domingo, 14 de abril de 2013

Santo Valeriano, mártir



São Valeriano e Santa Cecília

            Martirológio Romano: Em Roma, no cemitério de Pretextato, na via Ápia, santos Tibúrcio, Valeriano e Máximo, mártires. († s. inc.) Etimologicamente: Valeriano = Aquele que é forte, robusto. Vem da língua latina. Valeriano, Mártir romano, provavelmente do tempo de Juliano o Apóstolo, esposo da popular virgem Cecília. Segundo as tradições foi convertido por ela no próprio dia da boda com meios sobrenaturais e milagrosos. Sobre sua casa se edificou logo um templo, em que repousam as relíquias de sua santa consorte. 
            Uma das imagens mais sugestivas e humanas com que a divina Palavra nos introduz no mistério da Redenção constituem as chamadas -bodas do Cordeiro-. Deus amou a humanidade com amor de Esposo e no banquete nupcial se entrega a si próprio como vítima e como alimento. É realmente um vínculo de sangue o que sela estas bodas sublimes, é o sangue do Cordeiro, do Filho de Deus imolado. Por isso se compreende e se admira o profundo sentido cristão que guiou a piedade de nossos antepassados, já desde muitos séculos atrás, em tecer com minuciosos detalhes em torno de umas núpcias, metade terrenas e metade espirituais, este belo poema de virgindade e de martírio, de amor e de sacrifício, o poema de Cecília e Valeriano, o poema de Cristo presente no amor transparente dos dois jovens. E o poema é cantado cada ano por toda a Igreja, no oficio divino em honra da santa esposa. 
         Valeriano entra como segundo personagem, o convertido, o amante brioso, mas íntegro, que não dúvida em renunciar ao gozo sensível para se unir com ela no amor supremo, no amor que salva e os une aos dois com Deus e em Deus. A narração é suave e insinuante. Durante o banquete nupcial Cecília, preparada anteriormente com longa oração e jejum, sem deixar de participar no bulício e na alegria, entoa seu cântico de confiança: Que meu coração permaneça imaculado. 
           Logo em o momento do encontro com o esposo. Valeriano aproxima-se de Cecília com toda a ilusão de sua juventude, com toda a satisfação do amor conquistado. Cecília pronuncia estranhas palavras. Um anjo guarda sua virgindade; convida-o a colaborar com o anjo, lhe promete ver também ao anjo se antes se lavar por um banho sagrado. Valeriano, enamorado, não duvida de Cecília, se lhe confia, se converte, e vai em busca da igreja na sua Cabeça, o Papa oculto. Este o instrói no mistério e, após pedir insistentemente, lhe administra o santo batismo. Volta pressuroso ao tálamo nupcial, e descobre a sua esposa em oração, com um anjo a seu lado, mais resplandecente que o sol e oferecendo aos dois uma grinalda de parte do Esposo das virgens. 
           Valeriano adora, crê, goza. Com a esposa. E não tarda em conseguir tempo depois a conversão de seu irmão Tibúrcio, que segue seu mesmo caminho. Assim Cecília pode apresentar aos dois irmãos como suas mais apreciadas coroas do dia de seus esponsais, como o fruto de seu amor e de sua sabedoria... Cedo seu esposo provará seu espírito e a profundidade com que sente sua nova vida. Primeiro dedicado intensamente à caridade para com os pobres, competindo com Cecíliaem seu já famoso desprendimento. Depois será sua valentia e decisão ante o prefeito Almaquio. 
           Os dois irmãos confessam que são cristãos, e pretendem doutrinar aos que assistem ao julgamento, na verdadeira religião. São cruelmente agredidos com paus, mas em pleno suplicio mostram seus rostos cheios de alegria pela graça de poder dar seu sangue por Jesus Cristo. E deste modo, passam diante de Cecília, que cedo os seguirá no caminho do testemunho sangrento. 
          Valeriano havia amado de verdade e no céu, junto com sua esposa, participa no eterno banquete de glória ao Cordeiro. Na terra, suas relíquias foram conservadas, para glória de Deus em seus santos, e se conservam na igreja dedicada a Santa Cecília, no Trastevere.



Basílica de Santa Cecília, em Roma