Francisco nasceu em Camporosso, pequena aldeia da Ligúria, na diocese de Albenga, a 27 de dezembro de 1804. Seus pais chamavam-se Anselmo Criese e Maria Antônia Gazzo.
Sendo pastor de ovelhas ouviu, certo dia, o convite de um capuchinho e entrou no convento de Sestro Ponente, onde vestiu o hábito de irmão terceiro. Porém, não se sentia satisfeito. Uma voz interior não o deixou em paz até que teve a alegria de vestir o hábito capuchinho.
Fez o noviciado no convento de São Bernardo de Gênova. Após a profissão, foi destinado ao Convento da Santíssima Conceição, em Gênova, onde permaneceu até morrer. Destinado ao serviço humilde de cozinheiro e enfermeiro, tornou-se notável por particular fidelidade ao seu dever e por ímpar generosidade. Os superiores destinaram-no, depois, ao ofício de esmoleiro que o levava a percorrer, todos os dias, as ruas da cidade que transformaria em lugar de incessante colóquio com Deus.
Seu exemplo converteu-se rapidamente em motivo de admiração porque suas palavras simples e espontâneas tinham sempre o segredo de dar conforto a todos os sofrimentos. Realizou este trabalho durante 40 anos. Francisco Maria, entretanto, não esqueceu seu antigo trabalho de pastor porque, a partir desse momento, o rebanho por ele cuidado e conduzido era o dos mais miseráveis e abandonados da população de Gênova, e os pastos eram as ruas, as estradas e o porto da cidade velha. Aqui, o capuchinho de Camporosso, esmoleiro do convento, converteu-se no padre santo, como era geralmente chamado e conhecido pelos seus insólitos e freqüentemente pouco recomendáveis interlocutores, habitantes das barracas e de ambientes bastante suspeitos.
Sereno em toda a parte, na igreja como nas tabernas cheias de fumo e vinho; sempre afetuoso com os irmãos, os jovens, os descarregadores do porto, os criminosos, este padre santo, em suas andanças pela cidade, esforçava-se por realizar duplo objetivo: pedir esmola e – o mais importante e delicado – tentar aproximar de Deus as almas de todos os que encontrava pelo seu caminho. Pouco importava que os encontros fossem, por vezes, agressivos quando se tratava de pessoas facilmente propensas aos ultrajes. Estas dificuldades não faziam desaparecer a bondade e transparência deste irmão capuchinho a quem todos, mais cedo ou mais tarde, acabavam por se ligar com muito amor.
Em 1866, durante uma epidemia na cidade, ofereceu-se a Deus como vítima para que fossem salvos os outros. Pouco depois, foi vitimado pelo mal e logo a seguir a epidemia acabou. Morreu com 62 anos, aos 17 de setembro de 1866. O Papa João XXIII o canonizou a 9 de dezembro de 1962.