Maria Ana Donati, ultima de seis filhos, nasceu em 1848 em São Lourenço de Marradi, província de Florença, onde seu pai era funcionário do grão-ducado. E como sua profissão de juiz o obrigava a contínuos deslocamentos, a família o segue a Cortona e a Siena, até firmar-se definitivamente em Florença no fim de sua carreira.
Maria Ana cresce particularmente devota, extraordinariamente madura, precocemente inclinada a vida religiosa. Uma tentativa junto as Irmãs Vallombrosianas não obteve hesito. Isto reforçou no pai sua contrariedade do ingresso no convento daquela filha um pouco especial, que reza tanto e que se interessa tanto pelas necessidades dos outros.
A jovem esperou pacientemente... Até os 41 anos, sempre fiel também aos seus deveres de filha, docilmente obediente, mas determinada a seguir mais cedo ou mais tarde sua vocação, foi sustentada nesse período por seu diretor espiritual, Pe. Celestino Zini. Este sacerdote percebeu nela os germens de uma vocação autêntica e transmitiu-lhe a espiritualidade de seu fundador, São José Calazans, que se concretiza na educação da juventude.
As obras de Deus nascem de episódios muitos simples. Assim foi com Maria Ana: um dia ela se viu responsável por uma menina que a mãe queria subtrair às contínuas violências do pai. As bases da Congregação foram lançadas: Maria Ana abriu uma escola gratuita para as meninas pobres com quatro companheiras. Seguindo os ideais educativos e a espiritualidade de São José Calazans, chamou a nova congregação de mulheres que se reuniram ao redor dela de «Filhas Pobres de São José Calazans».
Tudo era acompanhado pelo Padre Celestino Zini e com sua aprovação. Em homenagem a ele Maria Ana tomou o nome religioso de Celestina. Madre Celestina consagrou-se totalmente ao Senhor, dedicando-se ao serviço das meninas mais pobres e necessitadas de cuidados.
A sua atenção se concentra logo nas filhas dos detentos, que além da pobreza material carregavam o peso da miséria moral, ao mesmo tempo a falta da figura paterna. Mas a obra ainda suscitava desconfiança e escândalo.
Madre Celestina empenhou-se com paciência a atrair para sua obra a benevolência dos florentinos ricos, mas os débitos fora seus fieis companheiros até a morte... Para a filha de um juiz com uma educação rígida que não admitia dívidas, era um sofrimento contínuo este estado de coisas.
Ela ensinava às suas Irmãs: “Veneremos nas meninas a infância de Jesus” e “as crianças são o templo da Santíssima Trindade”.
Madre Celestina soube unir contemplação e ação: viveu com profunda intensidade a devoção a Jesus Crucificado e foi ardente apóstolo da adoração perpétua da Eucaristia, guiada por um amor maravilhosamente materno, em sua obra pedagógica, feito de humildade, delicadeza e ternura.
A Beata faleceu no dia 18 de março de 1925; foi beatificada no domingo, 30 de março de 2008, em Florença.