domingo, 31 de março de 2013

Beata Ângela Salawa



Ao longo dos séculos, muitas Beatas e Santas da Igreja Católica exerceram a profissão de empregada doméstica durante um tempo mais ou menos longo. Elas levaram às famílias em que trabalhavam, e aos fiéis em geral, o exemplo das virtudes católicas. Muitas delas deixaram sua ocupação para entrar em alguma Congregação religiosa, algumas se tornaram fundadoras de Institutos, ou ainda membro de alguma Ordem Terceira.
Entretanto, algumas permaneceram em sua profissão até o fim da vida, santificando-se nas provações inerentes ao cargo, aceitando com alegria a posição que ocupavam dentro das casas em que trabalhavam, atraindo a admiração de seus patrões, e, em muitos casos, levando-os à conversão, fazendo também um apostolado intenso junto aos mais necessitados.
Tais foram: Santa Zita (1218-1278), empregada doméstica de Lucca (Itália), patrona da cidade e nomeada patrona das domésticas por Pio XII em 26 de setembro de 1953, festejada no dia 27 de abril, e a Beata Ângela (Aniela) Salawa, cuja vida veremos em seguida.      
 A décima primeira dos doze filhos de Bartolomeu Salawa e de Eva Bochenek nasceu em Siepraw, próximo de Cracóvia, Polônia, no dia 9 de setembro de 1881. Recebeu no Batismo o nome de Ângela (Aniela). O pai era artesão e a mãe inteiramente dedicada aos numerosos filhos, aos quais ensinava a piedade, a modéstia e a operosidade. Foi sob a direção da mãe que Ângela se preparou para a Primeira Comunhão aos 12 anos, segundo o costume da época.
Aos 15 anos trabalhava para uma família de Siepraw, cuidando das crianças, ordenhando as vacas e realizando outros pequenos trabalhos. Em 1897 voltou para casa, e resistia aos insistentes conselhos do pai para que ela constituísse sua própria família. Há muito Ângela se sentia inclinada ao celibato.
Transferiu-se para Cracóvia onde trabalharia como empregada doméstica. Nos primeiros dias ficou hospedada na casa da irmã mais velha, Teresa – também ela empregada doméstica – que sabia que Ângela não se sentia chamada ao matrimônio.
Fiel às inspirações do Espírito Santo e aos conselhos dos diretores espirituais, a jovem progredia rapidamente na santidade. Cumpria com perfeição todos os seus deveres de estado e empregava o tempo livre em leituras espirituais para unir-se cada vez mais a Nossa Senhora e a compreender os mistérios de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em Cracóvia trabalhou inicialmente para a família Kloc, deixando-a pouco tempo depois por causa do assédio do patrão. Trabalhou depois para algumas famílias da região e retornou para Cracóvia para assistir a morte de Teresa, em 25 de janeiro de 1899, perda que lhe causou muito sofrimento, pois tinha grande afeto pela irmã. Encontrou forças para enfrentar a perda prolongando o tempo de orações na igreja.
Sob a direção do padre jesuíta Estanislau Mieloch se consagrou a Deus com o voto de castidade perpétua, voto que já fizera na adolescência. Em 1900, inscreveu-se na Associação de Santa Zita de Cracóvia, entidade que promovia a assistência às domésticas. Dedicava-se a um apostolado obscuro, mas fecundo, junto às domésticas de Cracóvia. Ela as reunia, aconselhava, dirigia. Apesar da saúde precária, estava sempre alegre e sociável, se vestia bem, não para o mundo, mas para Deus.
Em 1911, sofreu dolorosa moléstia, seguida da perda da mãe e da jovem senhora a quem servia com afeto e dedicação. Além destas provações, vê-se abandonada pelas companheiras. Naquele período de grandes sofrimentos, confiando somente em Deus, unindo-se a Ele mais ainda na oração e na meditação, foi agraciada com fenômenos místicos.
No dia 15 de maio de 1912, tornou-se membro da Ordem Terceira Secular de São Francisco, recebendo o hábito na igreja conventual dos Franciscanos, e no dia 6 de agosto de 1913 fez sua profissão.
Durante a 1ª Guerra Mundial, não sem incômodos voluntariamente assumidos, prestava dedicado e zeloso auxílio aos feridos, doentes e prisioneiros de guerra no Hospital de Cracóvia, onde respeitosamente era chamada “a santa senhorita”.
Em 1916, por haver censurado a amante de seu patrão, o advogado Fischer, foi despedida daquela casa aonde trabalhava desde 1905. Seguiram-se alguns anos sem trabalho e com a doença progredindo, mas com o consolo dos fenômenos místicos.
Em 1918, com as forças debilitadas, deixou também os trabalhos voluntários e recolheu-se a uma cela paupérrima, onde durante quatro anos viveu em íntima contemplação dos mistérios divinos, sustentada por Maria Ssma e pela Comunhão Eucarística. Esta era levada diariamente pelo seu confessor. As companheiras inconsoláveis se alternavam em seu tugúrio para assisti-la.
Ela oferecia todos os seus sofrimentos pela conversão dos pecadores, pela salvação das almas, pela expansão missionária da Igreja. Em fevereiro de 1922, num último ato de devoção, ofereceu-se a Deus como vítima pela propagação do Seu Reino na Polônia e no mundo. Anotou em seu Diário“Pensando em minha vida, creio estar na vocação, no local e no estado para os quais Deus me havia chamado desde a infância”.
Por fim Ângela consentiu em deixar aquela cela e foi levada para a enfermaria de Santa Zita, onde, após ter recebido os Sacramentos, faleceu serenamente no dia 12 de março de 1922, em extrema pobreza e com a fama de santidade.
No dia 13 de maio de 1949, ao ser aberto o processo diocesano para a sua beatificação, seus despojos foram transladados do cemitério para a Basílica de São Francisco de Cracóvia.
João Paulo II proclamou-a Beata no dia 13 de agosto de 1991, em Cracóvia, e sua festa é celebrada no dia 12 de março.

Beata Natália Tulasiewicz, mártir


         

         Natália Tulasiewicz nasceu na região de Rzeszów na Polônia em 9 de abril de 1906. Cresceu em um ambiente familiar católico e não perderá os valores aprendidos no lar quando se instala na cidade de Poznan, para exercer a função de professora leiga. Pelo contrário, Natália entendeu que a vida e a fé caminham lado a lado e que a santidade pode ser vivida no cotidiano.
        Natália se une ao grande movimento de apostolado laico convertendo-se em uma entusiasta animadora.
        Em meados de setembro de 1939, a católica Polônia sofre um dos períodos mais dolorosos de sua história. Quase simultaneamente é invadida pelo oeste pela Alemanha nazista de Hitler e pelo leste pelo Exército Vermelho soviético de Stalin. Estes dois regimes eram abertamente contrários ao catolicismo e num lapso de poucos anos exterminaram mais de seis milhões de poloneses.
         Natália, como toda a sua geração, presencia impotente a sua nação ser aniquilada. Ela confiava em Deus e sabia que o mal nunca tem a última palavra, ainda que por momentos pareça invencível. Cheia de valor se entrega a infundir esperança entre seus compatriotas, animando-os a esperar no Senhor e a se entregar a sua proteção. Porém seu apostolado não ficou só nos conselhos ao tomar conhecimento que muitas mulheres polonesas estavam sendo enviadas para a Alemanha para realizar trabalhos forçados, ela parte livremente com elas para poder ajudá-las espiritualmente.
         Em abril de 1944 a Gestapo, a polícia secreta política do regime nazista, descobre sua ação e a prendeu. Foi atrozmente torturada e humilhada publicamente e enviada ao campo de concentração de Rawensbrück, perto de Brandeburgo. Era Sexta-feira Santa de 1945, suas forças são poucas devido aos maus tratos sofridos; entretanto, esta admirável mulher sai de sua barraca e proclama um emocionante discurso sobre a Paixão e Ressurreição de Nosso Senhor que enche de esperança os prisioneiros. Nosso Senhor tem um belo gesto de ternura para com sua filha Natália, pois dois dias depois, 31 de março, Domingo de Páscoa, ela é transladada para a câmara de gás, onde entrega sua alma.
         Em 13 de junho de 1999, o Papa João Paulo II, beatificou 108 vitimas da perseguição nazista, entre os quais se encontrava a leiga Natália Tulasiewicz. Ela é comemorada no Martirológio Romano no dia 31 de março.

Santa Balbina, virgem e mártir


          SAN BENITO, Abad


         Apesar de poucas certezas sobre a vida de Santa Balbina, seu nome é venerado em uma antiqüíssima igreja na via Ápia, nas proximidades de Roma. Também temos um cemitério que leva seu nome, supostamente o local onde Balbina foi enterrada.
          É venerada como mártir, mas destaca-se sua consagração a Deus pela virgindade e sua perseverança de servir ao Cristo.
         Diz-se a história que Balbina, filha do militar Quirino, foi curada milagrosamente, pelo papa e mártir são Adriano,que estava na prisão. Este fato levou a família de Balbina à conversão e todos foram batizados. Balbina, por sua vez, ofereceu a Deus virgindade perpétua. Seu pai, Quirino, também recebeu a coroa do martírio.
         Sua vida era muito representada no teatro medieval, o que causa certa confusão histórica, uma vez que a arte mistura muito realidade e ficção. Mas é pelo teatro que ficamos sabendo do martírio de Balbina e de sua consagração. Dizem as histórias sobre santa Balbina, que muitos jovens quiseram desposá-la, mas sua firmeza de caráter a manteve fiel ao seu voto de castidade.
           Balbina sofreu o martírio sob o imperador Adriano II e encontrou-se com Deus no dia em que lhe cortaram a cabeça. Viveu santamente e recebeu a glória de ter o nome marcado na história da igreja.


Igreja de Santa Balbina em Roma

São João José da Cruz

              Nasceu em Ischia, uma ilha ao largo do Nápoles, a 15 de agosto de 1654, filho de José Calosinto e Laura Gargiulo. Com os Agostinhos da ilha recebeu a primeira formação, salientando-se entre os companheiros por uma profunda piedade. Levava a sua devoção à Paixão de Jesus ao ponto de se flagelar até ao derramamento de sangue. Aos 15 anos de idade, sentiu-se atraído para a vida religiosa, por inspiração divina escolheu a ordem dos frades menores, e tomou o hábito de noviço em 1670.
             Sob orientação do Padre Robles depressa alcançou o grau eminente na prática das virtudes. Professou em Janeiro de 1671. E quando a 15 de julho de 1674, 12 religiosos foram tomar posse do santuário de Santa Maria Occorrévole, onde por sua iniciativa se construíra um convento, era ele o irmão mais jovem do grupo.
              A 18 de setembro de 1677, foi ordenado sacerdote, embora a sua humildade tivesse oferecido alguma resistência. Émulo de São Francisco e de São Pedro de Alcântara, construiu um minúsculo convento isolado, no interior dum bosque, a quem chamou “A Soledade”. Durante mais de nove anos foi mestre de noviços em Nápoles e guardião do convento de Santa Maria Occorrevole.
              Eleito provincial no capítulo de Grumo, em 1703, abriu algumas casas em Nápoles, atraiu a observância os seus religiosos, uns 200, e reorganizou os estudos. Terminado o mandato, o arcebispo Francisco Pignatelli encarregou-o de dirigir 73 mosteiros e retiros em Napóles. Idêntico encargo recebeu do cardeal Innico Caracciolo para a diocese de Aversa.
                Desde os primeiros anos de sacerdócio se notabilizou como diretor de consciências, e por isso acorriam a ele em busca de conselho figuras de relevo como Mons. Júlio Tormo, Mons. Émilio Cavaliéri, o Cônego Napolitano Mazzochi, e outras pessoas nobres e ilustres, como a poetisa Aurora Sanseverina, e até santos, como São Francisco de Jerônimo e santo Afonso Maria de Ligório. No seu apostolado entre o povo simples realizava muitas conversões. Foi por Deus agraciado com carismas especiais, entre eles o da profecia e intuições nos corações, e obteve inclusivamente a ressurreição dum marques ainda criança, Genaro Spada. Com ele se iniciou a era dos grandes reformadores. Morreu a 5 de março de 1734, com 80 anos de idade.

Beata Joana Maria de Maillé

          

            Esta terceira franciscana é exemplo perfeito de nobreza e de santidade. Passou toda a vida a desenvolver o ambiente religioso e patriótico na corte de Carlos VI e entre outros nobres da França, para salvar a nação das lutas civis e dos ingleses. O desejo de viver segundo o espírito evangélico fez dela uma apóstola e penitente por caminhos duma despojada pobreza.
             Nasceu a 14 de abril de 1331 no castelo de La Roche, diocese de Túrones. Aos 11 anos teve uma primeira visão da Virgem Maria e do Menino Jesus. Recebeu a educação religiosa inicial de um padre franciscano, confessor da família. Foi ele quem a iniciou no amor ardente a Cristo, Salvador da humanidade, a Maria, mãe de Deus e dos homens, e ao seráfico Francisco de Assis. Daí o seu empenho em imitar as virtudes do Pobrezinho, em especial o amor à pobreza, a humildade e à oração, e a decisão de se fazer franciscana professando na Terceira Ordem Franciscana.
            O seu tutor decidiu dá-la em casamento a Roberto de Silly. Os dois jovens esposos decidiram de comum acordo conservar a castidade e dedicarem-se a socorrer os desventurados durante a terrível epidemia da peste negra que dizimou a Europa entre 1346 e 1353. Roberto, capturado pelos ingleses e resgatado a preço de toda a sua fortuna, morreu em 1362.
             Joana Maria, como já acontecera com Santa Isabel de Hungria, foi brutalmente expulsa pela família do ex-marido. E também ela, como a referida santa, perdoou generosamente a quem lhe causou tanta dor, e bendisse a Deus no momento da prova. Retirou-se para Túrones, onde se dedicou à oração e a obras de caridade. Fez voto de castidade perpétua nas mãos do arcebispo de Túrones, e entrou no hospício dos doentes, decidida a levar uma vida dedicada por inteiro ao serviço dos irmãos pobres, enfermos e necessitados, como tinham feito os primitivos terceiros franciscanos. Perseguida pela malevolência de alguns que a rodeavam, retirou-se para o eremitério de Planche de Vaux, onde passou a levar vida contemplativa. 

              Obrigada pelas condições precárias de saúde a regressar a Túrones em 1386, foi viver junto ao convento dos Cordígeros, nome popular dos franciscanos, e colocou-se sob a direção do P. Martinho de Bois Gaultier. O seu zelo levou-a várias vezes à corte do tresloucado rei Carlos VI, a ver se o convencia a corrigir seus maus costumes. Foi favorecida com diversos carismas, era consultada por muita gente, e admirada pelo rigor da penitência e odor de santidade. O termo dos 82 anos de vida na terra foi a 28 de março de 1414. Foi amortalhada na sepultura com o hábito das clarissas.

Beato Luis de Casória

             Nasceu a 11 de março de 1814, em Casória (Nápoles), filho de Vicente Palmentiéri e de Cândida Zenha. Colocado como aprendiz em casa de um entalhador napolitano, pouco tempo ali viveu desde que pôde reiniciar os estudos para o sacerdócio. A pobreza dos pais orientou-o para a vida religiosa, e em 1832 foi aceito na ordem dos frades menores. Fez o noviciado em Lauro, perto de Nola, onde permaneceu até à ordenação sacerdotal. Em 1841 encarregaram-no de ensinar filosofia, matemática, física e química. Uma ocasião em que orava numa igreja de Nápoles, sofreu uma síncope, caindo no chão sem sentidos. Daí em diante dedicou-se às mais variadas obras de assistência e caridade. Fundou uma enfermaria e uma farmácia para os franciscanos doentes.   Empenhou-se na difusão da ordem terceira na Campânia, dando especial relevo às obras de caridade, pois, dizia, “uma ordem terceira sem obras de caridade, não me agrada nem a quero”.
             Em 1854 o sacerdote genovês João Batista Oliviéri sugeriu-lhe uma obra destinada ao resgate e à formação cristã de crianças africanas vendidas como escravas. Luís dedicou-se a esse empreendimento com entusiasmo e paixão, e nesse mesmo ano começou a acolher os primeiros negros recomendados pelo P. Oliviéri, a quem educou em sua casa, com resultados promissores. Essa primeira experiência levou-o a projetar o envio de missionários para a África, porque “é a África que deve converter a África”. Em agosto de 1856 já tinha reunido nove meninos negros, cinco dos quais foram batizados pelo cardeal de Nápoles. No ano seguinte embarcou para o Cairo, visitou a Terra Santa e regressou de Alexandria com outros doze pequenos escravos negros. Este núcleo familiar de futuros missionários indígenas aumentou tanto, que em 1858 já eram 38, em 1859 eram 45, e posteriormente chegaram a 64.
            Projeto semelhante realizou também para meninas em condições idênticas. Ajudado pela Beata Ana Maria Lapíni, fundadora das irmãs estigmatinas, instituiu um colégio para meninas negras em Florença e outro em Nápoles. Nesta cidade fundou também uma academia de religião e ciências, para qual obteve o apoio de ilustres escritores, e iniciou a publicação do periódico La Carità. Estas generosas iniciativas granjearam-lhe a admiração de muitos, até mesmo de alguns anticlericais, e foi condecorado com a cruz da ordem dos santos Maurício e Lázaro.
            Promoveu ainda numerosas obras de beneficência em favor de órfãos, surdos mudos, raquíticos , deficientes, para os quais fundou diversos institutos que de preferência confiou às duas congregações por ele fundadas: os terceiros franciscanos regulares, apelidados Frati Bigi (irmãos cinzentos) da Caridade, para os homens; e as irmãs cinzentas Elisabetinas para mulheres. Para residência dos seus missionários, a congregação da propagação da fé concedeu-lhe a estação africana de Scellal, onde foi pessoalmente tomar posse a 12 de novembro de 1875.
           Encomendou aos seus irmãos cinzentos a obra de educação dos meninos negros. E pôde então dedicar-se mais à vida espiritual de oração e íntima união com Deus, que sempre aliás soubera conciliar com o seu maravilhoso apostolado de caridade. Com 71 anos recebeu a visita da irmã morte, na manhã de 30 de março de 1885.

São Pedro Regalado

             


            Pedro Regalado nasceu em Valladolid em 1390. Aos nove anos seu pai morreu. A mãe o educou piedosamente. Muito jovem ingressou na Ordem dos Frades Menores e logo se distinguiu por sua piedade, mortificação e pobreza, bem como pelo amor de silêncio e solidão. Começava na Espanha a Reforma franciscana buscando o florescimento da primitiva austeridade de vida religiosa.
             Pedro, ao estudar a Regra franciscana, convenceu-se de que a vida real dos frades não correspondiam às suas exigências. Enquanto na Itália São Bernardino de Sena promoveu reformas, na Espanha Pedro Villacreces fazia o mesmo no eremitério de Aguilera. Em 1405 ele se uniu a Pedro Regalado, um colaborador eficaz. Em 1415 rezou a sua primeira Missa.   Em Abrojo fundou uma nova ermida, onde Pedro Regalado era mestre superior dos noviços. Os dois eremitérios de Abrojo e de Aguilera logo adquiriram grande fama pelo zelo de seus fundadores e pelos estatutos contendo prescrições extremamente severas. Isso só fez aumentar as vocações na Espanha, florescendo a vida franciscana e de santidade.
             São Francisco de Assis foi o padroeiro dos lobos e São Pedro Regalado o padroeiro dos toureiros. Dele se conta que indo um dia por um caminho, encontrou um enorme e bravo touro que havia escapado ferido de uma corrida em Valladolid, atacando e ferindo viajantes e todos aqueles que por ali passavam e se punham à sua frente, fazendo jus à sua herança natural.
              Passava por ali São Pedro Regalado com um discípulo quando o touro bravo os atacou, correndo e investindo na sua direção, refugiando-se o seu acompanhante por de trás dele com enorme e natural receio.  São Pedro, olhando e implorando ao céu, mostrou-lhe o seu bastão e disse-lhe: ”pare touro”.
             O touro bravo e ferido, deteve-se e São Pedro acariciou-o e curou as suas feridas, depois benzeu-o e mandou de volta para o campo. São Pedro Regalado foi a partir deste episódio considerado o “padroeiro dos toureiros”.
             São Pedro morreu em 1456 no convento de “La Aguilera“ em Aranda del Duero.
Foi canonizado em 1746 pelo Papa Bento XIV e é desde então “ patrono “ de Valladolid e todas as suas dioceses.