sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Santa Edith Stein, virgem e mártir



    Nasceu na Alemanha, em 1891, de rica família judia. Era a última de onze filhos e aos dois anos ficou órfã do pai. Educada na religião judaica, desde criança se revelou de inteligência incomum e, envolta em suas primeiras elucubrações, entrou na adolescência se dizendo ateia, o que sustentava ainda aos 21 anos, embora sempre acompanhasse a mãe à sinagoga.
    Tão perspicaz, chegou a abandonar a escola, mas voltou a estudar e foi a primeira mulher a defender tese de Filosofia na Alemanha. Era seguidora e assistente de Edmund Husserl, fundador da Fenomenologia, matéria em que se tornou doutora.


    Em 1921, de férias na Baviera, conheceu os escritos de Santa Teresa D'avila, no livro de sua autobiografia. Profundamente impressionada, leu-o todo numa noite e no dia seguinte adquiriu o Catecismo da Igreja Católica e um Missal, para continuar conhecendo a Verdade e saciar sua sede de Deus. Converteu-se ao Catolicismo, preparou-se mesmo sozinha, em janeiro de 1922 foi batizada e em fevereiro, crismada, ainda que contra a vontade de sua mãe e irmãos.
    Passou a dar aulas numa escola dominicana, participou de várias conferências de instituições católicas e tornou-se catedrática na Universidade de Friburgo.


    Em 1933, porém, Hitler e o nazismo assumiam o poder na Alemanha, e todos os professores que não concordavam com o arianismo passaram a ser perseguidos e deportados. Foi quando, aos 42 anos, Santa Edith Stein resolveu entrar para o convento das carmelitas descalças como noviça, na cidade de Colônia, e já em 1934 vestiu o hábito e adotou o nome de Teresa Benedita da Cruz.
    Em 1938 professou os votos perpétuos, mas sua família não compareceu a cerimônia. Desde que havia se convertido, apenas por uma vez, e com um simples bilhete, sua mãe respondeu às suas frequentes cartas. Só sua irmã, Rosa, lhe dedicava verdadeira atenção. E ela também acabou se convertendo ao Catolicismo após a morte da mãe, em 1939.
    Ao se intensificar as perseguições aos judeus, em 1940 Santa Edith foi transferida para o convento carmelita de Echt, na Holanda, onde um ano depois recebeu sua irmã, que também queria abraçar a vida religiosa, mas terminou aí prestando serviços apenas como uma irmã leiga. Isso perdurou até quando a Holanda foi invadida e anexada pela Alemanha nazista, e os superiores de seu convento tentaram transferi-las para a Suíça. Contudo, eram tempos muito difíceis para os judeus.
    Em 1942, os bispos holandeses escreveram um corajoso manifesto denunciando a perseguição nazista aos judeus, mas que só fez despertar a sanha de Hitler contra a Igreja Católica. Ela e sua irmã foram levadas inicialmente para o campo de concentração de Westerbork, no norte da Holanda, onde Santa Edith foi descrita pelos que sobreviveriam como a 'freira alemã', dedicada consoladora dos aflitos e atenciosa cuidadora das crianças.
    Em 7 agosto de 1942, foi levada com a irmã para o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, no sul da Polônia, onde mais de 1 milhão de judeus seriam mortos. Apenas dois dias depois foram mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos incinerados.

Ficheiro:Birkenau.jpg

    Martirizada em meio ao seu povo, ofereceu sua vida pela conversão dos judeus ao catolicismo. Foi proclamada padroeira da Europa, junto a Santa Brígida e Santa Catarina Sena.