sexta-feira, 8 de junho de 2012

Beata Ana de São Bartolomeu, virgem e religiosa

      
 
      Ana nasceu em Almendral (Ávila), aos 10.10.1549, numa família pobre em bens materiais, mas riquíssima em virtudes cristãs. Ingressou no Carmelo de São José de Ávila em 1570. Foi a primeira “leiga” da Reforma de Santa Teresa. Desde o início foi muito amada pela Santa Doutora, em cujas mãos fez seus votos no dia 15.8.1572.
       Por graça de Deus, méritos de  Santa Teresa e obediência da própria   beata, passou de simples irmã conversa e analfabeta a secretária particular da doutora mística. Deste modo chegou a ser  discípula predileta e herdeira do espírito  de Teresa, como o foi Eliseu do grande profeta Elias. Isto vem afirmado os processos da causa da beata Ana.
       Como secretária, acompanhou Santa Teresa em suas peregrinações fundacionais. A Santa, reconhecendo o valor de sua colaboração e sua extraordinária santidade, chegou a dizer-lhe: Ana aprendeu a escrever de modo  milagroso.
       Destacou-se sempre por sua imensa caridade, tanto para Deus quanto para com o próximo.
       Através de  sua autobiografia ficamos sabendo  que ela desejava ansiosamente morrer de amor e suspirava por esta felicidade. É sua esta frase: “Ah, como me pesa este corpo! Eu estou cansada de cuidar dele. Meu desejo é ver-me livre destas correntes.
       Quando morreu  Santa Teresa, Ana foi para a  França, onde fundou vários conventos, dando maravilhosos exemplos de todas as virtudes. Em sua autobiografia, escrita por obediência, deixou-nos o registro das muitas graças místicas que experimentou durante sua vida, como fruto de seu grande amor à Humanidade de Jesus e ao mistério da Santíssima Trindade. 
       Morreu em  1622 e foi beatificada em 1917, pelo papa Bento XV. Sua festa é celebrada no dia 7 de junho.
       Foi admirável seu zelo pela salvação das almas, manifestado nas relações impostas por seu cargo de priora e fundadora. A fecundidade de sua vida encontra sua base e explicação em sua comunicação assídua com Deus pela oração e em seu espírito de penitência.  Pregando mais pelo exemplo que pelas palavras, formou muitas e santas filhas, que foram sua melhor coroa neste mundo e espelhos de suas virtudes diante de Deus e dos homens.
      Pode-se dizer que esta beata passou pela terra fazendo o bem, pensando mais nos outros que em si mesma. Despreendia-se de tudo o que pudesse distraí-la de fixar os olhos no céu. Faleceu no  Carmelo de Amberes, aureolada de glória e de santidade.
      Suas palavras eram ouvidas com veneração pelos príncipes do  mundo e pelos prelados da Igreja.
     Suas qualidades eram as de uma verdadeira e genuína carmelita: adesão inquebrantável à Igreja, entranhado amor à sua Ordem e ardente zelo pela salvação das almas. Desde o começo até o fim de sua vida destacou-se pela humildade, seja como superiora ou mesmo aconselhando aqueles que lhe pediam orientação espiritual. A vida espiritual da beata Ana foi totalmente centrada na vontade de Deus, a quem sempre buscou, amou e serviu com generosa fidelidade.