuidando do Mosteiro, enquanto a outra parte da comunidade está refugiada num povoado da Espanha, Oronoz, onde a perseguição não havia chegado. Cada uma delas começou sua vida num dia e lugar diferente, mas chega um momento em que Deus as reúne no primeiro Mosteiro da Visitação de Santa Maria em Madrid. Juntas percorrem um caminho de fidelidade nas pegadas de Cristo. Ao receberem notícias de que estão tentando incendiar o Mosteiro, estas sete Irmãs se refugiam em um porão onde preparam uma capela, com Jesus Sacramentado presente. Aí vivem vida simples, fraterna, fiel à oração e ao sacrifício, testemunhando uma caridade inesquecível. Sabem do perigo que estão correndo. Sempre pedem ao Senhor pela conversão de seus perseguidores, e lhes perdoam generosamente.
Foi-lhes dada a oportunidade de pôr-se a salvo ou regressar às suas famílias sem perigo; mas não querem comprometer a ninguém e todas respondem que vão permanecer unidas e estão dispostas a morrer por Deus. Preparam-se para o iminente martírio velando toda a noite, em profunda intimidade com o Senhor e... chega a sua hora. Sua vida se conclui com uma oferenda de amor, o mais puro e perfeito; a santa alegria coroa sua fortaleza diante do martírio, com uma fidelidade a toda a prova. Diziam: “Se por derramarmos nosso sangue, a Espanha se salvar, Senhor, que seja o quanto antes”. E isto selaram com o seu próprio sangue, sendo fuziladas seis Irmãs, no dia 18 e uma no dia 23 de novembro de 1936. Assim, deram a maior prova do amor de Deus que ardia em seus corações.
Mártires da Coréia