terça-feira, 6 de agosto de 2013

Beato Augusto Czartoryski, sacerdote


        

           Augusto Czartoryski, príncipe polonês, nasceu no exílio, em Paris, França, no dia 2 de agosto de 1858. Era filho do príncipe Ladislau e da princesa Maria Amparo, filha da rainha da Espanha.
            Havia uns trinta anos que a nobre estirpe dos Czartoryski, ligada aos interesses dinásticos da Polônia, tinha emigrado para a Espanha. Desde o exílio, o príncipe Ladislau procurava restaurar a unidade da pátria desmembrada em 1795. Aos 6 anos, Augusto perdeu a mãe. Ocupou seu lugar Margarida de Orléans, filha do conde de Paris, pretendente ao trono da França.
            Desde pequeno, Augusto se mostrou um menino bom e reflexivo.
            Embora estreitamente ligado à sua amada Polônia, jamais se viu atraído pela vida da corte. A ação da graça em sua alma o levou ao desapego dos bens terrenos e a uma vida espiritual profunda.
            Quando tinha entre 10 e 17 anos estudou em Paris e em Cracóvia, mas sua saúde frágil o obrigou a interromper os estudos e a deslocar-­se continuamente no Sul da Europa em busca de climas melhores.
            Naqueles anos, a Providência lhe pôs ao lado um preceptor, Rafael José Kalinowski, que o guiou com prudência não só nos estudos, mas so­bretudo na vida espiritual. Em seguida Kalinowski se tomou carmelita e sacerdote, e hoje a Igreja o venera entre os santos. O preceptor descreve seu aluno como um jovem de humor estável, dotado de grande bondade, cortês, sincero, inteligente, muito religioso, simples de coração.
            Em maio de 1883, Dom Bosco estava na França. Foi convidado ao Palácio Lambert pela princesa Margarida de Orléans. Augusto ajuda­va na Missa, e o Santo lhe disse: "Faz muito tempo que desejava co­nhecê-lo", O príncipe ficou eletrizado com aquele encontro. A seguir, foi diversas vezes a Turim, Itália, para visitar Dom Bosco. Pedia-lhe com insistência para fazer parte dos salesianos, mas o Fundador não estava convencido. Augusto falou com o Papa Leão XIII, que convi­dou Dom Bosco a aceitar o príncipe.
           Em julho de 1887, depois de ter renunciado a todos os seus bens e à possibilidade do trono, contra o parecer da família, entrou final­mente para o noviciado. Tinha 29 anos.              Procurou adaptar-se aos ho­rários e ao estilo de vida, tornar-se o mais humilde dos noviços. Dom Bosco, quase à morte, abençoou sua batina. Começou os estudos de filosofia. Logo, porém, voltou sua doença, a tuberculose.
           Na casa de Valsalice, em Turim, encontrou Pe. André Beltrami. Os dois criaram uma profunda amizade espiritual enquanto André cuida­va de Augusto, doente. Entretanto, Pe. Miguel Rua o fez estudar teolo­gia e o admitiu às Ordens sagradas. Quando foi ordenado sacerdote em Samemo, no dia 2 de abril de 1892, sua família esteve voluntariamente ausente: usara todos os meios para fazê-lo sair da Congregação.
          Augusto encarnou plenamente a espiritualidade salesiana, em particular a dimensão do sacrifício e da oferta da própria vida e do sofrimento pelo bem dos jovens e da Congregação. Morreu com 35 anos em Alassio, no dia 8 de abril de 1893, sábado da oitava de Pás­coa. "Que bela Páscoa!", exclamara, pouco antes. Seu corpo é venera­do em Przemysl (Polônia).