sábado, 12 de outubro de 2013

Beata Madalena Panattieri, dominicana


   Inicialmente as obras de Madalena foram apenas de misericórdia. Tinha especial predileção pelas crianças nas quais via a inocência e o futuro do mundo.
     Mas o sucesso maior ela obteve não tanto como pregadora quanto como mestra de espiritualidade. Ela catequizava em uma pequena capela e suas modestas conferências a princípio eram destinadas a um grupo de senhoras, as quais reconheciam nela uma ótima conselheira.
     Pouco a pouco, alguns homens se uniram às senhoras, e até mesmo sacerdotes se sentiram atraídos pelas palavras inspiradas desta terciária dominicana. Ela insistia sobretudo na reforma dos costumes, e tratava com freqüência do problema da usura, vivo naquele tempo em que o comércio ia se expandindo.
     Por meio dela, Trino tornou-se um centro de pregações. O Prior Geral dos Dominicanos foi de Milão a Trino, e de todas as partes do Piemonte muitos pregadores iam a Trino para ouvi-la. Madalena entretanto não se vangloriava, ao contrário, dava provas de profunda humildade.
     A um homem que, incomodado com suas palavras, a golpeia com um tapa, Madalena, caindo de joelhos, disse: “Irmão, eis a outra face; te agradeço por amor de Cristo”.
     Ela foi profetisa de desventuras e nas suas pregações repetia o grito: “Ai de ti Itália! Vejo aproximar-se o flagelo”.
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     Madalena Panattieri nasceu em Trino, Vercelli, Itália, em 1443; desde seus primeiros anos de vida revela-se uma alma cheia de graça. Adornada de rara beleza, soube fugir das insidiosas redes da vaidade, nas quais tantas jovens ficam miseravelmente enredadas, e seu espelho foi sempre o Crucifixo.
     Muito jovem ainda vestiu o hábito da Ordem Terceira de São Domingos, abraçando com grande fervor todas as austeridades da Ordem. Usou sempre uma áspera roupa de lã, observou com extremo rigor a abstinência e os longos jejuns, nas vigílias foi heróica. Fez seu o duplo espírito de contemplação e de ação, sendo dele uma expressão viva.
     Contemplava com um amor fervoroso a Paixão de Jesus, merecendo participar na alma e no corpo de todas as dores do Salvador. Uma zelosa sede de almas levou-a a trabalhar e pregar por elas. Teve o dom da pregação e em uma capela junto à igreja dos Dominicanos de Trino fazia ardentes exortações às quais assistiam também sacerdotes e religiosos, e mesmo o Mestre de Noviços ali conduzia os seus jovens religiosos.
     Madalena possuía uma arte toda celestial para conduzir as almas ao bem, e graças às suas obras os dominicanos de Trino abraçaram a estrita observância restaurada por São Raimundo de Cápua. O Marquês de Monferrato teve por ela uma particular veneração e a chamava de “sua mamãe”. Ela foi mãe de todos e de todos foi amada.
     Predisse sua morte, ocorrida no dia 13 de outubro de 1503. Quando estava em agonia, com voz dulcíssima entoou os Hinos “Jesu nostra Redemptio” e “Ave Maris Stella”.
     O seu corpo, sepultado na igreja conventual, foi logo objeto de muita veneração. No século XVII, foi ocultado no vizinho oratório de São Pedro Mártir; foi encontrado em 1964. Em 1970, com a autorização da Santa Sé, foi solenemente recolocado na igreja.
     O Papa Leão XIII confirmou seu culto em 26 de setembro de 1827.