segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

São Gregório Nazianzeno



Gregório nasceu no ano 329, numa família muito devota, na Capadócia, atual Turquia. Seu pai foi eleito bispo da cidade de Nazianzo e teve o cuidado para que seu filho fosse educado nas melhores escolas e academias da Antiguidade. Desde pequeno demonstrava um forte temperamento místico e inclinação para a vida de monge.
Ele passou quase dez anos em Atenas como aluno, onde cultivou uma fiel amizade com São Basílio, cujo culto também é comemorado hoje. Durante este período desenvolveu, de vez, sua capacidade para a poesia, literatura e retórica. Não cedendo à tentação de viver entre a frivolidade de oradores e filósofos, ao contrário, se aprimorou numa profunda vida religiosa, junto com seu fiel amigo.  
Ao regressar a Nazianzo recebeu o Batismo das mãos de seu próprio pai e, mais tarde, a Ordem sacerdotal para poder ajudá-lo na pastoral da sua diocese. Como estava vaga a diocese de Sásimos, na Ásia Menor, o então bispo São Basílio o consagrou à dignidade episcopal desta região. Tornou-se um famosíssimo orador e teólogo sendo muito perseguido pelos arianos. Por isto, preferiu desistir da vida episcopal e se recolher num mosteiro onde se dedicava inteiramente às orações, à meditação, ao estudo do Evangelho.
Em virtude de sua grande erudição teológica e seus claros conhecimentos sobre a discutida cristologia dos primeiros tempos, foi escolhido para ser o bispo de Constantinopla. Neste caso, mesmo sob pressão dos inimigos, Gregório aceitou ser declarado patriarca desta metrópole e nesta posição presidiu o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja naquele local sediado em 381, que triunfou a doutrina da Santíssima Trindade ortodoxa, ou seja, reconheceu a divindade do Espírito Santo.  
Mesmo com seu caráter demasiado sensível, suportou as dificuldades da administração de uma diocese. Mas as perseguições arianas foram tantas que novamente se viu obrigado a abdicar do cargo, voltando para sua solidão de monge, para o trabalho literário, ao exercício de meditação e aos mistérios de Deus.
Gregório morreu no ano 390.
Dentre o seu legado encontramos quase cinqüenta sermões e duzentas e quarenta e quatro cartas, que tratam, em especial, sobre a verdadeira divindade do Espírito Santo e da santidade da Virgem Maria como Mãe de Deus.  
Sua inspiração poética também nos presenteou com cerca de quatrocentos poemas. Seus sermões e escritos deixaram um tesouro de testemunho ortodoxo, em um tempo de muita confusão e luta interna na Igreja Romana.
A Igreja o incluiu no Calendário dos Santos mantendo seu culto no dia 2 de janeiro, como sempre foi venerado.  
São Gregório de Nazianzeno junto com São Basílio Magno, e o irmão mais novo deste, chamado de São Gregório de Nissa, receberam o título de "Os três capadócios".


Tumba com algumas relíquias de São Gregório na Basílica de São Pedro