quarta-feira, 20 de junho de 2012

São João de Matera, abade

         
 
 
         O fundador da Congregação Beneditina de Pulsano nasceu em Matera, ci­dade da Basilicata, região do reino de Nápoles. Ainda menino, João aspi­rava a tornar-se eremita, e, ao chegar à idade adulta, deixou a casa paterna e se dirigiu a uma ilha situda ao largo de Taranto, onde ingressou em um mosteiro, na qualidade de pastor.
          Sua austeridade, porém, e sua recusa em participar, com os confrades, de qualquer tipo de recreação, o fizeram malquisto de todos, de sorte que se viu obrigado a deixá-los e foi, pri­meiramente, para a Calábria e, em seguida, para a Sicília. Posteriormente, obedecendo ao que ele considerava uma admoestação divina, voltou ao continente, e, durante dois anos e meio, manteve-se em silêncio ininter­rupto em Ginosa, sem dar a conhecer sua presença a seus pais, que a guerra havia obrigado a se refugiarem na vizinhança.
         Ele teve, então, uma visão de S. Pedro que lhe ordenou reconstruir uma igreja arruinada, con­sagrada em sua honra, a cerca de uma milha de Ginosa. Conseguiu levar a bom termo sua tarefa, com a ajuda de alguns companheiros que se reuniram em torno dele. Mas, em seguida, foi acusado de ter descoberto um tesouro escondido e se apropriado dele, e foi conduzido à presença do governador da província que o lançou na prisão.
    Conseguiu fugir, depois de libertado, como se conta, por um anjo, e chegou a Cápua. Não lhe foi permitido permanecer ali. Uma voz interior lhe ordenou que voltasse ã sua terra natal, e ele ingressou na comunidade de S. Guilherme de Vercelli no monte Laceno. João permaneceu ali, até que um incêndio destruiu os edifícios. O resto da comunidade se transferiu então para o monte Cagno, mas João foi para Bãri, onde pregou ao povo com resultados estupendos.
     Parece que seu grande sucesso provocou a in­veja e ele foi, mais urna vez, acusado (agora de heresia). Mas conseguiu provar triunfantemente sua inocência. Voltou, então, para Ginosa, onde foi recebido por seus antigos discípulos, e pregou o que parece ter sido uma missão muito frutuosa, na Igreja cie S. Pedro. Sua vida de peregrinação agora estava quase no fim. Guiado ainda pela voz que o conduzira no passado, dirigiu-se ao monte Galgano, e construiu um mosteiro em Pulsano, a três milhas do lugar santificado pela aparição de S. Miguel. Grande número de discípulos ingressou em sua comunidade, a qual em breve con­tava sessenta monges, que ele governou até sua morte.
     Honrado por todos por sua sabedoria, seus milagres e seus dons proféticos, ele passou desta vida à recompensa eterna, em 20 de junho de 1139. Outras casas religiosas se filiaram posteriormente à sua, e a Congregação de monte Pulsano, du­rante certo período, foi parte integrante e reconhecida da grande família beneditina, mas desapareceu há muito tempo.