Ignoramos a data do seu nascimento. Sabemos apenas que ele morreu em 618, depois de três anos de pontificado (papado). As notícias que temos dele nos dão a conhecer um homem que teve de manter a serenidade numa situação complicadíssima. A cidade de Roma estava em grande decadência econômica. Praticamente sem governo, a população temia os bárbaros invasores e o poder imperial em Constantinopla, a nova capital do que restava do Império Romano. Havia problemas também no relacionamento entre o clero da diocese e os religiosos - naqueles tempos, quase sempre, monges.
São Adeodato teve de se multiplicar. Cuidava de manobrar para manter a Igreja livre, diante da vontade do Imperador de Constantinopla de impor suas ideias nas coisas da Fé. Diante da fraqueza e até ausência do governo, ele mediava disputas, procurava concórdia, organizava - como podia - serviços até de polícia na cidade deixada a si mesma. Teve de intensificar sua atuação diante de grave epidemia (peste) e de terremoto. Este terremoto arruinou de vez os mal cuidados foros imperiais, muito sofridos pelas invasões e por servirem de pedreira para novas construções, naqueles tempos de penúria para a antiga rainha do mundo conhecido.
Amigo dos pobres, foi ele quem iniciou o costume de haver uma distribuição especial de esmolas por ocasião da morte de cada Papa. No campo da liturgia, ele autorizou cada sacerdote a celebrar duas Missas em dias de festa, para facilitar a presença do povo.
A Igreja de nossos dias vive situações complexas e até de perseguição. Está presente em lugares muito abandonados e sofridos. Ajuda a manter o ânimo a lembrança deste caridoso Papa, que, em pouco tempo, tanto fez. São Adeodato, rogai por nós!