terça-feira, 26 de novembro de 2013

Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir





Nascimento 287 em Alexandria, Egito
Falecimento 305 em Alexandria, Egito

Principal templo Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, no Monte Sinai, Egito
Festa litúrgica 25 de Novembro
Atribuições roda, espada, uma coroa aos seu pés, véu e anel, pomba, flagelo, livro, mulher argumentando com filósofos pagãos.
Padroeira Apologética, artesãos que trabalham com uma roda (ceramistas, fiação etc.), arquivistas, pessoas morrendo, educadores, jovens, juristas, advogados, bibliotecários, bibliotecas, do Balliol College em Oxford, trituradores, enfermeiros, filósofos, pregadores, acadêmicos, estudantes, escribas, secretários, taquigrafia, estudantes, professores, teólogos, Universidade de Paris, jovens solteiros.
Catarina de Alexandria (nome provavelmente derivado de Hécata, erroneamente muitos o fazem derivar de katharós, ou seja, “pura”) nasceu em Alexandria, no Egito, por volta do ano 287 d.C. Uma das santas mais populares da Igreja Católica e venerada como megalomártir pela Igreja Ortodoxa, era conhecida por sua sabedoria. Por seu exemplo heróico tornou-se epônimo de grandes santas como Catarina de Sena e grandes personagens históricas como Catarina, a Grande. De família nobre (da Selêucida) e princesa por posição, era uma moça extremamente bela e culta que gostava de estudar filosofia, principalmente Platão, o que, para uma mulher naquela época, era extremamente raro.
A história de Catarina de Alexandria é composta basicamente por lendas, com diferentes versões, que variam de acordo com a cultura local. Uma das versões mais populares conta que Catarina, filha do Rei Costus, governador de Alexandria, declarou aos seus pais que só se casaria com alguém que a superasse em reputação, saúde, beleza e sabedoria. Sua mãe, Saninela, que era secretamente cristã, enviou-a para um eremita de nome Ananias, que lhe disse que conhecia um jovem que a superava em todas as suas virtudes: “A beleza Dele é mais radiante do que o brilho do sol, a sabedoria Dele governa a criação e Suas riquezas se espalham pelo mundo.”
Em uma visão, Catarina foi transportada para o céu, encontrou-se com o menino Jesus e a Virgem Maria e, em êxtase, casou-se misticamente com Cristo, convertendo-se ao cristianismo. Ela tinha, na época, 18 anos de idade.
Foi, então, à presença do imperador romano Maximino, que perseguia violentamente os cristãos, censurando-o por sua crueldade. Apontou a limitação do imperador, por crer em falsos deuses, e afirmou que seu Deus era o único realmente vivo e o seu Rei era Jesus Cristo. O imperador mandou prendê-la no cárcere, até que viessem os 50 maiores sábios do mundo, e a humilhassem quanto à sua argumentação aparentemente simples.
Quando chegaram, os sábios riram-se do imperador, por tê-los convocado para contra-argumentar com uma simples garota. Porém o imperador os advertiu que, se conseguissem convencê-la, ele os presentearia com os melhores bens do mundo, mas se não conseguissem, ele os condenaria à morte. Catarina foi tão plenamente sábia nas suas colocações e argumentos que mesmo diante desta ameaça, os sábios não conseguiram convertê-la aos ídolos. Pelo contrário, vencidos pela eloqüência de Catarina, converteram-se ao cristianismo. Frustrado, o imperador mandou prender e torturar Catarina na masmorra. Visitada na prisão pela esposa do imperador e pelo chefe de sua guarda, Catarina os converteu, fazendo o mesmo com inúmeros soldados. 
Mais enfurecido ainda, o imperador mandou assassinar os sábios e sua esposa, lançou os guardas aos leões no Coliseu e condenou a Santa à morte lenta na "roda com lâminas", instrumento de tortura que mutilava e causava grande sofrimento. Dizem os relatos que a roda explodiu, ou pelo toque de Catarina ou pela intervenção dos anjos. Ao determinar sua execução, apareceu-lhe o Arcanjo Miguel para confortá-la e Catarina rezou a Cristo suplicando que "em nome do seu martírio Deus ouvisse as orações de todos aqueles que a ela recorressem e tudo obtivessem por sua intercessão". Por fim, Catarina de Alexandria morreu decapitada e conta a lenda que, ao invés de sangue, saiu leite dos ferimentos e, por isso, as mães que amamentam recorrem também à sua intercessão.
A lenda diz ainda que o corpo de Catarina desapareceu milagrosamente, sendo transportado por anjos para o topo de Jebel Katerina, o pico mais alto da península do Sinai. Três séculos mais tarde, o seu corpo, supostamente incorrupto, foi encontrado por monges e levado para o Mosteiro da Transfiguração, onde algumas das suas relíquias e o seu nome ficaram até hoje.
Histórias narram que foi ouvindo a voz de Santa Catarina que Joana d'Arc encontrou a espada que usaria em sua missão e mudaria a história da França. Junto de Santa Margarida e do Arcanjo São Miguel, era uma das vozes que falavam com ela e a instruíram na sua missão de salvar a França.
Santa Catarina é considerada padroeira dos estudantes, filósofos e professores, e também é invocada pelos que trabalham com rodas, e também contra acidentes de trabalho. No Brasil, é a padroeira principal do Estado e da Ilha de Santa Catarina e co-padroeira da Catedral metropolitana de Florianópolis.
Historiadores e pesquisadores de tendência positivista acreditam que Catarina possa não ter existido de fato. Para eles a ausência de documentos históricos e o aspecto lendário de sua vida levam a crer que ela representa um ideal, talvez a versão cristã da filósofa Hipátia de Alexandria, cuja biografia apresenta exatamente os mesmos elementos da lenda de Catarina.
Em 1969, a Igreja Católica eliminou do Calendário Litúrgico Universal a celebração do dia 25 de novembro, em memória de seu martírio, em função da falta de evidências históricas de sua existência. Essa retirada foi mal interpretada como uma cassação, pois Santa Catarina de Alexandria continua a ser legitimamente venerada nos calendários particulares das dioceses e paróquias. 
As razões da atual revisão histórica são: 
a) a descoberta de afrescos dos séculos VIII e IX, em Roma e Nápoles, com a identificação de seu nome Ekaterina; 
b) diante dessa descoberta, hoje não é mais possível afirmar que seu culto começou apenas à época dos cruzados; 
c) devemos salientar o princípio de que não é o documento que está na origem do culto e que não parece científico negar sua historicidade a partir do argumento de escassez documentária; 
d) devemos também frisar a distinção hermenêutica entre o núcleo histórico e legendário nas narrativas; 
e) por, fim, é mister refletir que, entre as mártires de historicidade comprovada na perseguição de Maximino, a Tradição cristã, por circunstâncias não bem esclarecidas, pouco a pouco passou a proferir o nome Catarina.