segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Santa Rosa Filipina Duchesne, fundadora


     Rosa Filipina Duchesne é o primeiro nome que aparece na lista dos pioneiros do Memorial Jefferson de São Luís, Missouri. Ela chegou aos Estados Unidos na idade de 49 anos e durante 34 anos se dedicou à educação dos colonos e dos índios, falecendo na idade de 83 anos.
     Filha de Pierre-François Duchesne, um eminente jurista, sua mãe, Rosa Eufrásia Perier, foi ancestral de Jean Casimir Perier, Presidente da França em 1894. Nasceu em Grenoble, França, em 29 de agosto de 1769. Foi batizada na igreja de São Luís, e lhe deram o nome de São Felipe Apóstolo e o de Santa Rosa de Lima, primeira santa do novo continente.
     Ainda criança, sua mãe a levava nas visitas aos pobres e doentes, e dava para as crianças alguns de seus brinquedos. Também ajudava os pobres com o dinheiro que seus pais lhe davam para gastar.
     Estudou com as Visitandinas, no colégio de Santa Maria d’en Haut. Como aos 12 anos manifestou a seus pais o desejo de fazer-se religiosa, retiraram-na do colégio e colocaram um tutor que lhe ensinava matemática, latim, idiomas, música e dança.
     Aos 18 anos pediu ao pai permissão para ingressar no convento, mas ele se opôs. Entretanto, em companhia de uma tia foi visitar o convento e ficou com as religiosas; finalmente obteve com sua constância o consentimento do pai.
     Quando a Revolução Francesa confiscou o convento e expulsou as religiosas, Rosa Filipina teve que retornar para a casa dos pais, onde viveu como religiosa. Nos onze anos seguintes desenvolveu uma intensa obra apostólica assistindo prisioneiros, pobres e doentes.
     Finda a revolução em 1801, com a ajuda financeira de seus primos, Rosa Filipina alugou o antigo convento de Santa Maria d’en-Haut, em Grenoble, e se instalou ali com algumas crianças que estavam sob seus cuidados e convidou as religiosas visitandinas para regressarem. Este projeto fracassou.
     Foi quando ouviu falar de Madre Madalena Sofia Barat (canonizada), que havia fundado a Sociedade das Religiosas do Sagrado Coração, em Amiens, e a procurou. A Madre Barat aceitou sua proposição e, em 13 de dezembro de 1804, ela chegou com 3 religiosas. Em 1805, aos 26 anos de idade, depois de um breve período de noviciado, Rosa Filipina Duchesne pronunciou seus votos religiosos.
     Como a Congregação se dedicava ao ensino, a casa de Santa Maria se transformou em um pensionato. O início foi difícil. Mas, as alunas chegaram, até mesmo a sobrinha da Madre Duchesne (em 1814).
     Entretanto, ser missionária era um sonho seu desde a infância. A Madre Barat desejando verificar a solidez de sua vocação, inicialmente a enviou para fundar uma comunidade em Paris.
     Em 1817, Mons. Guilherme Valentim Dubourg, Bispo de Luisiana, Estados Unidos, em visita a França, pediu religiosas para educar as meninas e os índios de sua diocese, e a Madre Rosa Filipa foi eleita, com quatro companheiras, para realizar esta missão.
     Luisiana era um território amplo, explorado pelos franceses durante um século, e que fora vendido pelo governo de Napoleão Bonaparte aos Estados Unidos por oitenta milhões de francos.
Quarto sob a escada usado pela Santa
 
     Em São Carlos, próximo de São Luís, Madre Duchesne fundou a primeira casa da Sociedade fora da França, em uma cabana de troncos. Ali viveu todas as austeridades da vida de fronteira: frio extremo, trabalho duro, falta de dinheiro. Já no ano seguinte várias escolas haviam sido fundadas por ela em todo o vale do Rio Mississipi, e em 1820 abriu um noviciado, tendo ingressado na Congregação a primeira religiosa norte-americana.
     Madre Rosa Filipina nunca chegou a aprender bem o inglês. As comunicações eram muito lentas; às vezes não lhe chegavam noticias de sua querida França… Lutou para manter-se estreitamente unida à Sociedade do Sagrado Coração da França.
     Em meio a numerosas dores físicas, e a critica e incompreensão de muitas pessoas, Madre Rosa Filipina realizou durante quase 30 anos um apostolado infatigável a favor da educação da juventude e do serviço aos indígenas.
     Ao ser eleita para o cargo de superiora, quando tinha 72 anos, levou a cabo um desejo de muitos anos: chegar a um acampamento de índios Potawatomi em Sugar Creek, Kansas, e entregar-se de cheio a sua evangelização.
     Como fosse muito difícil para ela aprender o idioma dos índios, dedicou grande parte de seu tempo à oração, o que fez com que os indígenas a chamassem “a mulher que reza sempre”. Sua saúde, entretanto, não pode resistir ao regime de vida do povoado.
     Depois de um ano, em julho de 1842, voltou à cidade de São Carlos, onde permaneceu até sua morte ocorrida em 18 de novembro de 1852. Porém seu coração valente nunca perdeu o desejo das missões: “Sinto o mesmo desejo pelas Montanhas Rochosas que sentia na França quando pedi para vir para a América...”.
     Foi beatificada pelo papa Pio XII em 1940 e canonizada pelo papa João Paulo II em 1988.