quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Beato Daniel Brottier


        Nascido na França, no dia 7 de setembro de 1876, o histórico de vida deste santo é um impressionante testemunho de fé cristã. Depois de ter sido missionário na África, quando a Primeira Guerra Mundial começou, São Daniel Brottier se alistou, voluntariamente, para ser capelão militar nas linhas de frente. Permaneceu na guerra por quatro anos, cuidando dos feridos e dando assistência espiritual a seus compatriotas. 


        Em 1923, assumiu a direção da Casa dos Órfãos Aprendizes de Auteuil, que chegou a cuidar de mais de mil e quatrocentos jovens abandonados. 
       Fundou também a União Nacional dos Antigos Combatentes, que chegou a receber mais de dois milhões de associados.
        Muito devoto e bondoso e, acima de tudo, humilde, a sua capacidade inventiva e de organização fizeram dele um verdadeiro apóstolo. 
       Morreu no dia 28 de fevereiro de 1936 e foi beatificado pelo papa João Paulo II, em 1984, em Roma.

Beato Timóteo Trojanowiski, presbítero e mártir

Beato Timoteo Tronajowski, mártir polaco

           Stanislaw Antoni nasceu 29 julho 1908, na aldeia de Sadlowo, na diocese de Plock, na Polônia. A precariedade da família levou-o a trabalhar a partir de uma idade precoce. Em 5 de Março de 1930 ele entrou no convento dos Frades Menores Conventuais e Niepokalanow.
       De janeiro de 1931 ele foi capaz de iniciar o seu noviciado com o nome de Tymoteusz. Toda a vida religiosa foi realizada em Niepokalanow, trabalhando no departamento de expedição da revista "Cavaleiros da Imaculada", no entreposto e fornecimento nell'infermeria, onde se dedicou aos doentes.
         Em 3 de Maio de 1937 comunicada ao seu superior a sua vontade de ir em uma missão "em qualquer lugar, qualquer hora, desde a vontade de Deus." Irmão disciplinado e fiel à sua vocação, tinha uma grande confiança por parte de seu famoso pai superior Kolbe.
           À eclosão da II Guerra Mundial em 1939, ele optou por permanecer Niepokalanow. Em 14 de Outubro de 1941 ele foi preso pela Gestapo com seis irmãos, incluindo um Bonifacy, e encarcerados na prisão de Varsóvia.
          Na prisão ele foi capaz de dedicar muito tempo à oração, dando coragem a outros e oferecer cada vez para um trabalho árduo. Em 8 de Janeiro de 1942 ele foi novamente deportado com Bonifacy entre o campo de concentração de Oswiecim com o número 25431.
         Foi originalmente destinado ao transporte de materiais de construção e, em seguida, de escavação e transporte de cascalho. Sempre suportou com grande coragem, a fome, o frio e trabalho árduo.
         Acometido de pneumonia, morreu em 28 julho 1942. Foi proclamado Beato pelo Papa João Paulo II em 13 de Junho de 1999 em Varsóvia, o grupo de 108 mártires polacos do nazismo.

Santo Hilário, papa

           Papa São Hilário


           Nascido na Toscana, Itália, cujo pontificado teve como objetivo fundamental a defesa da unidade e da ortodoxia na igreja ocidental, com à desintegração do Império Romano. Eleito sucessor do papa Sisto III (440), defendeu com firmeza o primado de Roma na jurisdição da igreja e sustentou ter sido esse poder outorgado por Cristo somente a São Pedro, que o transmitiu a seus sucessores. 
           Combateu vigorosamente as heresias, como o nestorianismo e o pelagianismo, por meio de uma formulação sistemática da doutrina ortodoxa. Sua defesa da doutrina da encarnação de Cristo, num documento contra o teólogo Eutiques de Constantinopla, foi aceita como verdade dogmática pelo Concílio de Calcedônia (451). Entrou para a história como um gênio da diplomacia e angariou tamanho prestígio que com os bárbaros as porta de Roma, reuniu-se com Átila e conseguiu impedir que os hunos atacassem Roma (452), bem como que os vândalos saqueassem a cidade, após a ocupação (455) e, mais que isso, fazendo com a Igreja sobreviesse à quada do Império Romano. 
           O papa de número 46 faleceu em Roma e foi São Hilário (461-468). São conservadas 432 cartas e quase cem sermões de sua autoria, expondo sua teorias e doutrinas, foi declarado doutor da igreja por Bento XIV. 

Beata Antonia de Florença, viúva e franciscana





      Antonia ou Antonieta, nascida em Florença em 1400, casou-se aos 15 anos, ficando viúva com um filho.
      São Bernardino de Siena, com alguns companheiros, difundia em muitas cidades o movimento da Observância e o retorno às origens da Ordem Franciscana. A maior parte de suas pregações era feita nas praças, pois as igrejas não continham a multidão que acorria.
      Frei Bernardino pregou na Santa Cruz, em Florença, do dia 8 de março ao dia 3 de maio de 1425. Depois de ouvi-lo, Antonia resolveu atender ao chamado de Deus. Quatro anos depois, resolvidas as questões familiares, entrou no convento florentino de Santo Onofre, das terceiras franciscanas fundadas pela Beata Angelina de Marsciano, onde edificou as Irmãs pela piedade e todas as virtudes.
      Foi enviada para o convento de Santa Ana de Folinho, e a fundadora a transferiu em seguida para Assis, Todi, e depois definitivamente a Áquila, para fundar um convento, em 2 de fevereiro de 1433. Neste convento, dedicado a Santa Isabel, foi prioresa.
      Passados vários anos, São João de Capistrano, seu diretor, fez que lhe dessem o mosteiro de Corpus Christi, na mesma Áquila, no qual ela fez renascer a observância em toda a pureza.
      Também para o filho de Antonia, Batista, São João de Capistrano teve um papel determinante. Batista esbanjara os bens da mãe, só lhe causando desgostos. Sob a direção do Santo, o jovem vestiu o hábito franciscano no convento de Campli, conduzindo uma vida exemplar.
      Depois de sete anos na direção do mosteiro, Antonia pode finalmente dedicar-se exclusivamente à contemplação e ao silêncio. “Silenciava, mas a sua fama gritava”, como se disse de Santa Clara.
      Era modesta e obediente, à mesa e no coro permanecia no último lugar, usava os hábitos mais gastos, deixados pelas Irmãs. Algumas monjas a viram em êxtase, com uma aureola luminosa sobre a cabeça. Nos últimos anos teve uma chaga na perna que a manteve acamada. Foi honrada com uma aparição da Santíssima Virgem e com várias visões.
      A Beata morreu no dia 29 de fevereiro de 1472, e foi velada com amor pelas Irmãs. Alguns milagres ocorreram antes mesmo que fosse sepultada. Uma monja tocou-a e se curou de umas chagas.
      Contra o costume, os habitantes de Áquila rogaram que o corpo ficasse exposto na igreja. Quinze dias após o sepultamento as Irmãs, querendo ainda ver o seu semblante, abriram a sepultura e a encontraram como recém-falecida. O fato se difundiu na cidade e o Bispo Agnifili ordenou que ela fosse sepultada em um local diferente.
      Em 1477, o Bispo Borgio, depois de um novo reconhecimento, constatou o estado de perfeita conservação do corpo da Madre Antonia e, sobretudo, conhecendo bem sua fama de santidade, autorizou o culto da Beata. A 11 de setembro de 1847, o Papa Beato Pio IX aprovou o culto imemorial prestado a esta Beata.

Santo Osvaldo de Worcester, bispo


 


           Osvaldo figura entre os grandes nomes católicos da Inglaterra e da Europa ao final do primeiro milênio. De origem dinamarquesa, ele era sobrinho de Oto, arcebispo da Cantuária e parente de Osil, arcebispo de York. Para abraçar a religião escolheu a vida de monge beneditino e, por isso, ingressou no convento de Fleury-sur-Lofre, na França.          Entretanto, Osvaldo foi chamado por seu tio Oscil que, desejando fazer reformas em sua diocese, escolheu o sobrinho para encabeçá-las, por causa de seu senso de justiça e da generosidade para com os pobres.
         Assim, ele foi nomeado bispo de Worcester e uniu-se a dois outros religiosos da mesma estirpe da região: Dunstan, arcebispo de Cantuária e Eteluolde , bispo de Winchester. Desse modo, Osvaldo conseguiu restabelecer a disciplina monástica que levou a diocese de seu tio a recuperar o caminho correto dentro do cristianismo. Fundou dois mosteiros em Westburi, perto de Bristol e o mais influente, o de Ramsei.
          Por esta e muitas outras obras, o rei Edgar, o nomeou arcebispo de York, em 972. Osvaldo fundou ainda uma abadia de beneditinos em Worcester e desenvolveu muito o estudo científico nos mosteiros e conventos que dirigiu.



         Mas, ao mesmo tempo em que dava grande importância aos estudos terrenos, em nenhum momento se desprendeu das obrigações e regras espirituais, alcançando a graça de receber dons especiais e vivenciar muitos fatos prodigiosos. Consta que ele operou diversas graças em vida.         No dia 28 de fevereiro de 992, como de hábito o bispo Osvaldo reproduzia durante a Quaresma a cerimônia do lava-pés e estava banhando ele próprio os pés de doze mendigos, quando morreu. O seu corpo foi transladado para uma nova sepultura na igreja de Santo Vulfistano, ele também bispo de Worcester de 1062 até 1095.



Santo Osvaldo... Rogai por nós!

São Romano, abade


        

         Nascido no ano 390, o monge Romano era discípulo de um dos primeiros mosteiros do Ocidente, o de Ainay, próximo a Lyon, na França. No século IV, quando nascia a vida monástica no Ocidente, com o intuito de propiciar elementos para a perfeição espiritual assim como para a evolução do progresso, ele se tornou um dos primeiro monges franceses. 
         Romano achava as regras do mosteiro muito brandas. Então, com apenas uma Bíblia, o que para ele era o indispensável para viver, sumiu por entre os montes desertos dos arredores da cidade. Ele só foi localizado por seu irmão Lupicino, depois de alguns anos. Romano tinha se tornado um monge completamente solitário e vivia naquelas montanhas que fazem a fronteira da França com a Suíça. Aceitou o irmão como seu aluno e seguidor, apesar de possuírem temperamentos opostos.
        A eles se juntaram muitos outros que desejavam ser eremitas. Por isso teve de fundar dois mosteiros masculinos, um em Condat e outro em Lancome. Depois construiu um de clausura, feminino, em Beaume, no qual Romano colocou como abadessa sua irmã. Os três ficaram sob as mesmas e severas regras disciplinares, como Romano achava que seria correto para a vida das comunidades monásticas. Romano e Lupicino se dividiam entre os dois mosteiros masculinos na orientação espiritual, enquanto no mosteiro de Beaume, Romano mantinha contato com a abadessa sua irmã, orientando-a pessoalmente na vida espiritual. 
         Consta nos registros da Igreja que, durante uma viagem de Romano ao túmulo de São Maurício, em Genebra, ele e um discípulo que o acompanhava, depois também venerado pela Igreja, chamado Pelade, tiveram de ficar hospedados numa choupana onde havia dois leprosos. Romano os abraçou, solidarizou-se com eles e, na manhã seguinte, os dois estavam curados. 
        A tradição, que a Igreja mantém, nos narra que este foi apenas o começo de uma viagem cheia de prodígios e milagres. Depois, voltando dessa peregrinação, Romano viveu recluso, na cela de seu mosteiro e se reencontrou na ansiada solidão. Assim ele morreu, antes de seu irmão e irmã, aos 73 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 463.
       O culto de São Romano propagou-se velozmente na França, Suíça, Bélgica, Itália, enfim por toda a Europa. As graças e prodígios que ocorreram por sua intercessão são numerosos e continuam a ocorrer, segundo os fieis que mantêm sua devoção ainda muito viva, nos nossos dias.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Beata Maria Josefa Carolina Brader, virgem e fundadora


      
      Nasceu em 14 de agosto de 1860 em Kaltbrunn, Suíça como Maria Josafa Carolina Brader. Filha única de José Sebastião Brader e Maria Anna Carolina Zahner. Educada em uma família piedosa, ela era conhecida como uma menina muito inteligente e recebeu a melhor educação que os seus pais podiam dar. Seus pais tinham grandes planos para o seu futuro, mas em vez de continuar os estudos ela sentiu um forte chamado para a vida religiosa e entrou para o convento franciscano em Maria Jilf, Alstatten em 1º de Outubro de 1880, tomando o nome de Maria da Caridade do Amor de Espírito Santo, e fez seus votos definitivos em 22 de Agosto de 1882.
        Ela foi inicialmente designada como professora. Quando foi possível para as irmãs em clausura se tornarem missionárias, irmã Caritas, como era conhecida, foi voluntária com outras 5 irmãs para trabalhar em Clone, no Equador em 1888.
       Ela trabalhou durante 6 anos como professora e catequista das crianças. Em 1893 foi transferida para Túquerres, Colombia onde as condições eram muito difíceis, mas ela superou todos as dificuldades em breve estava ensinando a fé aos pobres e desamparados.
      Ela fundou a Congregação das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada em Tuquerres, Colômbia em 31 de Março de 1893. Inicialmente composta de jovens irmãs com inclinação para o trabalho missionário elas foram em breve recebendo moças do local e outras mulheres Colombianas. Caritas serviu como Superiora Geral da Congregação de 1893 até 1919 e de novo de 1928 a 1940. As Irmãs enfatizavam a boa educação, com muitas preces e uma vida austera. Elas receberam a aprovação papal para a Congregação em 1993 e hoje elas estão nos na América Central, América do Sul, México, Suíça, Mali, Roménia e Estados Unidos.
       Caritas faleceu em 27 de fevereiro de 1943 em Pasto Colômbia e o seu tumulo logo se tornou um local de peregrinação e de devoção popular e vários milagres foram assinalados junto da sua campa a e alguns creditados à sua intercessão.
        Foi declarada Venerável em 29 de junho de 1999, e beatificada em 23 de março de 2003 pelo Papa João Paulo II.

Beata Francisca Ana Cirer y Carbonell




      Nasceu em Sencelles, Maiorca (Ilhas Baleares), Espanha, no dia 1 de junho de 1781, filha de João Cirer e Joana Carbonell, agricultores tão pobres que nunca puderam deixá-la frequentar a escola; mas tão fervorosos, que no mesmo dia do seu nascimento a levaram à fonte batismal, quando recebeu o nome de Francisca Ana Maria Boaventura.
      Sem saber ler nem escrever, entretanto aprendeu a doutrina católica de viva voz e mereceu ser crismada ao sete anos por Mons. Pedro Rubio Benedetto, bispo da diocese, e em seguida, admitida à Primeira Comunhão. 
Crescendo, adquiriu a sabedoria das virtudes católicas com tal perfeição, que a levava a praticá-las todas em grau heróico e a tornava capaz de ensinar o catecismo às crianças, o que fazia após as Missas do domingo.
     Ajudava aos pais nos trabalhos domésticos e agrícolas, mas, com a permissão dos pais, voltava à igreja no fim do dia para tomar parte no Rosário ou na Via Sacra.
     Francisca sentia desejo de se tornar religiosa, mas os pais se opunham pois ela era o único amparo para a velhice deles. Assim, em 1798, aos 17 anos, ingressou na Ordem Terceira de S. Francisco e, em 1813, na Confraria do Santíssimo Sacramento.
     A Beata tinha grande devoção à Santíssima Trindade, à Paixão de Cristo e a Nossa Senhora das Dores, a quem honrava com o terço diário e o jejum sabatino. Rezava com frequência pelas almas do Purgatório.

O convento das Irmãs em Secelles
    
       Em 2 de maio de 1815, a Beata, que compreendia a importância da conformidade com a vontade de Deus e obedecia sem lamentações, recebeu a revelação de que sua casa seria transformada em um convento das Filhas de Caridade de São Vicente de Paula.
     Aos 40 anos, Francisca ficou órfã de pai (sua mãe já havia falecido). Sendo praticamente impossível realizar seu desejo de se tornar religiosa pela idade, falta de instrução e sem dote, procurou viver como verdadeira religiosa no mundo, em companhia de uma prima, Clara Llabrés, e depois de alguns anos, de Madalena Cirer, sua sobrinha.
     Finalmente, aos 70 anos, no dia 23 de dezembro de 1850, com a aprovação de seu pároco, sua casa tornou-se convento das Irmãs da Caridade, que foi juridicamente aprovado no dia 7 de dezembro de 1851. Tinham por finalidade cuidar dos doentes e ensinar o catecismo em casa e nas paróquias. Naquele dia ela e as duas companheiras vestiram o hábito. Francisca foi eleita para ficar à frente do grupo: governou com sabedoria, prudência e humildade, cuidando da perfeita observância dos votos religiosos.
     A Beata faleceu repentinamente no dia 27 de fevereiro de 1855, aos 76 anos de idade, após ter recebido a Eucaristia. Seu funeral foi triunfal. Seus restos são venerados no Oratório da Casa de Caridade de Sencelles.
     Como se estendesse mais e mais a sua fama de santidade, deu-se início aos processos habituais para sua beatificação. Após a confirmação de um milagre obtido por sua intercessão, foi beatificada no dia 1 de outubro de 1989 por João Paulo II.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

São Porfírio de Gaza, bispo


       

         São Porfírio, o vigoroso destruidor da idolatria, nasceu em Tessalônica, na Macedônia. Instruído nas ciências, tendo a idade de 25 anos, retirou-se para a solidão de Scete, onde passou cinco anos numa gruta, nas proximidades do Jordão. A insalubridade do lugar causou-lhe grande mal à saúde, e doente chegou a Jerusalém, onde teve a notícia da morte dos pais. Em sua companhia achava-se um jovem de nome Marco. A este incumbiu de receber a herança e distribuir o dinheiro entre os pobres, o que se fez. Porfírio, não tendo reservado nada para si, viveu sempre pobre.
              Na visita diária aos Santos Lugares teve uma vez um desmaio que se transformou em visão. Apareceu-lhe Nosso Senhor na Cruz e com ele o Bom Ladrão. Jesus Cristo deu a este um sinal de ajudar Porfírio a levantar-se do chão. O Bom Ladrão estendeu-lhe a mão e disse: “Agradece a teu Salvador tua cura”. No mesmo momento Jesus Cristo desceu da Cruz e entregou-lhe a mesma, com a recomendação de guardá-la bem. Quando o Santo voltou a si, notou que estava perfeitamente curado. O sentido das palavras de Cristo, porém ficou-lhe enigmático, até que o Bispo de Jerusalém o ordenou e o nomeou guarda do santo Lenho.
             Os sacerdotes da diocese de Gaza, tendo perdido o Bispo, insistiram com Porfírio para que aceitasse a direção da diocese orfanada. Embora sua modéstia quisesse fugir dessa dignidade, à obediência teve de sujeitar-se. Existiam em Gaza muitos pagãos e um templo magnífico para o culto das divindades. Os idólatras, conhecendo já de antemão o zelo do novo Bispo, principalmente seu ódio ao culto pagão, assentaram matá-lo antes de tomar posse do rebanho. Este plano ímpio, por qualquer circunstância imprevista, não pôde ser efetuado. Bem se arrependeram da iniqüidade, pois Porfírio, apesar de inimigo do paganismo, pela modéstia, paciência e caridade, soube ganhar os corações dos próprios pagãos. Um fato extraordinário, que se deu logo no princípio do seu governo, aumentou ainda a confiança e veneração para com o novo Pastor. Uma seca atroz de muitos meses aniquilara as esperanças dos lavradores e o espectro da fome começava a apavorar os ânimos. Nesta expectativa desoladora os sacerdotes de Marnas, a quem era devotado o templo, se dirigiram à sua divindade com preces e sacrifícios, para obter o benefício de uma chuva. Marnas, porém, chuva nenhuma mandou e a seca continuou a assolar a região. Porfírio, condoído com a miséria pública, ordenou um dia de jejum, organizou uma procissão de penitência a uma capela situada fora da cidade. Apenas recolhida à procissão, caiu uma chuva abundantíssima, refrigerando a terra ressecada. Muitos, diante deste espetáculo e vendo nisto o grande poder do Deus dos cristãos, converteram-se. Outros, porém, encheram-se de inveja e forjaram novos planos malignos contra a vida do santo Bispo e de alguns cristãos.
           Entretanto, veio um edito do imperador Arcádio, ordenando o fechamento dos templos pagãos. Esta ordem foi por muitos funcionários obedecida, por outros não. Assim ficou aberto o templo de Marnas. Porfírio, desejando ardentemente a execução da ordem imperial, conseguiu em Constantinopla a autorização para derrubar o templo em Gaza.
            A influência, porém, de ministros subornados pelos sacerdotes pagãos, fez com que o imperador revogasse a autorização exarada. Não obstante, algum tempo depois, foi publicada nova ordem no mesmo sentido de fechar os templos pagãos, sob pena de os refratários perderem a colocação; mas mesmo assim, o templo não se fechou. A imperatriz Eudóxia prometeu a Porfírio empregar toda a influência junto ao imperador, para conseguir o fechamento e a destruição do templo.  Porfírio, inspirado por Deus, predisse à imperatriz o advento de um filho. Logo que esta profecia se cumpriu, dirigiu-se o Bispo a Constantinopla, para administrar o sacramento do Batismo ao príncipe herdeiro. Aconselhado pela imperatriz, Porfírio redigiu novamente o requerimento ao imperador.
             A petição foi entregue ao monarca logo depois do ato religioso, por assim dizer, pela criança recém – batizada. Arcádio achou-a depositada sobre o peito do filhinho. No momento em que a abria, a pessoa que segurava nos braços a criancinha disse-lhe:
            “Digne-se Vossa Majestade de deferir o requerimento apresentado por seu filho”. O imperador respondeu com sorriso nos lábios: “Como poderia eu negar o primeiro pedido de meu filhinho?” – Imediatamente foi mandado para Gaza um oficial do exército, com ordem estrita de demolir o templo de Marnas. Poucos dias depois, quando Porfírio se aproximou da cidade, os cristãos, seus diocesanos, receberam-no com muita solenidade. O préstito havia de passar por um lugar onde se achava uma imagem de Vênus, ponto predileto para reuniões de mulheres, que costumavam encontrar-se lá, para tratar projetos de casamentos. Mal o Bispo se achava defronte daquela estátua, quando esta, sem que pessoa alguma lhe tivesse tocado, ruiu por terra, fazendo-se em pedaços. Este fato causou grande sensação e foi o início de muitas conversões. O templo de Marnas desapareceu e em seu lugar se ergueu uma belíssima Igreja, dedicada a Deus vivo e verdadeiro.
         O triunfo de Porfírio sobre a idolatria foi completo. Quando, em 421, Deus o chamou para o descanso eterno, o santo Bispo teve a grande satisfação de ver muito reduzido o número de pagãos em sua diocese.

São Nestor, bispo e mártir


          

           Pólio, governador de Panfilia e Frígia durante o reinado de Décio, a fim de cair nas graças do imperador, aplica cruelmente seu edito de perseguição aos cristãos. Nestor, bispo de Magido, gozava de grande estima entre os cristãos e os pagãos, e compreendeu que era necessário buscar lugares de refúgio para seus fiéis. Recusando-se se ocultar, o Bispo esperou tranqüilamente sua hora de martírio, e quando estava em oração, oficiais da justiça foram a seu encontro.
        Após um extenso interrogatório e ameaças de tortura, o Bispo foi enviado ao governador, em Perga. O governador tratou de convencer o santo -primeiro com elogios e depois com ameaças- de que renegasse a religião cristã, mas Nestor manteve-se firme no Senhor, sendo enviado ao potro, onde o carrasco desgarrava a pele das costas com o garfo. 
            Diante da firme negativa do santo de adorar aos pagãos, o governador o condenou a morrer na cruz, onde o santo ainda teve forças para incentivar e exortar aos cristãos que o rodeavam. Sua morte foi um verdadeiro triunfo porque quando o Bispo expirou suas últimas palavras, tanto cristãos como pagãos se ajoelharam para rezar e louvar a Jesus

Santo Alexandre de Alexandria, bispo


Hoje lembramos a vida do bispo Santo Alexandre, que governou a Igreja em Alexandria sempre zelando pelo rebanho do Cristo e, principalmente, cuidando do alimento doutrinal que começou a ser ameaçado pelo Arianismo. Ele também é conhecido por sua doutrina apostólica, e um dos seus maiores feitos foi treinar um jovem diácono de nome Atanásio que, mais tarde, foi celebrado e admirado por todo mundo cristão. 
Como Bispo, Alexandre preferia os monges, nomeando preferencialmente aqueles que viviam como eremitas no deserto, visto que ele os considerava como modelo para suas ovelhas. Ele também insistia na caridade para com os pobres na Diocese sob o seu controle, uma coisa pela qual ele ficou famoso na Diocese de Alexandria. Santo Alexandre é considerado um campeão de ensinamentos da Igreja Católica e reconhecido por seu zelo pastoral.
Santo Alexandre nasceu em 250 d.C. Foi indicado Bispo de Alexandria em 313 para suceder Santo Achillas, tornando-se famoso pela sua oposição a heresia Ariana, doutrina pregada por Ário, que dizia que Jesus não era verdadeiro Deus, mas apenas uma criatura e que teria havido um tempo em que o Filho não teria existido.
Ário era um sacerdote de Alexandria, que afirmava que somente o Pai poderia ser chamado Deus, enquanto que Cristo seria inferior ao Pai, distinto Dele por natureza. Seria, portanto, uma criatura, excelente e superior às demais, mas não divina, nem eterna.
Alexandre era gentil com os arianos, mas também muito determinado. Durante muito tempo ele se dirigiu a Ário tentando demovê-lo de suas idéias heréticas, antes de excomungá-lo, em 321 d.C. Alguns o acusavam de ter compromissado a posição da Igreja, enquanto outros afirmavam que ele era impetuoso por causa de sua posição irredutível contra o arianismo.
Ário, no entanto, continuou inflexível, envenenando ideologicamente os cristãos, mesmo depois de saber da condenação de sua doutrina. A excomunhão foi confirmada no Sínodo de Alexandria, em 327. A Circular Episcopal sobre a Heresia Ariana, de autoria de Alexandre, sobreviveu ao tempo e é uma importante parte da literatura eclesiástica daquele período.
Faleceu em Alexandria no ano de 328, dois anos depois de ter retornado do Concílio, tendo nomeado Atanásio como seu sucessor.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

São Roberto d'Arbrissel, fundador

           

           Roberto d'Arbrissel, nasceu na região da Bretanha em 1047 e faleceu em Orsan, no dia 25 de fevereiro de 1117. Foi um anacoreta e pregador.
            Foi o fundador da ordem de Fontevrauld, uma ordem dulpa para monges e freiras (1100-1101), ele fundou três mosteiros: dois femininos e um masculino, destinados a amparar os leprosos. Para dirigir estas instituições, ele nomeou a nobre dama Petronilla de Chemillé, com autoridade, inclusive, sobre o mosteiro masculino.
           Ao final do ano de 1100, ele foi convocado pelo sínodo de poitiers que lhe propos a divisão dos adeptos de seu convento. Esta ordem espalhou-se pela França, Espanha e Inglaterra  desaparecendo com a revolução francesa.




Abadia de Fontevraud, fundada por São Roberto




Beato Sebastião de Aparício

            


           Nasceu em Gudinha Galícia (Espanha) em 20 de janeiro de  1502. Quando criança contagiou-se por ocasião de uma epidemia. Os enfermos eram obrigados a  viver apartados  e  sua mãe o levou a  uma solitária choupana.  Ali uma loba o mordeu e  com a  hemorragia curou-se a  enfermidade. Desde então teve um especial amor e  influência com os  animais. 
            Lhe agradava a  vida do campo por sua paz e contato íntimo com Deus. Ainda que não tivesse ido à escola, nem aprendido a  ler ou escrever, desenvolveu muitas habilidades úteis: construção de  edifícios e fabricação de carros, cultivo, toda classe de  trabalho rural, etc.  Pastoreou as  ovelhas de  seu pai até a idade de 20 anos, quando se foi como mordomo em uma fazenda situada  em Salamanca que pertencia a  uma jovem viúva, formosa e rica. Ela enamorou-se dele.  Para não cair na tentação, Sebastião deixou o lugar e  foi á Zafra, para trabalhar em outra fazenda ao serviço de Pedro de Figueroa, parente do duque de Feria. Porém ali, uma das filhas do dono também começou a rondar-lhe. Voltou a mudar-se, desta vez a Saluncar de Barrameda, onde partiam os barcos para a América. Trabalhou ali sete anos com bom salário e  pôde enviar às suas irmãs o dote  que se costumava recolher para o matrimônio.  Porém, nesse lugar, foi outra vez  assediado por moças. Quando a filha do seu patrão passou a lhe assediar em namoro, decidiu  embarcar para a América, onde viveria o resto de sua vida.
              Desembarcando em Puebla, México, recém-fundada, Sebastião pôs seus diversos talentos em bom uso. Lhe ajudaram inicialmente sua avantajada força física. Havia grande escassez de carros de carga animal.  Ele fundou uma empresa onde os  construía e  fazia transportes.  Ajudou também a  construir estradas  já que por Puebla passava o tráfego entre Vera Cruz e a  cidade do México. Auxiliava aos  índios e  aos pobres, ensinando-lhes suas artes.
              Em 1542 Sebastião se muda para a Cidade do México com a finalidade de  fundar uma empresa de  carros maior.  Abriu o primeiro caminho de carros a  Zacatecas, empreendimento audaz não só pela distância mas porque atravessava região habitada por índios Chichimecas, então temidos e perigosos. Durante dez anos transportou viajantes e mineiros das minas Zacatecas à Casa da Moeda do México. Em certa ocasião foi assaltado, enquanto transportava mercadorias,  por um bando de índios Chichimecas que inicialmente não reconheceram a Sebastião. Porém, quando deram-se conta disso imediatamente o liberaram. “Tu tens sido sempre como um bom pai conosco – disseram – A ti, não faremos dano”. 
             Com a  idade de  50 anos, depois de  18 anos, se retira do comércio das estradas e  se estabelece em uma fazenda em Tlalnepantla, próximo à Cidade do México. Pelos bens  que havia ganhado com seu trabalho o chamam “Aparício, o Rico”. Em Chapultepec, nos arredores do México,  adquire uma fazenda de criação de gado. Sem embargo, vivia com impressionante simplicidade:  não tinha cama, mas dormia em um estrado , comia as  mesmas refeições dos índios e  vestia-se humildemente. Utilizava seus recursos para fazer de sua fazenda um centro de misericórdia para todos. Os trabalhadores de sua fazenda eram tratados com todo respeito, como amigos. A vários arrendatários, lhes escriturou terras para que formassem suas próprias propriedades rurais. Enquanto era comum que os fazendeiros tivessem muitos escravos,  só tinha um e este era tratado como um filho, até que acabou concedendo-lhe a liberdade. Porém,  o escravo sentia-se tão bem junto a Sebastião que continuou ali como seu empregado.
Dois matrimônios
            Em Chapultepec contrai uma enfermidade muito grave e  recebe os últimos sacramentos. Recuperada a saúde,  lhe recomendam que se case e encomenda de fato a Deus, com muita oração, a possibilidade de  casar-se. Finalmente, aos 60 anos, em 1562, casa-se com a filha de  um amigo vizinho de Chapultepec na igreja dos franciscanos de Tacuba,  vivendo com sua esposa vida virginal. Seus sogros pensavam em buscar a anulação do matrimônio, quando a esposa acaba morrendo no primeiro ano de casados.  Aparício, depois de  entregar a seus sogros 2.000 pesos como dote,  retorna a Atzcapotzal
             Ali contraiu um segundo matrimônio aos 67 anos.  Foi também este um matrimônio virginal, como Sebastião o assegura em cláusula do testamento de então:  “Para maior glória e  honra de Deus declaro que minha mulher permanece virgem, como a recebi de seus pais, porque me  casei com ela para ter algum privilégio em sua companhia, por achar-me muito só e  para ampará-la e servi-la em minha fazenda”. Ela também morre antes  de  completar-se um ano em um acidente, ao cair de uma árvore enquanto recolhia frutas. Aparício a quis muito, como também a sua primeira esposa, e delas dizia muitos anos depois que “havia criado duas pombinhas para o céu,  brancas  como a neve”.
Vida religiosa
                                             
             Seu confessor lhe recomenda que ajude as irmãs clarissas que estavam passando miséria.  No ano de 1573 cede às clarissas todos os seus bens, que ultrapassavam cerca de 20.000 pesos,  ficando com 1000 pesos somente, como lhe pediu o  confessor por precaução, se não perseverasse. Passou ele  a servir-lhes na qualidade de porteiro. 
             Em 09 de junho de  1574, aos 72 anos de  idade, recebe o hábito franciscano no convento do México.  Dá, desde o início, grande exemplo de humildade,  fazendo qualquer serviço com prontidão. Sofre muito,  em parte pelo trato dos jovens do noviciado e  porque seus superiores, ao vê-lo tão velho, não se decidem em deixar-lhe professar.  Por fim, aos 73 anos de idade, em 13 de junho de 1575 recita a  solene fórmula: «Eu, frei Sebastião de Aparício,  faço voto e prometo a Deus viver em  obediência, sem coisa alguma própria e castidade,  viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, guardando a Regra dos Frades Menores ». 
              E um frade firma por ele, pois é analfabeto. Por aquele convento passou outro franciscano chamado por deus a ser mártir no Japão: São Felipe de Jesus.
Esmoler

             O frade ancião vai ao seu primeiro destino caminhando 30 km ao leste de Puebla. É o convento de Santiago de Tecali. Ali é o único irmão leigo e serve nos trabalhos mais humildes. Logo o chamam de volta a Puebla, onde o intenso trabalho dos frades requer um bom esmoler. Sua fórmula era: "Te guarde Deus, irmão. Há algo que dar, por Deus, a São Francisco?".  Enquanto tanto dava aos pobres muitas vezes sua própria roupa,  repartia dos bens que havia recolhido para o convento. 
              Disse, quando já ancião, ao seu superior: "Pensa, padre Guardião,  que eu gosto de dormir no campo e  sem coberta?;  não,  mas porque este velho verme deve padecer no corpo, porque se não fazemos penitência, não iremos ao céu". 

Devoto da Virgem Maria

            Percorria a  região com seu hábito franciscano,  Rosário nas mãos,  com o qual sempre caminhava rezando. Em uma festa da Virgem,  chega frei Sebastião ao convento de Cholula no momento da comunhão e se aproxima a comungar.  Quando depois, estando em ação de graças,  se lhe aparece a Virgem. Quando o padre Sancho de Landa se lhe interpõe, lhe diz o irmão Aparício:  "Atenção, atenção,  não vêem aquela grande Senhora,  que desce pelas escadas? Olhem! Não é muito formosa?"  O padre Sancho, não vendo nada, disse: "Estais louco, Sebastião, onde está a mulher?"  Porém, logo compreendeu que se tratava de uma visão do santo Irmão.    

Impugnado pelos demônios

             Sebastião sofreu muitas impugnações do demônio. Nas clarissas do México os combates contra o maligno eram tão fortes, que a abadessa lhe pôs dois homens para sua defesa, porém,  saíram tão fracos e aterrados por dois leões, que por nada do mundo aceitaram voltar para cumprir tal ofício.  
             Já do frade, segundo conta o Dr. Pareja, o demônio "lhe tirava de sua pobre cama a pouco roupa com que se cobria e, jogando-a fora pela janela do dormitório, o deixava duro de frio quase ao ponto de tirar-lhe a vida. Outras vezes, dando-lhe grandes golpes, o atormentava e enfraquecia;  outras o o pegava e arremessava para o alto, deixando-o cair como quem joga uma bola,  para o inquietar e atormentar;   de forma que muitas vezes se viu desconsolado e aflito".  
            Os ataques continuaram em muitas ocasiões. Em uma delas, os demônios lhe disseram que iam derrubá-lo porque Deus lhes havia dado ordem de fazê-lo. Ao que respondeu Sebastião muito tranqüilo:  "Pois se Deus os mandou, o que esperais?  Fazei o que Ele os manda, que eu estou muito feliz de fazer o que a Deus agrada".  

Consolado pelos anjos

            Também recebeu consolações do céu.  Teve visões de São Francisco e do apóstolo São Tiago, que lhe confirmaram em sua vocação. Teve grande devoção aos anjos, especialmente ao de sua guarda e experimentou muitas vezes seus favores.  
            Uma vez se lhe atolou a carreta no barro e se lhe apresentou um jovem vestido de branco para oferecer sua ajuda.  "Que ajuda me podeis dar, lhe disse,  quando oito bois não podem movê-la!".  Porém, quando vê que o jovem tirou o carro com toda facilidade, comenta em voz alta: "Certamente que não sois daqui!"
            Regressava frei Sebastião com seu carro bem carregado, de Tlaxcala a Puebla, quando se  lhe rompeu um eixo. Não havendo no momento remédio humano possível, invoca a São Francisco, e o carro continuou rodando como antes. E a um que lhe disse assombrado ao ver esta cena: "Padre Aparício,  que diremos disto?", lhe contesta simplesmente:  "Quê havemos de dizer, senão que meu pai São Francisco vai segurando a roda para que não caia".  

Sua relação com as criaturas
             Em certa ocasião, carregando pedras para a construção do convento de Puebla, a um boi exausto teve que desuni-lo. Frei Sebastião, para continuar com o trabalho,  tomou com seu cordão franciscano a uma vaca que estava por ali com seu terneiro e, sem que ela resistisse,  lhe pôs o jugo da carreta. Ao terneirinho que protestava sem cessar com grandes e consecutivos mugidos, lhe pediu silêncio, e ele calou.   
            Regressando uma vez de Atlixco com algumas carretas bem carregadas de trigo, se detém frei Aparício para descansar, momento em que uma imensidão de formigas aproveitam para fazer seu trabalho. "Padre,  disse um índio, as formigas estão furtando o trigo a toda pressa, e se não o remediar, levarão tudo".  Frei Sebastião se aproxima e com ar sério, diz às formigas:  "De São Francisco é o trigo que estão furtando;  agora, olhem o que estão fazendo!". Foi o suficiente para que as  formigas devolvessem tudo que haviam furtado. 
           Conta-se que durante uma outra viagem,  deitou-se sobre um formigueiro de formigas bravas. Quando acordou-se,  estas haviam feito um grande  círculo em seu redor

Final da vida

            Aos 98 anos sentiu que iria morrer por causa de uma hérnia. Chegou ao convento e caiu prostrado no solo ao modo de São Francisco.  Pediu aos franciscanos que rezassem o credo e  quando diziam: "Creio na ressureição da da carne e na vida eterna", caiu morto.
          Muitíssimos habitantes da Puebla assistiram a  seu enterro. Duas vezes foi desenterrado seu cadáver e nas duas apareceu incorrupto.  968 milagres foram documentados em  seu processo de beatificação,  promulgada em 1789.  Atualmente, seu corpo incorrupto descansa em uma urna de cristal no convento franciscano de Puebla dos Angeles no México.  


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Beata Josefa Naval Girbés


Nascimento


           Josefa Naval Girbés nasceu em Algemesí na Ribera del Júcar a 32 km de Valência, Espanha, em 11 de dezembro de 1820. Seus pais Francisco Naval e Maria Josefa Girbés teveram cinco filhos dos quais Josefa foi a primeira. Ela foi baptizada na freguesia de São Tiago Apóstolo, no mesmo dia que em que nasceu e recebeu com nome o de Maria Josefa, mas era chamada pela maior parte das pessoas Pepa, ou Senhora Pepa. Em 10 de novembro de 1828 foi confirmada e, em seguida, recebeu a Primeira Comunhão.
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Educação


           Ela frequentou a escola da Educação, promovido pelo Capítulo Catedral. Desde a adolescência se consagrou ao Senhor, com um voto perpétuo de castidade. Enveredou no caminho da oração e da perfeição evangélica numa vida de simplicidade e caridade. Em seu compromisso de vida, dedicou-se generosamente às obras do ministério na comunidade paroquial.O decreto para a sua canonização, diz: “... a Serva de Deus teve a sua paróquia como Mãe na fé e na graça e, como tal, ela amou e serviu com humildade e espírito de sacrifício. Por isso mesmo, mostrava sincera veneração pelo seu pároco e confiou-lhe a sua direção espiritual; preocupava-se com a preparação, conservação e limpeza dos paramentos e ornamentos dos altares; todos os dias ele ia à igreja paroquial para participar ao Sacrifício Eucarístico mas distinguiu-se principalmente pelo seu apostolado inteligente e fecundo, que sempre desenvolveu de acordo com seus pastores, aos quais professava absoluto respeito e obediência...”

A sua ação apostólica

           Ensinava os pobres, aconselhava aqueles que vinham ter com ela, restabelecia a paz nas famílias desunidas, organizava reuniões em casa para ajudar as mães na sua formação cristã, encaminhava de novo na virtude as mulheres que se tinham desviado do caminho recto e advertia com prudência os pecadores. Mas a obra na qual centrava, sobretudo, os seus cuidados e energias era a educação humana e religiosa dos jovens, para os quais ela abriu em sua casa uma escola gratuita de bordado, mister em que era exímia. Aquela oficina converteu-se num centro de convivência fraterna, de oração, de louvor a Deus e de explicação e aprofundamento da Sagrada Escritura e das verdades eternas.


Ungida de amor maternal


          Com afeto materno a Serva de Deus foi para suas discípulos uma verdadeira mestra de vida, um modelo de amor ardente a Deus, uma lâmpada que dava luz e calor. Ela deu-lhes muitos exemplos de fé viva e comunicativa, de caridade diligente e alegre submissão à vontade de Deus, e dos superiores, bem como das principais preocupações para a salvação das almas, a prudência singular, a prática constante da humildade, a pobreza, o silêncio e a paciência nas adversidades e dificuldades. Era notório o fervor com qual cultivava a vida interior, a oração, a meditação, a aceitação das doenças e a sua devoção à Eucaristia, à Virgem Maria e aos Santos. Assim, contribuiu eficazmente a Serva de Deus no incremento religioso na paróquia.

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            Ela foi membro da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo e de S. Teresa de Jesus, e professavam uma grande devoção a São João da Cruz. Em casa de Maria Dolores Masiá, vizinha de Algemesí, conserva-se um quadro da Virgem do Carmo bordado a ouro e seda para sua mãe Vicenta Morán, quando apens tinha 9 anos, executado sob a direcção da Senhora Pepa. Ali se pode ler a seguinte inscrição: “Nossa Senhora do Carmo, Vicenta Morán, idade: 9 anos, ano 1893,”.Traz esta inscrição: Nossa Senhora de Carmen Morán Vicenta Ano 1893 Idade 9 anos. É o ano em que morreu a Beata, e este bordado artístico, dirigido por ela é uma das últimas amostras da sua devoção carmelita e mariana.Entregou piedosamente a sua alma a Deus em Algemesí em 24 de fevereiro de 1893. Seu corpo é conservado na igreja paroquial de São Jaime, da sua cidade natal. Em 25 de setembro de 1988 foi beatificada em Roma pelo Papa João Paulo II.

Santa Valburga


        

         Santa Valburga nasceu no ano de 710. Era filha de São Ricardo, rei dos Saxões do Oeste. Santa Valburga tinha dois irmãos: o bispo Vilibaldo e o monge Vunibaldo. Durante uma peregrinação com seu pai, mãe e irmãos aos Lugares Santos, Santa Valburga retirou-se numa abadia. E foi ali que descobriu a beleza do chamado de Deus, consagrando-se inteiramente ao Senhor. Seu pai veio a falecer durante a viagem de volta dessa peregrinação.
           Em 748, foi enviada por sua abadessa à Alemanha, junto com outras religiosas, para fundar e implantar mosteiros e escolas entre populações recém-convertidas. Na viagem, uma grande tempestade foi aplacada pelas preces de Valburga, por ela Deus já operava milagres. Naquele país, foi recebida e apoiada pelo bispo Bonifácio, seu tio, que consolidava um grande trabalho de evangelização, auxiliado pelos sobrinhos missionários. 
          Designou a sobrinha para a diocese de Eichestat onde Vunibaldo havia construído um mosteiro em Heidenheim e tinha projeto para um feminino na mesma localidade. Ambos concluíram o novo mosteiro e Valburga eleita a abadessa. Após a morte do irmão, ela passou a dirigir os dois mosteiros, função que exerceu durante dezessete anos. Nessa época transpareceu a sua santidade nos exemplos de sua mortificação, bem como no seu amor ao silêncio e na sua devoção ao Senhor. As obras assistenciais executadas pelos seus religiosos fizeram destes mosteiros os mais famosos e procurados de toda a região.
       Valburga se entregou a Deus de tal forma que os prodígios aconteciam com frequência. Os mais citados são: o de uma luz sobrenatural que envolveu sua cela enquanto rezava, presenciada por todas as outras religiosas e o da cura da filha de um barão, depois de uma noite de orações ao seu lado.
         Morreu no dia 25 de fevereiro de 779 e seu corpo foi enterrado no mosteiro de Heidenheim, onde permaneceu por oitenta anos. Mas, ao ser trasladado para a igreja de Eichestat, quando de sua canonização, em 893, o seu corpo foi encontrado ainda intacto. Além disso, das pedras do sepulcro brotava um fluído de aroma suave, como um óleo fino, fato que se repetiu sob o altar da igreja onde o corpo foi colocado.
          Nesta mesma cerimônia, algumas relíquias da Santa foram enviadas para a França do Norte, onde o rei Carlos III, o Simples, havia construído no seu palácio de Atinhy, uma igreja dedicada a Santa Valburga. O seu culto, em 25 de fevereiro, se espalhou rápido, porque o óleo continuou brotando. Atualmente é recolhido em concha de prata e guardado em garrafinhas distribuídas para o mundo inteiro. Os devotos afirmam que opera milagres.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Beata Ermertrudes de Bruges

          

          Nasceu em Colônia, Alemanha, provavelmente filha de um grande magistrado. Desejando servir a Deus de forma radical, abandonou a família em 1240, acompanhada de sua serva Vitória.
           Estabeleceu-se em Bruges, na Bélgica, onde iniciou vida eremítica. Depois de 12 anos, ouvindo falar de Santa Clara, transformou seu eremitério em Mosteiro. Ela lhe teria escrito duas cartas, porém chegou até nós a versão de uma carta, que seria um resumo das duas.
           Foi fundadora de muitos Mosteiros de Clarissas em Flandres, Bélgica, França e Alemanha. Viajou até Assis para conhecer Santa Clara e as damianitas. Ao chegar em Roma, recebe a notícia de que ela já havia morrido. Desconhece-se a data de seu nascimento e morte.

Santa Margarete de Cortona


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          Nasceu em Laviano, Toscana, Itália em 1247 e foi criada por uma família pobre quando a sua mãe morreu e ela tinha sete anos. A aspereza de sua madrasta e sua beleza levou Margarete a ser seduzida por um nobre Montepulciano quando tinha 18 anos. Ela o seguiu até o seu castelo e tornou-se sua amante por 9 anos, sempre acreditando nas suas promessas de casamento.
           Ela cavalgava arrogantemente nas terras do amante vestida em finas sedas e desprezando os pobres.
           Um dia ele não retornou para o castelo e dois dias depois o seu cão voltou sozinho. O cão puxou o vestido de Margarete de modo que ela o seguiu pela floresta até um carvalho onde ele começou a arranhar o chão. Com horror ela encontrou o deformado corpo de seu amante em uma pequena cova coberto de folhas, onde os assassinos esconderam o corpo.
            A visão da carcassa deformada daquele que tinha sido o seu galante amor a atingiu como um raio do terror do divino julgamento e das traições deste mundo e ela começou imediatamente a fazer penitencia. Logo depois de sua morte ela e seu filho saíram do castelo, deu para os pobres tudo que possuía, confessou publicamente os seus pecados, se vestiu como uma penitente e tentou se reconciliar com Deus .
           Com sua orações acabou sendo levada para Cortona. No caminho ela se encontrou com duas senhoras Marinana e Raneria Moascar, que escutaram a sua historia e a levaram e seu filho para a casa delas. Elas a apresentaram aos franciscanos e logo eles passaram a serem o seu pai em Cristo e cuidaram da educação do seu filho em Arezzo. (Ele foi ordenado franciscano e foi missionário na Palestina). Por três anos Margarete se esforçou diligentemente contra todas as tentações. Ela era ajudada por dois frades:João de Castilglione e Giunta Benegnati , este último seu confessor e mais tarde o seu biógrafo.
Depois de muito tempo de penitencia e mortificações ela começou a ter experiências místicas. O sábios franciscanos a aconselharam a modificar a sua penitencia, o jejum extremo e penitencias que estavam desfigurando o seu corpo. Eventualmente ela alcançou a paz de espirito tão procurada. Ela começou a sentir o amor de Jesus e a crer que seus pecados finalmente tinham sido perdoados.
            Margarete ganhava sua vida servindo de babá para as madames de Cortona mas mais tarde passou apenas a cuidas dos pobres, doentes e dava a comida que ela recebia para os pobres. Para ela só guardava as migalhas.
           Ela queria ser uma terciense dos Frades Menores,mas teve que esperar por três anos para receber o hábito de franciscana. A sua vida de êxtase e experiências místicas começou em 1277. Cristo deu um exemplo para os pecadores e a fama de Margarete trouxe muitos para pedirem o seu conselho.
            Margarete sempre atendia os mais pecadores e dava a eles o conforto certo e alguns ela enviava para os franciscanos para um maior aconselhamento, em particular para o seu confessor. Quando ele reclamou que ela estava enviando muitas pessoas ela ouviu a seguinte visão de Jesus dizendo:
           "Diga ao seu confessor que ele não está limpando estábulos, mas sim preparando para Mim, as almas do penitentes."
            Nem só os vivos vinham a ela mas tambem os mortos. Ela teve varias visões de almas que pediam a ela o seu sacrifício para liberta-las do sofrimento que estavam padecendo. Elas apareciam em grande numero para pedir a sua assistência e intercessão.
Um dia ela se viu no meio de dois viajantes que pediram a ela ajuda para reparar injustiças que eles haviam cometido: Diziam "Nós somos dois mercadores ladrões que fomos assassinados na estrada, mas com fé fizemos a perfeita contrição antes de morrer, e fomos salvos, mas estamos ainda num local de grande sofrimento esses sofrimentos só serão minorados se formos perdoados." Em seguida deram a ela as informações necessárias e desapareceram .
            Eles revelaram a ela onde haviam escondido o dinheiro e as jóias que haviam roubado e ela procurou as autoridades para revelar o segredo que iria poupa-los do eterno sofrimento. As autoridades com espanto encontraram tudo como ela havia indicado, tanto os bens roubados, quanto as pessoas das quais haviam sido roubadas.
           Certa vez ela recebeu uma mensagem para o Bispo Willina de Arezzo avisando para ele mudar o seu jeito de ser e não enfrentar o povo de sua Diocese, não viver como um príncipe e soldado e ser o pastor de seu rebanho. Em 1289 ela foi convidada a mediar um batalha, enquanto o Bispo era pela luta contra os Gulfs. Margarete foi a ele pessoalmente, mas ele não a ouviu! Dias mais tarde ele morreu em batalha.
           Assim sua fama mais crescia e ela fundou uma associação mulheres para agirem como enfermeiras nos hospitais para pobres. No inicio Margarete colocava as irmãs na sua própria casa, mas logo uma senhora chamada Diabella forneceu uma casa e deu dinheiro para elas fundarem um hospital chamado Spedale di Santa Maria de Misericórdia dedicado aos pobres e que existe até hoje.
           Em 1289 ela passou a curar dos doentes apenas com sua benção e oração e ela passou a ser o centro das atenções de toda a cristandade.
           Tanto mais avança a sua espiritualidade mais Margarete vivia ascética. Dormia no chão, comia pão, água e vegetais, e vestia velhos e ásperos trapos.
           É dito que ela teria visto uma procissão de almas escoltando-a para o paraíso após a sua morte, com 50 anos de a idade. Quando ela veio a falecer com 50 anos de idade os servos, irmãs e amigos que estavam por perto viram uma luz brilhante a envolver e ela voltou da morte por alguns segundos e relatou a eles a sua visão do Paraíso e morreu santamente e numa paz que não podiam deixar de acreditar no que havia contado. Os cidadãos de Cortona construíram um igreja no local de sua tumba. O seu corpo foi embalsamando e solenemente enterrado, mas as pessoas queriam ver o seu corpo mais de perto e foi exumada e o colocaram em um lugar onde poderia ser visto e exposto a veneração. Seu corpo está ainda incorrupto e preservado debaixo do altar da Igreja de Santa Margarete em Cortona e o prédio contem ainda a sua estátua com o seu cão.
           Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrada com um cão puxando o seu vestido ou com a caveira aos seus pés, ou com o hábito de véu negro ou em êxtase com Cristo aparecendo para ela, ou com anjos levando-a para o paraíso.
          Ela morreu em Cortona em 22 de fevereiro de 1297. Foi canonizada pelo Papa Benedito VIII em 1728. Ela e a padroeira da mulheres penitentes.