domingo, 31 de março de 2013

Beata Joana Maria de Maillé

          

            Esta terceira franciscana é exemplo perfeito de nobreza e de santidade. Passou toda a vida a desenvolver o ambiente religioso e patriótico na corte de Carlos VI e entre outros nobres da França, para salvar a nação das lutas civis e dos ingleses. O desejo de viver segundo o espírito evangélico fez dela uma apóstola e penitente por caminhos duma despojada pobreza.
             Nasceu a 14 de abril de 1331 no castelo de La Roche, diocese de Túrones. Aos 11 anos teve uma primeira visão da Virgem Maria e do Menino Jesus. Recebeu a educação religiosa inicial de um padre franciscano, confessor da família. Foi ele quem a iniciou no amor ardente a Cristo, Salvador da humanidade, a Maria, mãe de Deus e dos homens, e ao seráfico Francisco de Assis. Daí o seu empenho em imitar as virtudes do Pobrezinho, em especial o amor à pobreza, a humildade e à oração, e a decisão de se fazer franciscana professando na Terceira Ordem Franciscana.
            O seu tutor decidiu dá-la em casamento a Roberto de Silly. Os dois jovens esposos decidiram de comum acordo conservar a castidade e dedicarem-se a socorrer os desventurados durante a terrível epidemia da peste negra que dizimou a Europa entre 1346 e 1353. Roberto, capturado pelos ingleses e resgatado a preço de toda a sua fortuna, morreu em 1362.
             Joana Maria, como já acontecera com Santa Isabel de Hungria, foi brutalmente expulsa pela família do ex-marido. E também ela, como a referida santa, perdoou generosamente a quem lhe causou tanta dor, e bendisse a Deus no momento da prova. Retirou-se para Túrones, onde se dedicou à oração e a obras de caridade. Fez voto de castidade perpétua nas mãos do arcebispo de Túrones, e entrou no hospício dos doentes, decidida a levar uma vida dedicada por inteiro ao serviço dos irmãos pobres, enfermos e necessitados, como tinham feito os primitivos terceiros franciscanos. Perseguida pela malevolência de alguns que a rodeavam, retirou-se para o eremitério de Planche de Vaux, onde passou a levar vida contemplativa. 

              Obrigada pelas condições precárias de saúde a regressar a Túrones em 1386, foi viver junto ao convento dos Cordígeros, nome popular dos franciscanos, e colocou-se sob a direção do P. Martinho de Bois Gaultier. O seu zelo levou-a várias vezes à corte do tresloucado rei Carlos VI, a ver se o convencia a corrigir seus maus costumes. Foi favorecida com diversos carismas, era consultada por muita gente, e admirada pelo rigor da penitência e odor de santidade. O termo dos 82 anos de vida na terra foi a 28 de março de 1414. Foi amortalhada na sepultura com o hábito das clarissas.