domingo, 31 de julho de 2011

Santo Olavo da Suécia, rei e mártir

         Olavo da Suécia (960-1022), também conhecido como Olavo, o Tesoureiro (do sueco Olof Skötkonung), foi rei da Suécia de aproximadamente 995 a 1022 e era filho de Érico, o Vitorioso. O que se sabe de Olavo provém das sagas islandesa de Snorri Sturluson, das crônicas de Adan de Bremen e da Lenda de Sigfrido. Foi um rei cristão que iniciou a evangelização em  seu país.

Pia de batismo - não confirmada - do rei Olavo, o Tesoureiro
 
Túmulo - não confirmado - do rei Olavo, o Tesoureiro
 
            Ao começo do seu reinado, Olavo se aliou com o rei da Dinamarca Svend Barba Bifurcada e a aliança levou os dois a derrotar o rei norueguês Olaf Tryggvason no ano 1000. Após a vitória, os dinamarqueses e suecos repartiram o território norueguês e Olavo recebeu Bohuslän e Sor-Trondelag, territórios que terminariam sendo perdidos em  conflitos bélicos posteriores.
           Na localidade de Sigtuna, Olof ordenou imprimir moedas com motivos cristãos. Alguns dizem que daí viria seu sobrenome Skötkonung, que significaria o rei tesoureiro. Skattkonnung poderia ser traduzido melhor como rei do tesouro, já que skatt significa imposto em sueco. Outros dizem que Skötkonung vem de uma pagamento de impostos ou tributos ao rei da Dinamarca. Outras teorias afirmam que seu sobrenome vem de uma variação dialetal de Götkonnung, que significa, rei dos Götar, povo que habitava Götland.
           Segundo a Lenda de Sigfrido, Olavo foi batizado en Husaby em 1008 por um missionário inglês chamado São Sigfrido. Olavo foi o rei que começou a cristianização da Suécia e durante o seu reinado estabeleceu a primeira diocese, em Skara, em 1014.
           De acordo com Adan de Bremen, a cristianização que foi começada por Olavo gerou descontentamento entre os suecos pagãos, que o destronaram e em seu lugar puseram seu filho Anundo Jacó, que também era cristão. Já Snorri Sturlson explica que Olavo foi destronado devido à grande e cara guerra empreendida contra a Noruega, que de nada adiantou pois os suecos logo perderam a autoridade com as terras que comercializavam na costa oriental do Mar Báltico. Nos últimos anos de sua vida, Olavo reinou apenas em  Västergötland.
           Faleceu no inverno de 1022. Não se sabe exatamente onde foi sepultado, mas presume-se que em Skara ou Linköping.

Santo Inácio de Loyola, padre e fundador


Santo Inácio de Loyla enviando São Francisco Xavier para a India


          Inácio nasceu no castelo de Loyola em 1491, sendo o último dos 13 filhos de D. Beltrán de Loyola e Da. Maria Sonnez. Aos 16 anos foi enviado como pajem ao palácio de Juan Velásquez de Cuellar, contador mayor dos Reis Católicos Fernando e Isabel, o que lhe permitiu estar em contato contínuo com a corte. Bem dotado física e intelectualmente, o jovem Inácio "deu-se muito a todos os exercícios das armas, procurando avantajar-se sobre todos seus iguais e alcançar renome de homem valoroso, honra e glória militar". Ou, como ele mesmo diz com humildade, "até os vinte e seis anos foi um homem dado às vaidades do mundo, e principalmente se deleitava no exercí cio das armas e no vão desejo de ganhar honra".

A hora esperada pela Providência

          Ouvindo falar dos grandes feitos dos seus irmãos em Nápoles, envergonhou-se de sua ociosidade e participou em algumas campanhas com seu tio, vice-rei da Navarra. Depois foi enviado em socorro de Pamplona, assediada pelos franceses. Era a hora da Providência. A desproporção das forças era esmagadora em favor dos franceses, mas Inácio não quis saber de capitulação e convenceu os seus a resistirem até o fim. "Confessou-se com um companheiro de armas. Depois de algum tempo de duração da batalha, a bala de uma bombarda atingiu-lhe a perna, quebrando-a toda. E como ela passou entre as duas pernas, a outra também foi duramente ferida". Inácio caiu por terra. Seus companheiros se renderam.
          Os franceses, admirados da coragem do espanhol, trataram-no muito bem, fazendo-o levar depois, em liteira, para o castelo de seus pais. Os ossos haviam começado a se soldar de maneira defeituosa, e foi preciso quebrar de novo a perna para ajustá-los. Isso tudo, é bem preciso dizer, sem anestesia. O que levou-o às portas da morte, de modo a receber os últimos sacramentos. Quando todos esperavam o desenlace, na véspera da festa de São Pedro o doente, que era muito devoto desse Apóstolo, começou a melhorar.

Conversão de um homem coerente

          Seria longo narrar todas as torturas a que se submeteu esse soldado para não ficar aleijado; pois, como poderia aparecer assim na corte? Veio depois a longa convalescença, a leitura da vida de Cristo e dos santos, únicos livros que havia no castelo, e sua conversão se deu da maneira mais radical.
         O primeiro pensamento do novo soldado de Cristo foi o de ir para a Terra Santa e viver em oração, penitência e contemplação nos lugares em que se operou nossa Redenção.
         Em Montserrat, fez uma confissão geral de sua vida e depôs a espada no altar da Virgem. Viveu depois algum tempo em Manresa, onde recebeu grandes favores místicos e escreveu seus famosos "Exercícios Espirituais".
         Não lhe permitiram ficar em Jerusalém, por causa da tensa situação então reinante. Inácio voltou a Barcelona para estudar, a fim de preparar-se para o sacerdócio. Foi depois para Alcalá e ainda Salamanca, onde, por causa de sua pregação e reunião de discípulos, sendo ainda leigo — o que era perigoso naquela época de novidades malsãs e heresias — foi denunciado à Inquisição e aprisionado até que sua inocência foi reconhecida.

"Companhia", como num exército

         Resolveu por isso ir a Paris, estudar na famosa universidade local. Foi lá que a Providência o fez encontrar os seis primeiros discípulos, com os quais fundaria a Companhia de Jesus. Entre eles estava o grande Apóstolo da Índia e do Japão, São Francisco Xavier, e o Beato Pedro Fabro.
        Após os votos feitos em Montmartre, o que marcou propriamente o início da Companhia, eles se encontraram em Veneza, com o plano de ir à Terra Santa. Enquanto isso, trabalhavam nos hospitais.
         Como, depois de um ano, não conseguiram realizar seu intento, decidiram ir a Roma colocar-se à disposição do Sumo Pontífice. Nas proximidades da Cidade Eterna, Inácio teve uma visão na qual Nosso Senhor prometeu ser-lhe favorável em Roma.
        "Inácio tinha sugerido para nome de sua irmandade `Companhia de Jesus'. Companhia era compreendido em seu sentido militar, e naqueles dias uma companhia era geralmente conhecida pelo nome de seu capitão. Na Bula latina de fundação, no entanto, eles foram chamados `Societas Jesu'".

Paladino da Contra-Reforma Católica

          O papel dos jesuítas na Contra-Reforma católica foi essencial. Na época, pareciam perdidas para o protestantismo não só a Alemanha, mas a Escandinávia, e ameaçados os Países Baixos, a Boêmia, a Polônia e a Áustria, havendo infiltrações da seita não só na França, mas até na Itália.
         Santo Inácio enviou seus discípulos a essas regiões infectadas, e estes foram reconduzindo para a Igreja ovelhas desgarradas até na própria Alemanha. Ali trabalharam Pedro Fabro, Cláudio Le Jay e Bobadilha. Mas o jesuíta que seria o grande apóstolo dos povos germânicos, obtendo inúmeras reconversões, foi São Pedro Canísio, hoje considerado, com razão, o segun do apóstolo da Alemanha, depois de São Bonifácio.
         O papel dos jesuítas foi também primordial no Concílio de Trento — onde brilharam os padres Laynes e Salmeron — bem como nas universidades e nos colégios, imunizando assim a juventude européia contra o erro.
         Recebendo informações dos grandes triunfos de seus discípulos, exclamava Santo Inácio: "Demos graças a Deus por sua inefável misericórdia e piedade, tão copiosamente derramada em nós por seu glorioso nome. Porque muitas vezes me comovo quando ouço e em parte vejo o que me dizem de vós e de outros chamados à nossa Companhia em Cristo Jesus".

Obediência pronta, humildade exemplar

         Santo Inácio de Loyola queria uma companhia de escol, para combater os erros da época, principalmente os de Lutero e Calvino, e por isso estipulou que, diferentemente das outras congregações ou ordens religiosas, o noviciado seria de mais de um ano. Dizia no fim da vida, quando sua Companhia estava já estendida por quase todos os continentes: "Se eu desejasse que a minha vida fosse prolongada, seria para redobrar de vigilância na escolha de nossos súditos". 
        Quando um noviço se ajoelhava junto a ele para pedir perdão e penitência por alguma falta, depois de ter concedido uma e imposto a outra, Inácio dizia: "Levante-se". Se, por uma humildade mal compreendida o noviço não se levantasse imediatamente, ele o deixava ajoelhado e saía, dizendo: "A humildade não tem mérito quando é contrária à obediência".

Discernimento na seleção dos súditos

          Um dia chamou um irmão coadjutor e o mandou sentar-se na presença de uma visita. O irmão não o fez, pensando faltar ao respeito ao Superior e à visita. Inácio ordenou-lhe então que pusesse o banco sobre a cabeça, e assim estivesse até a saída da visita.
          Quando o noviço não servia, Inácio não tinha contemplação nem mesmo pela sua posição social. Expulsou da Companhia o filho do Duque de Bragança e sobrinho do grande benfeitor da Companhia, D. Manuel, rei de Portugal, e ainda um primo do Duque de Bivona, parente do vice-rei da Sicília, que era também seu amigo e benfeitor.
          "A obstinação nas idéias era um dos principais motivos de exclusão ou de expulsão, para o santo fundador. Um espanhol de grande capacidade, duma ciência pouco comum e duma virtude reconhecida, entrou na Companhia e exercia o cargo de ministro na casa professa de Roma, com habilidade; mas quando se lhe metia uma idéia na cabeça, não lhe saía mais. Inácio tirou-lhe o cargo, julgando inapto para mandar aquele que não sabia obedecer. [...] Uma noite Inácio soube que ele acabava de dar uma nova prova da sua teimosia; no mesmo instante envia-lhe ordem de abandonar a casa sem esperar para o dia seguinte".

Venerado como santo ainda em vida

           Essa severidade era entretanto balanceada com tanta doçura, que ele era uma verdadeira mãe para os noviços. Tal equilíbrio fazia com que fosse venerado como santo mesmo em vida.
          Sua mais preciosa conquista, São Francisco Xavier, tinha-lhe tanta veneração, que muitas vezes lhe escrevia de joelhos. E nos perigos e tempestades invocava seu nome, trazendo ao pescoço, como proteção, junto a seus votos de profissão, a assinatura do Padre Inácio. Constantemente afirmava: "O Padre Inácio é um grande santo".
         Laínez, outro dos primeiros discípulos de Inácio e seu sucessor no generalato da Companhia, também o venerava como santo, do mesmo modo que São Francisco de Borja, depois terceiro Superior Geral da Companhia.
         Sua vida interior era profunda, e passava-se constantemente na presença de Deus. Conforme narra em sua autobiografia, toda vez que queria encontrar a Deus ele O encontrava, bastando um pouco de recolhimento. Tinha visões, repetidamente, sobretudo quando se tratava de acertar algum negócio importante da Companhia, ou quando redigia suas Constituições. Essas visões lhe eram constantes também quando celebrava a Missa.
         "Sua roupa foi sempre pobre e sem enfeites, mas limpa e asseada, porque, se bem amasse a pobreza, nunca lhe agradou pouca limpeza".
          Santo Inácio faleceu em Roma, no dia 31 de julho de 1556.


Basílica de Santo Inácio, construída no lugar de seu nascimento



Os milagres de Santo Inácio



Visão de Santo Inácio sobre Jesus Cristo



São Germano de Auxerre, bispo

          Germano nasceu numa família gaulesa eminente, recebeu uma boa educação na Gália e estudou direito em Roma, onde se casou com Eustáquia. O Imperador Flávio Honório enviou-o de volta a sua terra como prefeito (praefectus, com funções administrativas e/ou militares). Na Gália tornou-se clérigo e foi professor de São Patrício, futuro apóstolo da Irlanda. Em 418 foi nomeado bispo de Auxerre.
          Num sínodo celebrado na Gália em 429, Germano foi encarregado de viajar à Britânia junto com Lupo, bispo de Troyes, para combater a heresia do palagianismo. Voltou à Britânia em 444, com o mesmo objetivo. Conta-se que, na segunda expedição, Germano ajudou os britânicos a vencer ataques de pictos e saxões com o grito de guerra "Aleluia". Os relatos sobre esta visita são fontes importantes de informação sobre a Britânia pós-romana.
        Para evitar uma incursão punitiva de Flávio Aécio na Armórica (Bretanha), cujos habitantes haviam se rebelado, Germano viajou em 447 a Ravena, na Itália, então sede imperial, para entrevistar-se com Gala Placídia e seu filho Valentiniano. Germano conseguiu assim obter o perdão aos habitantes da Armórica. Morreu em Ravena em 448.
        A principal fonte sobre sua vida é a hagiografia escrita por um aluno seu, Constâncio de Lyon, em 480.
        É o santo padroeiro de Auxerre e é venerado em várias localidades na França e Grã-Bretanha. Em sua terra natal, a Abadia de Saint-Germain d'Auxerre guarda sua tumba. Em Paris, a Igreja de Saint Germain l'Auxerrois, localizada em frente ao Museu do Louvre, também é dedicada a ele.


Abadia de São Germano


São Germano de Auxerre, rogai por nós.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Santa Marta, Santa Maria e São Lázaro, discípulos do Senhor

       

Santa Marta e Santa Maria de Betânia acolhendo a Jesus



Santa Marta

         Marta, irmã de São Lázaro e Maria de Bethânia, (no oeste também chamada de Margareth), perto de Jerusalém e é a padroeira das cozinheiras e donas de casa. Ela era a anfitriã e a dona da casa por ser a irmã mais velha.
          Quando Jesus se hospedava em sua casa, em Bethânia, Marta era solícita e cuidava do seu bem estar. Em uma visita, recorda Lucas no seu evangelho, Marta reclamou que Maria ficava sentada ouvindo Jesus, deixando-a com todo o trabalho.
          Jesus respondeu em tom de brincadeira, “foi Maria que escolheu a melhor parte”. Assim Marta tornou-se o protótipo da ativista Cristã e Maria o símbolo da vida contemplativa. Assim Marta foi a única que foi procurar Jesus, quando Lázaro morreu, enquanto Maria ficou em casa.
          A tradição diz ainda que, para aqueles que diziam que já era tarde e que Lázaro já estava morto, Marta retrucou energicamente “que não tinha a menor importância e que Jesus iria curá-lo”.
         E de fato quando Jesus chegou Lázaro já estava enterrado e seu corpo já apresentava sinais de putrefação, mas Marta não se abalou, e com enorme fé, pediu a Jesus para curá-lo e este foi o maior dos milagres de Jesus. Mais ainda: Ela disse a Jesus que acreditava que o Senhor Pai daria a ele o que pedisse.
         Em resposta àquela fé inabalável, ela foi a primeira a ouvir de Jesus a sua mais profunda revelação. Quando Marta disse que ela acreditava que seu irmão iria se levantar de novo, Jesus disse a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida, aquele que crê em mim viverá mesmo que ele morra, e todos que vivem e crêem em mim, nunca morrerão.” “Você acredita nisto?” perguntou Jesus a Marta, e ela respondeu: “Sim meu Senhor, eu acredito que Você é o Messias e o Filho de Deus.”
         A tradição diz ainda que Marta foi com Maria e Lázaro para a França servindo de missionária em Provence. Em outra versão Lázaro e suas irmãs vão para Chipre onde ele se torna bispo de Kition ou Lanarka. As suas supostas relíquias teriam sido transladadas para Constantinopla e varias igrejas e capelas foram erigidas em sua honra na Síria.
        A Basílica de São Lázaro, santo padroeiro de Lanarka, construída em 890 DC era um templo cristão do quinto século no qual existia um sarcófago com a inscrição: “Lázaro, o amigo de Cristo”. Isto reforça a tradição que ele viveu sua “segunda vida ressuscitado” em Kition, Lanarka.
       A tradição diz ainda que Santa Marta é protetora das falsas preocupações e superstições. Ela é a padroeira das donas de casa.
        Quem tem uma fé como a de santa Marta não precisa se deixar vencer por estas vãs superstições, crer que em Jesus “Tudo posso naquele que me fortalece!”. (Cf. Fl 4,13) Aquele que venceu a morte e o pecado não venceria coisas muito menores e insignificantes? Deus tudo pode, pois o seu amor é mais forte do que a morte. Por isso, com uma fé semelhante à de santa Marta renunciemos a todo o mal e depositemos toda a nossa confiança no Senhor. “Tudo pode ser mudado pela fé e pela oração”.

Oração à santa Marta

Ó gloriosa Santa Marta, entrego-me confiante em vossas mãos,
esperando o vosso amparo.
Acolhei-me sob a vossa proteção, consolai-me nos meus sofrimentos.
Pela felicidade que tivestes em hospedar em vossa casa o Divino Salvador
do mundo, consolai-me em minhas penas.
Intercedei hoje por mim e por minha família, para que tenhamos o auxílio
de Deus Todo-Poderoso nas dificuldades da nossa vida. Suplico-vos,
gloriosa santa, que em vossa grande bondade, me consigais
especialmente a graça que ardentemente vos peço e que tanto preciso.
(Faz-se os pedidos) Clique em comentários e deixe os seus pedidos de orações.
Rogo-vos que me ajudeis a vencer todos os obstáculos que se
apresentarem em meu caminho, com a mesma serenidade e fortaleza
que vós tivestes ao transpassar o dragão que tendes aos vossos pés. Amém.
Santa Marta rogai por nós. Amém.


São Lázaro


Basílica de São Lázaro, Lanarka, Chipre

São Guilherme Pinchon de Saint-Brieuc, bispo

          Bispo de Saint Brieuc, nasceu na paróquia de Santo Albano, na Bretanha, entre os anos de 1178 e 1184; morreu no dia 29 de julho de 1234. A Ata dos Mártires narra apenas suas virtudes e milagres, e não fornece nenhum detalhe sobre sua vida. De outra fonte nomeada "Acta", nós sabemos que pertencia a uma família ilustre. Seu pai era Oliver Pinchon e sua mãe Jane Fortin.
          Sua personalidade era fortemente marcada pela inocência de seus atos, sua admirável meiguice, humildade, castidade, mortificação, caridade e devoção, enfim, era um homem profundamente marcado por muitas virtudes.
          Recebeu a tonsura e alguns anos mais tarde foi ordenado diácono e padre pelas mãos e Josselin, bispo de Saint Brieuc.
          Foi eleito bispo no ano de 1220 e considerava-se a si mesmo como o pai dos pobres e aflitos de sua diocese.
         Ele foi um defensor dos direitos dos clérigos e passou algum tempo de sua vida na diocese de Poitiers, assistindo ao bispo enfermo em suas tarefas e retornou para sua diocese em 1230. Ele começo a contrução da Catedral mas faleceu antes de sua obra finalizada. Seu corpo foi depositado na Catedral e encontrado incorrupto no ano de 1284. 
         Foi canonizado no dia 15 de abril de 1247 pelo Papa Inocêncio IV. Durante a Revolução Francesea suas relíquias foram queimadas.
Catedral de Saint Brieuc


quinta-feira, 28 de julho de 2011

São Nazário e São Celso, mártires

        


          A memória dos Santos Nazário e Celso, que viveram em países diferentes, é celebrada na mesma data.  Nazário, batizado que foi pelo Papa Lino em Roma, recebeu no grêmio da Igreja o jovem Celso, natural da França, que contava apenas 12 anos de idade.  
          Nazário era filho de um pagão muito rico, oriundo do norte da África e sua mãe, uma piedosa cristã natural de Roma, que a Igreja venera com o nome de Santa Perpétua. Inflamado pela chama do amor divino, decidiu sair de Roma para dedicar-se à salvação das almas de pessoas menos favorecidas. Tinha amor e muita caridade com os pobres, onde iniciou sua ação evangelizadora e dedicou-se incansavelmente aos enfermos e aos órfãos,  ocasiões em que lhes apresentava em primeiro lugar o caminho das verdades divinas.
           Não tardou que a chama da perseguição nerodiana se levantasse contra este fiel discípulo de Cristo.  Quando encontrava-se na cidade de Milão, o governador Anolino deu ordem de prisão e, já no dia seguinte,  encontrava-se trancafiado na cela.  Sua presença ali tinha uma finalidade:  persuadí-lo para que adorasse aos deuses de Roma, já que grande multidão seguia os ensinamentos de Nazário.  Este, negando-se veementemente, recebeu como castigo cruel flagelação, sendo em seguida expulso de Milão. 
          Dirigiu-se então à França, onde amplificou sua pregação evangelizadora. Num domingo,  rezando no povoado de Melia, uma mulher chamada Marionilla aproximou-se com seu filho Celso e pediu para que o batizasse e o instruísse na fé. Em curto espaço de tempo a graça de Deus resplandesceu sobre Celso, que assimilou exemplarmente as instruções celestes que todos os dias recebia do seu mestre espiritual. Com suas efizaces práticas e exemplo cristão já em tenra idade, aquela "semente" da qual fala o Evangelho, verdadeiramente caiu em terra fértil.  
          Nazário, em companhia de seu jovem discípulo, dirigiu-se a Tréveris, onde ambos realizaram maravilhosos prodígios e milagres. Alargavam-se, assim,  as  fileiras da conversão,  fato que culminou em prisão e imediata sentença de morte. Reza a tradição que escaparam milagrosamente dessa sentença e regressaram para a Itália.  Em Milão, o governador Anolino novamente mandou encarcerar Nazário e  também a  Celso, condenando-os à morte. Antes porém, da execução,  Anolino teve de consultar o imperador Nero,  já que Nazário era cidadão Romano.  Confirmada a sentença imperial,  foram conduzidos à praça maior de Milão, onde foram decapitados em 28 de julho do ano de 68. Os cristãos recolheram seus cadáveres e os sepultaram em um horto de extramuros. 
          Mais de trezentos anos depois,  precisamente em 395, foi revelado a Santo Ambrósio (como constam em  seus inscritos) o lugar onde encontravam-se os sagrados despojos.  No túmulo de Nazário se  achou um fio de sangue tão fresco que parecia ter sido derramado naquela mesma hora.  Santo Ambrósio os fez trasladar à igreja dos Apóstolos, que acabara de construir. 
           Os habitantes de Milão reverenciam os Santos Nazário e Celso como seus patronos. 

São Vitor I, papa



          Papa São Vítor I foi o décimo-quarto papa da igreja católica apostólica romana entre (datas aproximadas) 189 e 199. Vítor nasceu na província romana de Tunísia; esta notícia é bastante certa, pois na Catedral Católica de Tunes, à esquerda do altar, tem um mosaico com o rosto dele. De seu pai sabe-se somente que se chamava Félix.
          Vítor I estabeleceu que qualquer tipo de água, quer seja de um rio, mar ou outras fontes, pode ser utilizada no batismo, no caso de faltar água benta. Outra contribuição importante foi que Vítor tomou partido do estabelecimento do domingo (em substituição do sábado) como dia sagrado, em memória da ressurreição de Jesus Cristo, embora a prática só se tornasse universal no Primeiro Concílio de Nicéia.          Foi Vítor I quem determinou que a Páscoa seria celebrada sempre neste dia da semana, excomungando todos os bispos que se opuseram à mudança. O Primeiro Concílio de Nicéia (325) confirmou sua decisão. É também sua a decisão de realizar as missas em latim em vez de grego. Além disso, tornou herética a doutrina do adocionismo no ano de 190.
          A relatos que Vítor tenha sido martirizado durante o reinado de Septímio Severo.

Carta de Inocêncio I a Decêncio, bispo de Gúbio, in Enciclopedia del Papato

          "Se os sacerdotes do Senhor observassem as instituições eclesiásticas tais como foram reguladas pelas tradições dos santos apóstolos, não haveria nenhuma discordância nos ofícios e nas consagrações. Mas se cada qual julga poder observar, em lugar daquilo que vem da tradição, o que crê oportuno, daí provém que se vejam celebrações de diferentes modos, segundo a diversidade dos lugares e das Igrejas. Esse incoveniente gera um escândalo para o povo, o qual, ignorando que as antigas tradições foram alteradas por uma presunção humana, crêem que as Igrejas não estão de acordo entre si, ou que teriam sido estabelecidas coisas contraditórias pelos apóstolos ou pelos homens apostólicos. Mas quem não sabe, quem não compreende que aquilo foi consignado pela tradição da Igreja Romana de Pedro, principalmente pelos apóstolos, se conserva ainda hoje e deve ser observado por todos? Que não é necessário acrescentar ou introduzir nada sem estar autorizado, e que não devemos imitar alhures? E isso é tanto mais evidente no que concerne a toda a Itália, à Gália, à Espanha, à África, à Sicília e às ilhas adjacentes. Aqueles mesmos que foram constituídos sacerdotes pelo próprio venerável apóstolo Pedro e seus sucessores estabeleceram as Igrejas. Quem o deseje, que entretanto procure se houve algum outro apóstolo que ensinasse nessas regiões. E se não encontrar outro, é obrigado a conformar-se ao uso da Igreja romana, da qual todas se originam, e isso pelo temor de que, entregando-se a doutrinas estranhas, não venham a separar-se da fonte de todas as instituições".


Santo Inocêncio, papa, rogai por nós para que sejamos fiéis à Igreja Católica Apostólica Romana.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Os santos chamados Conrado

São Conrado de Herlesheim, cisterciense
São Conrado de Parzham, capuchinho
São Conrado de Piacenza, terciário franciscano
São Conrado de Querfurt, bispo e mártir
São Conrado de Ratzeburg, premonstratense
São Conrado de Toul, bispo franciscano
São Conrado de Trier, bispo e mártir
São Conrado de Utrecht, bispo e mártir
São Conrado de Wolfratshausen, peregrino e mártir
São Conrado I de Salzburg, arcebispo
São Conrado II de Salzburg, bispo
São Conrado Scheuber, eremita
São Conrado de Ottobeuren, abade beneditino
Beato Conrado de Aalen, franciscano mártir
Beato Conrado de Baviera, cisterciense e peregrino
Beato Conrado de Friesach, dominicano
Beato Conrado de Heister, cisterciense
Beato Conrado de Hildesheim, franciscano
Beato Conrado de Liechtenau, premonstratense
Beato Conrado de Mondsee, abade e mártir
Beato Conrado de Offida, franciscano
Beato Conrado de Prusia, dominicano
Beato Conrado de Seldenbüren, abade beneditino e mártir
Beato Conrado de Springirsbach, agostiniano
Beato Conrado de Tennebach, franciscano
Beato Conrado de Weissenau, premonstratense
Beato Conrado Müller, franciscano mártir
Beato Conrado de Ascoli, franciscano
Beato Conrado Rapp, missionário e mártir do Japão
Beato Conrado de Ratisbona, abade beneditino e bispo
Beato Conrado Speiser, premonstratense
Beato Conrado Treger, agostiniano

Santo Ambrósio, "Hinos", in Preghiamo com il Padri della Chiesa, cit.

     "Os mártires foram lançados ao fogo, dados como pasto aos dentes das bestas; com a arma das unhas ferozes tornam mais cruel a mão bestializada dos carrascos. Pendem do corpo as vísceras descobertas, escorre pela terra o sangue consqrado, mas eles permanecem na fé da vida eterna.
      A fé inflexível dos santos, a invencível esperança dos que crêem, o amor perfeito por Cristo triunfam sobre o príncipe do mundo. Neles a glória do Pai, neles a vontade do Filho, neles exulta o Espírito: o céu se enche de gláudio. Agora te rogamos, ó Redentor, que nos associes ao consórcio dos mártires, por todos os séculos, na eternidade, a nós, os servos, que, confiantews, te invocam".


Martírio de Santo Estêvão


Martírio de Santo Inácio de Antioquia, de Johann Kreuzfelder
Martírio de Santo Inácio de Antioquia


Martírio de Santa Apolônia

Martírio de São Mateus


terça-feira, 26 de julho de 2011

A Igreja Católica na Itália

File:Regioni ecclesiastiche italia.gif

Mapa apresentando as 16 regiões eclesiásticas italianas




  • as 16 regiões eclesiásticas correspondem às regiões do estado italiano, com algumas consolidações; 
  • são 42 as províncias eclesiásticas divididas em:
    • 1 Sé Apostólica: Roma
    • 1 Sé Patriarcal: Veneza
    • 40  arquidioceses metropolitanas
  • 20 arquidioceses
  • 155 dioceses
  • 2 prelaturas territoriais:
    • Loreto
    • Pompéia
  • 6 abadias territoriais:
    • Monte Oliveto 
    • Montecassino
    • Montevergine
    • Santa Maria de Grottaferrata
    • Santíssima Trindade de Cava dos Tirrenos
    • Subiaco
  • 1  ordinariato militar
Há duas igrejas católicas em seus próprios direitos:
    • A Igreja Católica de Rito Latino, com a absoluta maioria, na Arquidiocese de Milão, a litúrgia é celebrada no Rito Ambrosiano enquanto que em toda a Itália segue o Rito Romano.
    • A Igreja Italo-greco-católica (ou Italo-albanesa), formada pelo território  da Arquiabadia de Santa Maria de Grottaferrata, pela Eparquia de Lungro e a Eparquia de Piana dos Albaneses.
    • O Primaz da Itália é o Bispo de Roma que é também o Papa de todos os católicos.
          O número de paróquias na Itália é de 25.684; os padres diocesanos são 31.555 e os padres religiosos são 15.858; total de 47.413 padres. Os diáconos permanentes são 3.758.

Dogmas Marianos II: Theotokos: Mãe de Deus


Maria Mãe de Deus


           Cristãos católicos e ortodoxos justificam a utilização da expressão Theotokos ou Mãe de Deus, citando São Lucas 1,43 a qual Santa Isabel saúda a Virgem Maria como a "mãe do meu Senhor".
           Diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos defendem Maria como a Theotokos, dentre eles; Orígenes (254), Dionísio (250), Atanásio (330), Gregório (370), João Crisóstomo (400) e Agostinho de Hipona (430). O hino "À vossa compaixão" (em grego: Ὑπὸ τὴν σὴν εὐσπλαγχνίαν), datado do século III, retrata Maria como «Santíssima Theotokos, salvai-nos.»

Definição dogmática pelo Concílio de Éfeso

         O uso do termo Theotokos foi formalmente afirmado como dogma no  Terceiro Concílio Ecumênico realizado em Éfeso, em 431. A visão contrária, defendida pelo patriarca de Constantinopla Nestório era que Maria devia ser chamada de Christotokos, que significa "Mãe de Cristo", para restringir o seu papel como mãe apenas da natureza humana de Cristo e não da sua natureza divina.
         Os adversários de Nestório, liderados por São Cirilo de Alexandria, consideravam isto inaceitável, pois Nestório estava destruindo a união perfeita e inseparável da natureza divina e humana em Jesus Cristo, uma vez que em Cristo "O Verbo se fez carne" (João  1,14), ou seja o Verbo (que é Deus- João 1,1) é a carne; e a carne é o Verbo, Maria foi a mãe da carne de Cristo e por consequencia do Verbo. Cirilo escreveu que "Surpreende-me que há alguns que duvidam que a Virgem santa deve ser chamada ou não de Theotokos. Pois, se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, e a Virgem santa deu-o à luz, ela não se tornou a [Theotokos]?" A doutrina de Nestório foi considerada uma falsificação da Encarnação de Cristo, e por consequência, da salvação da humanidade. O Concílio aceitou a argumentação de Cirilo, afirmou como dogma o título de Theotókos de Maria, e anamatizou Nestório, considerando sua doutrina, nestorianismo, como uma heresia.

Hino “Acatistos” à Mãe de Deus (séc. VII)

Do céu foi enviado um arcanjo eminente para dizer à Mãe de Deus: “Alegra-te!”
Mas quando te viu, ó Senhora, a sua voz ganhou corpo e ele gritou a sua surpresa e o seu encantamento:
“Alegra-te: em ti brilha a alegria da salvação.
Alegra-te: por ti o mal desapareceu.
Alegra-te, porque ergues Adão da sua queda.
Alegra-te, porque Eva também já não chora.
Alegra-te, montanha inacessível aos pensamentos dos homens.
Alegra-te, abismo insondável aos próprios anjos.
Alegra-te, porque te tornas o trono e o palácio do Rei.
Alegra-te: tu levas em ti Aquele que tudo pode.
Alegra-te, estrela que anuncias o nascer do Sol.
Alegra-te, porque em teu seio Deus tomou a nossa carne.
Alegra-te: por ti, toda a criação é renovada.
Alegra-te: por ti, o Criador fez-se menino.
Alegra-te, Esposa que não foste desposada.”
A Puríssima, conhecendo o seu estado virginal, respondeu confiadamente ao anjo Gabriel: “Que estranha maravilha essa que dizes! Ela parece incompreensível à minha alma; como conceberei sem semente para engravidar, como tu está a dizer?” Aleluia, aleluia, aleluia!
Para compreender este mistério desconhecido, a Virgem dirige-se ao servo de Deus e pergunta-lhe como é que um Filho poderia ser concebido nas suas castas entranhas. Cheio de respeito, o anjo aclama-a:
“Alegra-te: a ti Deus revela os seus desígnios inefáveis.
Alegra-te, confiança dos que rezam em silêncio.
Alegra-te: tu és a primeira das maravilhas de Cristo.
Alegra-te: em ti são recapituladas as doutrinas divinas.
Alegra-te, escada pela qual Deus desce do Céu.
Alegra-te, ponte que nos conduz da terra ao Céu.
Alegra-te, inesgotável admiração dos anjos.
Alegra-te, ferida incurável para os demónios.
Alegra-te: tu geras a luz de forma inexprimível.
Alegra-te: tu não revelas o segredo a ninguém.
Alegra-te: tu ultrapassas a sabedoria dos sábios.
Alegra-te: tu iluminas a inteligência dos crentes.
Alegra-te, Esposa que não foste desposada.”
O poder do Altíssimo cobriu então com a sua sombra a Virgem que não tinha sido desposada, para a levar a conceber. E o seu seio fecundado tornou-se um jardim de delícias para os que nele querem colher a salvação, cantando: “Aleluia, aleluia, aleluia!”



          O primeiro e o maior dogma mariano é a declaração de Maria a Mãe de Deus. Sua tradução literal para o português incluí "portadora de Deus". Na teologia calcedoniana Maria é a Theotokos, porque seu filho Jesus é simultaneamente Deus e homem, divino e humano, Theotokos, portanto, refere-se à Encarnação, quando Deus assumiu a natureza humana em Jesus Cristo, sendo isto possível graças à cooperação de Maria.
         Traduções menos literais incluem Mãe de Deus. Católicos, anglicanos, e algumas denominações protestantes usam com mais freqüência o título de "Mãe de Deus" do que "Theotokos". O título de Maria como Mãe de Deus em alguns ocasiões causa má interpretação, esse título não refere-se à Maria como Mãe de Deus desde a eternidade (no Kairós), mas apenas como mãe de Jesus, que por ser verdadeiramente Deus, torna-se também a Mãe de Deus na Terra (no Chronos). Em contrapartida, Theotokos torna explícito seu significado teológico, excluindo assim qualquer mal-entendido da maternidade divina de Maria.
        Diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos defendem Maria como a Theotokos, como Orígenes (254), Atanásio (330) e João Crisóstomo (400). O  Concílio de Éfeso decretou esta doutrina dogmaticamente em 431.
        Theotokos é composta de duas palavras gregas, Θεός (Deus) e τόκος (parto). Literalmente, isso se traduz como portadora de Deus ou a que dá à luz Deus. No entanto, na Igreja Ortodoxa muitos consideram essa tradução literal desajeitada no uso litúrgico, e Theotokos é traduzida como Mãe de Deus. O último título é composto de uma palavra distinta em grego, Μήτηρ του Θεού (transliterado Mētēr tou Theou). Outras palavras gregas poderiam ser usadas para descrever "Mãe de Deus", como Θεομήτωρ (transliterado Theomētor; Θεομήτηρ também escrito, transliterado como Theomētēr) e Μητρόθεος (transliterado Mētrotheos), que são encontradas em textos patrísticos e litúrgicos. As letras gregas ΜΡ e ΘΥ são abreviaturas utilizadas para os termos gregos de "Mãe de Deus", consistindo das letras inicial e final de cada palavra, a sua utilização é uma prática comum na  iconografia ortodoxa para referir-se à Maria.
            Em muitas tradições, Theotokos foi traduzida do grego para a língua local litúrgica. A mais proeminente delas é a tradução para o latim (Deipara, Genetrix Dei, como também, Mater Dei), em árabe (والدة translit الله. transliteração: Wālidat Deus), em georgiano (ღვთისმშობელი. transliteração: Ghvtismshobeli), em armênio: (Աստուածածին. transliteração: Astvadzatzin) e o romeno (Născătoare de Dumnezeu ou Maica Domnului).

Dogmas Marianos I: Virgindade perpétua de Maria

        


           O segundo, na ordem histórica, dos quatro dogmas marianos é o da virgindade de Maria, antes, durante e depois do parto de Jesus. O dogma foi proclamado em 649, pelo Concílio Ecumênico do Latrão. Uma declaração dogmática, na Igreja, é necessariamente antecedida por séculos de estudos, debates, aprofundamentos e, muitas vezes, superação de doutrinas heréticas.
          A partir de 649, não houve mais nem no Oriente nem no Ocidente vozes discordantes. A Liturgia cristã, que é a teologia feita oração, a literatura e as artes em todas as épocas enalteceram a virgindade perpétua de Maria, por ser Maria a Mãe de Deus. Convém acentuar sempre de novo que é em sua maternidade divina que radicam sua virgindade e todos os outros privilégios marianos.
          A antífona mariana que a Igreja reza há séculos no final da oração da noite, que começa com as palavras “Alma Redemptoris Mater” (Mãe santíssima do Redentor), canta ternamente a virgindade de Maria: “Tu, que acolheste a palavra de Gabriel e, diante de uma natureza extasiada, geraste teu próprio Criador e permaneceste virgem antes e depois do parto, tem piedade de nós pecadores”. Para não citar dezenas de belíssimos poemas a Maria sempre virgem, cito apenas uma parte de um do bispo Sofrônio, do VII século: “Salve, ó Mãe de Deus, não desposada! Salve, ó virgem integérrima depois do parto! Salve admirável espetáculo maior que todos os prodígios! Quem pode descrever teu esplendor? Quem pode cantar o teu mistério?”
          Ao declarar a virgindade de Maria, a Igreja afirma que ela concebeu sem a concorrência do sêmen masculino. Para quem crê, os Evangelhos são suficientemente elucidativos. Lembremos o texto de Lucas: “O anjo Gabriel foi enviado da parte de Deus … a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27). Em duas linhas, o Evangelista afirma duas vezes a virgindade da escolhida para ser a Mãe de Jesus. Quando a jovem Maria lhe pergunta como isso seria possível, porque ela não conhecia homem (a expressão ‘conhecer’, em hebraico significa ter relações conjugais), o anjo lhe responde: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra” (Lc 1,35). O Evangelista Mateus é linearmente claro: “Maria estava prometida em casamento a José. Mas antes de morarem juntos, ficou grávida do Espírito Santo” (Mt 1,18).
          Os exegetas se aprofundam na explicação dessas palavras dos Evangelistas e levantam várias hipóteses. Há quem fale em voto de virgindade de Maria, contrariando toda a cultura hebraica e a mentalidade do Antigo Testamento em que ela fora educada. Há quem pense que a virgindade perpétua decorra natural e indiscutível a partir do momento em que ela é possuída pelo Espírito Santo, tornando-se um inaudito milagre vivo, contendo dentro de si o Filho de Deus, seguramente acima de barreiras ou limites biológicos. E há os que pensam numa Maria prática, consciente e piedosa que, a partir da concepção milagrosa, combina com José, já então ciente do mistério (Mt 1,20-21), uma vida matrimonial virginal. Se Moisés descalçou as sandálias diante da misteriosa sarça que ardia sem se queimar (Ex 3,5), por que José, “homem justo” (Mt 1,19), e Maria, “cheia de graça” (Lc 1,28), não poderiam renunciar a um relacionamento conjugal diante de um Deus que descera dos céus e “armara sua tenda” (Jo 1,14) na mais íntima intimidade da vida dos dois? Fica sempre verdadeira a palavra do anjo, dita no contexto da Anunciação: “Para Deus nada é impossível” (Lc 1,38).
           A doutrina da virgindade de Maria, antes, durante e depois do parto, está inseparavelmente unida à maternidade divina de Maria, à ação do Espírito Santo em Maria, ou seja, à encarnação do Filho de Deus. Pela lógica e ciência humanas ninguém ousaria afirmar sua virgindade no parto e depois do parto. Mas também pela razão humana ninguém conseguiria afirmar o mistério da encarnação de Deus. A Igreja não precisou das provas sensíveis a que recorreram os Apócrifos, ainda que revestidas de piedade e encanto. A preocupação dos Apócrifos, no entanto, em comprovar a virgindade no parto e depois do parto de Maria, mostra uma linha lógica de necessidade: não se trata de um parto de uma criança apenas, trata-se do parto de uma criança que, sendo inteiramente humana, é inteiramente divina. E se esse fato ultrapassa a ciência e a inteligência, constituindo um mistério inefável, isto é, que não pode ser expresso por conceitos humanos, com ele ultrapassa também o fato da virgindade integral de Maria.
           O dogma da virgindade de Maria quer ainda afirmar, sem deixar nenhuma sombra de dúvida, que Jesus, concebido do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, é o filho primogênito e único de Maria de Nazaré, ou seja: Jesus Cristo, o Messias, não teve irmãos ou irmãs carnais nascidos do ventre de sua mãe Maria. Tiago Menor, por exemplo, é chamado de “irmão do Senhor” (Gl 1,19) e outras vezes se fala nos irmãos de Jesus presentes entre seus ouvintes (Mt 12,46; Mc 3,31-35; Lc 8,19). Mas todos sabem que em hebraico o termo “irmão” pode indicar qualquer parentesco, como sobrinho (Gn 12,5 e 13,8; 29,12.15), tio, primo (1Cr 23,22) e até amigo (Gn 29,4). Isso nunca foi problema teológico para a Igreja.
          O dogma da virgindade de Maria, sempre ligado à maternidade divina, foi-se preparando e firmando nos primeiros séculos, nas pregações, escritos e doutrina dos santos padres, na liturgia e na piedade popular, até que, em outubro de 649, o Concílio do Latrão chegou a esta definição de fé: “Seja condenado quem não professar, de acordo com os santos Padres, que Maria, mãe de Deus em sentido próprio e verdadeiro, permaneceu sempre santa, virgem e imaculada quando, em sentido próprio e verdadeiro, concebeu do Espírito Santo, sem o concurso do sêmen de homem, e deu à luz Aquele que é gerado por Deus Pai antes de todos os séculos, o Verbo de Deus, permanecendo inviolada a sua virgindade também depois do parto”. Por ‘santos Padres’, entendemos os Bispos participantes do Concílio, que assinaram o documento dogmático.
          Lembremos que a virgindade de Maria vai muito além de um dado biológico e físico. João Paulo II, na encíclica Redemptoris Mater, em poucas linhas abre um leque extenso: “O fato fundamental de ser a Mãe do Filho de Deus constituiu desde o princípio uma abertura total a sua missão. As palavras ‘Eis a serva do Senhor’ testemunham esta abertura de espírito em Maria, que une em si, de maneira perfeita, o amor próprio da virgindade e o amor característico da maternidade, conjuntos e como que fundidos num só amor” (n. 39).
           O comportamento e a vida virginal de Maria inspiraram uma nova forma de servir a Deus, praticamente desconhecida no Antigo Testamento: o celibato consagrado, que é uma decisão pessoal, livre, consciente, espontânea de dedicar a vida inteira e sem reservas a serviço da missão de Cristo sobre a terra, ou seja, a serviço da construção do Reino de Deus. Pelo seu sim, Maria consagrou-se inteiramente à missão que Deus lhe propunha. Obedeceu humildemente. Acolheu o plano de Deus e a ele doou-se sem reservas. Vazia de pretensões pessoais e pobre de si, deixou-se envolver pela riqueza de Deus. Maria tornou-se “exemplo sublime de perfeita consagração, pela sua pertença plena e dedicação total a Deus” (Vida Consagrada, 28).
           O religioso, a religiosa não têm outra finalidade senão repetir o gesto de Maria e centrar, sem reservas, sua vida em Cristo, modelo, razão e meta da vida consagrada e ser, no tempo e no espaço, um Evangelho vivo aberto, acessível ao povo, que não procura apenas palavras, ainda que sagradas, mas o testemunho de uma vida totalmente consagrada às coisas de Deus, exatamente como o foi a Virgem Maria.
          Na encíclica Redemptoris Mater (1987), João Paulo II descreve a consagração virginal de Maria, que passou a ser o modelo de vida consagrada: “Maria consente na escolha divina para se tornar, por obra do Espírito Santo, a Mãe do Filho de Deus. Pode-se dizer que este consentimento que ela dá à maternidade é fruto da doação total a Deus na virgindade. Maria aceitou a eleição para ser mãe do Filho de Deus, guiada pelo amor esponsal, o amor que consagra totalmente a Deus uma pessoa humana. Em virtude desse amor, Maria desejava estar sempre e em tudo ‘doada a Deus’, vivendo na virgindade. As palavras ‘Eis a serva do Senhor’ comprovam o fato de ela desde o princípio ter aceitado e entendido a própria maternidade como dom total de si, da sua pessoa, a serviço dos desígnios salvíficos do Altíssimo. E toda a participação materna na vida de Jesus Cristo, seu Filho, ela viveu-a até o fim de um modo correspondente à sua vocação para a virgindade” (n. 39)


Por Frei Clarêncio Neotti, O.F.M

Beato Guilherme Ward, mártir

          Nascido em Thornby, no condado de Westmoreland, cerca de 1560, foi martirizado no dia 26 de julho de 1641. Ele estava com cerca de 40 anos quando foi para Douay para estudar para o sacerdócio, mas não há maiores detalhes de sua vida anterior. Ele chegou lá no dia 18 de setembro de 1604; recebu as ordens menores no dia 16 de dezembro de 1605, o subdiaconato em 26 de outubro de 1607, o diaconado em 31 de maio de 1608 e o sacerdócio no dia seguinte.
          No dia 14 de outubro ele retornou a Inglaterra e qaundo estava dirigindo-se para a Escócia, ficou preso po três anos. Ao obter sua liberdade ele voltou para a Inglaterra onde trabalhou por 30 anos, vinte dos quais ele passou em várias prisões como confessor da fé. Ele era zeloso e de forte temperamento, severo consigo mesmo e com os outros, e muito especialmente devotado para ouvir as confissões. Assim ele tinha a reputação de ser um bem conceituado diretor espiritual e confessor. Tão mortificada era sua vida pessoal e em segredo suas inúmeras obras de caridade que foi ainda acusado de avareza.
         Ele estava em Londres quando o Parlamento proclamou em 7 de abril de 1641, o fim de todos os sacerdotes sob pena de morte, mas ele recusou-se em aposentar e no dia 15 de julho foi preso na casa de seu sobrinho. Seis dias depois ele foi trazido para Old Bailey e foi  condenado no dia 23 de julho. Ele sofreu o martírio no dia 26 de julho na festa de Santa Ana por quem ele tinha uma grande devoção. Suas últimas palavras foram: "Jesus, Jesus, Jesus, recebe minha alma".
         Uma pintura à óleo de seu retrato logo após seu martírio está preservado no Colégio de Santo Edmundo, em  Old Hall, no condado de Hertford.


Santos Joaquim e Ana, pais da Virgem Maria

          Ana, do hebraico Hannah, graça, é um nome apropriado, atribuído à mãe da bem-aventurada Virgem Maria na liturgia oriental, desde o fim do século VI. No mesmo período vem honrando, sempre no Oriente, o pai Joaquim, denominado entretanto de vários modos: Eli, Cléofas, Eliacim, Jonaquim e Sadoc.
          O Evangelho silencia acerca dos pais de Maria; o vazio foi preenchido pelo apócrifo proto-evangelho de Tiago. Neste, entre os elementos fantasiosos, é possível extrair algumas notícias úteis para delinear o perfil dos santos cônjuges. Seu culto, tão antigo no Oriente quanto o culto mariano, floresceu no Ocidente em 1584, quando foram instituídas a festa litúrgica de Santa Ana, fixada em 25 de julho e a de São Joaquim, no dia 20 de março. Esta, depois foi integrada à oitava da Assunção, passando em 1913 para o dia 16 de agosto e, finalmente, para 26 de julho, com o novo calendário litúrgico, o qual associa oportunamente os dois santos cônjuges, de cuja união advém, por santo privilégio divino, a imaculada conceição da Virgem.
           "Pelos frutos conheceris a árvore", diz Jesus no Evangelho. E talvez pensasse, nesse momento, nos dois santos avós. Conhecemos o fruto de seu amor, a Virgem Imaculada, santificada desde o primeiro momento no seio materno, portanto, um fruto não deteriorado pelo pecado origianal; "a cheia de graça", que tão só pela sua presença santificou o Batista no seio de Isabel. E uma vez que Maria, "termo fixo do eterno conselho", como diz Dante, é "aquela que a natureza humana enobrece", pode bem se dizer mediadora da graça sobretudo para seus privilegiados pais. O belo nome de Ana, que freqüentemente segue o de Maria, foi honrado por cinco santas e sete beatas.

São Joaquim e Santa Ana, rogai por nós!

São Francisco de Sales, Apresentação de Maria no Templo, trad. de Giancarlo Vigorelli

      

       Nossa Senhora Menina


       "É um admirável ato de simplicidade o dessa gloriosa menina que, mesmo enquanto estava encerrada no seio de sua mãe, nunca deixou de se entreter com a Divina Majestade. Ela se absteve de falar até o momento em que sua hora chegou, e mesmo então não o fazia como as outras meninas de sua idade, pois o que dizia vinha sempre muito a propósito.
        Ela permaneceu como um doce e pequeno cordeiro ao lado de Santa Ana, durante três anos, após os quais foi conduzida ao templo para ser apresentada, como Samuel que, à mesma idade, foi conduzido por sua mãe e consagrado ao Senhor. Ó, meu Deus, como desejaria poder vivamente imaginar a consolação e a suavidade dessa viagem da casa de Joaquim até o templo de Jerusalém! Que alegria manifestava aquela pequena menina, ao ver que era chegado o momento por ela tão desejado... Os bem-aventurados São Joaquim e Santa Ana cantavam ao longo do caminho, e nossa gloriosa Senhora e Padroeira com eles..."


Nossa Senhora Menina junto com seus santos pais Joaquim e Ana




São João Cassiano, monge

        
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         Nasceu aproximadamente no ano de 360 possivelmente no Império Romano do Leste, na Cítia Menor (atualmente Romênia). Ainda jovem ingressou no mosteiro de Belém, na Palestina. Depois ele viajou pelo Egito visitando vários mosteiros. No mosteiro de Constantinopla foi consagrado diácono por João Crisóstomo, o Patriarca de Constantinopla, de quem se tornou amigo. Quando Crisóstomo foi exilado, no ano de 404, João Cassiano foi enviado a Roma para pleitear sua causa diante do Papa Inocêncio I.
        Posteriormente, Cassiano fundou seu próprio mosteiro, no ano de  410, no estilo egípcio perto de Marselha, na França. Conhecido como Abadia de São Vítor, que foi um dos primeiros mosteiros masculinos, e o de São Salvador, feminino, ambos servindo de modelo para o desenvolvimento do período monástico ocidental. Ele é considerado o fundador do monasticismo ocidental.
         No mosteiro de Marselha estudaram vários teólogos relativamente brilhantes, dentre eles se destacam Vicente de Lérins e Fausto de Riez e o local se transformou no principal foco de oposição à teoria monergística, defendida por Agostinho. Os três juntos formaram a base de oposição, especialmente contra a crença na predestinação divina sustentada por Agostinho e seus seguidores.
        João Cassiano morreu no ano de 435, seus restos mortais estão na Abadia do Mosteiro de São Vítor em Marselha, na França.
        As principais obras de Cassiano foram: Da instituição do monasticismo, Discursos espirituais e Da encarnação do Senhor contra Nestório. Também escreveu uma série de Conferências dos diálogos que teve com vários abades dos mosteiros que visitara para tentar, assim demonstrar as falhas e as novidades dos conceitos de Agostinho a respeito da salvação. Ele procurou elaborar uma alternativa ao monergismo, como para o pelagianismo, desenvolvendo um sinergismo católico ortodoxo. A proposta de Cassiano conhecida como semipelagianismo, segundo a igreja ocidental, fracassou, entretanto tornou-se a teologia popular mais aceita por grande parte do catolicismo romano medieval.


Abadia de São Vitor em Marselha, França

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Santa Cristina de Bolsena, mártir


Martírio de Santa Cristina


Santa Cristina, Bolsena

Basílica de Santa Cristina em Bolsena, lugar do milagre eucarístico


          Quem tem esse belo nome pode escolher entre oito santas protetoras. Mas é certo que a preferência recai sobre essa jovem mártir, venerada em Bolsena, no fim do século IV, cuja Paixão serviu de inspiração a grandes artistas, de João della Robbia a Lucas Signorelli, de Paulo Veronese a Lucas Cranach. Mas, se a existência histórica dessa santa se encontra fora de discussão, é próprio da Lendária Passio latina ser pouco fidedigna.
          A narração se refere a uma jovem de 11 anos,cuja beleza atraía uma multidão de pretendentes. Com o fim de resguardá-la de más surpresas, Urbano, seu pai, oficial do império, recolheu-a numa torre em companhia de 12 meninas e de um igual número de estatuetas douradas dos deuses, para induzí-la a renegar o Deus cristão. Assim o fez para subtraí-la ao perigo da perseguição. Mas Cristina despedaçou as estátuas, recolheu o metal precioso e distribuiu aos pobres, induzindo o pai a passar das blandícias aos flagelos.
         Como a filha não desistisse, o desnaturado pai a entregou aos juízes, que imediatamente passaram aos métodos brutais, infligindo-lhe os mais dolorosos suplicios. Lançada à prisão para enlarguescer, trêa anjos apareceram para consolá-la e curar-lhe as feridas. Depois da enésima tentativa de fazê-la renegar a fé cristã, a moça foi jogada ao lago com uma pedra ao pescoço, mas os anjos seguraram a pedra para que Cristina não se afogasse. O pai, por sua vez, morreu, mas as peripécias da santa não tinham acabado.
          Novamente interrogada pelos juízes,submeteram-na dessa vez a uma série de bárbaras torturas: foi posta sobre uma grade de ferro quente e a seguir numa fornalha; cortaram-lhe os seios e a lançaram num fosso entre serpentes venenosas. Por fim, na falta de outros suplícios mais torpes, cortaram-lhe o tênue fio que ligava à vida, trespassando-a com duas flechas. Termina aqui a legendária Passio. À jovem mártir, escolhida padroeira de Bolsena, está dedicada à igreja construída sobre a gruta onde se guardam suas relíquias.