quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Beata Maria Catarina Troiani de Santa Rosa




        Quando Constança Troiani, que ficara órfã de mãe aos seis anos e meio, transpôs os umbrais dum mosteiro e foi entregue aos cuidados e à educação das religiosas enclaustradas que o dirigiam, ninguém podia imaginar que aquela menina estava destinada por Deus a fundar o primeiro instituto missionário italiano.
         Embora a sua família fosse remediada, uma vez que o pai fazia parte do conselho municipal e era organista da paróquia, o falecimento da mãe em 1819 provocou a desagregação familiar e levou ao internamento de Constança no mosteiro de Santa Clara, a fim de aí receber educação e instrução.
        A dor provocada pela morte da mãe e pela separação dos seus não tardou a ser superada, e a menina começou a voltar-se cada vez para Deus amabilíssimo que a enchia do seu amor. Não admira, por isso, que aos 16 anos tenha decidido abraçar a vida religiosa com irmã no mosteiro onde já passara 10 anos. A 8 de dezembro de 1829 tomou o hábito de Clarissa e o nome de Sóror Maria Catarina de Santa Rosa de Viterbo, e no ano seguinte emitiu os votos de consagração. A jovem irmã, que já iniciara o caminho para a perfeição religiosa em amoroso serviço, sentiu aos 22 anos um chamamento claro para a vida missionária.
       No entanto, só aos 46 anos pôde finalmente concretizá-lo. Foi quando aceitou o convite do Vigário Apostólico do Egito, que era franciscano. Um pequeno grupo de seis irmãs cuja alma era Sóror Maria Catarina, partir a 14 de setembro de 1859 para o Cairo, onde teve início a nova obra de Deus na terra dos Faraós. Esse novo centro foi como um farol a irradiar a luz do testemunho evangélico sobre o pobre bairro árabe onde estava instalado, atraindo vocações inesperadas e vindas de toda a parte.
        Com novo pessoal pôde Maria Catarina abrir no Cairo mais duas casas e fundar outras em diversas localidades. A 5 de julho de 1868, por decreto pontifício foi juridicamente aprovado o novo instituto e família religiosa da terceira ordem regular de São Francisco: a madre Troiani passou assim de segunda para terceira ordem franciscana, sem nunca deixar de se sentir fiel e autêntica filha e discípula de São Francisco e de Santa Clara. Fundada a congregação, o zelo de Maria Catarina ultrapassou os limites do Cairo. Abriu 7 casas no Egito, Palestina, Malta e Itália.
       A sua piedade, forjada num ambiente semi-claustral, assumiu aspectos pioneiros com algumas devoções inéditas: além das já tradicionais ao Sagrado Coração e às festas marianas, a São José, aos Anjos da Guarda e São Francisco Estigmatizado. Foi apologista da comunhão diária e abriu a sua espiritualidade aos mais vastos horizontes da caridade evangélica, exercida com proveitos repercussões sociais.
       Adormeceu no Senhor aos 74 anos de idade no dia 6 de maio de 1887 na primeira casa fundada no Egito, que fora o palco da sua ilimitada caridade e do fecundo trabalho apostólico, e foi chorada por cristãos e muçulmanos.