sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Beata Madre Maria Helena Stollenwerk, religiosa e co-fundadora



No dia 28 de Novembro celebra-se a festa da Beata Maria Helena Stollenwerk. Helena nasceu no dia 28 de Novembro de 1852, numa aldeia do Eifel, na Alemanha. A sua infância foi marcada pela morte de seu pai e pelo cuidado com seus irmãos surdos-mudos. As leituras sobre as missões em países não evangelizados tocou Helena profundamente.
Aos 14 anos foi nomeada promotora da Obra Missionária da Santa Infância de sua paróquia. Sentia-se profundamente atraída pelas crianças da China, a quem procurava meios para ajudar. Aos 16 anos descobriu que, através da vida religiosa, poderia alcançar sua meta. Durante anos procurou por uma congregação missionária. Como a Alemanha vivia tempos de perseguição, Helena precisou esperar. Com Santo Arnaldo Janssen, Helena foi co-fundadora, em Steyl, das Missionárias Servas do Espírito Santo (1889) e das Missionárias Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua (1896). Faleceu no dia 3 de Fevereiro de 1900.

Chamado e missão

“Sempre foi uma grande alegria, para mim, poder fazer algo pela Obra da Infância missionária” dizia a Beata Maria Helena. Desde pequenina identificou-se com o ideal missionário. Foi “tocada” no seu íntimo pela Palavra de Deus e por situações de sofrimento humano, a ponto de modificar toda a sua vida. Helena sente-se interpelada pelo sofrimento das crianças pagãs e abandonadas da China.
É significativo que, para a Beata Maria Helena, o ideal missionário esteja em primeiro lugar, e não a vida religiosa. “Naquele tempo eu tinha apenas o desejo de ir aos pobres pagãos. Não pensava em entrar numa congregação religiosa.” A necessidade de entrar numa congregação religiosa para viver o seu carisma só apareceu mais tarde, como um meio para chegar ao seu objetivo: a China.
Ela viveu o amor misericordioso de Deus pelos homens, tal como se revelou na História de Israel: “Eu vi a aflição do meu povo e desci para salvá-los das mãos dos egípcios e conduzi-los para a terra prometida” (Ex 3,7-8). As situações de sofrimento, pobreza e ameaças à vida, nós experimentamo-las no nosso próprio chamamento. Muitas vezes, no sofrimento dos homens, o apelo de Deus atinge-nos como um golpe. Reconhecemos que, só na resposta a este chamamento, encontraremos a realização da nossa própria vida! Esta certeza é tão firme na vida de Helena que se mantém ainda hoje e se vai perpetuando nas Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo. Quando foi a Steyl (casa mãe das três congregações fundadas por Santo Arnaldo na Holanda) pela primeira vez, disse: “Eu estava tão feliz como nunca estivera antes. Senti que aqui era o meu lugar e que a missão da Sociedade do Verbo Divino coincidia com o que Deus me pedia.” 
É significativo que a vocação missionária de Helena tenha sido alimentada pela Obra da Santa Infância. O desejo de ser enviada às missões estrangeiras vive nela mesmo antes da fundação da nossa Congregação de Missionárias Servas do Espírito Santo. Esse desejo faz parte do carisma que nos foi doado através da nossa co-fundadora. 
A vida da Bem-aventurada Maria Helena parece a de uma semente que morre escondida na escuridão da terra e acorda para uma vida nova. Para ela, é a palavra de Javé a Abraão: “Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar. Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome e tu serás uma fonte de bênçãos” (Gen 12,1-2). Também Helena escuta a Palavra de Deus, confia como Abraão e põe-se a caminho. A promessa vive nela. Ela mesma é parte da promessa. Ela é capaz de suportar o penoso trabalho sem se queixar porque tem o objetivo diante dos olhos e é confirmado por Deus no caminho pela experiência da alegria: “Eu vivo, na Casa Missionária, felicíssima e contente.”

Missionária e fundadora

Desde a infância, Maria Helena sente o chamamento para a missão e a sua felicidade consiste na realização desta aspiração. Para Helena, o essencial do seu chamamento é o aspecto missionário: ser enviada à China, para ali doar a vida.
Através da experiência de Deus, feita na primeira visita a Steyl, sente-se encorajada a procurar ali a realização do chamamento missionário. É o próprio Deus que lhe revela, por experiências interiores, guia-a sempre de novo e confirma-a no chamamento missionário. Nela se resume o carisma missionário e o da contemplação. Os diretores espirituais também reconhecem nela essa tendência contemplativa. Maria Helena procura aprofundar, cada vez mais, nas irmãs, o amor à vocação religiosa-missionária. Ela escreve às Irmãs: “Não deixemos de agradecer, nem em um só dia, do fundo do coração, pela grande graça de sermos irmãs missionárias. Alegrai-vos, porque Deus nos escolheu.”
Também entende a passagem à clausura como uma entrega para a missão. Agora, em cada momento livre, quer levantar o coração e as mãos a Deus, para que Ele abençoe o trabalho das missionárias. Afirma, várias vezes, que ama a vocação missionária e que somente dá o passo para a clausura, porque reconhece nisso a vontade de Deus. A experiência de Deus em Helena é, intimamente relacionada com a experiência do chamamento missionário.
A Encíclica “Redemptoris Missio” indica como marca essencial da Espiritualidade Missionária a união íntima com Cristo e a participação nas Suas atitudes: “Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus (Fil 2,5-8). O chamamento percorre o mesmo caminho e tem o ponto final ao pé da cruz” (R.M 67). Estas palavras de João Paulo II são como um espelho na vida de Helena. Dela é exigido renunciar a si mesma e a tudo o que, até então, considera como seu, para se tornar em tudo para todos. Ela escolheu o caminho de seguir Jesus, o Enviado do Pai.