segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Beato Tiago Desiré Laval


Jacques-Desiré Laval nasceu em Croth, Normandia, França, em 18 de setembro de 1803. Formou-se e exerceu primeiro como médico, mas depois sentiu o chamamento de Deus para ser sacerdote e missionário.
“É verdade. Eu hesitei por muito tempo entre o sacerdócio e a medicina. Escolhi a medicina e agora sei que estava enganado. Deus está me chamando. Esta é minha vocação. Como padre serei uma pessoa mais útil. Eu devo seguir a voz de Deus”.
Jacques Laval foi ordenado em 1838 e serviu como padre pároco em Pinterville, uma pequena paróquia de 486 habitantes. Ele adorava crianças e tornou-se um professor de catecismo muito estimado. Embora muito desejoso de trabalhar nas missões estrangeiras, Padre Laval não tomou nenhuma iniciativa no sentido de ser nomeado para tanto. ficou aguardando um sinal claro de que essa era a vontade de Deus.
Trabalhando com P. Francisco Libermann
Em 1841, foi convidado por Libermann a trabalhar junto aos 70 mil escravos recentemente libertados nas Ilhas Maurícias. Desses, três em cada quatro já tinham sido batizados, mas ninguém se havia ainda preocupado em ensinar-lhes os fundamentos da religião cristã. Marginalizados, eram tratados como “burros de carga”. Embora sozinho, o P. Laval começou a tarefa de os evangelizar.
Primeiramente, começou por ensinar àqueles que encontrava a amar a Deus e amar uns aos outros. Depois, começou a preparar alguns para se tornarem seus ajudantes na preparação dos que  iriam receberem os sacramentos, assim como cuidar dos doentes e dirigir grupos de oração comunitária. Desde o início  o P. Laval estava profundamente consciente de que a oração era a contribuição humana mais importante, bem mais imprescindível ainda de que uma boa organização.
Testemunhos Contemporâneos
O padre irlandês Joseph O’Dwyer, em 1854 escreveu a Roma:
“Eu nunca tinha visto uma mudança tão completa envolvendo um número tão grande de pessoas como a que ocorreu entre os Negros. Depois de Deus, o crédito para tão grandioso trabalho pertence ao P. Laval, homem destinado por Deus para a tarefa de conversão e melhoria desse povo tão carente.  …Com a ajuda dos seus confrades, o P. Laval propagou a fé e a piedade por toda parte onde encontrava negros nas Ilhas Maurícias”.
Em 1853, o próprio P. Laval escreveu sobre o seu trabalho pastoral:
“ Há em Port Louis, onde estou trabalhando, cerca de 30 mil pessoas, e todas têm necessidade de ser atendidas. Temos de ensinar, catequizar, consolar, visitar e administrar o sacramento a todas essas pessoas; então, podem já ver que existe muito trabalho para ser feito. O bom Senhor, para quem estamos trabalhando, tem abençoado os nossos esforços e tem feito a Sua Palavra produzir frutos. Este país, e principalmente os negros pobres aos quais fomos enviados, não sabiam nem mesmo que existia um Deus, quando aqui chegamos pela primeira vez”.
O P. Jacques Laval morreu em 9 de setembro de 1864. Cerca de 40 mil pessoas – metade da população da Ilha – foram para o seu funeral, demonstrando a estima que tinham pela sua obra. Muitos milhares de peregrinos de diferentes raças e religiões visitam seu túmulo cada ano, cantando: “Não tem santo nos céus como o P. Laval”. Foi declarado Beato pelo Papa João Paulo II em 29 de abril de 1979. Foi a primeira beatificação feita por este Papa.