quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ladainha a São Gabriel Arcanjo


Senhor, tem piedade.
Cristo, tem piedade.
Senhor, tem piedade.
Cristo, ouvi-nos.
Cristo escutai-nos.

Deus Pai celestial, criador dos anjos, tem piedade de nós.
Deus Filho Redentor do mundo, Senhor dos Anjos, tem piedade de nós.
Deus Espírito Santo, vida dos anjos, tem piedade de nós.
Santíssima Trindade, um só Deus verdadeiro, delícia dos Anjos, tem piedade de nós.

Santa Maria Rainha dos Anjos, rogai por nós.
São Gabriel Arcanjo, rogai por nós.
Embaixador de Deus Pai, rogai por nós.
Servidor do Verbo, Luz eterna, rogai por nós.
Locutor da Encarnação, rogai por nós.
Mensageiro da Esperança, rogai por nós.
Protetor contra o Maligno, rogai por nós.
Guardão de nosso Batismo, rogai por nós.
Patrono dos sacerdotes, rogai por nós.
Escudo da castidade, rogai por nós.
Guia dos desorientados, rogai por nós.
Conselheiro dos confundidos, rogai por nós.
Músico celestial, rogai por nós.
Todos os santos Anjos, roguem por nós.
Cristo, ouvi-nos.
Cristo, escutai-nos.
Senhor, tem piedade.
O Senhor manda a seus anjos
Para cuidar-nos em todos os caminhos.

Oremos


Deus todo poderoso, que nos amas com amor eterno, enviai-nos a teus Anjos para que nos defendam do Maligno, o fazei pelo Sangue precioso de teu Filho, e pelos rogos da Santíssima Virgem Maria, em meio dos perigos nos refugiamos em ti.
Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

Novena a São Miguel Arcanjo



Início:

Fazer o sinal da cruz
V- Oh! Deus, vinde em meu auxílio.
R- Senhor, apressai-Vos em me socorrer.
Rezar a oração do dia correspondente e as orações finais.

Orações Finais:


 
Oh! Deus todo poderoso e eterno, que para a salvação do gênero humano enviastes, milagrosamente, a Vossa Igreja o Vosso Gloriosíssimo Príncipe, o Arcanjo São Miguel, concedei-nos o seu socorro salutar e a sua ajuda eficaz contra todos os nossos inimigos, a fim de que, nossa partida deste mundo, obtenhamos de comparecer à presença de Vossa Divina e Santa Majestade. Por Jesus Cristo, nosso Senhor.Amém.
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, para que não pereçamos no dia do Juízo.
Em seguida reza-se: Um Pai-Nosso a São Miguel, um Pai-Nosso à São Gabriel, um Pai-Nosso à São Rafael e um Pai-Nosso ao nosso Anjo da Guarda.

 

Primeira graça:


Nós vos pedimos, oh! São Miguel, em união com os santos Serafins, de acender em nossos corações o Santo Amor de Deus, e de nos dar o desprezo e o desgosto pelos falsos prazeres do mundo.
Rezar: Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai.

 

Segunda graça:


Nós vos pedimos humildemente, oh! Príncipe da Jerusalém Celeste, e Chefe dos Querubins, de vos lembrar de nós, sobretudo quando formos assaltados pelas sugestões do inimigo infernal.
Vitoriosos de satanás, pelo nosso socorro, fazei de nós um sacrifício oferecido ao Senhor.

 

Terceira graça:


Nós vos suplicamos devotamente, oh! glorioso Campeão do Paraíso e Chefe dos tronos, de jamais permitir que nós, vossos fiéis, sejamos oprimidos pelos espíritos maus do inferno e pelas enfermidades.

 

Quarta graça:


Prostrados humildemente diante de vós, nós vos rogamos, oh! grande Ministro de Deus, em união com as Dominações, de defender a Cristandade, em todas as ocasiões, e em particular o Soberano Pontífice, aumentando sua felicidade, assim como as graças que lhe são concedidas nesta vida e a glória na outra.

 

Quinta graça:


Nós vos rogamos, oh! Santo Arcanjo, em união com as Virtudes, de livrar vossos servos das mãos de seus inimigos, conhecidos e desconhecidos, dos falsos testemunhos, das discórdias, de libertar a nossa Pátria e, em particular, nossa cidade da fome, das epidemias, da guerra, dos tumultos, terremotos e tempestades, que o dragão infernal tem o costume de suscitar para nos prejudicar.

 

Sexta graça:


Nós vos conjuramos, oh! Chefe das Milícias Angélicas, e vos rogamos juntamente com as Potestades, de prover às nossas necessidade, às de nossa cidade, dando fecundidade à terra, concórdia e paz aos chefes cristãos.

 

Sétima graça:


Nós vos pedimos, oh! Primaz dos Arcanjos, em união com os Principados, de vos dignar nos livrar, a nós vossos servos, assim como o nosso país e a nossa cidade das enfermidades corporais e sobretudo espirituais.

 

Oitava graça:


Nós vos pedimos, oh! São Miguel, em união com o Coro dos Anjos, de cuidar de nós nesta vida, e, no momento da morte, de nos assistir na hora da nossa agonia, sobretudo, no instante de entregar a alma, a fim de que, vencedores de satanás, possamos usufruir convosco, da bondade Divina, no santo Paraíso.

 

Nona graça:


Enfim, nós vos rogamos, oh! glorioso Chefe, defensor da Igreja militante e triunfante, de vos dignar, juntamente com os Coros dos Anjos, de nos guardar e defender vossos fiéis, as nossas famílias e aqueles que se recomendaram às nossas orações, a fim de que, levando com o vosso socorro uma vida pura, possamos eternamente usufruir da contemplação de Deus, convosco e com todos os Santos Anjos.

 

Pequena novena a São Miguel Arcanjo para obter graças



           Glorioso São Miguel Arcanjo, o primeiro entre os Anjos de Deus, guarda e protetor da Igreja Católica, lembrando de que Nosso Senhor vos confiou a missão de velar pelo seu povo, em marcha para a vida eterna, mas rodeado de tantos perigos e ciladas do dragão infernal, eis me prostrado a vossos pés, para implorar confiantemente o vosso auxílio, pois não há necessidade alguma em que não possais valer.
           Sabeis a angústia porque passa a minha alma.
           Ide junto a Maria, nossa Mãe muito amada, ide a Jesus e dizei-lhe uma palavra em meu favor, pois sei que eles nada vos podem recusar.
           Intercedei pela salvação da minha alma e, também agora, por aquilo que tanto me preocupa.

(Dizer, como quem conversa, o que desejamos).

          E se o que peço não é para glória de Deus e bem da minha alma, obtende-me paciência e que eu me conforme com a vontade divina, pois sabeis o que é mais do agrado de Nosso Senhor e Pai.
         Em nome de Jesus, Maria e José, atendei-me. Amém.

Rezam-se nove glórias em ação de graças por todos os dons concedidos por Deus a São Miguel, e aos Nove coros de Anjos.

Novena a São Rafael Arcanjo

Médico de Deus, Guia dos viajantes, Consolador das famílias atribuladas, Mediador do matrimônio cristão, Modelo dos verdadeiros adoradores de Deus, Caridoso protetor das almas.

Festa: 24 de Outubro.


Explicação
Conhecemos o arcanjo São Rafael pelo livro de Tobias. O seu papel de maravilhoso médico e de companheiro de viagem do jovem Tobias faz que seja invocado nas viagens e nos momentos difíceis da vida. A missa, ao mesmo tempo que canta a intervenção providencial dos anjos na nossa vida, convida-nos a ver igualmente neles perpétuos adoradores que vivem continuamente na presença da majestade de Deus.

Novena
Oração para todos os dias
Oh! Glorioso Arcanjo São Rafael, que estais presente ante o trono do Altíssimo. Eu, vosso indigno devoto, me humilho em vossa presença. Conhecendo por uma parte minha indignidade, e por outra vossa ardente caridade, vos suplico do íntimo do coração, que digneis escutar os meus humildes rogos e apresente-os ante o Senhor para obter por vossa mediação os favores que solicito nesta novena. Mas se minha súplica não há de contribuir para maior glória de Deus e salvação da minha alma, rogo-vos, oh! Meu Celestial protetor, mostrai a graça que me há de conduzir com mais segurança à eterna salvação. Não olheis tanto para os meus desejos, quanto ao bem de minha alma. Cheio de inteira confiança em Vós; espero alcançar o que solicito pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém.
Pedir as graças que se desejam.

Invocação
Oh! Glorioso Arcanjo São Rafael, lembra-te de seus devotos, em todas as partes e sempre peça por nós, ao Filho de Deus.
(Rezar nove vezes Glória ao pai, em honra dos nove coros angélicos).

Oração final
Glorioso Arcanjo São Rafael, celeste mensageiro destinado por Deus para nos servir de guia na peregrinação desta vida, para nos defender contra as ciladas do demônio e para curar as enfermidades da nossa alma e do nosso corpo. Nós invocamos vossa poderosa intercessão, seguros de que alcançareis por nós e nossas famílias aquelas graças singulares que dispensastes na santa casa de Tobias.
Bem sabeis piedoso Arcanjo, que nossa viagem do tempo à eternidade, está cercada de perigos, e que o demônio, como leão rugindo, nos persegue para causar profundas feridas em nossas almas, até apagar nelas, se for possível, a luz salvadora da fé. Vinde, pois, em nosso auxílio, e dignais ser nosso inseparável companheiro. Dirigi nossos passos ao caminho dos mandamentos divinos fazendo que nossos olhos estejam sempre abertos ao sol da verdade; procurando os remédios mais eficazes para curar e encher de fervor nosso espírito. Ensina-nos, oh! Poderoso arcanjo, a vencer a Satanás com as armas poderosas da oração, da vigilância e da mortificação dos nossos sentidos.
Consolide em nossas famílias o reinado da fé, a prática constante da piedade, o espírito de união e o exercício da santa caridade em favor dos pobres e dos nossos queridos mortos, a fim de que eles recebam do céu abundantes bênçãos que, por mediação vossa derramou Deus sobre o lar de Tobias.
Não nos abandoneis, pois, oh! Santo Arcanjo! Vigiai sempre ao nosso lado para que nossos passos sejam sustentados por vós, todas as vezes que sintamos desfalecidos na penosa e difícil jornada da vida. Nosso Senhor, Deus Todo-poderoso, que estais nos céus, e que é também o vosso, nos há confiado a vossa terna solicitude para que seja nosso guia neste desterro, nosso consultor nas dúvidas e nosso médico nas enfermidades. Coroais vossa obra de amigo fiel e condutor seguro, acompanhando nossas almas até as deixar nos braços de seu criador para amar-lhe e bendizer-lhe com vós eternamente. Assim seja.
Bendito e adorado seja o Santíssimo Sacramento do Altar e a Puríssima e Imaculada Conceição de Maria Santíssima, Senhora Nossa, concebida sem mancha de pecado original desde o primeiro instante de seu ser natural. Amém.

São Miguel, São Rafael e São Gabriel, Arcanjos

O mês de setembro tornou-se o mais festivo para os cristãos, pois a Igreja unificou a celebração dos três arcanjos mais famosos da história do catolicismo e das religiões - Miguel, Gabriel e Rafael - para o dia 29 de setembro, data em que se comemorava apenas o primeiro.
Esses três arcanjos representam a alta hierarquia dos anjos-chefes, o seleto grupo dos sete espíritos puros que atendem ao trono de Deus e são seus "mensageiros dos decretos divinos" aqui na terra.
Miguel, que significa "ninguém é como Deus", ou "semelhança de Deus", é considerado o príncipe guardião e guerreiro, defensor do trono celeste e do Povo de Deus. Fiel escudeiro do Pai Eterno, chefe supremo do exército celeste e dos anjos fiéis a Deus, Miguel é o arcanjo da justiça e do arrependimento, padroeiro da Igreja Católica. Costuma ser de grande ajuda no combate contra as forças maléficas. É citado três vezes na Sagrada Escritura, que narramos na sua página. O seu culto é um dos mais antigos da Igreja.
       
Gabriel significa "Deus é meu protetor" ou "homem de Deus". É o arcanjo anunciador, por excelência, das revelações de Deus e é, talvez, aquele que esteve perto de Jesus na agonia entre as oliveiras. Padroeiro da diplomacia, dos trabalhadores dos correios e dos operadores dos telefones, comumente está associado a uma trombeta, indicando que é aquele que transmite a Voz de Deus, o portador das notícias. Na sua página, descrevemos com detalhes as suas aparições citadas na Bíblia . Além da missão mais importante e jamais dada a uma criatura, que o Senhor confiou a ele: o anúncio da encarnação do Filho de Deus. Motivo que o fez ser venerado, até mesmo no islamismo.
Rafael, cujo significado é "Deus te cura" ou "cura de Deus", teve a função de acompanhar o jovem Tobias, personagem central do livro Tobit, no Antigo Testamento, em sua viagem, como seu segurança e guia. Foi o único que habitou entre nós, passagem que pode ser lida na página dedicada a ele. Guardião da saúde e da cura física e espiritual, é considerado, também, o chefe da ordem das virtudes. É o padroeiro dos cegos, médicos, sacerdotes e, também, dos viajantes, soldados e escoteiros.
A Igreja Católica considera esses três arcanjos poderosos intercessores dos eleitos ao trono do Altíssimo. Durante as atribulações do cotidiano, eles costumam aconselhar-nos e auxiliar, além, é claro, de levar as nossas orações ao Senhor, trazendo as mensagens da Providência Divina. Preste atenção, ouça e não deixe de rezar para eles.
 


São Gabriel, arcanjo
O Anjo da Anunciação


Segundo o evangelho de são João, são sete os espíritos que atendem ao trono de Deus, tratando diretamente com ele e executando suas missões no universo. Gabriel é o arcanjo da Anunciação, aquele que usa a trombeta para levar as notícias. O seu nome significa "emissário do Senhor" e é o mais ligado aos acontecimentos da terra.
A maior preocupação deste arcanjo é desfazer conflitos e proporcionar aos seres humanos a capacidade de adaptação a todas as circunstâncias. É enviado à terra sempre com o objetivo de transmitir a luz divina e sensibilizar os adultos em relação às crianças e à própria humanidade. Este espírito puro do trono celeste é visto, citado e repetido tanto no Velho quanto no Novo Testamento.
Gabriel arcanjo foi o escolhido por Deus para acompanhar todo o advento da salvação, desde a revelação das profecias à anunciação da chegada do Messias, acompanhando-o durante toda a sua vida terrena, Paixão e Ressurreição. Além disso, é o portador da oração mais popular e mais querida do cristianismo: a ave-maria.
Vejamos algumas passagens do Evangelho de suas missões no evento que mudou a humanidade. Foi Gabriel arcanjo quem explicou ao profeta Daniel sua freqüente visão do carneiro e do bode. Foi ele, também, quem anunciou, ao mesmo profeta, a trajetória destinada a sua nação; a chegada do Messias, até a negação do mesmo por parte de seu povo, e sua morte na Terra.
Ele também apareceu ao sacerdote Zacarias, anunciando que sua mulher lhe daria um filho profeta, chamado João Batista, o precursor do Cristo. E como Zacarias duvidou, por ser velho e a mulher estéril, castigou-o com a perda da voz até que tudo se cumprisse.
O seu apogeu ocorreu na Anunciação à Virgem Maria sobre a encarnação do Filho de Deus. Suas primeiras palavras tornaram-se uma oração, aquela que todos recorrem para pedir a proteção, a bênção ou a intervenção de Nossa Senhora: "Alegra-te, Maria, cheia de graça. O senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres". Contou-lhe, então, o que a esperava, a missão que lhe era confiada, preparou-a espiritualmente para entender a intervenção do Espírito Santo. Fazendo o mesmo com o justo José, seu esposo, que, graças à aparição de Gabriel, compreendeu o que se passava, entregando-se de corpo e alma àquela missão.
Os teólogos e a Igreja entendem que foi também missão deste arcanjo avisar aos pastores de Belém sobre a chegada do Messias; alertar os reis magos para que não voltassem a Jerusalém; dar a José a ordem de fugir para o Egito e, depois, retornar a Nazaré; consolar Jesus no horto das Oliveiras e anunciar às santas mulheres a Ressurreição do Cristo.
Gabriel arcanjo e seus anjos são os mensageiros das boas notícias, ajudam-nos a dar bom rumo e direção à nossa vida, dão-nos compreensão e sabedoria. É a ele que recorremos quando necessitamos desses dons.  
Por isso devemos, sempre, agradecer por sua colaboração com nossas sinceras orações, em especial nos dias 24 de março e 29 de setembro, quando é festejado por todo o Povo de Deus, a Igreja de Cristo.

 

São Rafael, arcanjo

O nome deste arcanjo vem do hebraico Rafa, sinônimo de cura, e El, que significa Deus. "Cura de Deus" ou "Curador divino", este é o arcanjo Rafael, que é o chefe dos anjos da guarda, considerado o anjo da Providência, que vela por toda a humanidade. Este arcanjo cura todos os ferimentos da alma e do corpo e defende igualmente as criaturas, de qualquer raça ou classe social, perante Deus.
Rafael é um dos sete arcanjos que fazem parte do círculo mais próximo do Senhor, um de seus mensageiros. Foi o único, segundo as Escrituras, que assumiu a forma humana e viveu entre os seres humanos durante alguns meses.
Segundo o Antigo Testamento, no livro de Tobit, foi o arcanjo que acompanhou o jovem filho deste, como guia conhecedor da região, na longa e perigosa viagem que fez à Média, no Egito. Ele protegeu Tobias durante esse período e inspirou-o a casar-se com Sara, sua parenta, a qual curou de uma obsessão, além da cegueira de seu pai, Tobit. Depois disso, apresentou-se:
[...] chamou-os à parte e disse-lhes: "Bendizei a Deus e proclamai entre todos os viventes os bens que ele vos concedeu [...] Eu sou Rafael, um dos sete anjos que estão sempre presentes e tem acesso junto à glória do Senhor [...]" Pai e filho, cheios de espanto caíram com a face em terra, com grande temor. Mas ele lhes disse: "Não tenhais medo [...] Se estive convosco, não foi por pura benevolência minha para convosco, mas por vontade de Deus [...] E agora, bendizei ao Senhor sobre a terra e daí graças a Deus. Vou voltar para aquele que me enviou. Ponde por escrito tudo quanto vos aconteceu [...]" (Tb 5-12).
Rafael arcanjo é o portador da virtude da cura, do dom da transformação, da beleza curativa que é sua função no mundo. Conduz a humanidade ensinando-lhe o caminho da defesa contra os males físicos e espirituais que a possa ameaçar.
Motivo que o tornou padroeiro dos sacerdotes e dos médicos, embora não deixem de pedir-lhe amparo os viajantes, soldados e escoteiros. Pleno de misericórdia, suas virtudes espirituais estão sempre direcionadas para hospitais, instituições e lares, onde esses dons são necessários.
Entretanto ele tem um especial cuidado com os peregrinos, mas não só os que viajam, também aqueles que estão em peregrinação rumo a Deus. Rafael arcanjo protege-os e guia pelo caminho reto e seguro da vida, que é a Paixão de Cristo, onde encontramos a verdadeira felicidade e salvação eterna, cura completa do corpo e da alma.
A Igreja celebrava-o, especialmente, no dia 24 de outubro. Desde 1969, sua festa passou para 29 de setembro, mas os devotos de todo o mundo veneram-no todos os dias, durante suas orações.



São Miguel, arcanjo

O nome Miguel tem o significado de uma pergunta: "Quem é um com Deus?". Uma alusão bem clara do alto grau de convicção e fidelidade que este arcanjo tem no Altíssimo, ao qual atende diretamente no seu trono, comandando o seu exército de anjos. Por isso podemos traduzir seu nome como "semelhança de Deus", já que semelhante não é um sinônimo de igual.
Este espírito puro é também chamado e reconhecido como príncipe do céu e ministro de Deus. Seu nome é citado três vezes no Evangelho: no capítulo 12 do livro de Daniel, no capítulo 12 do livro do Apocalipse e na carta de são Judas.
Segundo a Bíblia, é um dos sete espíritos que assistem ao trono do Altíssimo. O profeta Daniel nomeia este arcanjo chamando-o de príncipe protetor dos judeus e depositário das profecias do Antigo Testamento. Sendo assim, Miguel torna-se, também, protetor especial de todos nós, filhos de Deus, pois a Igreja e o seu povo são herdeiros definitivos das revelações e dos mistérios divinos. Por isso Miguel arcanjo assumiu a posição de padroeiro da Igreja Católica.
Miguel arcanjo, protetor dos justos, é assim lembrado na passagem bíblica do Apocalipse. Pois nela se vê que houve uma batalha no céu e Miguel, com seu exército de anjos, teve de combater e vencer a primitiva serpente, chamada de satanás. A partir daquele momento, satanás não tinha mais lugar no céu e foi expulso para a terra, juntamente com seus anjos maus, os demônios. Assim começou a antiga batalha do bem contra o mal.
Espírito vigoroso, atravessa céus e terras inundando os seres humanos com os sentimentos de justiça e arrependimento. Ele intercede pelo nosso livre-arbítrio, defende-nos, pisando nos dragões da indecisão e da dúvida. E quando o invocamos, ele nos defende, com o grande poder que Deus lhe concedeu, para mantermos a serenidade, a fé e para perseverarmos na nossa missão dentro dos preceitos da Igreja de Cristo, até entrarmos na vida eterna.
Na carta de são Judas, lê-se: "O arcanjo Miguel, quando enfrentou o diabo, disse: 'Que o Senhor o condene'". Por isso Miguel arcanjo é representado nas artes vestindo armadura e atacando o dragão infernal. Segundo a tradição, foi este arcanjo quem libertou o apóstolo Pedro da prisão e o conduziu entre os guardas. A Igreja Católica tem uma grande devoção pelo arcanjo Miguel, e o comemora no dia 29 de setembro.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

São Vicente de Paulo


Vicente de Paulo foi, realmente, uma figura extraordinária para a humanidade. Pertencia a uma família pobre, de cristãos dignos e fervorosos. Nasceu em Pouy, França, no dia 24 de abril de 1581.
Na infância, foi um simples guardador de porcos, o que não o impediu de ter uma brilhante ascensão na alta Corte da sociedade de sua época. Aos dezenove anos, foi ordenado padre e, antes de ser capelão da rainha Margarida de Valois, ficou preso durante dois anos nas mãos dos muçulmanos. O mais curioso é que acabou sendo libertado pelo seu próprio "dono", que, ao longo desse período, Vicente conseguiu converter ao cristianismo.
Todos o admiravam e respeitavam: do cardeal Richelieu à rainha Ana da Áustria, além do próprio rei Luís XIII, que fez questão absoluta de que Vicente de Paulo estivesse presente no seu leito de morte.
Mas quem mais era merecedor da piedade e atenção de Vicente de Paulo eram mesmo os pobres, os menos favorecidos, que sofriam as agruras da miséria. Quando Mazarino, em represália às barricadas erguidas pela França, quis fazer o país entregar-se pela fome, Vicente de Paulo organizou, em São Lázaro, uma mesa popular para servir, diariamente, refeições a duas mil pessoas famintas.
Apesar de ter sempre pouco tempo para os livros, tinha-o muito quando era para tratar e dar alívio espiritual. Quando convenceu o regente francês de que o povo sofria por falta de solidariedade e de pessoas caridosas para estenderem-lhe as mãos, o rei, imediatamente, nomeou-o para ser o ministro da Caridade. Com isso, organizou um trabalho de assistência aos pobres em escala nacional. Fundou e organizou quatro instituições voltadas para a caridade: a "Confraria das Damas da Caridade", os "Servos dos Pobres", a "Congregação dos Padres da Missão", conhecidos como padres lazaristas, em 1625, e, principalmente, as "Filhas da Caridade", em 1633.
Este homem prático, firme, dotado de senso de humor, esperto como um camponês, e sobretudo realista, que dizia aos sacerdotes de São Lazaro: "Amemos Deus, irmãos meus, mas o amemos às nossas custas, com a fadiga dos nossos braços, com o suor do nosso rosto", morreu em Paris no dia 27 de setembro de 1660.
Canonizado em 1737, são Vicente de Paulo é festejado no dia de sua morte, pelos seus filhos e sua filhas espalhados nos quatro cantos do mundo. E por toda a sociedade leiga cristã engajada em cuidar para que seu carisma permaneça, pela ação de suas fundações, que florescem, ainda, nos nossos dias, sempre a serviço dos mais necessitados, doentes e marginalizados.


Corpo de São Vicente de Paulo, em Paris

A presença da Igreja Católica na Alemanha

File:Deutschland Kirchenprovinzen kath.png

Mapa das dioceses alemãs

          Há 7 arquidioceses e 20 dioceses na Alemanha:

Arquidiocese de Bamberg
Diocese de Würzburg
Diocese de Speyer
Diocese de Eichstätt
Arquidiocese de Berlin
Diocese de Dresden-Meissen
Diocese de Görlitz
Arquidiocese de Colônia
Diocese de Aachen
Diocese de Essen
Diocese de Limburg
Diocese de Münster
Diocese de Trier
Arquidiocese de Freiburg
Diocese de Mainz
Diocese de Rottenburg-Stuttgart
Arquidiocese de Hamburgo
Diocese de Hildesheim
Diocese de Osnabrück
Arquidiocese de Munique e Freising
Diocese de Augsburg
Diocese de Passau
Diocese de Regensburg
Arquidiocese de Paderborn
Diocese de Erfurt
Diocese de Fulda
Diocese de Magdeburg


File:Roman catholics germany 2008 de.png

porcentagem de católicos por diocese


           A Igreja Católica na Alemanha conta com um total de mais de 25 milhões de batizados, que são servidos em mais de 12 mil igrejas e comunidades. São 7 as arquidioceses e 20 as dioceses, além de 1 exarcado oriental e 1 ordinariato militar.
           São 108 os bispos, 13.625 os padres diocesanos e 4.277 os padres religiosos. Os diáconos permanentes são 2.789, 1.498 são os religiosos não sacerdotes e 29.951 são o número das religiosas. Os leigos catequistas são 10.717, os missionários são 856.
            As obras sociais da Igreja são impressionantes:
- 8.904 escolas maternais com 596.654 alunos matriculados;
- 219 escolas primárias com 35.281 alunos matriculados;
- 809 esolas secundárias e superiores com 349.252 alunos inscritos;
- 466 hospitais;
- 1.760 ambulatórios e dispensários;
- 2.851 casas para idosos;
- 505 orfanatos;
- 760 jardins de infância;
- 2.515 consultórios matrimoniais;
- 2.075 centros de reeducação social;
- 515 outras instituições.
          É uma igreja ativa e presente na vida social de uma nação e que não podemos ficar presos à alguns fatos lamentáveis que sobretudo a mídia gosta de explorar para diluir a beleza de sua força. São os pecados que precisam de conversão, mas com certeza é muito maior a força de sua presença em favor da vida e dos valores humanos junto a esse povo tão forte e prestativo e, sobretudo, muito caridoso em favor dos pobres do terceiro mundo. Quantas não são, milhares de obras desde a promoção humana até a construção de igrejas, seminários, colégios, faculdades, hospitais, creches etc pelo mundo afora não foram possíveis senão graças à generosidade dos alemães católicos.
          Amemos a Igreja, amemos a Igreja presente na Alemanha.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

PAPA BENTO XVI: Os Santos transformam o mundo.

 

24.09.2011 – Erfurt – Alemanha: Continua a viagem Apostólica de Bento XVI à Alemanha, que tem como lema "Onde estiver Deus, há futuro." É a sua 21ª viagem apostólica internacional e a terceira à Alemanha, sua terra natal. Na manhã deste sábado o Santo Padre celebrou a Santa Missa na Praça da Catedral de Erfurt com a presença de 50 mil fiéis.

Amados irmãos e irmãs,

"Louvai o Senhor em todo o tempo, porque Ele é bom": assim cantamos antes do Evangelho. Sim, temos verdadeiramente motivos para agradecer a Deus com todo o coração. Nesta cidade, se recuarmos com o pensamento até 1981, o ano jubilar de Santa Isabel, há trinta anos – eram os tempos da República Democrática Alemã –, quem teria imaginado que o muro e o arame farpado nas fronteiras cairiam poucos anos depois? E, se recuarmos ainda mais – cerca de setenta anos – até 1941, até ao tempo do nacional-socialismo, quem seria capaz de predizer que o chamado "Reich milenário" ficaria reduzido a cinzas apenas quatro anos mais tarde?

Amados irmãos e irmãs, aqui na Turíngia, na República Democrática Alemã de então, tivestes de suportar uma ditadura "pardacenta" [nazista] e uma "vermelha" [comunista], cujo efeito sobre a fé era parecido com o que tem a chuva ácida. Desse tempo, há ainda muitas consequências tardias a debelar, sobretudo no âmbito intelectual e religioso! Hoje, a maioria das pessoas nesta terra vive longe da fé em Cristo e da comunhão da Igreja. Mas as últimas duas décadas mostram também experiências positivas: um horizonte mais largo, um intercâmbio para além das fronteiras, uma certeza confiante de que Deus não nos abandona e nos guia por caminhos novos. "Onde há Deus, há futuro".

Todos nós estamos convencidos de que a nova liberdade ajudou a dar à vida dos homens uma dignidade maior e a abrir novas e variadas possibilidades. E do ponto de vista da Igreja podemos também assinalar, com gratidão, muitas facilitações: novas possibilidades para as atividades paroquiais, a restauração e o alargamento de igrejas e centros paroquiais, iniciativas diocesanas de caráter pastoral ou cultural.

Mas estas possibilidades trouxeram-nos também um crescimento na fé? Não será talvez preciso procurar as raízes profundas da fé e da vida cristã noutra realidade bem diversa da liberdade social? Houve muitos católicos resolutos que permaneceram fiéis a Cristo e à Igreja, precisamente na difícil situação de uma opressão exterior. Aceitaram arcar com desvantagens pessoais, para viverem a própria fé.

Quero aqui agradecer aos sacerdotes e aos seus colaboradores e colaboradoras de então. De modo particular, quero recordar a pastoral dos refugiados imediatamente depois da II Guerra Mundial: então muitos clérigos e leigos realizaram grandes coisas para atenuar a penosa situação dos prófugos e dar-lhes uma nova Pátria. Por fim, dirijo um sincero agradecimento aos pais que, no meio da diáspora e num ambiente político hostil à Igreja, educaram os seus filhos na fé católica.

Por exemplo, merecem ser recordadas, com gratidão, as Semanas Religiosas para as crianças durante as férias, e também o trabalho frutuoso das Casas para a juventude católica Sankt Sebastian, em Erfurt, e Marcel Callo, em Heiligenstadt. Especialmente em Eichsfeld, houve muitos cristãos católicos que resistiram à ideologia comunista. Queira Deus recompensar abundantemente a perseverança na fé. O corajoso testemunho e a paciente confiança na providência de Deus são como uma semente preciosa que promete fruto abundante para o futuro.

A presença de Deus manifesta-se, de maneira particularmente clara, nos seus Santos. O seu testemunho de fé pode, também hoje, dar-nos a coragem para um novo despertar. Aqui pensemos sobretudo nos Santos Padroeiros da diocese de Erfurt: Isabel da Turíngia, Bonifácio e Kilian. Isabel veio de um país estrangeiro, da Hungria, para Wartburg na Turíngia. Levou um vida de intensa oração, associada com a penitência e a pobreza evangélica.

Regularmente, descia do seu castelo até à cidade de Eisenach para lá cuidar pessoalmente dos pobres e dos doentes. Foi breve a sua vida nesta terra – chegou apenas à idade de vinte e quatro anos –, mas o fruto da sua santidade foi imenso. Santa Isabel goza de grande estima também entre os cristãos evangélicos; pode ajudar-nos a todos a descobrir a plenitude da fé transmitida e a traduzi-la na nossa vida diária.

Para as raízes cristãs do nosso país, remete também a fundação da diocese de Erfurt, no ano 742, por São Bonifácio. Este fato constitui simultaneamente a primeira menção escrita que há da cidade de Erfurt. Aquele Bispo missionário viera da Inglaterra e trabalhou em estreita ligação com o Sucessor de São Pedro. Veneramo-lo como o «Apóstolo da Alemanha»; morreu mártir. Dois dos seus companheiros, que partilharam com ele o testemunho do sangue pela fé cristã, estão aqui sepultados na Catedral de Erfurt: são os Santos Eoban e Adelar.

Antes dos missionários anglo-saxões, tinha já trabalhado na Turíngia São Kilian, um missionário itinerante que provinha da Irlanda. Juntamente com dois companheiros, morreu mártir em Würzburg, porque criticara o comportamento moralmente transviado do duque da Turíngia, lá residente. Por fim, não quero esquecer São Severo, o Padroeiro da Severikirche, aqui na Praça da Catedral: no século IV, era Bispo de Ravena; no ano 836, os seus restos mortais foram trazidos para Erfurt, para enraizar mais profundamente a fé cristã nesta região.

Que têm em comum estes Santos? Como podemos descrever a faceta particular da sua vida, tornando-a fecunda para nós?

Sim, os Santos mostram-nos que é possível e que é bom viver, de modo radical, a relação com Deus, colocando Deus no primeiro lugar e não como uma realidade entre as outras. Os Santos põem em evidência o fato de que foi Deus que tomou a iniciativa de Se dirigir a nós; em Jesus Cristo, manifestou-Se e manifesta-Se a nós. Cristo vem ao nosso encontro, fala a cada indivíduo e convida-o a segui-Lo. Esta possibilidade foi valorizada pelos Santos: a partir do íntimo de si mesmos, propenderam por assim dizer para Ele no diálogo íntimo da oração, e d’Ele receberam a luz que lhes desvendou a vida verdadeira.

Essencialmente, a fé é sempre também um acreditar junto com os outros. O fato de poder crer devo-o, antes de mais nada, a Deus que Se dirige a mim e, por assim dizer, «acende» a minha fé. Mas, de um modo muito concreto, devo a minha fé também àqueles que vivem ao meu redor e que acreditaram antes de mim e acreditam juntamente comigo.

Este «com», sem o qual não pode haver qualquer fé pessoal, é a Igreja. E esta Igreja não se detém diante das fronteiras dos países; demonstra-o as nacionalidades dos Santos que há pouco mencionei: Hungria, Inglaterra, Irlanda e Itália. Daqui se vê como é importante a permuta espiritual, que se dilata através da Igreja inteira.

Se nos abrirmos à fé integral ao longo de toda a história e nos seus testemunhos em toda a Igreja, então a fé católica tem um futuro, mesmo como força pública na Alemanha. Ao mesmo tempo as figuras dos Santos que recordamos mostram-nos a grande fecundidade de uma vida santa, deste amor radical a Deus e ao próximo. Os Santos, apesar de serem poucos, mudam o mundo.

Assim as mudanças políticas do ano 1989, no vosso país, não foram motivadas apenas pelo desejo de bem-estar e liberdade de ir e vir, mas também, e de modo decisivo, pelo anseio de veracidade. Este anseio foi mantido desperto, para além do mais, por pessoas que se devotaram totalmente ao serviço de Deus e do próximo e estavam dispostas a sacrificar a própria vida. Tais pessoas e os Santos recordados dão-nos a coragem para tirarmos proveito da nova situação. Não queremos esconder-nos numa fé apenas privada, mas queremos administrar responsavelmente a liberdade alcançada.

À semelhança dos Santos Kilian, Bonifácio, Adelar, Eoban e Isabel da Turíngia, queremos ir, como cristãos, ao encontro dos nossos concidadãos e convidá-los a descobrirem conosco a plenitude da Boa Nova. Então seremos semelhantes ao famoso sino da catedral de Erfurt que se chama «Glorioso». É considerado o maior sino medieval do mundo que oscila livremente. É um sinal palpável do nosso profundo enraizamento na tradição cristã, mas também um sinal para nos pormos a caminho empenhando-nos na missão. O referido sino tocará também hoje no fim da Missa solene. Possa então estimular-nos para, a exemplo dos Santos, tornarmos visível e audível o testemunho de Cristo no mundo em que vivemos. Amem.

Fonte: Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.

PAPA CELEBRA A SANTA MISSA: "DIANTE DE DEUS NÃO CONTAM AS PALAVRAS, MAS O AGIR"

25.09.2011 - Friburgo, Alemanha: Diante de Deus “não contam as palavras, mas o agir, a ação de conversão e de fé”. Assim, o Papa Bento XVI comentou a parábola dos dois filhos convidados pelo pai a trabalhar na vinha, no Evangelho de Mateus. Diante de uma multidão de quase cem mil fiéis, com os bispos provenientes de todas as dioceses da Alemanha, o Papa celebrou nesta manhã no aeroporto de Friburgo a Santa Missa e a oração do Angelus no último dia desta 21ª viagem apostólica.
Amados irmãos e irmãs,

Com particular emoção volto aqui para celebrar a Eucaristia, a Ação de Graças, com tanta gente vinda de diversas partes da Alemanha e dos países limítrofes. A nossa ação de graças, queremos dirigi-la sobretudo a Deus, em Quem vivemos e nos movemos; mas quero agradecer também a todos vós pela vossa oração em favor do Sucessor de Pedro, para que ele possa continuar a desempenhar o seu ministério com alegria e segura esperança, confirmando os irmãos na fé.

"Ó Deus, que manifestais a vossa onipotência sobretudo com a misericórdia e o perdão…": rezamos na coleta de hoje. Na primeira leitura, ouvimos dizer como Deus, na história de Israel, manifestou o poder da sua misericórdia. A experiência do exílio babilonense fizera o povo cair numa crise de fé: Por que sucedera aquela desgraça? Seria Deus verdadeiramente poderoso?

Há teólogos que, à vista de todas as coisas terríveis que acontecem hoje no mundo, dizem que Deus não pode ser onipotente. Diversamente, nós professamos Deus, o Onipotente, o Criador do céu e da terra. Sentimo-nos felizes e agradecidos por Ele ser onipotente; mas devemos, ao mesmo tempo, dar-nos conta de que Ele exerce o seu poder de maneira diferente de como costumam fazer os homens. Ele próprio impôs um limite ao seu poder, ao reconhecer a liberdade das suas criaturas.

Sentimo-nos felizes e agradecidos pelo dom da liberdade; mas, quando vemos as coisas tremendas que sucedem por causa dela, assustamo-nos. Mantenhamos a confiança em Deus, cujo poder se manifesta sobretudo na misericórdia e no perdão. E estejamos certos, amados fiéis, de que Deus deseja a salvação do seu povo. Deseja a nossa salvação.

Sempre, mas sobretudo em tempos de perigo e transtorno, Ele está perto de nós, o seu coração comove-se por nós, inclina-se sobre nós. Para que o poder da sua misericórdia possa tocar os nossos corações, requer-se a abertura a Ele, é preciso a disponibilidade de abandonar o mal, levantar-se da indiferença e dar espaço à sua Palavra. Deus respeita a nossa liberdade; não nos constrange.

No Evangelho, Jesus retoma este tema fundamental da pregação profética. Narra a parábola dos dois filhos que são convidados pelo pai para irem trabalhar na vinha. O primeiro filho respondeu: "Não quero. Depois, porém, arrependeu-se e foi" (Mt 21, 29). O outro, ao contrário, disse ao pai: "Eu vou, senhor. Mas, de fato, não foi" (Mt 21, 30).
À pergunta de Jesus sobre qual dos dois cumprira a vontade do pai, os ouvintes respondem: "O primeiro" (Mt 21, 31). A mensagem da parábola é clara: Não são as palavras que contam, mas o agir, os atos de conversão e de fé. Jesus dirige esta mensagem aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, isto é, aos peritos de religião no povo de Israel.

Estes começam por dizer "sim" à vontade de Deus; mas a sua religiosidade torna-se rotineira, e Deus já não os inquieta. Por isso sentem a mensagem de João Batista e a de Jesus como um incômodo. E assim o Senhor conclui a sua parábola com estas palavras drásticas: "Os publicanos e as mulheres de má vida vão antes de vós para o Reino de Deus. João Batista veio ao vosso encontro pelo caminho que leva à justiça, e não lhe destes crédito, mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram nele. E vós, que bem o vistes, nem depois vos arrependestes, acreditando nele" (Mt 21, 31-32).

Traduzida em linguagem do nosso tempo, a frase poderia soar mais ou menos assim: agnósticos que, por causa da questão de Deus, não encontram paz e pessoas que sofrem por causa dos nossos pecados e sentem desejo dum coração puro estão mais perto do Reino de Deus de quanto o estejam os fiéis rotineiros, que na Igreja já só conseguem ver o aparato sem que o seu coração seja tocado pela fé.

Assim, a palavra de Jesus deve fazer-nos refletir; antes, deve abalar a todos nós. Isto, porém, não significa de modo algum que todos quantos vivem na Igreja e trabalham para ela se devam considerar distantes de Jesus e do Reino de Deus. Absolutamente, não! Antes, este é o momento bom para dizer uma palavra de profunda gratidão a tantos colaboradores, contratados ou voluntários, sem os quais a vida nas paróquias e na Igreja inteira seria impensável.

A Igreja na Alemanha possui muitas instituições sociais e caritativas, onde se cumpre o amor do próximo de forma eficaz, mesmo socialmente e até aos confins da terra. Quero exprimir a minha gratidão e o meu apreço a todos quantos estão empenhados na Cáritas alemã ou noutras organizações, ou então que disponibilizam generosamente o seu tempo e as suas forças para tarefas de voluntariado na Igreja.

Tal serviço requer, primariamente, uma competência objetiva e profissional; mas, no espírito do ensinamento de Jesus, exige-se algo mais, ou seja, o coração aberto, que se deixa tocar pelo amor de Cristo, e deste modo é prestado ao próximo, que precisa de nós, mais do que um serviço técnico: o amor, no qual se torna visível ao outro o Deus que ama, Cristo.

Neste sentido, interroguemo-nos: Como é a minha relação pessoal com Deus na oração, na participação na Missa dominical, no aprofundamento da fé por meio da meditação da Sagrada Escritura e do estudo do Catecismo da Igreja Católica? Queridos amigos, em última análise, a renovação da Igreja só poderá realizar-se através da disponibilidade à conversão e duma fé renovada.

No Evangelho deste domingo, fala-se de dois filhos, mas misteriosamente por detrás deles há ainda um terceiro filho. O primeiro filho diz "não", mas depois cumpre a vontade do pai. O segundo filho diz "sim", mas não faz o que lhe foi ordenado. O terceiro filho diz "sim" e faz também o que lhe foi ordenado. Este terceiro filho é o Filho Unigênito de Deus, Jesus Cristo, que aqui nos reuniu a todos.

Ao entrar no mundo, Ele disse: "Eis que venho (…) para fazer, ó Deus, a vossa vontade" (Heb 10, 7). Este "sim", Ele não se limitou a pronunciá-lo, mas cumpriu-o. Diz-se no hino cristológico da segunda leitura: "Ele, que era de condição divina, não quis ter a exigência de ser posto ao nível de Deus. Antes, a Si próprio Se despojou, tomando a condição de escravo, ficando semelhante aos homens. Tido no aspecto como simples homem, ainda mais Se humilhou a Si mesmo, obedecendo até à morte e morte na cruz" (Flp 2, 6-8).

Em humildade e obediência, Jesus cumpriu a vontade do Pai, morreu na cruz pelos seus irmãos e irmãs e redimiu-nos da nossa soberba e obstinação. Agradeçamos-Lhe pelo seu sacrifício, ajoelhemos diante do seu Nome e, juntamente com os discípulos da primeira geração, proclamemos: "Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Fl 2, 11).

A vida cristã deve medir-se continuamente pela de Cristo: "Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus" (Fl 2, 5) – escreve São Paulo ao introduzir o hino cristológico. E, alguns versículos antes, exorta: "Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade; se existe alguma participação nos dons do Espírito Santo, alguns sentimentos de ternura e misericórdia, então completai a minha alegria, mantendo-vos unidos nos mesmos sentimentos: conservai a mesma caridade, uma alma comum, um mesmo e único sentir" (Fl 2, 1-2). Assim como Cristo estava totalmente unido ao Pai e era-Lhe obediente, assim também os seus discípulos devem obedecer a Deus e manter entre si um mesmo sentir.

Queridos amigos, com Paulo ousou exortar-vos: Tornai plena a minha alegria, permanecendo firmemente unidos em Cristo! A Igreja na Alemanha vencerá os grandes desafios do presente e do futuro e continuará a ser fermento na sociedade, se os sacerdotes, as pessoas consagradas e os leigos que acreditam em Cristo, na fidelidade à vocação específica de cada um, colaborarem em unidade; se as paróquias, as comunidades e os movimentos se apoiarem e enriquecerem mutuamente; se os batizados e os crismados, em união com o Bispo, mantiverem alta a chama de uma fé intacta e, por ela, deixarem iluminar a riqueza dos seus conhecimentos e capacidades.

A Igreja na Alemanha continuará a ser uma bênção para a comunidade católica mundial, se permanecer fielmente unida aos Sucessores de São Pedro e dos Apóstolos, se tiver a peito de variados modos a cooperação com os países de missão e se nisto se deixar "contagiar" pela alegria na fé das jovens Igrejas.

Com a exortação da unidade, Paulo associa o apelo à humildade: "Não façais nada por rivalidade, nem por vanglória; mas, por humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros" (Fl 2, 3-4). A vida cristã é uma "existência-para": um viver para o outro, um compromisso humilde a favor do próximo e do bem comum.

Amados fiéis, a humildade é uma virtude que hoje não goza de grande estima. Mas os discípulos do Senhor sabem que esta virtude é, por assim dizer, o óleo que torna fecundos os processos de diálogo, fácil a colaboração e cordial a unidade. Humilitas, a palavra latina donde deriva "humildade", tem a ver com humus, isto é, com a aderência à terra, à realidade.

As pessoas humildes vivem com ambos os pés na terra; mas sobretudo escutam Cristo, a Palavra de Deus, que ininterruptamente renova a Igreja e cada um dos seus membros.

Peçamos a Deus a coragem e a humildade de prosseguirmos pelo caminho da fé, de nos saciarmos na riqueza da sua misericórdia e de mantermos o olhar fixo em Cristo, a Palavra que faz novas todas as coisas, que é para nós "o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14, 6), que é o nosso futuro. Amém.

Fonte: Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.