quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Beata Agostinha Peña Rodríguez, religiosa e mártir


     Maria Anunciação Peña Rodríguez nasceu em Ruanales, na região espanhola da Cantábria, a 23 de março de 1900. Seus pais, Melitón e Agostinha, levaram-na à pia batismal da paróquia do Triunfo da Santa Cruz (Exaltação da Santa Cruz) dois dias depois.
     Em breve, a dor se apresentou em sua vida com a perda de sua mãe em tenra idade e no empenho no trabalho. Com o passar do tempo, se formou nela um espírito austero, trabalhador e sensível às necessidades das pessoas ao seu redor.
     Em 14 de dezembro de 1924 ingressou como postulante no Instituto das Irmãs Servas de Maria Ministras dos Enfermos, fundado pela Madre Maria Soledad de Acosta (Santa desde 1970), na casa de Tudela, mas mudou-se para o noviciado na Casa-Mãe, localizado em Madrid. Lá ela tomou o hábito de irmã coadjutora (denominação semelhante ao de conversa, ou seja, irmã proveniente de uma família pobre) em 4 de julho de 1925, assumindo, em memória de sua mãe, o nome de Irmã Agostinha. Durante o noviciado foi descrita como uma "pessoa de virtudes incomuns, sentimentos muito nobres, e apesar da pouca instrução, muito inteligente".
     Em Madrid, no dia 5 de julho de 1927, ela emitiu os primeiros votos e quatro dias mais tarde tornou-se parte da comunidade de Pozuelo de Alarcón, onde se tornou um grande apoio para as irmãs idosas e doentes hospitalizadas ali. Dedicava-se principalmente ao cultivo de hortaliças e acorria assim que as irmãs precisavam de algo. Assim que tinha um momento livre, era encontrada na capela, recolhida diante de Jesus na Eucaristia.
     A sua caridade se tornou patente quando lhe foi confiada a Irmã Aurélia Arambarri Fuente, que sofria de paralisia. A noite ela se levantava, sem fazer a menor queixa, toda vez que ela a chamava.
     Com a eclosão da guerra civil espanhola, em julho de 1936, as religiosas tiveram que deixar o hábito e foram forçadas a não se comunicarem umas com as outras, nem mesmo para rezar. Aquelas que puderam se refugiaram na casa de pessoas amigas. As que abrigaram a Irmã Aurélia e a Irmã Agostinha hospedavam outras duas religiosas: Irmã Aurora López González, a mais velha de todo o Instituto e a Irmã Daria Andiarena Sagaseta de cinquenta e sete anos.
     A família declarou que quando os militantes vieram capturá-las e as insultaram suspeitando que fossem freiras à paisana, a Irmã Daria disse: "Na verdade, somos religiosas. Vocês podem dispor de nós como quiserem, mas peço-lhes para não fazer nada a esta família, porque ao ver-nos desabrigadas, e tendo sido autorizada pelo Comitê [organização civil que substituiu a Câmara Municipal] de Pozuelo, fomos recebidas em sua casa por caridade".
     Irmã Agostinha foi forçada a se separar das irmãs e se juntou a outra família que fugia para Las Rozas, e ali, sozinha, foi acusada de ser religiosa e de ter sido vista rezando. Em 5 de dezembro de 1936 sofreu o martírio, aos trinta e seis anos. As outras três, no entanto, provavelmente morreram no dia seguinte e são comemoradas no dia 6 de dezembro.
     Em 3 de junho de 2013 Francisco I assinou o decreto reconhecendo o assassinato da Irmã Daria e de suas três companheiras por ódio à fé; a cerimônia de beatificação foi realizada no dia 13 de outubro de 2013 , em Tarragona.