quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Beata Josefina Leroux e companheiras., ursulinas mártires da Revolução Francesa


     Josefina Leroux nasceu em Cambrai, França, a 23 de janeiro de 1747. Foi santamente educada pelos pais bondosos e religiosos. A 10 de maio de 1779, aos vinte e dois anos, abandonou a casa paterna e foi recebida entre as filhas de Santa Clara no mosteiro das clarissas de Valenciennes. No ano seguinte pronunciou os votos. Sua irmã, Maria Escolástica, ingressou nas religiosas ursulinas da mesma cidade. 
     Na paz silenciosa do claustro, Josefina ocupou-se em servir ao Senhor com crescente amor, fidelidade e perfeita alegria franciscana. Porém, bem cedo a pobre terra da França deveria ser golpeada pelo furioso furacão da revolução. Milhares de vítimas foram colocadas na prisão e sacrificadas. Os tribunais revolucionários somente interrogavam os acusados, não lhes permitindo a possibilidade de se defenderem.
     Em 1791 as monjas clarissas foram expulsas de seu mosteiro e Josefina foi hospedada por seus parentes em Cambrai. As irmãs ursulinas, com o desejo ardente de continuar sua vida religiosa, atravessaram a fronteira e se uniram às suas coirmãs da região de Mons. Este exílio durou de 17 de setembro de 1792 a 1º de novembro de 1793, quando as irmãs ursulinas puderam regressar ao seu convento.
     Vendo que não lhe era possível regressar junto com as outras irmãs, desejosa de voltar à vida de comunidade, Josefina pediu para ser acolhida entre as irmãs ursulinas, junto à sua irmã Escolástica. O gozo da recuperação da vida conventual foi breve. Valenciennes caiu novamente nas mãos dos franceses e a fúria tudo derrubou.
     Na noite entre os dias 2 e 3 de setembro os emissários revolucionários, percorrendo a cidade, aprisionaram Josefina, que se distinguiu por uma grande tranquilidade de ânimo que jamais abandonou. Ao comissário disse que não havia necessidade de tanta gente para apoderar-se de uma pobre mulher. Nessa mesma noite, junto com sua irmã Maria Escolástica, foi recolhida à prisão e ali esperaram o momento solene.
     A 23 de outubro de 1794, subiram ao patíbulo recitando o "Te Deum" e as ladainhas da Virgem. No cadafalso tiveram palavras de agradecimento para os verdugos, cujas mãos elas beijaram. A Bem-aventurada Josefina Leroux e as dez irmãs ursulinas foram assassinadas por ódio à fé, à Igreja e à religião de Cristo. Quando foi guilhotinada tinha 47 anos.
     As disposições em que se encontravam as religiosas, assim as indica Maria Margarida, escrevendo às ursulinas de Mons em 20 de outubro: "Não nos lastimeis; perguntai antes o que fizemos para merecer este favor. Cinco de nós já sofreram a guilhotina. Subiram para ela a rir... Ficai bem certas que sempre vos ficaremos reconhecidas no céu. Ao morrermos, abraçamo-nos de todo o coração..."
     As onze religiosas, juntamente com quatro irmãos da caridade, de Arrás, foram beatificadas por Bento XV em 1920.
     São totalmente desconhecidas as circunstâncias em que foram sepultados os corpos das vítimas e os túmulos não foram encontrados.