quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Santa Eugênia da Alsácia ou de Hohenbourg, abadessa


   
Relicário de Santa Eugênia
     Eugênia nasceu em uma família principesca por volta do fim do século VII em Obernai, França. Seu era pai Adalberto, Duque da Alsácia, e sua mãe Gerlinda, de uma família não menos importante que a de seu pai. Eugênia teve também uma irmã, Santa Atala.
     Eugênia recebeu do céu um coração terno e sensível e cheio de boas inclinações para a virtude. Embora tudo concorresse para que ela se voltasse para as coisas do mundo - a nobreza de sua raça, os bens de seus pais, a beleza e a sabedoria, a doçura de seu caráter e as graças de seu espírito - a Providência desejava que todos esses dons fossem usados para a maior glória de Deus.
     Bem jovem ela prometeu consagrar a Deus sua vida e desejava viver a pobreza, dedicando-se a socorrer os doentes, consolar os aflitos e proteger os fracos.
     Ao completar 15 anos, data marcada por sua tia Santa Odília, fundadora da Abadia de Hohenbourg, para sua consagração pública a Nosso Senhor, Adalberto e Gerlinda a abençoaram e acompanhada por eles ela se dirigiu para Hohenbourg.
     Com coragem Eugênia seguiu os passos de sua tia e manteve a regularidade e a disciplina, e dava, como Odília, o exemplo de todas as virtudes à sua santa comunidade.
     O espírito da piedosa fundadora reinava nas duas casas e era um espetáculo bem edificante para a Alsácia ver jovens virgens nascidas nas primeiras famílias da região renunciarem às doçuras de uma vida cômoda e agradável para ir se consagrar às práticas da penitência e da oração.
     Após a morte de Santa Odília, Eugênia foi designada para suceder a fundadora. A sua assinatura como abadessa de Hohenbourg aparece em um documento do ano 722.
     Santa Eugênia tornou-se a consoladora dos necessitados da região. Para exemplificar sua imensa caridade, na Quinta-Feira Santa, para imitar a humildade de Nosso Senhor Jesus Cristo, ela convidava para a abadia grande número de pobres dos quais ela lavava e beijava os pés; após esta cerimônia, lhes dava roupas e os servia à mesa. Era grande sua compaixão pelos doentes. Nem a chuva, nem o mal tempo no inverno a impediam de ir visitá-los no Asilo São Nicolau, ou mesmo nas suas pobres casas no vale.
     Eugênia governou seu mosteiro por 15 anos e foi incluída no número das santas. Seu corpo foi colocado na capela de São João Batista, perto do túmulo de Santa Odília. Suas relíquias foram conservadas neste local até a guerra dos suecos.
     Em 1622, o Conde de Mansfeld, chamado de “o Atila da Cristandade”, mandou incendiar a Abadia de Hohenbourg e com seus soldados pilhou tudo de precioso que encontraram. Estes fanáticos abriram então o túmulo de Santa Eugênia e dispersaram seus restos mortais. Entretanto, naquele mesmo ano as monjas haviam transferido para Oberheim parte de suas relíquias, que podem ainda serem encontradas nas igrejas de Obernai e de Willgotheim.
     Em 1632, novamente os suecos incendiaram e pilharam a Abadia. Em 1687 o mosteiro e a igreja foram reconstruídos. Atualmente o local ainda é visitado por muitos peregrinos e devotos de Santa Odília e de sua santa sobrinha Eugênia.
     No século XIV Santa Eugênia era celebrada no dia 1o. de outubro, e posteriormente no dia 16 de setembro, dia de sua morte em Hohenbourg.


Abadia de Hohenbourg, Alsácia