quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Beato Domingos da Santa Mãe de Deus



              Duplamente órfão aos oito anos de idade, Domingos se entrega aos cuidados da Mãe do Céu. E Maria o recebe sob seu manto...Domingos Barberi foi o sétimo e ultimo filho do casal José Barberi e Maria Antonia Pacelli, humildes camponeses de Palanzana, nas proximidades de Viterbo; foi lá que ele nasceu no dia 22 de Junho de 1792. A família trabalhava a meias num sitio das cônegas de Santo Agostinho, viviam uma situação financeira estável, porém logo após o nascimento de Domingos, morreu o Sr. José Barberi, o seu pai, e a Sra. Maria Antonia teve que trabalhar dobrado para sustentar a família e educar os filhos como verdadeiros e bons cristãos, o que ela fez com bom êxito pois dos sete filhos do casal, dois entraram na vida religiosa e os outros se casaram e formaram famílias exemplares.
             O menino Domingos experimentou a presença de Maria Santíssima em sua vida desde muito cedo; primeiro através de sua Mãe que foi curada milagrosamente de uma ruptura no braço após ter invocado a intercessão da virgem; segundo através de um Padre capuchinho o qual lhe ensinou as primeiras letras e também a devoção a Maria e a Eucaristia e por ultimo, aos oito anos de idade quando se tornou duplamente órfão, vendo sua mãe morrer diante dos seus olhos e nada podendo fazer, na dor, na angustia e na impotência ele se entregou e se consagrou por inteiro como filho da Virgem Maria, dizendo as seguintes palavras:-Já não tenho mais Papai e nem Mamãe nesta terra! Ó Maria, sede vós de agora em diante minha Mãe e velai por mim! Insaciável de leituras, Domingos passa horas e mais horas da noite, à luz do candeeiro, lendo tudo o que lhe cai nas mãos. Quanta falta lhe faz o olhar vigilante da Mãe!...Seu tio Materno Bartolomeu Pacelli, o acolheu em sua casa e o adotou como filho. Como não tinha filhos queria torná-lo seu herdeiro. 
            Com medo de que o religioso capuchinho o seduzisse à vida religiosa, o tio proibiu Domingos de estudar obrigando-o a trabalhar no campo. Mesmo assim o menino aproveitava as noites e os domingos para fazer leituras e ele leu muitos livros, bons e maus livros, tudo o que lhe caía nas mãos,começou então uma vida de pecados.Como o tio queria a todo custo que ele se casasse ele começou a gosta da mossa que esse lhe arranjou como namorada. E aqui começou suas tremendas lutas: por uma parte a atração que sentia pela vida sacerdotal, por outra essa ternura tão natural que começava a sentir pela namorada. Um mau companheiro arrastando-o para a taberna, já o levava para muito mau caminho. Mas Domingos não deixava a oração e os sacramentos. Foi o que lhe valeu.O que mais o prejudicou nessa idade foi um companheiro, que o induzia ao mau caminho, embora se confessasse mensalmente, não deixava esse companheiro, mas um dia o confessor para afastá-lo desse caminho , que o poderia leva à ruína, lhe negou a absolvição. Domingos chorou abundantemente... Refletiu ...Pareceu-lhe ver-se não apenas a beira do precipício, mas já no inferno! Tomou então a decisão de abraçar a vida religiosa. Aqui mais uma vez ele sente a presença de Maria o protegendo como Mãe. Ao completar 18 anos sua classe estava sendo chamada para se incorporar ao exercito napoleônico. Diante da ameaça de ter que partir para a guerra lembrou-se de sua mãezinha e lhe suplicou que viesse em seu auxilio. Esta lhe apareceu em sonho e lhe garante que ficará livre do serviço militar, mais que leve a efeito a promessa de ingressar para a vida religiosa.
             Aqui mais uma vez ele sente a presença de Maria o protegendo como Mãe. Ao completar 18 anos sua classe estava sendo chamada para se incorporar ao exercito napoleônico. Diante da ameaça de ter que partir para a guerra lembrou-se de sua mãezinha e lhe suplicou que viesse em seu auxilio. Esta lhe apareceu em sonho e lhe garante que ficará livre do serviço militar, mais que leve a efeito a promessa de ingressar para a vida religiosa.Domingos ficou livre do serviço militar. Aberto aos desejos do tio e esquecendo suas promessas, Domingos noivara. E quão duro lhe era agora romper esse amor humano! Mas seu irmão Salvador, o salva da delicada situação.Domingos estava tão apaixonado pela noiva que chegou a dizer ao seu irmão Salvador, que lhe lembrava a promessa feita, que de nada se importava em ir para o inferno se fosse ao lado dela. Mas a SS. Virgem não o abandonou. 

              O jovem adoeceu a ponto de receber o sacramento da extrema unção, nesse momento ele caiu em si, viu o perigo no qual se encontrava e jurou fidelidade a promessa. Pouco a pouco volta a saúde e, com ela, o esquecimento das promessas. Como é grande a miséria humana! Depois de muita oração ele decide desfazer o noivado. Mas quer ir pessoalmente despedir-se da noiva e... Acaba por jurar-lhe que jamais a abandonará! Até que o seu irmão Salvador mais uma vez intervém e o ajudar a livrar do noivado.
            Nos momentos vagos sente Domingos suas delicias nos doces colóquios com a Mãe do céu. E Maria lhe revela sua futura missão na Inglaterra.Em uma noite de Natal Domingos tem uma visão, se depara novamente com a presença de Maria e dessa vez de forma mais forte, estava refletindo sobre o grandioso mistério de um Deus feito criancinha quando uma voz interna se fez ouvir em sua alma:-Serás padre e reconduzirá ao bom caminho muitos transviados!Nessa época esta acontecendo a perseguição napoleônica, os conventos estavam fechados e os religiosos dispersos. Mas perto da casa do tio do Jovem, viviam disfarçados dois passionistas, com os quais pode conversar. Enquanto esperava melhores dias para poder entrar no seminário, dedicou-se ao estudo da língua latina, servindo-se de uma Bíblia, que procurava traduzir. 

              Com fim da Guerra as casas religiosas se reabriram. Domingos foi recebido como irmão coadjutor no Retiro de Santo anjo de Vetralla, e para provar que tinha vocação teve que viver ali três meses realizando serviços domésticos antes de ir para o noviciado.Um dia, enquanto rezava diante da imagem da SS. Virgem, ouviu claramente em seu espírito essas palavras:
              -Serás Missionário e levará a fé à Inglaterra!Como aconteceria isso se os padres o receberam como irmão coadjutor? Domingos não se preocupou. A providencia se encarregaria de realizar o que Maria anunciara. Depois de tantas lutas, ei-lo, enfim, a caminho do altar. Duros e longos são os estudos, mas Domingos tudo supera com o pensamento da beleza do seu ideal!Já no noviciado Domingos recebe a encargo de traduzir um trecho latino da Bíblia, o que ele fez maravilhosamente e por isso os superiores determinaram que ele iniciasse o noviciado na condição de Clérigo. E no dia 15 de novembro de 1815, fez sua profissão religiosa.Aprofundou-se nos estudos superiores, com o único objetivo de tornar instrumento hábil nas mãos de Deus, para a salvação das almas, ao mesmo tempo em que ia aperfeiçoando o seu espírito na pratica de todas as virtudes religiosas.Chegou, afinal, o dia esperado! A mão do Sr. Bispo pousou sobre sua cabeça, transmitindo-lhe os sagrados poderes no dia 01 de março de 1818. Com quanta alegria e comoção, celebra Domingos sua primeira Missa!, e no dia ele sentiu novamente em sua alma o anuncio de Maria que seria missionário na Inglaterra.
           Embora professor interno dos seminaristas da congregação, não perde Domingos nenhuma oportunidade de exercer o apostolado nos seus encontros com os humildes.Em seu apostolado, além de professor dos seminaristas Domingos se dedica a missões, retiros espirituais e cartas de direção.O Jovem Padre não perdia de vista a sua missão, a Inglaterra, embora trabalhando de corpo e alma nos ministérios que tinha em mãos. Parecia que os caminhos eram totalmente diferentes. Foi eleito superior, depois provincial... Mas era isso tudo preparação para a grande meta. Com a humildade não apenas de um irmão coadjutor, mas de simples criado, serve Domingos aos doentes, vendo neles o próprio Cristo!Como superior não modificou em nada o seu modo de agir, sempre humilde, atencioso, serviçal.Sua caridade para com o próximo não media sacrifícios, expondo-se as vezes até ao perigo de perder a vida, como aconteceu por ocasião da peste que assolou a diocese de Veroli em 1837. Mas Deus velava pelo seu servo, salvando-o muitas vezes milagrosamente. Seu corpo todavia, não era de ferro. Assim, quando chegou à hora de partir para a Inglaterra, mais parecia que ele devesse recolher-se a um asilo de velhos.
            Deus escreve direito por linhas tortas, diz a sabedoria popular. Depois de tantas reviravoltas, chega, enfim o momento marcado pela providencia. Domingos parte para a sua esperada missão na Inglaterra.Chegou, enfim, o momento marcado por Deus. Maio de 1840. Uma turma de missionários ia partir para a Inglaterra. Por incrível que pareça, apesar de todas as promessas de Nossa Senhora, Domingos não constava na lista dos que partiriam... Mas “o homem propõe e Deus dispõe!” Na ultima hora falha o que devia chefiar a Missão e Domingos é chamado urgentemente para substituí-lo.A 22 de Junho de 1840 chegaram a Ére na Bélgica, onde se abre um convento, que servirá de Trampolim para a passagem para a Ilha. 

             Em Novembro Domingos vai pela primeira vez a Inglaterra, mas volta amargurado por nada poder fazer por lá.Volta novamente no ano seguinte e dessa vez com Mais êxito e em Fevereiro de 1842 fixa sua morada em Astton-Hall e começa seu apostolado, que bem de pressa é posto a prova pela dificuldade com a língua e pelas diversas rejeições da sociedade. Mesmo com todas as dificuldades abre uma nova casa em Stone.
            A recepção não foi muito lisonjeira! As crianças mais atrevidas o agrediam a pedradas quando passava pelas ruas, enquanto os adultos se riam... Mas seu sorriso amável os desarmava...Conselhos, promessas,ameaças, zombarias, calunias, insultos e, mesmo, emboscadas: de tudo fizeram para impedir o sucesso Da missão dos Passionistas. Até as crianças, quando o viam, aproveitando da semelhança, na língua inglesa das Palavras “demônio” e “ Domingos”, corriam-lhe atrás gritando: “padre demônio, padre demônio”!Deus estava com ele e por vezes o livrou das emboscadas dos inimigos subtraindo-o aos seus olhares. Dentro em breve a vitória foi tão completa que pode mesmo realizar uma procissão eucarística. Quanto vale uma amável paciência!A contradição é o adubo fecundo com que Deus faz crescer e frutificar as suas obras. 

            Em Junho de 1844 na festa de São Jorge, patrono da Inglaterra, é inaugurado uma igreja católica em Stone.Para por um dique aos progressos do “papismo” reúnem-se em Oxford os magnatas do anglicanismo. Mas o resultado foi apenas mais um passo para Roma. As orações e os sacrifícios de Domingos conseguiram de Deus, logo após essa reunião, à volta à Igreja católica de mais de sessenta ministros e professores da grande universidade. Entre eles estava o que se tornou mais tarde o celebre Cardeal Newman, bem como Lord Spencer, que foi depois sacerdote passionista.
           Em breve mais três casas se abriram para a congregação. Curta foi sua vida terrena, as cheia de merecimentos, pois não perdeu um instante e morreu no combate! Deus o glorificou desde logo fazendo com que até uma criada protestante, desconhecida, se ajoelhasse diante de seu cadáver, atraída por força sobrenatural!Domingos já estava cansado, não agüentava mais de tantos trabalhos, em um só ano ele chegou a realizar 36 sagrados ministérios entre missões e retiros espirituais. As conversões já não se contavam mais. Bem poderia descansar enquanto outros religiosos dariam continuidade aos trabalhos, mas Domingos preferiu prosseguir sempre na luta, enquanto lhe restasse um fio de vida.

              Durante uma viagem para fundação de um novo convento Domingos passou mal e teve que apear na primeira estação, chegou assim a Reading, onde poucas horas depois falecia numa pensão protestante, assistido pelo sacerdote que o acompanhava na viagem. Era o dia 27 de agosto de 1849 ás três horas da tarde.Nessa mesa casa, uma criada protestante, ao contemplá-lo morto, caiu de joelhos... a quem lhe perguntava porque procedia assim respondeu:-eu mesmo não sei dizer! Uma força estranha me obriga a ajoelhar diante desse servo de Deus!Sepultado provisoriamente em Astton-Hall, mais tarde foi transladado para o convento de Sutton, onde até hoje repousa. “Será seu sepulcro glorioso” diz a Santa Escritura com relação a Cristo. Os milagres operados por Deus por intercessão de seu servo levou a Igreja a decretar a suprema honra dos altares a Domingos, em pleno o Concílio Ecumênico Vaticano II.
              Só depois de 114 anos após a morte de Domingos, recolhidos e examinados minuciosamente os processos instalados em todos os lugares onde ele viveu e aprovados como verdadeiros os milagres atribuídos à sua interseção, foi que a Igreja, pela boca do seu chefe supremo, o santo padre Paulo VI, no dia 27 de outubro de 1963 lhe conferiu o titulo de Bem Aventurado.