quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Beata Cecilia Cesarini, virgem dominicana

 

     Em 1510 foi feito o reconhecimento e posterior transladação das relíquias da Beata Diana d’Andalò no mosteiro de Santa Inês. No mesmo túmulo foram encontrados três corpos, dois dos quais foram atribuídos a Diana e a Cecília. O terceiro foi atribuído a Irmã Amada, que como outras Irmãs do mosteiro de São Sisto havia sido convidada pelo Beato Jordão da Saxônia para estabelecer a vida monástica dominicana no mosteiro de Santa Inês.
     O culto de Diana, Cecília e Amada foi aprovado em 24 de dezembro de 1891 por Leão XIII. Os corpos das Beatas ainda hoje são conservados no mosteiro de Santa Inês de Bologna.
     Cecília Cesarini nasceu em Roma nos primeiros anos do século XIII e faleceu em Bolonha por volta de 1290. Não se sabe ao certo a qual família pertencia.
     Muito jovem ingressou no mosteiro romano de Santa Maria in Témpulo, situado entre o circo Maximus e a Basílica de São Sisto, próximo das Termas de Caracalla. Contava cerca de 17 anos quando recebeu o hábito e fez sua profissão nas mãos de São Domingos, em 28 de fevereiro de 1221.
     No início do século XIII havia sete mosteiros femininos em Roma, cada um deles com comunidade muito reduzida. Santa Maria in Témpulo tinha uma média de seis monjas.
     Inocêncio III resolveu construir a igreja e o mosteiro de São Sisto e confiou a organização do mosteiro feminino aos cônegos de Sempringham. Estes religiosos tinham sido fundados por São Gilberto na Inglaterra, em meados do século XII, para servirem de capelães de um grupo de abadias femininas. Quando Inocêncio III faleceu em Perusa (1216), as obras estavam bem adiantadas, quase acabadas.
     Ao assumir, o papa Honório III não abandonou o projeto de seu predecessor e procurou ativá-lo desde o início de seu pontificado, mas servindo-se de São Domingos para levá-lo adiante. No mês de novembro de 1219, São Domingos visitou o Papa em Viterbo e ali recebeu o encargo oficial de reformar as monjas de Roma, reunindo-as no mosteiro construído.
     São Domingos aceitou a comissão pontifícia e se propôs levá-la a cabo. O Santo há algum tempo havia entrado em contato com o mosteiro de Santa Maria in Témpulo, o que seria uma boa base para executar a tarefa.
     No final do ano os frades receberam a Igreja de São Sisto, onde tiveram que improvisar um pobre convento e terminar a construção do mosteiro para as monjas, cujos gastos eram cobertos pelo Romano Pontífice. Assim nasceu o primeiro convento romano dos frades Pregadores, entre o final de 1219 e o mês de fevereiro de 1221.
    O contato de São Domingos com o novo mosteiro de São Sisto de Roma durou três meses apenas, pois ele faleceu no dia 6 de agosto de 1221 em Bolonha, mas foi um período suficiente para deixar uma recordação inesquecível na Irmã Cecília e nas outras monjas que o conheciam já antes da fundação.
     Em 1223 foi fundado o mosteiro dominicano de Santa Inês de Bolonha, pela Beata Diana d’Andalò e o Beato Jordão de Saxônia. Irmã Cecília foi uma das quatro monjas de São Sisto transladadas para Bolonha pelo Papa Honório III, a pedido do Beato Jordão, para transmitir o espírito de São Domingos às Irmãs de Santa Inês.
     Durante 12 anos (até a morte de Diana em 1236) Irmã Cecília e Irmã Diana, filhas prediletas de São Domingos, puderam viver como irmãs na mesma comunidade de Santa Inês de Bolonha, seguindo Nosso Senhor Jesus Cristo na Ordem Dominicana.
     Em 1237 a Beata Cecília foi eleita priora de Santa Inês. Idosa ditou para a Irmã Angélica a “Narração” de suas recordações sobre o tempo de permanência de São Domingos em Roma.
     A Beata faleceu no mosteiro de Santa Inês de Bolonha em 1290. Seu corpo é venerado no mosteiro de Bolonha, e sua cabeça no mosteiro dos Santos Sisto e Domingos, em Roma.
     Por ter sido a primeira monja do mosteiro de São Sisto a receber o hábito e fazer a profissão nas mãos de São Domingos, por ter transmitido os traços físicos, psicológicos e espirituais daquele Santo, a Beata Cecilia tornou-se uma das suas primeiras biógrafas.
     Por sua fez o Beato Jacinto Maria Cornier fez uma descrição da Beata: ele a descreve como vivaz, generosa, persuasiva e ávida de perfeição evangélica, tendo levado uma vida religiosíssima e honestíssima.