terça-feira, 19 de março de 2013

Beata Sibilina Biscossi, virgem e religiosa


            


             A Beata Sibilina Biscossi, nasceu em Pavia em 1287, e era órfã de pai e mãe. Nascida na honrada família Biscossi, desde os primeiros anos demostrou grande inclinação à piedade. Apenas teve forças para trabalhar, foi colocada a serviço. Aos doze anos, atingida por uma dolorosa enfermidade, ficou totalmente cega. Se bem que a menina aceitasse com resignação a dolorosa prova, não cessou de rogar a Deus a recuperação da visão, tão necessária a ela que tinha que conseguir o pão de cada dia com o trabalho de suas mãos.
            Um dia, enquanto rezava assim, o Santo Patriarca Domingos lhe apareceu, e lhe mostrou uma luz tão maravilhosa, que a fez desejar para sempre aquela luz e nenhuma outra coisa deste mundo. A Beata compreendeu que a sua cegueira podia ser luz e orientação para os outros. E assim, com quinze anos, vestindo o hábito da Ordem Terceira, e inflamada de um amor santo, se retirou em uma ermida junto à igreja dos Frades Pregadores, iniciando uma vida que podemos definir como heroica. Mais heroico ainda foi perseverar nela por 67 anos, sem jamais abandonar a sua cela: ali permaneceu dos 15 aos 80 anos, na mais severa penitência, vestindo no verão e no inverno o mesmo hábito, comento escassamente e dormindo sobre uma mesa de madeira, sem enxergão e sem coberta.
              Visitada por prelados e potentados, por devotos e descrentes, ela foi a Sibila cristã que respondia a todos os pedidos de conselho e de conforto. Era o olho luminoso de toda a cidade de Pavia, que reconhecia na cega vidente uma mestra de espírito.
            Com coração de mártir suportou as trevas da cegueira, a solidão completa, os rigores e uma severa penitência. Mas o segredo de tanta coragem era sua amorosa contemplação do Crucifixo. Nele ela adquiriu também a sabedoria celeste que a tornou mestra e consoladora de inumeráveis almas que acorriam a ela à procura de luz e de consolação.
                A hora de sua morte lhe foi revelada, e ocorreu no dia 19 de março de 1367, na veneranda idade de oitenta anos, cercada pelos religiosos da Ordem, que a assistiram na hora suprema.
              Foi ilustre pelos milagres. O seu corpo está sepultado na catedral de Pavia. O Papa Pio IX confirmou o seu culto em 17 de agosto de 1854.
                 A Ordem Dominicana a recorda no dia 18 de abril.