segunda-feira, 4 de julho de 2011

Santo Efrém, "Vergine Madre"

   


    "A Virgem me convida a cantar o mistério que contempla com admiração. Filho de Deus, dá-me teu maravilhoso dom, permite-me afinar minha lira e conseguir retratar a belíssima figura de tua Mãe amantíssima.
     A Virgem Maria dá à luz seu filho na virgindade. Ela amamenta aquele que nutre os povos, em seus castos seios ela traz aquele que sustenta o universo. Ela é virgem, ela é mãe; a ela nada é impossível.
     Santa no corpo, alva na alma, imaculada no espírito, sincera na inteligência, perfeita nos sentimentos, casta fiel, pura de coração, incontestável: Maria está repleta de todas as virtudes.
     Que em Maria se rejubile toda a categoria das virgens, porque uma dentre elas gerou o herói que sustenta a criação inteira, aquele que libertou o gênero humano oprimido pela escravidão.
     Em lugar do fruto amargo que Eva colheu da árvore fatal, Maria deu aos homens um fruto cheio de doçura. E eis que o mundo inteiro se deleita com o fruto de Maria.
     A árvore da via, escondida no centro do paraíso, cresceu no interior de Maria. Ao sair dela, espraiou sua sombra no universo, distribuiu seus frutos tanto sobre os povos mais distantes como sobre os mais próximos.
     Maria entreteceu uma veste de glória e a deu a nosso primeiro pai. Ele tinha escondido sua nudez por entre as árvores; a vestimenta passou a ser adorno de modéstia, de virtude, de beleza. Aquele a quem a esposa havia lançado por terra, a filha reergueu; sustentado por ela, ele se levanta como um herói.
     Eva e a serpente tinham preparado uma armadilha; Adão nela caiu. Maria e seu régio Filho debruçaram-se sobre ele e o tiraram do abismo.
     A videira virginal deu um cacho de uvas cujo suco dulcíssimo faz os aflitos alegres. Adão e Eva, em sua angústia, provaram o suco da vida, e nós recebemos a consolação".