sábado, 14 de dezembro de 2013

Beata Maria Vitória de Fornari-Strata, fundadora



     Pouco depois de sua morte, a Beata Maria Vitória de Fornari-Strata apareceu a uma sua devota usando três vestidos: o primeiro era de cor escura, porém adornado de ouro e prata; o segundo também era escuro, porém adornado de joias brilhantes; o terceiro era branco azulado reluzente. Esta visão, prescindindo de sua historicidade, sintetiza os três estados de vida (conjugal, viuvez e religioso) pelos quais ela passou: foi, efetivamente, filha, esposa, mãe, viúva e religiosa (fundadora, superiora e simples monja). Sua vida exemplar deu testemunho das mais variadas virtudes.
     Maria Vitória nasceu em Gênova em 1562, sétima de nove filhos de Jerônimo e Bárbara Veneroso. Como cresceu em um ambiente de amor e de piedade bastante austero, provavelmente quis entrar na vida religiosa, mas quando os pais lhe encontraram um pretendente na pessoa de Angel Strata, se uniu a ele em matrimônio aos 17 anos. Logo chegaram os filhos. Quando Angel morreu, somente oito anos e oito meses depois do casamento, cinco criancinhas se agarravam à barra da saia da jovem mãe (tinha 25 anos) e um sexto nasceria um mês depois.
     Apesar dos filhos, Maria Vitória se sentiu de repente só e abandonada e passou por uma tremenda crise, durante a qual pediu varias vezes a morte: uma experiência humana que depois a ajudaria a compreender e a ajudar melhor as jovens desorientadas por alguma amarga prova. Passada a crise, fez três votos: de castidade, de não usar mais nem joias nem vestidos de seda, e de não participar de festas mundanas.
     Depois que as filhas se tornaram cônegas lateranenses e os filhos entraram nos mínimos, ela se uniu a Vicentina Lomellini-Centurione, Maria Tacchini, Clara Spinola e Cecília Pastori na Ordem das Irmãs Anunciadas Celestes, no mosteiro preparado para elas no Castelinho de Gênova, de Estevão Centurione, o esposo de Vicentina, que também se tornou religioso e sacerdote. Por seu hábito as religiosas foram chamadas “turquinas” ou “celestes”.
     A Regra, redigida pelo jesuíta Bernardino Zanoni, pai espiritual de Maria Vitória, estimulava as religiosas a uma íntima devoção à Santíssima Virgem da Anunciação, e estabelecia uma intensa vida de piedade, de pobreza genuína e uma rigorosa clausura. Fundadora e superiora, Maria Vitória passou os últimos cinco anos como simples religiosa, dando exemplo de humildade e obediência.
     A Beata Maria Vitória faleceu no dia 15 de dezembro de 1617, e foi beatificada por Leão XII em 1828.