sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

São Julião e Santa Basilissa

          

           É um casal para figurar na história da Igreja com louvores. Julião era filho de um casal cristão muito devoto e rico que lhe deu uma educação esmerada e requintada, desde a tenra idade. Depois, desejosos de ver o filho bem casado, para constituir uma sólida e cristã família, decidiram consolidar o seu matrimônio, aos dezoito anos, com a jovem Basilissa.
          Extremamente obediente, o rapaz que nunca havia mencionado seu voto de castidade à família, realizou o sonho dos pais e se casou com a bela e suave jovem, que como ele procedia de uma prospera e bem situada família seguidora dos mesmos preceitos cristãos que a de seu noivo. Uma vez casados, Julião com gentileza conversou com a esposa Basilissa e juntos fizeram um pacto de consagração a Deus, para se dedicarem a Seu serviço, apesar do sacramento matrimonial . Assim a união carnal não se concretizou e ambos permaneceram virgens.
          Somente, após a morte dos pais é que os dois puderam viver a vida espiritual na plenitude almejada. Usando seus bens, cada um fundou um mosteiro: Julião, o masculino e Basilissa, o feminino. Com o saldo do patrimônio mantinham várias obras de caridade e sustentavam os mosteiros que funcionavam também como hospitais, para atendimento dos mais necessitados. O de Basilissa atendia especialmente aos hansenianos.
          Nesse período o Cristianismo vivia os seus tempos mais trágicos, o das perseguições sanguinárias impostas em todo o Império pelos tiranos Diocleciano e Maximiano. Em auxílio aos cristãos surgiu Julião que abrigou em seu mosteiro dezenas deles, que procuravam refugio das implacáveis investidas. Porém foi denunciado e viu aos poucos todos serem "julgados" e condenados ao suplício e à morte pelo testemunho da fé. Até que chegou sua vez.
          Como se recusou a adorar os ídolos pagãos e renegar a fé em Cristo foi martirizado por um longo período. Segundo os registros dessa época arquivados pela Igreja, o período foi descrito como de muitas torturas e sofrimento, mas também de muitos prodígios e graças ocorridos através das mãos de Julião.
         Julião foi finalmente assassinado e pôde descansar em paz em 9 de janeiro de 302. Enquanto Basilissa, conseguiu ser poupada, vivendo junto aos mais miseráveis e pobres leprosos os quais tratava como filhos. Ela morreu algum tempo depois, dizem em 18 de novembro de 304, tendo promovido muitos prodígios de cura e graças.
         A Igreja reverencia a memória do casal, Santo Julião e Santa Basilissa, no dia 6 de janeiro, conforme o último ajuste oficial feito no Martirológio Romano. Nele também encontramos a correção de suas origens citada antes como sendo da Antioquia, mas que se comprovou ser de Antinoe capital de Tebaide, no Egito. Entretanto, algumas regiões do Oriente ainda os celebram no dia 09 de janeiro.