quinta-feira, 28 de junho de 2012

Santo Atílio, mártir

 

A Igreja sofreu, no início dos tempos, perseguições por parte dos imperadores. E era, ao mesmo tempo, dilacerada pelas heresias que proliferavam por todas as partes, que ameaçavam sua unidade na fé.
Os cristãos das comunidades cristãs de Viena e Lyon foram barbaramente atingidos por uma dessas perseguições. Ela foi decretada pelo imperador Marco Aurélio e atingiu o auge de sua violência em 177, quando chegou à diocese de Lyon, na França.
Os sobreviventes dessa comunidade, cuja maioria procedia da Ásia Menor dirigiram aos cristãos de lá uma circular relatando em detalhes tudo o que aconteceu e como muitos deles foram martirizados numa das mais terríveis matanças da história do cristianismo.
Perseguidos nas casas, nas praças e banhos públicos, os cristãos começaram a ser agredidos e encarcerados. Submetidos a julgamentos em praças públicas, eram condenados à morte. Algumas mortes foram imediatas, para acabar com a liderança. Mas muitos cristãos foram reservados aos espetáculos no anfiteatro, como ocorreu com Atílio.
Ele era um jovem diácono, pouco mais de quatorze anos. Sua família era de nobres da região do Lazio, na Itália. Aliás, o nome Atílio é o diminutivo de Átalo, originário do sabino antigo, muito freqüente na localidade.
Segundo consta, o presidente do tribunal decidiu reservar o jovem Atílio para ser julgado por último. Queria que ele renegasse a fé, servindo-lhe de troféu para ser enviado ao imperador. Por isso o suplício de Atílio foi longo. Ele teve de assistir a tudo, até quando o seu bispo, Fotino, já ancião, foi agredido e agonizou por dois dias até morrer, mas sem renegar a Cristo.
Depois, Atílio presenciou, no Circo, o martírio de outros companheiros, que foram açoitados com varas e depois entregues às feras. Foram quarenta e oito mártires, que morreram em dias diferentes. Até que, finalmente, no dia 28 de junho, ele também foi sentenciado à morte, porque não renegou a fé cristã.
Atílio morreu queimado sentado numa cadeira de ferro colocada no centro do Circo, num bárbaro espetáculo pagão. Durante a noite, cristãos ainda sobreviventes conseguiam recolher partes dos corpos que restavam e os enterravam secretamente, como fizeram com aquelas do jovem diácono Atílio.
Passada a perseguição, todos foram recolhidos e enterrados naquela que seria, mais tarde, a catedral de Lyon. O culto desses mártires começou logo após, numa solenidade grandiosa que se chamou "festa das Maravilhas".  
Com a reforma do Martirológio Romano, os mártires cuja identificação era precisa receberam celebração individual. No caso de santo Atílio, ele é festejado no dia 28 de junho.