sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Santa Tabita de Jope


     Tabita é um nome sugestivo, quando se conhece que em hebraico significa “gazela” e que “gazela” por sua vez era um nome composto com a palavra “beleza”, evidentemente graças à delicada elegância deste animal. Em grego, a Santa de hoje é chamada Dorcas. O significado deste nome é idêntico: gazela.  
     O que sabemos desta “gazela” católica? Nos Atos dos Apóstolos, 9, 36 a 43, encontramos a resposta. Ali é narrado o episódio que retrata um dos milagres mais celebres do Apóstolo São Pedro.
 
     Havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que em grego que dizer Dorcas. Esta era rica em boas obras e dava muitas esmolas.
     Aconteceu que adoecera naqueles dias e veio a falecer. Depois de a terem lavado, levaram-na para o quarto de cima.
     Ora, como Lida fica perto de Jope, os discípulos, ouvindo dizer que Pedro lá se encontrava, enviaram-lhe dois homens, rogando-lhe: Não te demores em vir ter conosco.
     Pedro levantou-se imediatamente e foi com eles. Logo que chegou, conduziram-no ao quarto de cima. Cercaram-no todas as viúvas, chorando e mostrando-lhe as túnicas e os vestidos que Dorcas lhes fazia quando viva.
     Pedro então, tendo feito todos sair, pôs-se de joelhos e orou. Depois, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, sentou-se.
     Ele a fez levantar-se, estendendo-lhe a mão. Chamando os irmãos e as viúvas, entregou-lha viva.
     Este fato espalhou-se por toda Jope e muitos creram no Senhor.
     Pedro permaneceu ainda muitos dias em Jope, em casa de um certo Simão, curtidor.
 
     Além desta narração, nada mais se conhece de Tabita de Jope, a moderna cidade portuária de Jaffa, em Israel. O episódio narrado acima é o único testemunho histórico da existência desta Santa.
     Os gregos introduziram o nome da “querida discípula” no Calendário dos Santos, mas não se pode dizer que Tabita tenha tido um culto particular. A sua memória entre os Santos permaneceu a parte, embora as legendas se referem a miúdo ao milagre de Jope.
     Mas, a memória desta “gazela” ressuscitada do sono eterno pelas orações de São Pedro não se perdeu, e das páginas do texto sagrado, a figura da mulher generosa se ergue eloqüente diante de nós, saindo da obscuridade que a rodeia.