quinta-feira, 18 de julho de 2013

São Bruno de Segni, bispo


No santoral Católico, São Bruno é também conhecido por Bruno de Segni, já que foi nessa Cidade (Comuna) da região do Lázio, Itália, que, como Bispo, ele teve seus momentos de maior produção para a Igreja à qual servia e que certamente lhe fora destinada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sim, Bruno foi, em vida, uma dessas pessoas em cujos destinos se percebe, nitidamente, “o dedo de Deus”. E isto desde seu nascimento.
A minúscula Comuna de Solero, onde nasceu e que nos dias atuais tem uma população que não chega a dois mil habitantes, tornou-se famosa por ter ali, repousando, os restos mortais de São Perpétuo, Bispo de Tours no Século IX e consagrado por sua Caridade. Para guardá-los, construiu-se um belo templo, que permanece sendo a construção de maior destaque do local.
É ali, em Solero e à frente da Igreja de São Perpétuo, que a cada dia 4 de Abril, para lá acorrem milhares de peregrinos, a fim de participarem das tradicionais festas em louvor ao grande santo italiano, num acontecimento que se inclui no calendário turístico da Itália.
Pois bem, além de ter sido ali que São Bruno foi batizado e crismado, nessa Igreja ele aprendeu a graça do serviço prestado a Jesus, pois não havia sequer uma única celebração na qual não se destacasse a presença de seus pais, alternando-se nas mais variadas funções.  
Já apegado a Jesus e à Sua Igreja, São Bruno foi encaminhado bem cedo a um Mosteiro beneditino, a fim de aprender as primeiras letras, adquirindo sua formação primária. Não saiu mais!
Bem, dizer-se que “não saiu mais” cabe apenas como figura de linguagem, já que para completar sua formação sacerdotal, o mesmo teve que mudar-se para Bolonha (Bologna). Era o início da bela caminhada que terminaria em Segni. Antes disso, porém...
A formação intelectual de Bruno logo se fez conhecer pelas altas autoridades da Igreja e assim quatro foram os Papas que o convocaram para secretariá-los. Manifestavam-se, então, os sinais que o indicavam nascido para ser instrumento de Deus.
Em razão de sua notabilidade, São Bruno foi convocado a participar do grande Concílio de Tours, onde se fez marcante sua presença. É nesse Concílio que nasce a dispensa do Latim na condução das celebrações, permitindo-se que tanto na França quanto na Alemanha, se liberasse aos celebrantes o emprego de idioma entendível pelas assembléias. E muito disto se deve à ação de São Bruno.
Do respeito e da admiração trocada entre ambos, nasce a grande amizade de São Bruno para com o Papa Gregório VII, que também viria a se tornar um santo católico. É este o Papa que torna Bruno Bispo de Segni, após o mesmo modestamente recusar o Cardinalato.
Além do grande brilho imprimido à condução de sua Diocese, São Bruno volta a se destacar na reforma eclesiástica iniciada pelo Papa Gregório VII e concluída por Urbano II, o mesmo a quem acompanhou no Concílio de Clermont, onde se reuniram sacerdotes e leigos e de cujas resoluções, a mais importante e que viria a se inscrever na História do Cristianismo, foi a instalação da Primeira Cruzada.
Muitas foram as lutas pela preservação do comando pontifício na formação da ritualística Católica, já que Reis e Imperadores de então se julgavam no direito de interferir na sua formação.
Em 1102, a seu pedido, retirou-se para a histórica Abadia de Montecasino, a mesma onde São Bento escreveu sua famosa Regra. Ali, com o passar do tempo, enquanto compunha obras que se tornariam ícones do Catolicismo, mesmo não tendo abdicado de sua Mitra, por unânime reivindicação tornou-se seu abade.
Como resultado das inúmeras contendas por ele assumidas e o natural desgaste delas oriundo, São Bruno viu-se obrigado a reassumir sua Diocese em caráter exclusivo, abandonando, assim, sua abadia.
Foi portanto, como Bispo de Segni, que São Bruno, o instrumento utilizado por Deus para manter una e santa a Igreja de Seu Filho, veio a falecer. Era o ano de 1123, o mesmo em que ele comemorava seus 75 anos de idade.

Canonizado 60 anos depois pelo papa Lúcio III, São Bruno teve incluído como seu, no Calendário Litúrgico Católico, o dia 18 de todos os meses de Julho, data em que Segni se engalana, para festejar seu santo.