terça-feira, 26 de novembro de 2013

São Leonardo de Porto Maurício, presbítero


"O Senhor me assistiu e me deu forças para que fosse anunciada a boa mensagem." (II Tm 4,17)

Nasceu na cidade de Porto Maurício, perto de Gênova, Itália, em 1676, tendo ficado órfão de mãe aos dois anos. Desejando tornar-se sacerdote, foi para Roma onde estudou no Colégio Romano de direção dos padres jesuítas, que muito influenciaram na sua formação espiritual. Ao terminar os estudos teológicos, abraçou a vida franciscana na Ordem dos Frades Menores, ordenando-se sacerdote aos 26 anos.
Percorreu quase toda a Itália, pregando sempre ao povo com grande proveito das almas. Escreveu muitas obras de utilidade para os pregadores e de edificação para os fiéis.
Foi superior de conventos em Florença e em Roma, durante muitos anos, organizando missões populares, seu grande carisma, nas quais destacou-se como um dos maiores oradores sacros do seu século, tendo suas pregações sido assistidas várias vezes pelos Papas Clemente XII e Bento XIV, que declararam nunca ter conhecido pregador tão eloqüente e zeloso.
Pregava para grandes multidões de fiéis nas basílicas e nas praças públicas, levando-os a uma grande devoção à paixão e morte de Cristo, pela via-sacra. Foi um apóstolo deste piedoso exercício praticado inicialmente como devoção interna nos conventos franciscanos, passando depois para as igrejas públicas. São Leonardo erigiu a via-sacra, com pregações especiais a cada estação, em 575 igrejas. 
Foi no Coliseu em Roma, no Ano Santo de 1750, a mais conhecida cerimônia penitencial de ereção da via-sacra. A partir daí, o Papa costuma fazer a via-sacra nas Sextas-Feiras Santas, neste histórico monumento.
Propagou também entre os fiéis a importante devoção ao Sagrado Coração de Jesus, em forma de horas de adoração ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia.
Possuidor do espírito de São Francisco de Assis, era amigo apaixonado da pobreza. Andava sempre descalço, mesmo no inverno rigoroso, só usava hábito que já tivesse sido de outro e já bem gasto. Amigo de Deus, de profunda humildade e conformidade à vontade de Deus, dedicava grande amor ao próximo, especialmente no confessionário, onde os pecadores encontravam nele um bom pai e caridoso médico espiritual. Durante as missões, ali permanecia o dia todo sem se alimentar ou descansar, jejuava, mortificava duramente seu corpo e dormia no chão, a fim de propiciar  a graça da conversão.
Deixou numerosos escritos de ascética, sermões, cartas que evidenciam nele um alto grau de espiritualidade, podendo ser bem aproveitados até hoje.
Morreu no dia 26 de novembro de 1751, com 75 anos de idade, tendo recebido a visita do próprio Papa Bento XIV que lhe tinha grande admiração.