terça-feira, 26 de junho de 2012

São Josémaria Escrivá de Balanguer, sacerdote e fundador

             

           Josémaria Escrivá de Balaguer nasceu em Barbastro, Espanha, a 9 de Janeiro de 1902. Foi ordenado sacerdote, em Saragoça, a 28 de Março de 1925. No dia 2 de Outubro de 1928, fundou em Madrid o Opus Dei, como caminho de santificação para todos os fiéis, através do exercício do trabalho profissional quotidiano e do cumprimento dos deveres pessoais, familiares e sociais, sendo assim fermento de vida cristã em todos os ambientes. A 14 de Fevereiro de 1943, fundou a Sociedade Sacerdotal de Santa Cruz, unida ao Opus Dei. este foi definitivamente aprovado pela Santa Sé a 16 de Junho de 1950. A 28 de Novembro de 1982, foi erigido como Prelatura pessoal, segundo a forma jurídica desejada pelo seu fundador.
             A Santa Missa era a raiz e o centro da sua vida interior. O sentido profundo da sua filiação divina, levava-o a viver em contínua presença de Deus e em zelosa solicitude pela santificação do próximo. procurava uma radical identificação com Cristo. Cultivava uma forte devoção a Nossa Senhora e a São José. Nas várias vezes em que visitou Portugal, nunca deixou de ir em peregrinação ao santuário de Nossa Senhora de Fátima.
            As linhas mestras do seu pensamento deixou-as em vários livros, mas especialmente no Caminho, que em pouco anos alcançou dezenas de edições em variadas línguas. Mons. Escrivá oferecera a sua vida, repetidas vezes, pela Igreja e pelo Romano Pontífice. O Senhor acolheu este oferecimento, entregando a sua alma a Deus, em Roma, no dia 26 de Junho de 1975, no seu gabinete de trabalho.
            Por esta altura, a Opus Dei tinha já chegado aos cinco continentes e contava mais de 60 000 membros de 80 nacionalidades. O Santo Padre João Paulo II declarou a heroicidade das suas virtudes cristãs e, a 6 de Julho de 1991, decretou o carácter milagroso de uma cura atribuída à sua intercessão, tendo sido beatificado, em Roma, na Praça da basílica de S. Pedro, no dia 17 de Maio de 1992, e canonizado a 6 de Outubro de 2002.
           Por ocasião da sua beatificação, o Santo Padre João Paulo II, na homilia que então proferiu, apresentou uma síntese do que foi a vida e a espiritualidade deste Santo; «Josemaria Escrivá de Balaguer, nascido duma família profundamente cristã. Já na adolescência sentiu o chamamento de Deus para uma vida de maior entrega. Poucos anos depois de ser ordenado sacerdote, deu inicio à missão do fundador, á qual dedicaria 47 anos de amorosa e infatigável solicitude em favor dos sacerdotes e dos leigos, da que hoje é a Prelazia do Opus Dei.
          A vida espiritual e apostólica do novo Beato esteve fundamentada no facto de ele saber, pela fé, que era filho de Deus em Cristo. Desta fé alimentava-se o seu amor ao Senhor, o seu ímpeto evangelizador, a sua alegria constante, inclusive nas grandes privações e dificuldades que teve de superar. “Ter a cruz é encontrar a felicidade, a alegria – diz-nos numa das suas Meditações –; ter a cruz é identificar-se com Cristo, é ser Cristo e, por isso, ser filho de Deus». A seguir, o Santo Padre refere-se aos pontos doutrinais que o Servo de Deus procurou difundir por palavra e por escrito:  «Com intuição sobrenatural, o Beato Josemaria pregou incansavelmente o chamamento universal à santidade e ao apostolado. Cristo convoca todos a santificarem-se na realidade da vida quotidiana; por isso, o trabalho é também meio de santificação pessoal e de apostolado, quando se vive em união com Jesus Cristo, pois o Filho de Deus, ao encarnar, se uniu de certo modo a toda a realidade do homem e a toda a criação.
           Numa sociedade em que o afã desenfreado de possuir coisas materiais as converte num ídolo e motivo de afastamento de Deus, o novo Beato recorda-nos que estas mesmas realidades, criaturas de Deus e do engenho humano, se se usam rectamente para glória do Criador e ao serviço dos irmãos, podem ser caminho para o encontro dos homens com Cristo. “Todas as coisas da terra – ensina –, também as actividades terrenas e temporais dos homens, hão-de ser levadas a Deus” (Carta 19.III.1954)». Finalmente, João Paulo II cita um passo dos textos litúrgicos para se referir aos dois amores do novo Beato: «”Ó meu Deus, meu Rei…, bendirei o Vosso nome pelos séculos dos séculos”. Esta aclamação que fizemos no Salmo responsorial é como o compêndio da vida espiritual do Beato Josemaria.
          O seu grande amor a Cristo, por quem se sente fascinado, leva-o a consagrar-se para sempre a Ele e a participar no mistério da sua paixão e ressurreição. Ao mesmo tempo, o seu amor filial à Virgem Maria inclina-o a imitar as suas virtudes. “Bendirei o Vosso nome pelos séculos dos séculos”; eis aqui o hino que brotava espontaneamente da sua alma e que o impelia a oferecer a Deus tudo o que tinha e quanto o rodeava».


Os restos mortais de São Josémaria Escrivá de Balanguer repousam na Igreja de Santa Maria da Paz