quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Beata Maria Antonia Teresa Grillo, religiosa e fundadora

         

         Em Alexandria, do Piemonte, em Itália, beata María Antónia (Teresa) Grillo, religiosa, que, havendo ficado viúva, assumiu com misericórdia as necessidades dos pobres e, depois de vender todas suas posses, fundou a Congregação das Irmãzinhas da Divina Providência (1944).
         Sua Santidade João Paulo II, por ocasião da pública exposição de Semana Santa, a beatificou em Turim em 24 de maio de 1998. Teresa Grillo nasce em Spinetta Marengo, província de Alessandria, em 25 de setembro de 1855. Quinta e última filha de José Grillo, médico chefe do Hospital de Alessandria e de María Antonieta Parvopassu, descendente de uma antiga e ilustre família daquela região, foi batizada no dia seguinte na Igreja paroquial de Spinetta, recebendo o nome de Magdalena.
          Dotada de um temperamento inclinado à caridade, alimentado por um ambiente rico em espírito cristão, em 1 de outubro de 1867 recebeu a confirmação na catedral de Alessandria e cinco anos depois, enquanto estava ainda no colégio, a primeira comunhão. Depois de terminada a escola elementar, a que assistiu em Turim, onde sua mãe se havia trasladado para acompanhar os estudos universitários de seu filho Francisco, em 1867, logo após a morte de seu pai, foi matriculada como aluna interna no colégio das Damas Inglesas, em Lodi, onde se graduou com a idade de 18 anos.
         Terminado o colégio, regressou a Alessandria, onde, sempre sob a guarda materna, começou a frequentar as famílias aristocráticas da cidade. Foi precisamente neste ambiente que conheceu a seu futuro esposo, o culto e brilhante capitão de infantaria, Juan Bautista Michel. Celebrada a boda em 2 de agosto de 1877, mudou-se primeiro para Caserta, a seguir para Acireale, na Catânia, para Portici e finalmente para Nápoles, lugares para que foi transferido seu esposo. Nesta última cidade, uma fulminante insolação durante um desfile militar surpreendeu a morte do capitão Michel, em 13 de junho de 1891.
         Teresa se submergiu numa profunda angústia que roçou o desespero. A recuperação posterior, ocorrida quase de improviso, devida, em parte à leitura da vida do Venerável Cottolengo e a ajuda de seu primo sacerdote, Mons. Prelli, desembocou na opção de abraçar a causa dos pobres e necessitados. Teresa começou assim a abrir de par em par as portas de sua própria casa senhorial às crianças pobres e às pessoas abandonadas e necessitadas de ajuda. Era o fim do ano 1893, dado que “os pobres aumentam diariamente e quisera poder alargar os braços para acolher a todos sob as asas de la Divina Providência”, vendeu a grande casa Michel e adquiriu um velho edifício na rua Faa de Bruno. Aqui deu inicio aos trabalhos de reestruturação e ampliação, construindo um piso superior e comprando algumas pequenas casas vizinhas.
         Surge assim o ”Pequeno Lar da Divina Providência”. a obra guiada por Teresa, não esteve certamente livre de adversidades, que apareceram não só pelo lado das autoridades civis, mas sobretudo por parte de seus amigos e familiares. Especialmente ante a incompreensão daquelas se fez evidente a solidariedade e o afecto dos pobres, das pessoas generosas e de suas colaboradoras.
         Seguindo a solicitude da Autoridade Eclesiásticas, em 8 de Janeiro de 1899, vestindo o hábito religioso na capelita do Pequeno Lar, Teresa Grillo, com oito de suas colaboradoras deu vida à Congregação das Pequenas Irmãs da Divina Providência. Nos seguintes 45 anos, sua responsabilidade prioritária foi a de difundir e consolidar o Instituto. Quase imediatamente depois de realizada a fundação a Obra começou a ter casas em diversos lugares do Piemonte, desenvolvendo-se rapidamente inclusive nas regiões do Vêneto, Lombardía, Ligúria, Puglia e Lucania.
         A partir de 13 de junho de 1900 o instituto se estendeu no Brasil e desde 1927, por solicitude de São Luis Orione, fundou inclusive casa na Argentina. Sem aforrar esforços, Teresa animava e alentava a suas irmãs com sua carismática e solícita presença nas comunidades. Em seis oportunidades atravessou o oceano para chegar até América Latina, onde como frutos de sua solicitude surgiram numerosas fundações com asilos, orfanatos, escolas, hospitais e asilos para anciãs. A oitava viagem, feita no ano 1928, na idade de 73 anos.
        Em 8 de junho de 1942, a Santa Sede concedia a Aprovação apostólica à congregação das Pequenas Irmãs da Divina Providência. A Beata Teresa Grillo se apagou em Alessandria em 25 de Janeiro de 1944 na idade de 89 anos. Seu instituto contava então com 25 casas em Itália, 19 no Brasil e 7 na Argentina. Com o Processo Informativo, em 1953 foi introduzida a Causa de Canonização.
         Em 6 de julho de 1985, o Santo Padre João Paulo II, declarando-a Venerável, decretou a heroicidade de suas virtudes. O Espírito da Beata Teresa Grillo Michel fazia aos indigentes permanece particularmente na obra de suas Irmãs, a que costumava repetir: “Continuarei invocando sobre vós a abundância do espírito que deve distinguir a Pequena Irmã da Divina Providência: espírito de confiança verdadeiramente heroica nesta admirável emanação da Divina Bondade, porque nós devemos estar totalmente e em cada hora à mercê de sua Providente ajuda”.