quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

São Bretanión de Tomis

         

            Comemoração de santo Bretanión, bispo de Tomis, em Escitia (atual Constanza, Roménia), que se opôs energicamente ao imperador ariano Valente e se distinguiu por sua santidade e por seu zelo em defesa da fé católica (s. IV). Data de canonização: Informação não disponível, a antiguidade dos documentos e das técnicas usadas para os arquivar, a ação do clima, y em muitas ocasiões do próprio homem, impediram que tenhamos esta concreta informação no dia de hoje.
         Sabemos que foi canonizado antes da criação da Congregação para a causa dos Santos, e que seu culto foi aprovado pelo bispo de Roma, o Papa. São Bretanión (às vezes conhecido também como Bretânio ou Vetrânio) viveu no século IV e foi bispo de Tomis, atual Constanza na Roménia, nas ribeiras do Mar Negro.
         Segundo Sozomeno, durante a campanha contra os godos nas regiões danubianas, por volta do ano 368, o imperador Valente se deteve em Tomis e falou ao povoo reunido na catedral para os persuadir de atraiçoar a fé ortodoxa proclamada pelo concílio de Niceia. Parece com efeito que a este imperador se lhe houvesse metido na cabeça visitar todas as dioceses do império para convencer a todos os fiéis abraçar a heresia ariana. O bispo Bretanión interveio e como líder do clero e do povo de Tomis retirou-se, junto com muitos dos presentes, da igreja em que Valente estava realizando sua campanha a favor dos arianos.
          Por este gesto o santo pastor foi desterrado, mas graças ao protesto dos fregueses e ao temor de uma sedição em territórios tão longínquos, o imperador foi induzido a revogar o castigo com respeito ao bispo. Bretanión mandou a São Basilio de Cesareia o corpo do célebre mártir São Saba o Godo, morto em território romeno, acompanhando-o com uma carta aos fieis godos enviada com o fim de ilustrar a "paixão" do santo.
         Esta carta é atribuída a Ulfila, mas indubitavelmente foi redigida pelo próprio Bretanión. São Basilio lhe agradeceu com uma carta pessoal. Noticias contraditórias têm sido transmitidas acerca de sua eventual participação no I Concílio Constantinopolitano, celebrado em 381: segundo algumas fontes, com efeito, Tomis foi representada não por Bretanión mas sim pelo bispo Geronzio (Terêncio).O Cardeal Cesare Barónio, ao copiar o Martyrologium Romanum, parece haver eleito arbitrariamente a data da comemoração de São Bretanión: 25 de Janeiro.

Santo Popón

Popón, Santo

         Em Marchiennes, em Flandres, santo Popón, abade dos mosteiros de Stavelot e Malmedy, que difundiu em muitos mosteiros de Lotaringia a observância de Cluny (1048).
        Santo Poppóne nasceu na Flandres (hoje Bélgica), no ano 978. Foi educado por sua virtuosa mãe, que morreu sendo religiosa em Verdún. Poppón serviu durante alguns anos, no exército; mas, compreendendo que a meditação e a oração lhe proporcionavam maiores deleites que todos os prazeres dos sentidos, renunciou à carreira das armas e ao matrimónio que sua mãe havia arranjado.
          Antes de entrar na religião, havia visitado os Santos Lugares de Jerusalém, de onde trouxe numerosas relíquias que deu à igreja de Nossa Senhora de Deynze. Ao regressar de uma peregrinação a Roma, tomou o hábito no mosteiro de Saint Thierry, perto de Reims. No ano 1008, Ricardo, abade de Saint-Vanne, teve ocasião de conhecer a são Poppón e viu nele a um homem singularmente dotado para o ajudar em seu trabalho.
         Não sem muitas dificuldades, conseguiu que o santo fosse transferido a seu mosteiro para o encarregar da restauração da observância nas abadias de Saint-Vaast, em Arras, em Beaulieu, e algumas mais. Pouco a pouco, San Poppón se tornou independente de Ricardo, o abade de Saint-Vanne, e chegou a ser eleito abade de Stavelot. Desde então, parece haver atuado como uma espécie de abade geral de todos os mosteiros de Lotaringia, onde foi muito venerado e preservou admiravelmente a disciplina.
        O imperador são Enrique II o estimava muito. Diz-se que solicitou seu prudente conselho em muitos assuntos de política. San Poppón morreu em Marchiennes (França), em 25 de Janeiro de 1048, aos setenta anos de idade.
        Recebeu a extrema-unção de mãos de Everelmo, abade de Hautmont, que escreveu depois sua vida, ou, mais exatamente, reviu a longa biografia escrita pelo monge Onulfo.

Beata Arcângela Girlani

         

        Em Mântua, cidade da Lombardía, beata Arcângela (Leonor) Girlani, virgem da Ordem das Carmelitas, prioresa do convento de Parma e fundadora do cenóbio de Mântua (1495). Data de beatificação: em 1 de outubro de 1864 pelo Papa Pío IX. Nasceu em Trino (Monteferrato-Itália) na segunda metade do século XV. Chamou-se Leonor no mundo.
          Seus pais se opunham a que abraçasse a vida religiosa. A célebre Congregação Mantuana, que em inícios estava em todo seu esplendor, fundou um convento de monjas de clausura em Parma e nele, no ano 1477, vestiu o hábito Leonor, mudando seu nome pelo de Arcângela. Por sua virtude e seus dotes naturais, foi eleita prioresa pela mesma comunidade, cargo que aceitou para cumprir a vontade de Deus.
          Foi desde então o refrigério e a consolação de todas as monjas e entre elas a mais humilde e serviçal. As enfermas consolava com carinho maternal e lhes fazia considerações oportunas, animando-as a sofrer com resignação. Quinze anos levava residindo no convento de Parma, santificando-se e santificando a suas religiosas com seu bom exemplo e a heroicidade de suas virtudes, quando os superiores determinaram fazer uma nova fundação de monjas em Mântua e elegeram para pedra fundamental a beata Arcângela.
         Com grande sacrifício obedeceu ao ponto e, habituada aos caminhos do Senhor, em Mântua inicia a mesma vida que seguia em Parma, pelo que cedo os habitantes de Mântua se precataram do bem que Deus lhes havia proporcionado com o convento das carmelitas. As matronas, à porfia, levavam a suas filhas, com o fim de que a Beata Arcângela as instruísse nos caminhos do Senhor. O efeito não se fez esperar, pois sete daquelas jovens tomaram o hábito e sob sua direção, se santificaram no claustro.
         Quando depois de penosa enfermidade se sentiu morrer, reuniu a suas monjas para as exortar e lhes dar à maneira de testamento, seus últimos conselhos. Expirou dizendo: “Jesús, amor meu, tem piedade de mim”. Era 25 de Janeiro de 1495 e foi enterrada no mesmo convento de Mântua. Seu corpo se venera na igreja do Hospital de São Lorenzo de Turim.


Beato Enrico Suso


        Em Ulm, cidade de Suabia (hoje Alemanha), beato Enrique Suso, presbítero da Ordem de Pregadores, que suportou pacientemente muitos contratempos e enfermidades, compôs um tratado sobre a sabedoria eterna e pregou amiudadamente sobre o Nome de Jesus (1366). Etimologicamente: Enrique = Aquele que é o caudilho de sua morada, é de origem germânica.
        Místico alemão, nasceu em Constanza em 21 de Março provavelmente de 1295; morreu em Ulm, em 25 de Janeiro de 1366; foi declarado Beato em 1831 por Gregório XVI. Seu pai pertenceu a uma nobre família de Berg; sua mãe, uma santa mulher da qual ele tomou seu nome, a uma família de Sus (ou Süs, daí o nome Suso ou Susso). Aos treze anos de idade ingressou no convento dos Dominicanos em Constanza, onde realizou estudos de preparatória, filosofia e teologia.
        De 1324 a 1327 tomou um curso suplementário de teologia no Estudo Geral dos Dominicanos em Colónia, onde se sentou aos pés de Johann Eckhart "o Mestre", e provavelmente foi condiscípulo de Tauler, ambos célebres místicos. De regresso a Constanza foi nomeado para o oficio de leitor, do qual parece ter sido removido várias vezes entre 1329 e 1334. No último ano começou sua carreira apostólica. Para 1343 foi eleito superior de um convento, provavelmente em Diessenhofen. Cinco anos mais tarde foi enviado de Constanza a Ulm onde permaneceu até sua morte.
        A vida de Susso como místico começou aos dezoito anos, quando, rompendo com seus maus costumes dos cinco anos anteriores, se fez a si próprio "o Servente da Eterna Sabedoria", a qual ele identificava com a essência Divina e, numa forma concreta, com a pessoa da Eterna Sabedoria feita homem. Daí em diante, um ardente amor pela Eterna Sabedoria dominaria seus pensamentos e controlaria suas ações. Teve frequentes visões e êxtases, praticou uma severa austeridade (a que prudentemente moderou em seus anos maduros), e suportou com paciência inusual as aflições corporais, amargas perseguições e dolorosas calúnias.
        Converteu-se no mais destacado entre os Amigos de Deus no trabalho pelo restabelecimento da observância religiosa nos claustros. Sua influência foi especialmente forte em muitos conventos de mulheres, particularmente no convento das Dominicanas de Katherinenthal, uma famosa escola de misticismo nos séculos XIII e XIV, e no de Toss, onde vivia a mística Elsbeth Stagel, que traduziu alguns de seus trabalhos em Latim para Alemão, reuniu e preservou a maior parte de suas cartas existentes, e conseguiu dele a história de sua vida, a qual depois ele próprio desenvolveu e publicou.
        Em muitas partes era muito estimado como pregador, e foi escutado em cidades e povos de Suavia, Suíça, Alsácia e os Países Baixos. Sem embargo, seu apostolado não era com as massas, mas com indivíduos de todas as classes, que o buscavam por sua personalidade singularmente atrativa, e para os quais ele se converteu no diretor pessoal de sua vida espiritual. A miúdo se tem dito incorretamente que ele estabeleceu entre os Amigos de Deus uma sociedade chamada a Irmandade da Eterna Sabedoria. A assim chamada Regra da Irmandade da Eterna Sabedoria não é senão uma tradução livre de um capítulo de seu Horologium Sapientiae, e não fez sua aparição até ao século XV.

Beata Maria Antonia Teresa Grillo, religiosa e fundadora

         

         Em Alexandria, do Piemonte, em Itália, beata María Antónia (Teresa) Grillo, religiosa, que, havendo ficado viúva, assumiu com misericórdia as necessidades dos pobres e, depois de vender todas suas posses, fundou a Congregação das Irmãzinhas da Divina Providência (1944).
         Sua Santidade João Paulo II, por ocasião da pública exposição de Semana Santa, a beatificou em Turim em 24 de maio de 1998. Teresa Grillo nasce em Spinetta Marengo, província de Alessandria, em 25 de setembro de 1855. Quinta e última filha de José Grillo, médico chefe do Hospital de Alessandria e de María Antonieta Parvopassu, descendente de uma antiga e ilustre família daquela região, foi batizada no dia seguinte na Igreja paroquial de Spinetta, recebendo o nome de Magdalena.
          Dotada de um temperamento inclinado à caridade, alimentado por um ambiente rico em espírito cristão, em 1 de outubro de 1867 recebeu a confirmação na catedral de Alessandria e cinco anos depois, enquanto estava ainda no colégio, a primeira comunhão. Depois de terminada a escola elementar, a que assistiu em Turim, onde sua mãe se havia trasladado para acompanhar os estudos universitários de seu filho Francisco, em 1867, logo após a morte de seu pai, foi matriculada como aluna interna no colégio das Damas Inglesas, em Lodi, onde se graduou com a idade de 18 anos.
         Terminado o colégio, regressou a Alessandria, onde, sempre sob a guarda materna, começou a frequentar as famílias aristocráticas da cidade. Foi precisamente neste ambiente que conheceu a seu futuro esposo, o culto e brilhante capitão de infantaria, Juan Bautista Michel. Celebrada a boda em 2 de agosto de 1877, mudou-se primeiro para Caserta, a seguir para Acireale, na Catânia, para Portici e finalmente para Nápoles, lugares para que foi transferido seu esposo. Nesta última cidade, uma fulminante insolação durante um desfile militar surpreendeu a morte do capitão Michel, em 13 de junho de 1891.
         Teresa se submergiu numa profunda angústia que roçou o desespero. A recuperação posterior, ocorrida quase de improviso, devida, em parte à leitura da vida do Venerável Cottolengo e a ajuda de seu primo sacerdote, Mons. Prelli, desembocou na opção de abraçar a causa dos pobres e necessitados. Teresa começou assim a abrir de par em par as portas de sua própria casa senhorial às crianças pobres e às pessoas abandonadas e necessitadas de ajuda. Era o fim do ano 1893, dado que “os pobres aumentam diariamente e quisera poder alargar os braços para acolher a todos sob as asas de la Divina Providência”, vendeu a grande casa Michel e adquiriu um velho edifício na rua Faa de Bruno. Aqui deu inicio aos trabalhos de reestruturação e ampliação, construindo um piso superior e comprando algumas pequenas casas vizinhas.
         Surge assim o ”Pequeno Lar da Divina Providência”. a obra guiada por Teresa, não esteve certamente livre de adversidades, que apareceram não só pelo lado das autoridades civis, mas sobretudo por parte de seus amigos e familiares. Especialmente ante a incompreensão daquelas se fez evidente a solidariedade e o afecto dos pobres, das pessoas generosas e de suas colaboradoras.
         Seguindo a solicitude da Autoridade Eclesiásticas, em 8 de Janeiro de 1899, vestindo o hábito religioso na capelita do Pequeno Lar, Teresa Grillo, com oito de suas colaboradoras deu vida à Congregação das Pequenas Irmãs da Divina Providência. Nos seguintes 45 anos, sua responsabilidade prioritária foi a de difundir e consolidar o Instituto. Quase imediatamente depois de realizada a fundação a Obra começou a ter casas em diversos lugares do Piemonte, desenvolvendo-se rapidamente inclusive nas regiões do Vêneto, Lombardía, Ligúria, Puglia e Lucania.
         A partir de 13 de junho de 1900 o instituto se estendeu no Brasil e desde 1927, por solicitude de São Luis Orione, fundou inclusive casa na Argentina. Sem aforrar esforços, Teresa animava e alentava a suas irmãs com sua carismática e solícita presença nas comunidades. Em seis oportunidades atravessou o oceano para chegar até América Latina, onde como frutos de sua solicitude surgiram numerosas fundações com asilos, orfanatos, escolas, hospitais e asilos para anciãs. A oitava viagem, feita no ano 1928, na idade de 73 anos.
        Em 8 de junho de 1942, a Santa Sede concedia a Aprovação apostólica à congregação das Pequenas Irmãs da Divina Providência. A Beata Teresa Grillo se apagou em Alessandria em 25 de Janeiro de 1944 na idade de 89 anos. Seu instituto contava então com 25 casas em Itália, 19 no Brasil e 7 na Argentina. Com o Processo Informativo, em 1953 foi introduzida a Causa de Canonização.
         Em 6 de julho de 1985, o Santo Padre João Paulo II, declarando-a Venerável, decretou a heroicidade de suas virtudes. O Espírito da Beata Teresa Grillo Michel fazia aos indigentes permanece particularmente na obra de suas Irmãs, a que costumava repetir: “Continuarei invocando sobre vós a abundância do espírito que deve distinguir a Pequena Irmã da Divina Providência: espírito de confiança verdadeiramente heroica nesta admirável emanação da Divina Bondade, porque nós devemos estar totalmente e em cada hora à mercê de sua Providente ajuda”.

A Conversão de São Paulo

 

         Seis anos após a Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo, o grande chefe e articulador da perseguição contra a Igreja era o fariseu Saulo de Tarso. Inesperadamente derrubado do cavalo, apareceu-lhe Jesus Cristo e perguntou:
- “Saulo, Saulo, por que Me persegues?”
Ao levantar-se, repentinamente transformado pela graça, tinha início a obra extraordinária do grande São Paulo, que escreveu Epístolas inspiradas e levou a fé católica a toda a bacia do Mediterrâneo.
O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte.  
Saulo, no seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um pólo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.
Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.  
Esse talvez era o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.
Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.  
Um dia, próximo da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como "mais forte e mais brilhante que a luz do Sol", desceu dos céus, assustando o cavalo e lançando ao chão Saulo , ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra "visita" de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.
Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.  
Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma.
Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.
 Jesus Cristo Ressuscitado, fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos.
Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira "Teologia do Novo Testamento".


São Paulo escrevendo suas cartas




Basílica de São Paulo em Roma



interior da basílica




sarcófago de São Paulo


File:Relíquia de São Paulo Apóstolo, São Luís.jpg

relíquia de São Paulo

 

 


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Beato José Timóteo Giaccardo

     

       José Timóteo Giaccardo, sacerdote paulino, italiano, pertence à Congregação da Pia Sociedade de São Paulo. A originalidade de sua vida está em ter sido o primeiro sacerdote da Família Paulina e um fidelíssimo discípulo do Fundador, Padre Tiago Alberione. Nasceu em Narsole, norte da Itália. Sua família era pobre de bens materiais, mas rica de fé e virtudes cristãs. Em 1908 José encontrou-se pela primeira vez com o jovem padre Tiago Alberione que, em Narzole estava dando sua colaboração na paróquia. Padre Alberione, percebendo no pequeno José profunda piedade e grande vontade de ser padre; encaminhou-o para o seminário da diocese de Alba.
         Tendo como guia espiritual padre Alberione, em 1917 José Timóteo entrou na "Obra de São Paulo" fundada em 1914 por seu mestre e cuja finalidade específica era a evangelização por meio da imprensa, a principal mídia da época. Desde cedo José Timóteo mostrou-se uma pessoa de profunda vida interior, desejosa de ser cada dia melhor e ajudar seus semelhantes no bem. Por isso com grande fé acatou as orientações de Padre Alberione que indicava uma nova forma de santidade e de evangelização.
        José Timóteo, movido pela fé, foi fiel companheiro da "primeira hora", seguidor incondicional e colaborador ativo do Fundador da então nascente Família Paulina. Acompanhou todas as obras e todas as pessoas com grande perspicácia e sensibilidade. Além de alguns livros, deixou como preciosa herança espiritual um "Diário", rico da presença de Deus e desejos profundos de santidade para si mesmo e para todos. Sua fé em Deus e amor à missão fazia dele uma pessoa autêntica e radical. Lemos em seu "Diário": "Ó Jesus, quero viver de tua vida, transforma-me. Quero ser "outro Jesus" na minha vida e com todas as pessoas".
        Diante das grandes dificuldades para a aprovação da Congregação das Discípulas do Divino Mestre (uma das congregações fundadas por Alberione) que se dedicam à missão eucarística, missão sacerdotal e missão litúrgica, padre Timóteo não mediu esforços nem súplicas. Diante das respostas negativas não hesitou em oferecer a própria vida para a garantir a existência na Igreja desta congregação, certamente querida por Deus.
        E o importante é que Deus aceitou a oferta. Foi assim que ele, acometido por leucemia, veio a falecer alguns dias após a aprovação pontifícia das Discípulas do Divino Mestre, no dia 24 de janeiro de 1948. A aprovação chegara no dia 12 de janeiro de 1948.
Dele escreveu o Fundador: "De 1909 a 1914, quando a Divina Providência preparava a Família Paulina, ele, embora não entendendo tudo, teve clara intuição da obra. As luzes que recebeu da Eucaristia, sua fervorosa devoção Mariana, a reflexão sobre os documentos pontifícios o iluminaram sobre as necessidades da Igreja e sobre os meios modernos para anúncio do Evangelho".
         Desde 1917, ainda seminarista, orientava os mais novos; foi chamado e tornou-se para sempre: o senhor mestre: amado, ouvido, seguido e venerado por todos. Foi o mestre que a todos precedia com o exemplo, que ensinava, aconselhava e construía com suas orações iluminadas e fervorosas. Gravou, pode-se dizer, em cada pessoa sua marca, e imprimiu algo de si em cada coração dos Sacerdotes e Discípulos, das Paulinas, Discípulas e Pastorinhas e em todos aqueles que se aproximaram dele por motivos espirituais ou sociais e econômicos.
        Foi mestre na oração: sabia falar com Deus. Vivia intensamente a devoção à eucaristia, a Nossa Senhora, à liturgia e nutria um grande amor à Igreja e ao Papa. Foi mestre na missão. Ele a sentia, a amava e a desenvolvia. Sabia suscitar energias, ser o sustento para os fracos e luz e sal, no sentido evangélico, para todos.
       Foi o coração e a alma da Família Paulina. Quem quiser conhecer alguém que encarnou totalmente o ideal e o carisma da missão paulina em sua integralidade, deve olhar o "senhor mestre". (Alberione) A aprovação e o reconhecimento de suas virtudes, por parte da Igreja, não se fizeram esperar. Em 1985 foi declarado venerável. E a 22 de outubro de 1989, o Papa João Paulo II o declarou solenemente bem-aventurado.

São Francisco de Sales: A paciência

          
 
          A paciência, diz o Apóstolo, vos é necessária para que, fazendo a vontade de Deus, alcanceis o que Ele vos tem prometido. Sim, nos diz Jesus Cristo, possuireis vossas almas pela paciência.
           O maior bem do homem consiste, Filotéia, em possuir seu coração e tanto mais o possuímos quanto mais perfeita é nossa paciência; cumpre, portanto, aperfeiçoarmos nesta virtude. Lembra-te também que, tendo Nosso Senhor nos alcançado todas as graças da salvação pela paciência de Sua vida e de Sua morte, nós também no-las devemos aplicar por uma paciência constante e inalterável nas aflições, nas misérias e nas contradições da vida.
           Não limites a tua paciência a alguns sofrimentos, mas estende-a universalmente a tudo o que Deus te mandar ou permitir que venha sobre ti. Muitas pessoas há que de boa mente querem suportar os sofrimentos que têm um certo cunho de honroso: ter sido ferido numa batalha, ter sido prisioneiro ao cumprir seu dever, ser maltratado pela religião, perder todos os seus bens numa contenda de honra, da qual saíram vencedores, tudo isso lhes é suave; mas é a glória e não o sofrimento o que amam.
           O homem verdadeiramente paciente tolera com a mesma igualdade de espírito os sofrimentos ignominiosos como os que trazem honra. O desprezo, a censura e a deseducação dum homem vicioso e libertino é um prazer para uma alma grande; mas sofrer esses maus tratos de gente de bem, de seus amigos e parentes, é uma paciência heróica. Por isso aprecio e admiro mais o Cardeal São Carlos Borromeu, por ter sofrido em silêncio, com brandura e por muito tempo, as invectivas públicas que célebre pregador duma ordem reformada fazia contra ele do púlpito, do que ter suportado abertamente os insultos de muitos libertinos; pois, como as ferroadas das abelhas doem muito mais que as das moscas, assim as contradições procedentes de gente de bem magoam muito mais do que as que provêm de homens viciosos. Acontece, no entanto, muitas vezes que dois homens de bem, ambos bem intencionados, pela diversidade de opiniões, se afligem mutuamente não pouco.
         Tem paciência não só com o mal que sofres, mas também com as suas circunstâncias e conseqüências. Muitos se enganam neste ponto e parecem desejar aflições, recusando, entretanto, sofrer suas incomodidades inseparáveis. Não me afligiria, diz alguém, de ficar pobre, contanto que a pobreza não me impedisse de ajudar a meus amigos, de educar meus filhos, e de levar vida honrosa. E eu, declarava um outro, pouco me inquetaria disso, se o mundo não atribuísse esta desgraça à minha imprudência. E eu, dizia ainda um terceiro, nada me importaria esta calúnia, contanto que não achasse crédito em outras pessoas. Muitos há que estão prontos a sofrer uma parte das incomodidades conjuntas aos seus males, mas não todas, dizendo que não se impacientam de estar doentes, mas do trabalho que causam aos outros e da falta de dinheiro para se tratar.
         Digo, pois, Filotéia, que a paciência nos obriga a querer estar doentes, como Deus quiser, da enfermidade que Ele quiser, no lugar onde Ele quiser, com as pessoas e com todos os incômodos que Ele quiser; e eis aí a regra geral da paciência! Se caíres numa enfermidade, emprega todos os remédios que Deus te concede; pois esperar alívio sem empregar os meios seria tentar a Deus; mas, feito isso, resigna-te a tudo e, se os remédios fazem bem, agradece a Deus com humildade e, se a doença resiste aos remédios, bendize-o com paciência.
         Sou do parecer de S. Gregório, que diz: Se te acusarem de uma falta verdadeira, humilha-te e confessa que mereces muito mais que esta confusão. Se a acusação é falsa, justifica-te com toda a calma, porque o exigem o amor à verdade e a edificação do próximo. Mas, se tua escusa não for aceita, não te perturbes, nem te esforces debalde para provar a tua inocência, porque, além dos deveres da verdade, deves cumprir também os da humildade. Assim, não negligenciarás a tua reputação e não faltarás ao afeto que deves ter à mansidão e humildade do coração.
         Queixa-te o menos possível do mal que te fizeram; pois queixar-se sem pecar é uma coisa raríssima; nosso amor-próprio sempre exagera aos nossos olhos e ao nosso coração as injúrias que recebemos. Se houver necessidade de te queixares ou para abrandar o teu espírito ou para pedir conselhos, não o faças a pessoas fáceis de exaltar-se e de pensar e falar mal dos outros. Mas queixa-te a pessoas comedidas e tementes a Deus, porque, ao contrário, longe de tranqüilizar a tua alma, a perturbarias ainda mais e, em lugar de arrancares o espinho do coração, o cravarias ainda mais fundo.
         Muitos numa doença ou numa outra tribulação qualquer guardam-se de se queixar e mostrar a sua pouca virtude, sabendo bem (e isto é verdade) que seria fraqueza e falta de generosidade; mas procuram que outros se compadeçam deles, se queixem de seus sofrimentos e ainda por cima os louvem por sua paciência. Na verdade temos aqui um ato de paciência, mas certamente duma paciência falsa, que na realidade não passa dum orgulho muito sutil e duma vaidade refinada.
         Sim, diz o Apóstolo, tem de que gloriar-se, mas não diante de Deus. Os cristãos verdadeiramente pacientes não se queixam de seus sofrimentos nem desejam que os outros os lamentem; se falam neles é com muita simplicidade e ingenuidade, sem os fazer maiores do que são; se outros os lamentam, ouvem-nos com paciência, a não ser que tenham em vista um sofrimento que não existe, porque, então, lhes declaram modestamente a verdade; conservam assim a tranqüilidade da alma entre a verdade e a paciência, manifestando ingenuamente os seus sofrimentos, sem se queixarem.
          Nas contrariedades que te sobrevierem no caminho da devoção (pois que delas não hás de ter falta), lembra-te que nada de grande podemos conseguir neste mundo sem primeiro passarmos por muitas dificuldades, mas que, uma vez superadas, bem depressa nos esquecemos de tudo, pelo íntimo gozo que então temos de ver realizadas as nossas aspirações. Pois bem, Filotéia, queres absolutamente trabalhar para formar a Jesus Cristo, como diz o Apóstolo, em teu coração, como em tuas obras, pelo amor sincero de Sua doutrina e pela imitação perfeita de Sua vida. Há de custar-te algumas dores, sem dúvida; mas hão de passar e Jesus Cristo, que viverá em ti, há de encher tua alma duma alegria inefável, que ninguém te poderá furtar.
         Se caíres numa doença, oferece as tuas dores, a tua prostração e todos os teus sofrimentos a Jesus Cristo, suplicando-Lhe de os aceitar em união com os merecimentos de Sua paixão. Lembra-te do fel que Ele bebeu por teu amor e obedece ao médico, tomando os remédios e fazendo tudo o que determinar por amor de Deus. Deseja a saúde para O servir, mas não recuses ficar muito tempo doente para obedecer-Lhe e mesmo dispõe-te a morrer, se for a Sua vontade, para ir gozar eternamente de Sua gloriosa presença.
          Lembra-te, Filotéia, que as abelhas, enquanto fazem o mel, vivem dum alimento muito amargo e que nunca nós outros poderemos encher mais facilmente o coração desta santa suavidade, que é fruto da paciência, do que comendo com paciência o pão amargo das tribulações que Deus nos envia; e quanto mais humilhantes forem, tanto mais preciosa e agradável se tornará a virtude ao nosso coração.
          Pensa muitas vezes em Jesus crucificado; considera-O coberto de feridas, saturado de opróbrios e dores, penetrado de tristeza até ao fundo de Sua alma, num desamparo e abandono completo, carregado de calúnias e maldições; verás então que tuas dores não se podem comparar às Suas, nem em quantidade, nem em qualidade, e que jamais sofrerás por Ele alguma coisa de semelhante ao que Ele sofreu por ti.
          Compara-te aos mártires, ou, sem ires tão longe, às pessoas que sofrem atualmente mais do que tu e exclama, louvando a Deus: Ah! meus espinhos me parecem rosas e minhas dores, consolações, se me comparo àqueles que vivem sem socorros, sem assitência e sem alívio, numa morte contínua, opressos de dores e de tristezas.

São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja

        

         Francisco de Sales, primogênito dos treze filhos dos Barões de Boisy, nasceu no castelo de Sales, na Sabóia, em 21 de agosto de 1567. A família devota de São Francisco de Assis, escolheu esse para ele, que posteriormente o assumiu como exemplo de vida. A mãe se ocupava pessoalmente da educação de seus filhos. Para cada um escolheu um preceptor. O de Francisco era o padre Deage, que o acompanhou até sua morte, inclusive em Paris, onde o jovem barão fez os estudos universitários no Colégio dos jesuítas.
          Francisco estudou retórica, filosofia e teologia que lhe permitiu ser depois o grande teólogo, pregador, polemista e diretor espiritual que caracterizaram seu trabalho apostólico. Por ser o herdeiro direto do nome e da tradição de sua família, recebeu também lições de esgrima, dança e equitação, para complementar sua já apurada formação. Mas se sentia chamado para servir inteiramente a Deus, por isso fez voto de castidade e se colocou sob a proteção da Virgem Maria.
         Aos 24 anos, Francisco, doutor em leis, voltou para junto da família, que já lhe havia escolhido uma jovem nobre e rica herdeira para noiva e conseguido um cargo de membro do Senado saboiano. Ao vê-lo recusar tudo, seu pai soube do seu desejo de ser sacerdote, através do tio, cônego da catedral de Genebra, com quem Francisco havia conversado antes. Nessa mesma ocasião faleceu o capelão da catedral de Chamberi, e, o cônego seu tio, imediatamente obteve do Papa a nomeação de seu sobrinho para esse posto.
         Só então seu pai, o Barão de Boisy, consentiu que seu primogênito se dedicasse inteiramente ao serviço de Deus. Sem poder prever que ele estava destinado a ser elevado à honra dos altares; e, muito mais, como Doutor da Igreja!
        Durante os cinco primeiros anos de sua ordenação, o então padre Francisco, se ocupou com a evangelização do Chablais, cidade situada às margens do lago de Genebra, convertendo, com o risco da própria vida, os calvinistas. Para isso, divulgava folhetos nos quais refutava suas heresias, mediante as verdades católicas. Conseguindo reconduzir ao seio da verdadeira Igreja milhares de almas que seguiam o herege Calvino. O nome do padre Francisco começava a emergir como grande confessor e diretor espiritual.
         Em 1599, foi nomeado Bispo auxiliar de Genebra; e, três anos depois, assumiu a titularidade da diocese. Seu campo de ação aumentou muito. Assim, Dom Francisco de Sales fundou escolas, ensinou catecismo às crianças e adultos, dirigiu e conduziu à santidade grandes almas da nobreza, que desempenharam papel preponderante na reforma religiosa empreendida na época com madre Joana de Chantal, depois Santa, que se tornou sua co-fundadora da Ordem da Visitação, em 1610.
          Todos queriam ouvir a palavra do Bispo, que era convidado a pregar em toda parte. Até a família real da Sabóia não resistia ao Bispo-Príncipe de Genebra, que era sempre convidado para pregar também na Corte.
           Publicou o livro que se tornaria imortal: "Introdução à vida devota". Francisco de Sales também escreveu para suas filhas da Visitação, o célebre "Tratado do Amor de Deus", onde desenvolveu o lema : "a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida". Os contemporâneos do Bispo-Príncipe de Genebra não tinham dúvidas a respeito de sua santidade, dentre eles Santa Joana de Chantal e São Vicente de Paulo, dos quais foi diretor espiritual.
          Francisco de Sales faleceu no dia 28 de dezembro de 1622, em Lion, França. O culto ao Santo começou no próprio momento de sua morte. Ele é celebrado no dia 24 de janeiro porque neste dia, do ano de 1623, as suas relíquias mortais foram trasladadas para a sepultura definitiva em Anneci. Sua beatificação, em 1661, foi a primeira a ocorrer na basílica de São Pedro em Roma. Foi canonizado quatro anos depois. Pio IX declarou-o Doutor da Igreja e Pio XI proclamou-o o Padroeiro dos jornalistas e dos escritores católicos. Dom Bosco admirava tanto São Francisco de Sales que deu o nome de Congregação Salesiana à Obra que fundou para a educação dos jovens.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Nossa Senhora de Altagracia, patrona da Republica Dominicana

         

        Há mais de três séculos, um colonizador espanhol, muito rico, residente na região de Duey, São Domingos, fez uma viagem à cidade de Ozam para vender gado, no começo de Janeiro. Possuía duas filhas: a mais velha, mais vaidosa, pediu-lhe que trouxesse de presente vestidos e colares. A outra, com apenas 14 anos, mais voltada à piedade, pediu uma imagem da Virgem de Altagracia. O pai estranhou tal pedido, já que nunca ouvira falar dessa Nossa Senhora. De qualquer modo, a menina garantiu-lhe que a encontraria.
         De retorno, levava os presentes da filha mais velha e, no coração, um profundo pesar por não ter encontrado a Virgem de Altagracia para a menina. Procurara a imagem por todos os lugares onde passara, chegando a consultar os Cônegos do Cabido e ao próprio Arcebispo, que não conheciam tal invocação mariana. Ao passar por Los Dos Rios, pernoitou em casa de um velho amigo. Nessa passagem, ao anoitecer, enquanto ceavam, o hóspede falou sobre sua tristeza em chegar em casa sem o presente que prometera à sua filha predileta. Oportunamente, um senhor idoso, que havia pedido para lhe deixarem passar ali aquela noite, levantou-se do lugar afastado onde se encontrava, aproximou-se à mesa e disse: "Como não existe a Virgem de Altagracia? Eu a trago comigo". E enfiou a mão em seu alforge, e mostrou uma pintura de Maria adorando a um menino. O pai, vendo realizado o sonho de sua filha, convidou o ancião que passasse em sua casa para receber um donativo em retribuição à sua generosidade.
          No dia seguinte, ao se levantar, a família procurou e não encontrou aquele senhor idoso.
          Eis, em linhas gerais, a história do aparecimento deste primeiro quadro de Nossa Senhora de Altagracia. Ele possui 33 centímetros de largura e 45 de altura. Segundo a opinião dos especialistas, trata-se de uma obra primitiva da escola espanhola pintada nos finais do século XV. A tela, que mostra uma cena da natividade, foi restaurada com sucesso, na Espanha, em 1978. Agora é possível apreciar-se toda sua beleza e cores originais. Sobre a tela aparece a cena do nascimento de Jesus. A Virgem, formosa e serena ocupa o centro do quadro.
         Conta a tradição que, a menina, acompanhada de várias pessoas, foi receber seu pai no mesmo local onde hoje se situa o Santuário de Higüey. Ela, aos pés de uma laranjeira que ainda se conserva, apesar dos anos, mostrou às pessoas, naquele dia 21 de janeiro, sua tão desejada imagem. A partir desse dia, ficou estabelecido o culto à Virgem de Altagracia, que foi também chamada de Virgem da Menina.
        A devoção à Virgem de Altagracia tornou-se muito popular. Ao seu santuário, todos os anos, acorrem milhares de romeiros. A moderna basílica, em Higüey, capital da Província de Altagracia, construída entre 1974 e 1978, é o monumento religioso mais importante de Santo Domingo e centro religioso que atrai a atenção de todos os povos latino-americanos. É o lugar onde o povo dominicano encontra sua padroeira, a Virgem de Altagracia.
 
 
Basílica de Nossa Senhora de Altagracia, Higüey, República Dominicana
 
 
 
vista aérea da basílica
 
 
 

Papa Bento XVI: Vida sacerdotal requer desejo crescente à santidade

 

20.01.2012 – Cidade do Vaticano: Ao receber nesta sexta-feira, os seminaristas do Colégio Capranica de Roma, o Papa Bento XVI sugeriu a radicalidade de Santa Inês como modelo para a vida sacerdotal. 
Senhores Cardeais,
Excelência,
Queridos irmãos!

          É sempre motivo de alegria, para mim, encontrar a comunidade do Colégio Almo Capranica, que há mais de cinco séculos constitui um dos Seminários da Diocese de Roma. Saúdo-vos todos com afeto, em especial naturalmente, vossa Eminência, o Cardeal Martino e o reitor, monsenhor Ermenegildo Manicardi. E agradeço vossa Eminência pelas palavras de cortesia. Em ocasião da festa de Santa Agnes, padroeira do Colégio, gostaria de oferecer-vos algumas reflexões sugestivas justamente sobre esta figura.
       Santa Inês é uma das mais famosas virgens romanas, que ilustrou a beleza genuína da fé em Cristo e da amizade com Ele. Seu duplo estatus de Virgem e Mártir está ligado à totalidade do tamanho de santidade.

       Trata-se de uma perfeição de santidade que é necessária também a vocês em vossa fé cristã e em especial à vossa vocação sacerdotal, com a qual o Senhor vos chamou e a vós em Si.
       Martírio – para Santa Inês – quis dizer a generosidade e a livre aceitação de gastar sua jovem vida, em sua totalidade e sem reservar, a fim que o Evangelho fosse anunciado como verdade e beleza que ilumina a existência.
     No martírio de Inês, acolhido com coragem no estádio de Domiciano, esplende para sempre a beleza de pertencer a Cristo sem hesitação, confiando-se a Ele. Ainda hoje, para quem passa na Piazza Navona, a efígie de Santa Inês em Agonia recorda que esta nossa cidade foi fundada também sobre a amizade com Cristo e o testemunho do Seu Evangelho, por muitos de Seus filhos e filhas. Sua generosa doação a Ele e para o bem dos irmãos é um componente primário da fisionomia espiritual de Roma.
     No martírio, Inês sela também outro elemento decisivo de sua vida, a virgindade por Cristo e pela Igreja. A doação total do martírio é preparada, de fato, pela escolha consciente, livre e madura da virgindade, testemunho da vontade de ser totalmente de Cristo.
       Se o martírio é um ato heróico final, a virgindade é fruto de uma prolongada amizade com Jesus amadurecida na escuta constante de Sua Palavra, no diálogo da oração e no encontro eucarístico.
      Inês, ainda jovem, aprendeu que ser discípulo do Senhor quer dizer amar-Lo colocando em jogo toda a existência. Esta dupla qualidade – Virgem e Mártir – chama novamente a nossa reflexão para um testemunho com credibilidade da fé de ser uma pessoa que vive por Cristo, com Cristo e em Cristo, transformando a própria vida segundo as exigências mais altas da gratuidade.
       Também a formação do presbítero exige exaustividade, integridade, exercício ascético, perseverança e fidelidade heróica, em todos os aspectos que a constitui; a fundo, deve existir uma sólida vida espiritual animada de uma relação intensa com Deus a nível pessoal e comunitário, com particular cuidado nas celebrações liturgicas e na participação dos Sacramentos.
        A vida sacerdotal requer um desejo crescente à santidade, um claro sensus Ecclesiae e uma abertura à fraternidade sem exclusão e partidarismo. No caminho da santidade do presbítero está também sua escolha de trabalhar, com a ajuda de Deus, a própria inteligência e o próprio empenho, uma verdadeira e sólida cultura pessoal, fruto de um estudo apaixonado e constante.
       A fé tem uma dimensão racional e intelectual que a ela é essencial. Para um seminarista e para um jovem padre, também ligada aos estudos acadêmicos, trata-se de assimilar aquela síntese entre fé e razão que é própria do Cristianismo.

       O Verbo de Deus se fez carne e o presbítero, verdadeiro sacerdote do Verbo Encarnado, deve tornar sempre mais transparente, luminosa e profunda a Palavra eterna que nos é doada.

      Quem é maduro também nesta sua formação cultural global pode ser mais eficazmente educador e animador desta adoração “em Espírito e verdade” de qual Jesus fala à Samaritana (cfr Gv 4,23).
     Tal adoração, que se firma na escuta da Palavra de Deus e na força do Espírito Santo, é chamada a tornar, sobretudo na Liturgia, o «rationabile obsequium», da qual nos fala o apóstolo Paulo, um culto no qual o homem mesmo na sua totalidade de um ser dotado de razão, torna adoração, glorificação de Deus vivente e que pode ser acrescentado com conformidade a este mundo, mas deixando-se transformar por Cristo, renovando o modo de pensar, para poder discernir a vontade de Deus, aquilo que é bom, a Ele agradável e perfeito (cfr Rm 12,1-2).
      Queridos alunos do Colégio Capranica, o vosso empenho no caminho de santidade, também com uma sólida formação cultural, corresponde à intenção original desta Instituição, fundada há 555 pelo Cardeal Domenico Capranica.
      Tenham sempre um profundo senso da história e da Tradição da Igreja! O fato de estar em Roma é um dom que deve render particular sensibilidade à profundidade da tradição católica. Vocês a tocam com a mão já na história do edifício que habitam. Além disso, vocês vivem estes anos de formação com uma especial proximidade com o Sucessor de Pedro: isto lhes permite perceber com particular clareza as dimensões universais da Igreja e o desejo que o Evangelho desperta em todas as gerações.
      Aqui vocês vêem a possibilidade de abrir os horizontes com a experiência de internacionalidade; aqui, sobretudo, vocês respiram a catolicidade. Aprofundem naquilo que lhes é oferecido, para um futuro serviço à Diocese de Roma ou as outras dioceses de origem!

      Da amizade, que surge na convivência, aprendam a conhecer as situações diversas das nações e da Igreja no mundo e a formarem-se sobre a visão católica. Preparem-se para ser próximo a cada homem que encontrarem, não deixando que nenhuma cultura possa ser uma barreira à Palavra de vida a qual são anunciadores também com suas vidas.

      Queridos amigos, a Igreja espera muito de vocês sacerdotes na obra da evangelização e da nova evangelização. Encoraja-vos porque no cansaço cotidiano, radicados na beleza das tradições autênticas, unidos profundamente a Cristo, vocês são capazes de levá-Lo nas suas comunidades com verdade e alegria.
     Com a intercessão da Virgem e Mártir Inês e de Maria Santíssima, estrela da evangelização, que o vosso empenho de hoje beneficie a fecundidade de seus ministérios. De coração concedo a vocês e àqueles que lhes são queridos a Benção Apostólica. Obrigado.


Fonte: Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé.


Santa Emerenciana, virgem e mártir

 
Emerenciana, também conhecida como Emerência, é uma jovem mártir, contemporânea de Santa Agnes (início do Século IV).

Vida
Conta a lenda que Emerenciana era escrava, filha da ama de leite de Santa Agnes. Convertida ao cristianismo devido ao exemplo de sua irmã de leite, de quem era muito próxima, Emerenciana acabou assistindo ao martírio da irmã.
Todos os dias, a jovem ia orar sobre o túmulo de Agnes. Não tardou para que Emerenciana fosse também reconhecida como cristã, embora ainda fosse catecúmena, ou seja, ainda estivesse sendo preparada para receber o Batismo. Foi cruelmente apedrejada junto ao túmulo de Agnes em 304.


Veneração
·  Santa Emerenciana está enterrada ao lado de Santa Agnes na Basílica Sainte-Agnès-hors-les-Murs em Roma.
·  Uma capela lhe é dedicada em La Pouëze
·  A capela do Instituto Notre-Dame-de-Vie em Venasque lhe é consagrada.
·  Santa Emerenciana é padroeira de Maisoncelles-du-Maine.
·  Considerada como Santa, é festejada pela Igreja Católica em 23 de janeiro e em 5 de fevereiro pela Igreja Ortodoxa (segundo o calendário utilizado).
 


túmulo de Santa Emerenciana em Roma



Santa Emerenciana, rogai por nós

Santo Anastácio, o persa, mártir


Chosroas,  rei da Pérsia, tomou Jerusalém em 614 e nesta ocasião apoderou-se do santo Lenho da Cruz, levando-o consigo. Deus serviu-se desta circunstância para operar a salvação de muitos Persas. Um deles foi Anastácio, filho de um célebre feiticeiro. A santa Cruz de que tanto se falava excitou-lhe também a curiosidade e o desejo de vê-la. 
Sem ter a intenção de abraçar a religião de Cristo, nela se instruiu e a admiração crescia-lhe, à medida que se aprofundava nos santos mistérios. Depois de algum tempo, dirigiu-se a Hierápolis, hospedando-se em casa de um artista cristão. Este, no intuito de fazê-lo conhecer a fundo a religião cristã, convidou-o para assistir a diversas reuniões cristãs. As santas imagens, as representações dos santos mártires tocaram-lhe fundo o coração e despertaram-lhe o desejo de, como eles, um dia poder sacrificar a vida em testemunho da fé que estava prestes a abraçar.
Após longa preparação, recebeu o santo Batismo e entrou para um convento em Jerusalém. Tinha um zelo tão vivo e ardente que, em pouco tempo, entre os irmãos, era o primeiro em virtude e santidade. Tinha por leitura predileta, além da Bíblia, a história dos mártires. As lutas e vitórias, os triunfos dos heróis comoviam-no até lágrimas e cada vez mais pronunciado se lhe tornava o desejo de morrer pela fé, o que fez com que saísse do convento e se dirigisse a Cesaréia, na Palestina. Vendo entre os soldados alguns que cometiam atos vergonhosos, censurou-os energicamente. Este rigor chamou a atenção do governador, que suspeitava de Anastácio um espião e mandou-o prender. Perguntado pela religião que professava, Anastácio respondeu que tinha abandonado a magia, para ser cristão.
Não faltaram promessas e ameaças para fazê-lo renunciar à fé – Anastácio permaneceu firme. Seguiram-se então os maus tratos e verdadeiras torturas. Anastácio, porém, para tudo só tinha uma resposta: “Sou cristão, e como cristão quero morrer”.
São Justino, seu abade, sabendo dos sofrimentos que o súdito sofria por amor de Cristo, mandou que a comunidade rezasse pelo pobre perseguido, para que não lhe faltasse a graça divina. Destacou dois monges, que o deviam visitar e consolar.
Da Palestina foi Anastácio, por ordem do imperador, transportado para a Pérsia. Lá o esperava o martírio tão almejado. Chosroas envidou primeiro todos os esforços para afastá-lo da religião cristã. Ofereceu-lhe uma alta patente no exército; permitiu-lhe viver como simples monge, contanto que só verbalmente negasse a fé cristã, embora de coração continuasse fiel discípulo de Cristo: “Que mal poderia causar esta negação?  Poderá haver nisto uma ofensa a Cristo, se de coração com ele ficas unido?” Anastácio declarou que teria horror  até da sombra da hipocrisia. De novo lhe foram oferecidas colocações honrosas.
A resposta de Anastácio foi a mesma: “A pobreza do meu hábito – disse ao general – fala-te eloqüentemente do desprezo que tenho pelas vaidades do mundo. Honras e riquezas de um rei, que hoje existe e amanhã será pó, não me tentam!”  Vendo assim frustradas as tentativas , o rei recorreu à tortura. Cada dia era aplicado um novo tormento, experimentada nova provação. Anastácio, porém, preferiu sofrer a negar a fé. O dia  22 de janeiro de 628 trouxe-lhe afinal a salvação e a glória. Esgotadas a paciência e crueldade do rei, deu o mesmo ordem de enforcar e decapitar o santo mártir.
Pouco antes da morte, Anastácio tinha predito a morte do tirano Chosroas. Esta profecia realizou-se dez dias depois, quando o imperador Heráclito invadiu e conquistou a Pérsi
O corpo do Santo, que tinha sido atirado aos cães, foi por estes respeitado. Os fiéis resgataram-no e deram-lhe sepultura no convento de São Sérgio. As relíquias foram mais tarde transportadas para Constantinopla e de lá para Roma.
Santo Anastácio é padroeiro dos ourives, porque gozava da hospitalidade de um ourives, por ele instruído na religião. É invocado também em grandes tentações e em casos de possessão diabólica, porque pela aplicação das suas relíquias a um médico persa, possesso, este ficou livre da possessão.

Beato Guilherme José Chaminade, sacerdote e fundador

      

      Guilherme José Chaminade nasceu em 8 de abril de 1761, em Perigueux, na França meridional, décimo quarto filho de pequenos comerciantes de estafados, que tiveram a alegria de ver quatro filhos sacerdotes . Ingressou no seminário onde, aos catorze anos, emitiu os votos primados de castidade, obediência e pobreza. Dois anos depois, com o irmão Luiz Xavier, vestiu o hábito e continuou o estudo de teologia.
        Aos vinte e quatro anos, recebeu a ordenação sacerdotal. Em 1791, começou o período de terror da Revolução Francesa. Padre Chaminade foi perseguido, por se negar a jurar a chamada Constituição Civil do Clero, onde se devia obediência ao Estado e não à Igreja. Decidiu ir para a cidade de Bordeaux, onde exerceu o sacerdócio clandestinamente, pondo a sua vida em constante perigo. Nessa ocasião fundou a Obra de Misericórdia de Bordeaux para a proteção das jovens.
        Corajoso e atuante, em 1795, se dedicava a acolher na paróquia os sacerdotes que, por medo, tinham feito o juramento constitucional, mas desejavam se reconciliar com a Igreja.
        Dois anos depois, não teve saída, precisou fugir para Saragoça, onde permaneceu exilado por três anos, perto do santuário de Nossa Senhora de Pilar, na Espanha. Alí, fortaleceu suas convicções mariano-apostólicas e recebeu a inspiração de fundar uma família de leigos e religiosos, dedicados a Maria.
        Retornou em 1.800 para Bordeaux, onde organizou as novas bases da Congregação mariana, para ser uma instituição de leigos, que depois de dez anos, se tornou o primeiro Instituto Secular do mundo. Esta Congregação foi a motivação da sua incansável atividade evangelizadora, orientada para a cristianização da França. Por isto, padre Chaminade foi considerado um percussor da participação ativa dos leigos na vida da Igreja. Em 1801, foi nomeado, pela Santa Sé, missionário apostólico, que para ele constituiu a confirmação oficial das suas intuições sobre a Igreja desse novo tempo.
        Em 1816, juntamente com a venerável Adele de Batz, fundou o Instituto das Filhas de Maria Imaculada e no ano seguinte, em Bordeaux, fundou a Companhia de Maria. Os seus primeiros membros eram congregados marianos, mulheres e homens, que queriam servir ao Senhor com uma entrega mais radical, como extensão do compromisso do batismo e da sua consagração à Virgem Maria. Com o tempo o nome mudou para Marianistas. Os dois ramos se dedicaram a escolas primárias, secundárias e de artes e ofícios, unindo à educação moral a formação na fé.
       Padre Chaminade se dedicou especialmente a redigir as Constituições das Congregações, do Instituto e importantes circulares sobre a consagração-aliança com Maria e a vida religiosa marianista. Na última década de vida, teve inúmeras dificuldades de saúde, e obstáculos na sua missão de fundador. Mas enfrentou tudo com confiança em Maria, fiel à sua consciência e à Igreja. Morreu em paz, em Bordeaux, no dia 22 de janeiro de 1850. Beatificado em 2000, pelo papa João Paulo II, Guilherme José Chaminade teve seu culto autorizado para o dia de sua morte.