sábado, 23 de novembro de 2013

Santa Cecilia Yu So-sa, viúva e mártir


     Cecilia foi elevada às honras dos altares acompanhada de seus dois filhos mártires: São Paulo Chong Ha-sang e Santa Isabel Chong Chong-hye.
     Nasceu em Seul, capital moderna da Coreia do Sul, em 1761, e se casou com o viúvo Agostinho Yak-jong, um dos primeiros cristãos da Coreia. Com ele foi para a capital e ali recebeu o sacramento do batismo das mãos do Pe. Chu Mun-mo, missionário chinês na Coreia. Seu esposo foi martirizado em 1801, e também Carlos Chong Chol-sang, filho do primeiro casamento de seu marido. Ela foi aprisionada e logo deixada livre, porém seus bens foram confiscados.
     Cecília, além de viúva se viu empobrecida e voltou para a região da família de seu marido, Majae, com seus filhos. Ali seu cunhado, inimigo do cristianismo, a recebeu friamente, e foi um amigo de seu falecido esposo que teve compaixão dela e lhe ofereceu uma casa para morar. A frieza dos antigos amigos e parentes a rodeou.
     Ela enfrentou a morte da viúva de Carlos, o filho de seu marido, martirizado; do filho daquele casal e de sua própria filha mais velha. Em meio a sua desgraça Cecilia conservou a fé e a paciência, e em vista da hostilidade de que era objeto, manteve uma conduta prudente, não fazendo alarde do cristianismo, porém transmitindo a doutrina cristã a seus filhos no âmbito de seu lar.
     Quando seu filho Paulo atingiu a idade de 20 anos, ela sugeriu que ele se casasse; ele lhe disse que queria dedicar-se a continuar a obra evangelizadora de seu pai mártir, e para tanto foi para a capital, deixando a mãe e a irmã em Majae.
     Ela temia os perigos pelos quais seu filho passaria para organizar um ressurgimento do cristianismo e aceitava com mansidão que seu filho não pudesse proporcionar a ela alguma ajuda. Em 1827, entretanto, o Bispo de Pequim recriminou Paulo por não prestar ajuda a sua mãe e ele então a levou consigo para a capital, junto com sua irmã Isabel.
     A vida ali se tornou muito difícil e por isso Cecilia resolveu voltar para Majae, porém logo lhe foi oferecido o encargo de auxiliar os missionários que chegavam. Assistia a Missa diariamente e ajudava os católicos mais pobres. 
     Em 1839 a perseguição aos cristãos recomeçou e foi aconselhada que fosse para Majae, mas ela preferiu ficar. Ela e a filha se dedicaram a se preparar para o martírio.
     No dia 1º de junho, estando seu filho ausente, foi aprisionada. Quando lhe perguntaram se era verdade que era católica, respondeu que sim, e quando foi intimada a abandonar sua religião e a delatar os demais católicos, disse que não sabia onde os outros cristãos moravam, e que estaba disposta a morrer para conservar sua fé
     Foi interrogada cinco vezes e cada interrogatório era acompanhado de golpes de cana de bambu, que a deixaram muito machucada. Levada para a prisão, morreu no cárcere de Bo-jeong no dia 23 de novembro de 1839, quase octogenária.
     Foi canonizada em 6 de maio de 1984 em Seul pelo papa João Paulo II, juntamente com 102 mártires coreanos. O grupo conhecido com o nome “Santos André Kim Taegon, Paulo Chong Ha-sang e companheiros” é festejado no calendário litúrgico latino no dia 20 de setembro.