sábado, 24 de novembro de 2012

Santa Cecília Yu So-Sa, viúva e mártir

           

             Cecilia foi elevada às honras dos altares acompanhada de seus dois filhos mártires: São Paulo Chong Ha-sang e Santa Isabel Chong Chong-hye.
             Nasceu em Seul, capital moderna da Coreia do Sul, em 1761, e se casou com o viúvo Agostinho Yak-jong, um dos primeiros cristãos da Coreia. Com ele foi para a capital e ali recebeu o sacramento do batismo das mãos do Pe. Chu Mun-mo, missionário chinês na Coreia. Seu esposo foi martirizado em 1801, e também Carlos Chong Chol-sang, filho do primeiro casamento de seu marido. Ela foi aprisionada e logo deixada livre, porém seus bens foram confiscados.
              Cecília, além de viúva se viu empobrecida e voltou para a região da família de seu marido, Majae, com seus filhos. Ali seu cunhado, inimigo do cristianismo, a recebeu friamente, e foi um amigo de seu falecido esposo que teve compaixão dela e lhe ofereceu uma casa para morar. A frieza dos antigos amigos e parentes a rodeou.
              Ela enfrentou a morte da viúva de Carlos, o filho de seu marido, martirizado; do filho daquele casal e de sua própria filha mais velha. Em meio a sua desgraça Cecilia conservou a fé e a paciência, e em vista da hostilidade de que era objeto, manteve uma conduta prudente, não fazendo alarde do cristianismo, porém transmitindo a doutrina cristã a seus filhos no âmbito de seu lar.
              Quando seu filho Paulo atingiu a idade de 20 anos, ela sugeriu que ele se casasse; ele lhe disse que queria dedicar-se a continuar a obra evangelizadora de seu pai mártir, e para tanto foi para a capital, deixando a mãe e a irmã em Majae.
             Ela temia os perigos pelos quais seu filho passaria para organizar um ressurgimento do cristianismo e aceitava com mansidão que seu filho não pudesse proporcionar a ela alguma ajuda. Em 1827, entretanto, o Bispo de Pequim recriminou Paulo por não prestar ajuda a sua mãe e ele então a levou consigo para a capital, junto com sua irmã Isabel.
              A vida ali se tornou muito difícil e por isso Cecilia resolveu voltar para Majae, porém logo lhe foi oferecido o encargo de auxiliar os missionários que chegavam. Assistia a Missa diariamente e ajudava os católicos mais pobres. 
             Em 1839 a perseguição aos cristãos recomeçou e foi aconselhada que fosse para Majae, mas ela preferiu ficar. Ela e a filha se dedicaram a se preparar para o martírio.
             No dia 1º de junho, estando seu filho ausente, foi aprisionada. Quando lhe perguntaram se era verdade que era católica, respondeu que sim, e quando foi intimada a abandonar sua religião e a delatar os demais católicos, disse que não sabia onde os outros cristãos moravam, e que estaba disposta a morrer para conservar sua fé
              Foi interrogada cinco vezes e cada interrogatório era acompanhado de golpes de cana de bambu, que a deixaram muito machucada. Levada para a prisão, morreu no cárcere de Bo-jeong no dia 23 de novembro de 1839, quase octogenária.
              Foi canonizada em 6 de maio de 1984 em Seul pelo papa João Paulo II, juntamente com 102 mártires coreanos. O grupo conhecido com o nome “Santos André Kim Taegon, Paulo Chong Ha-sang e companheiros” é festejado no calendário litúrgico latino no dia 20 de setembro.

Beata Maria Ana Sala, religiosa

           

             Em Brivio, às margens do Rio Adda, no território de Lecco, no dia 21 de abril de 1829, nasceu Maria Ana, a quinta de 8 filhos de João Maria Sala e Joana Comi. Mariana foi batizada na paróquia vizinha no dia do seu nascimento.
             Seu pai, homem de grande fé e trabalhador, comerciante de madeira, possuía no centro da cidade urna casa cômoda, com entrada ampla, um pátio vasto e barulhento. Nesta casa Mariana nasceu e cresceu como seus irmãos no afeto do lar, num clima de paz e serenidade.
             Na sua infância pura e simples alimentou sua profunda piedade com assíduo estudo das verdades da fé, sempre presentes em sua lúcida inteligência. Particularmente caro à devoção de Mariana quando criança foi um pequeno santuário, oratório de São Leonardo, um pouco fora da cidade, onde se venerava urna imagem de Nossa Senhora.
             Diante desta imagem Mariana e uma de suas irmãs se prostraram numa ardente prece num momento de grande dor para o seu coração de criança: a enfermidade da mãe. Enquanto as crianças rezavam – como mostra um quadro votivo da família Sala – a enferma se sentiu curada, com intima certeza de haver visto junto a si a Virgem Maria abençoando-a.
            Corria em Brivio a fama da recente fundação de um Instituto feminino, o das Marcelinas, aberto em Cernusco sul Naviglio (Milão), em 1838, pelo diretor espiritual do Seminário, o Beato Luiz Biraghi. O objetivo do Instituto era educar as jovens à luz da fé cristã, segundo programas sólidos de ensino, sem deixar de lado as atividades domésticas.
            As Marcelinas abriram, em 1841, um segundo Colégio em Vimercate, na baixa Brianza. Neste Colégio João Maria Sala quis que suas filhas, Mariana (1842), em seguida Genoveva e Lúcia, completassem seus estudos. Mariana distinguiu-se como aluna exemplar e em 1846 conseguiu, com ótimos resultados, o diploma de professora primária.
             No ativo recolhimento do Colégio, encontrou um tesouro superior àquele que os títulos de estudo lhe asseguravam: acolhera no coração o chamado de Cristo à vida consagrada, apostólica e evangelizadora, como suas educadoras, das quais admirara o zelo e a piedade, sob a orientação da Madre Videmari, fervorosa colaboradora do Fundador.
            Ao chamado de Cristo, Mariana respondeu com o seu «sim» de total devotamento, tendo, porém, que esperar dois anos antes de realizar seu desejo. No dia 13 de fevereiro de 1848, Mariana voltou ao Colégio de Vimercate como aspirante à vida religiosa. Após o noviciado, pronunciou os votos por ocasião da aprovação canônica da Congregação: 13 de setembro de 1852.
           Começou então a vida da Irmã educadora, heroica na monótona fadiga do dia a dia, na observância regular que a levou, através de um exercício humilde e ininterrupto das virtudes cristãs, à única e verdadeira realização da existência humana: a santidade. O campo de seu fecundo apostolado foram os Colégios de Cernusco, Milão; Via Amedei, Genova e, durante as férias de outono, Chambéry, na Savoia. Por fim Milão, na então casa geral de Via Quadronno.
             A perfeita obediência de Irmã Mariana Sala não se manifestou só no acolhimento dócil dessas transferências, mas também na total obediência às Superioras e às coirmãs; “parecia haver feito voto de obediência a todas as Irmãs”, disse uma testemunha, e era disponível às alunas e aos que dela se aproximavam. Tinha sempre consigo o Senhor: vivia sempre da presença de Deus, como do ar que se respira.
            Irmã Mariana dedicava-se incansavelmente às suas alunas para que se tornassem não só cultas, mas, como a mulher forte elogiada na Sagrada Escritura, também fortes na fé e em todas as virtudes cristãs. E as encorajava nas dificuldades da vida. Uma aluna declarou no processo: Na educação das alunas tinha como único fim formar verdadeiras cristãs que pudessem formar cristãmente as próprias famílias, difundindo o Reino de Deus.
             Sem dúvida, foram-lhe causa de grandes sofrimentos não só as misérias humanas, diárias e inevitáveis da comunidade, sobre as quais passou sempre com inalterável paz, mas também as repreensões frequentes da Madre Marina Videmari, de caráter forte e impulsivo, convencida, em boa fé, de que os santos devem ser provados.
            Não lhe faltou o sofrimento físico. Uns oito anos antes da morte, quando Irmã Mariana estava na casa de Via Quadronno, em Milão, manifestou-se nela o mal que a levaria à morte: um tumor na garganta, externamente visível. Uma echarpe preta, usada com desenvoltura, disfarçava as aparências, enquanto o sorriso imperturbável de seu rosto, após crises agudas de dor que a constrangiam a interromper as aulas, fazia esquecer a quem dela se avizinhasse o quanto havia sofrido. Aliás, numa maravilhosa superação de si, ela se habituara a chamar, jocosamente, a horrível deformação do pescoço seu colar de pérolas.
             Nunca revelou angústia pelo mal, nem mesmo nos últimos meses de vida. Vivia o que afirmara, anos antes, com a lógica dos apaixonados pela Cruz: Sirvamos o Senhor com coragem, minha boa Genoveva, ainda quando nos pede algum sacrifício, se assim se podem chamar as pequenas dificuldades que encontramos no caminho da virtude. Realmente, o que é o que sofremos nós em confronto com o que por nosso amor sofreu nosso amado Esposo? Aliás, não deveríamos antes alegrar-nos e agradecer-lhe, quando nos envia alguma ocasião de provar-lhe nosso amor e nossa fidelidade? Entreguemo-nos ao Senhor em tudo e por tudo, e Ele nos ajudará a nos tornarmos santos. (a Ir. Genoveva, 16-10-1874).
            No outono de 1891, Irmã Mariana retomara suas numerosas e absorventes atividades e o ensino nas classes das maiores. Mas, após os primeiros dias de aula foi obrigada a interromper o trabalho, recolhendo-se na enfermaria do colégio. A doença venceu sua resistência física e moral. Passou quinze dias de sofrimento atroz.
             Em 24 de novembro, enquanto as coirmãs rezavam na Capela a Ladainha de Nossa Senhora, ela sentiu o esplendor da invocação «Regina Virginum» e no leito de morte uma beleza nova resplandecia em sua fisionomia, havendo desaparecido qualquer sinal do tumor.
             O encontro casual de seus despojos intactos, em 1920, fez com que se voltasse a falar na já esquecida Irmã Mariana Sala. As ex-alunas se uniram às Marcelinas para pedirem a introdução da causa de beatificação e muitas testemunharam no processo informativo a heroicidade das suas virtudes.
            A Irmã Maria Ana Sala foi beatificada aos 26 de outubro de 1980, em Roma, na Praça do Vaticano. 
 
 
Brívio, cidade natal da beata
 

Santo André Dung Lac, sacerdote e mártir

           
Santo Andre Dung Lac

            Neste dia comemoramos a santidade dos 117 Máritires Vietnamitas que testemunharam seu amor a Cristo, tanto na vida como na morte. O Papa João Paulo II canonizou na verdade alguns, dos muitos ousados na fé, que se encontram entre o período de 1830 até 1870.
             O Vietnã conheceu a Boa-nova de Jesus Cristo no século XVI, e o acolheu em sua integridade: "Então, entregar-vos-ão à aflição, matar-vos-ão, sereis odiados por todos os pagãos por causa do meu nome...mas quem perseverar até o fim, este será salvo". (Mt 24)
Santo André Dung Lac, era de família pobre, reconheceu a riqueza do Dom Sacerdotal e foi ordenado Padre em 1823; em meio as perseguições desejava ardentemente testemunhar Jesus Cristo com o mártirio, pois dizia que "aqueles que morrem pela fé sobem ao céu ".
            A Igreja Vietnmita também glorifica a Deus pelos testemunhos dos Bispos, Sacerdotes, leigos e dentre estes,é pais e mães de família que mostraram a universalidade do chamado à Santidade com o próprio sangue.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Beata Margarida de Sabóia, viúva e religiosa

     A Beata Margarida de Sabóia (não confundir com a homônima Rainha da Itália, que viveu uns cinco séculos depois) era aparentada com as principais famílias reais da Europa. Seu pai era o Conde Amadeu de Sabóia-Acaja, e sua mãe era uma das irmãs de Clemente VII, que durante o Grande Cisma se declarou papa em Avinhão. Margarida mereceu o apelido de Grande, que adquiriu por ter sido realmente um exemplo de grandeza evangélica nos diferentes estados em que Deus a colocou: filha, esposa, soberana e religiosa.
     Nasceu em Pinerolo, Turim, entre os anos de 1382 e 1390. Desde a infância foi a imagem da candura e de uma sabedoria precoce, o que a fazia aborrecer tudo que o mundo ama. Tendo ficado órfã bem cedo, junto com a irmãzinha Matilde foi entregue à tutela do tio Luis, que por falta de herdeiros homens, sucedeu o falecido príncipe Amadeu.
     O primeiro passo de Luís de Sabóia foi pôr um fim às longas discórdias entre Piemonte e Monferrato, e ambas as partes viu em Margarida um penhor seguro de paz duradoura. Há décadas o Piemonte era agitado por guerras que visavam dominar esta região da Itália. Os Sabóia, o Marquês de Saluzzo, os marqueses de Monferrato e os viscondes de Milão disputavam-na ferrenhamente.
     A jovem princesa, já sonhava com o claustro, entusiasmada no seu propósito por São Vicente Ferrer, que era então pregador no Piemonte. Margarida, pelo bem comum e pela paz entre as duas zonas do Piemonte, sacrificou com generosidade os seus mais preciosos ideais: em 1403, ela se tornou esposa do Marquês de Monferrato, Teodoro II Paleólogo, muito mais velho do que ela.
     Nenhuma ilusão terrena, porém, seduzia a jovem marquesa, que iniciou a nova vida de soberana com os pés na terra, mas o coração fixo no céu. Após ter sido sábia conselheira do esposo e mãe terníssima dos súditos, enviuvou no ano de 1418. Governou então como regente até a maioridade de seu enteado João. Assim que este pode tomar as rédeas do governo, ela retirou-se para o palácio de Alba, de sua propriedade, junto com suas mais fiéis donzelas, para dedicar-se às obras de caridade, recusando a proposta de casamento de Filipe Maria Visconti.
     Tornou-se terciária dominicana e fundou uma congregação inicialmente de terciárias e depois, em 1441, com a aprovação do Papa Eugênio IV, de monjas. Nasceu assim o Mosteiro de Santa Maria Madalena, na cidade de Alba.
     A nova vida religiosa de Margarida não foi isenta de trabalhos e dificuldades. Teve um dia a visão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que lhe trazia três setas, cada uma com uma palavra escrita: doença, calúnia e perseguição. Realmente, no período que seguinte, teve que suportar todos estes três sofrimentos.
     Afligida por uma saúde delicada, foi acusada de hipocrisia, depois de tirania nos confrontos com as Irmãs do mosteiro. Um pretendente rejeitado por ela espalhou a calúnia que o mosteiro era um centro de propulsão da heresia valdense. O frade que era seu diretor espiritual foi preso e, quando Margarida dirigia-se ao castelo para pedir sua liberdade, o portão foi-lhe fechado violentamente, fraturando uma de suas mãos.
     Apesar de todas as dificuldades, por vinte e cinco anos ela viveu retirada em oração, estudos e caridade. A Biblioteca Real de Turim conserva um volume contendo as cartas de Santa Catarina de Siena copiadas e encadernadas "por ordem de nossa ilustre senhora, Margarida de Sabóia, Marquesa de Monferrato".
     Imitando a Santa Doutora da Igreja, que durante o cativeiro de Avinhão se dedicou de corpo e alma ao retorno do pontífice para Roma, Margarida empenhou-se intensamente para que seu primo Amadeu VIII, primeiro duque de Sabóia, eleito antipapa com o nome de Felix V, no Concílio de Basiléia, desistisse de sua posição.
     Felix V abdicou e reconheceu como único chefe da Igreja o Papa então legitimamente reinando em Roma. Voltando a ser Amadeu de Sabóia, continuou a dirigir a Ordem Mauriciana fundada por ele no mosteiro às margens do lago de Genebra. O Papa o recompensou por ter recomposto a unidade da Igreja nomeando-o cardeal e legado pontifício. O Cardeal Amadeu morreu em fama de santidade e ainda hoje repousa na Capela do Sudário, adjacente à Catedral de Turim.
     Um misterioso acontecimento no mosteiro de Margarida é digno de nota. A prova documental tornou-se pública somente no ano 2000.
     No longínquo 16 de outubro de 1454, rodeada de todas as suas co-irmãs e do confessor Padre Bellini, uma Irmã agonizava. A superiora e fundadora do convento, Beata Margarida, também estava presente. Durante esta triste circunstância, se verificou o fato extraordinário relatado nos documentos:
     "Aconteceu uma visão profética recebida e referida aos presentes no momento da morte da agonizante Irmã Filipina à qual Nossa Senhora Santíssima, Santa Catarina de Siena, o Beato Humberto de Sabóia e o Abade Guilherme de Sabóia predisseram acontecimentos prósperos e funestos para a Casa de Sabóia, guerras terríveis num tempo futuro não preciso, do exílio de um outro Humberto de Sabóia em Portugal, e de um monstro proveniente do Oriente com grande sofrimento para a Humanidade, monstro que será, porém, destruído por Nossa Senhora do Santo Rosário de Fátima se todos os seres humanos A invocarem com grande contrição".
     Os leitores poderão ver nestas linhas alusões aos trágicos acontecimentos do século XX e à mensagem transmitida por Nossa Senhora nas aparições de Fátima.
     Essa Irmã Filipina era na realidade uma prima de Margarida, portanto da Casa de Sabóia, fugitiva de uma conjuração contra sua família. As suas vicissitudes são entretanto muito longas, complexas e desvirtuariam a finalidade da presente narração.
     Margarida de Sabóia faleceu em Alba, no dia 23 de novembro de 1464, rodeada do afeto e da veneração de suas filhas espirituais.
     Em 1566, o Papa São Pio V, religioso dominicano e prior do convento de Alba, permitiu um culto a Margarida de Sabóia reservado ao Mosteiro de Alba. O Papa Clemente IX a beatificou solenemente em 9 de outubro de 1669, fixando seu memorial no dia 27 de novembro, para toda a Ordem de São Domingos. Hoje ela é celebrada também em algumas dioceses do Piemonte. O Martirológio Romano a festeja no dia 23 de novembro, aniversário de seu nascimento para o céu. O seu corpo incorrupto é ainda objeto de veneração na Igreja de Santa Maria Madalena de Alba.
     A Beata Margarida de Sabóia, grande e ativa figura feminina no Piemonte de seu tempo, fautora da paz e da concórdia entre as várias zonas da região, mereceria plenamente ser honrada como patrona celeste do Piemonte e também com a canonização, para que fosse universalmente venerada como um virtuoso exemplo de esposa, mãe, soberana e religiosa.

Beato Miguel Agostinho Pro, religioso e mártir

          

            Miguel Agostinho Pró Juárez, mexicano, nasceu em Guadalupe em 1891. Filho de família piedosa, ingressou na Companhia em 1911, em período de conflitos políticos e movimentos contra a Igreja. A feroz perseguição do governo mexicano desterrou-o junto com todo o Noviciado, os jesuítas foram expulsos do país. Teve sua formação feita no exílio.
            Viveu nos EUA, Espanha, Nicarágua e Bélgica. Distinguia-se entre seus irmãos por sua alegria e animação constantes, sua simplicidade, o contato com os operários e seus freqüentes problemas de saúde. Ordenado depois da sua cura milagrosa em Lourdes, retornou ao México em 1926.
           Disfarçado, corajoso, incansável, perseguido por toda a polícia do México, realizou seu apostolado em meio à proibição do culto religioso e sob perseguição cerrada. Aprisionado sob falsas acusações, foi fuzilado com seus irmãos sob os gritos de «Viva Cristo Rei».
             Foi beatificado em Roma, por João Paulo II, em 1988.


Beato Miguel orando antes de ser fuzilado


Beato Miguel pronto para ser fuzilado


O corpo do santo

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Santa Cecília, virgem e mártir

          

          

















   


             Segundo a Paixão de Santa Cecília, escrita no século V, Cecília seria da nobre família romana dos Metelos, filha de senador romano e cristã desde a infância.
            Os pais de Cecília, sem que a filha soubesse, prometeram-na em casamento a um jovem patrício romano, chamado Valeriano. Se bem que tivesse alegado os motivos que a levavam a não aceitar este contrato, a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia.
           Da alegria geral que estampava nos rostos de todos, só Cecília fazia exceção. A túnica dourada e alvejante peplo que vestia não deixavam adivinhar que por baixo existia o cilício, e no coração lhe reinasse a tristeza.
           Estando só com o noivo, disse-lhe Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: “Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti”. A estas palavras, incompreensíveis para um pagão, Cecília fez seguir a declaração de ser cristã e obrigada por um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal.
           Disse-lhe mais: que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano vivamente impressionado com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha passado e conseguiu que também este se tornasse cristão.
           Turcius Almachius, prefeito de Roma, teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da formal recusa, foram condenados à morte e decapitados.
            Também Cecília teve de comparecer na presença do irredutível juiz. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os sabia bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres. Almachius, mais tarde, cientificado deste fato, enfureceu-se extraordinariamente e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses.
            De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldados da beleza da religião de Cristo, que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses.
           Almachius, vendo novamente frustrado seu estratagema, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d’água. Cecília experimentou uma proteção divina extraordinária e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, a serva de Cristo nada sofreu. Segundo outros, a Santa foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa.
           Almachius recorreu, então, à pena capital. Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar, dava bons e caridosos conselhos. Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte. Foi enterrada na Catacumba de São Calisto.
           As diversas invasões dos godos e lombardos fizeram com que os Papas resolvessem a transladação de muitas relíquias de santos para igrejas de Roma. O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o jazigo.
           Uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo foi encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado. O esquife foi achado em um ataúde de mármore e depositado no altar de Santa Cecília. Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo.
           Em 1599, por ordem do Cardeal Sfondrati, foi aberto o túmulo de Santa Cecília e o corpo encontrado ainda na mesma posição descrita pelo papa Pascoal. O escultor Stefano Maderno que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore, em tamanho natural, a sua imagem.
           A Igreja ocidental, como a oriental, tem grande veneração pela Mártir, cujo nome figura no cânon da santa Missa. O ofício de sua festa traz como antífona um tópico das atas do martírio de Santa Cecília, as quais afirmam que a Santa, nos festejos do casamento, ouvindo o som dos instrumentos musicais, teria elevado o coração a Deus nestas piedosas aspirações: “Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida”.
           Desde o século XV, Santa Cecília é considerada padroeira da música sacra e dos músicos. Sua festa é celebrada no dia 22 de novembro, dia da música e dos músicos.

Santo Alberto de Lovaina, bispo e mártir

          

           Nasceu em Monte César, Louvain em 1166, faleceu em 24 de novembro de 1192, culto d confirmado em 1613.
            Alberto era filho do Duque Godfrey II de Brabant e sua esposa Margaret de Lomburg, foi criado para a vida religiosa no castelo que é hoje chamado de Mont-César. Com a idade de 12 anos  foi feito cônego de Liége, mas renunciou aos benefícios quando atingiu a maioridade.
            Com 21 anos ele foi convidado a ser cavaleiro de seu inimigo Conde BaldwinV de Brabant.
            Quando o Legado Papal pregou uma cruzada em Liége alguns meses depois Alberto tomou a cruz e tornou-se cônego novamente. Ele nunca participou da cruzada, em vez disso foi promovido a  Diretor de um Colégio. Notável pegador e conhecedor da escrituras, em 1191 com a idade de 25 anos, Alberto foi escolhido e eleito, por grande maioria do povo, Bispo de Liége vencendo  Alberto de Rethel que era primo de Baldwin e tio da Imperatriz Constance. Sua eleição não era do interesse do Imperador Henry VI que favorecia o tio de sua esposa. Quando a causa foi decidida em Worms o imperador deu a Sé para Lothaire, o qual ele havia nomeado chanceler imperial pela quantia de 3000 marcos.
            Para apelar a Roma Alberto viajou disfarçado para evitar ser interceptado pelos homens do imperador. O Papa Celestino III confirmou a sua eleição e Alberto retornou a Liége, mas encontrou Lothaire já intrometido em sua Sé e o Arcebispo Bruno de Colonha não estava desejoso de atrair a ira do imperador, consagrando Alberto. Neste meio tempo o  Papa havia feito os contatos necessários com o Arcebispo Williande Rheims para consagrar Alberto. Isto foi feito em 29 de setembro de 1192.
            Dez semanas após de sua consagração, Alberto foi morto por três cavaleiros do Rei quando ele estava visitando a Abadia de Saint-Remi, perto de Rheims. Ele foi enterrado com todas as honras de Bispo, na Catedral de Louvain.
            Foi assassinado em 24 de novembro de 1192, culto confirmado em 1613. Ele é muito confundido com São Thomas Becket, de Canterbury, cujo martírio foi muito semelhante.
            Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como  um bispo com uma faca na sua cabeça, ou com três espadas no solo ao seu lado.