quarta-feira, 17 de abril de 2013

Santo Aniceto, papa e mártir


         

         Natural da  Síria, era Aniceto o Sucessor de  São Pio  I na cadeira de  São Pedro. O governo deste Pontífice coincide com o  tempo  do  imperador  romano Antônio. Não é  certo se morreu mártir  pela fé;  é, porém, fora de dúvida, que tanto  lhe  foram os sofrimentos e aflições pela causa de Cristo que  a  Igreja   lhe conferiu  o título  honroso de  mártir. Além das perseguições oficiais por parte do  governo romano, existiam perigosas heresias, que faziam  periclitar  a  existência da Igreja. Embora fosse  ela edificada   sobre rochedo, contra o qual  o inferno em vão dirige os ataques, grande número dos  fiéis  abandonou a fé,  correndo atrás  do fogo fátuo de  seitas  errôneas. Grande  foram os estragos que  o herege  Valentim causou ao rebanho de  Cristo. 
      A essa  obra perniciosa associou-se  uma adepta da  seita imoralíssima dos  Carpocratitas, Marcelina, a  qual levou muitas pessoas  a apostasia.  Ainda um tal  Marción, herege e propagandista temível, propalava o  veneno da heresia entre os cristãos, havia tempo. 
        O Papa Aniceto envidou todos os  esforços para impedir o progresso da  obra de Satanás e reconduzir ao seio da Igreja os pobres transviados. 
         Deus  lhe enviou  um auxiliar de grande valor, na pessoa de  São Policarpo.  Este discípulo de  São João Evangelista, veio a Roma, e em demonstrações públicas, provou que a Igreja de Roma, na doutrina, era idêntica a de Jerusalém. Esta declaração causou a  conversão de muitos hereges. 
       Num ponto, aliás, de ordem secundária, houve divergência  entre Policarpo e Aniceto, quanto ao tempo da celebração da Páscoa. Os cristãos do Oriente comemoravam a Páscoa com os  Judeus, quando na Igreja Romana não existia  este  uso. Policarpo, desejoso de ver Roma adotar o uso da Igreja asiática, não conseguiu  esta uniformização. Aniceto opinava e com razão, que não devia abolir um costume introduzido e aprovado pelo príncipe dos Apóstolos. Entretanto, deixou aos cristãos orientais toda a  liberdade na celebração da Festa da Páscoa, como eram acostumados desde os dias  de  São João Evangelista. 
         Santo Hegesipo era outro auxiliar estimável, que eficazmente dirigiu forte campanha contra as  heresias. Num livro que escreveu, sobre a tradição, provou que a doutrina passou, pura e  inalterada, dos Apóstolos ao Papa Aniceto e demonstrou que  a  mesma doutrina era conservada e ensinada, sem a mínima alteração.