quarta-feira, 17 de julho de 2013

Santa Marcelina de Milão

    

     Educadora dos seus irmãos menores, Sátiro e Ambrósio, Marcelina formou-os nas Ciências e na Fé. O ideal de Santa Marcelina, formadora de homens justos e sábios, continua vivo no coração de cada nova Marcelina. A cada dia renova-se a profecia do Papa Libério, que afirmou no dia da Consagração de Marcelina, que muitas jovens iriam seguir seu exemplo.
     Marcelina nasceu em Roma, em 327, na família dos Ambrosiis, sob o Império de Constantino Magno. Em uma época de profundas mutações culturais, a família de Marcelina era aberta à religião cristã.
      O pai, Ambrósio, era prefeito romano e governou as Galias (França). Ao ser eleito governador das Gálias, em Treviri, para lá se transferiu com a mulher e dois filhos, Marcelina e Sátiro. Nos anos 340, nasceu o terceiro filho de Ambrósio.
       Marcelina viveu dias tranqüilos em Treviri, mas aos 13 anos, com a morte precoce do pai, voltou para Roma com a família. Antes de fazer 20 anos, ela perdeu também a mãe e ficou com a responsabilidade da educação dos irmãos.
      Em Roma, Sátiro e Ambrósio estudaram com aos melhores mestres e dedicaram-se com sucesso aos estudos jurídicos.
      Jovem, bonita, rica e nobre, Marcelina tinha muitos pretendentes, mas decidiu se consagrar a Deus, permanecendo virgem. Na Roma corrupta e pagã, era muito difícil compreender que uma jovem renunciasse a sua fortuna e a um ilustre casamento. O povo não estava acostumado com essas idéias, mas assim mesmo Marcelina confessou isso ao mundo. Para buscar coragem, ela visitava muitas vezes as catacumbas dos cristãos que morreram pela Fé e lá se sentia consolada e compreendida.
      Apesar de tudo, a vida de Marcelina acontecia nos palácios dos Césares. Ela poderia tornar-se poderosa, imperatriz, conhecida no mundo e teria uma vida fácil, mas cada vez era mais forte a sua convicção de que deveria se dedicar a Deus. Para levar adiante esse projeto, ela retirou-se para uma vila tranqüila, em Cernusco, perto de Milão, e passou a viver em contato com a natureza.
      Na noite de Natal de 353, aos 25 anos, Marcelina recebeu das mãos do Papa Libério o véu da consagração total. Sua decisão abalou os habitantes dos palácios e nem mesmo seus amigos conseguiram entender toda a dimensão do que estava acontecendo. Marcelina intensificou a oração e os estudos das Sagradas Escrituras e acolheu em sua casa muitas virgens que queriam orientação para se dedicar a Deus e ao auxílio dos pobres e doentes.
      Ao mesmo tempo, ela não se descuidava da educação dos irmãos, que mais tarde assumiram cargos públicos. Em 372, Ambrósio foi eleito governador em Milão e Sátiro foi nomeado para uma prefeitura. Dois anos mais tarde, Ambrósio foi eleito bispo de Milão e levou Marcelina para auxiliá-lo.
      A atuação de Ambrósio nos 23 anos de episcopado faz parte da história civil e religiosa de Milão. E Sátiro, que morreu em 379, sempre trabalhou a seu lado e também na administração dos bens da família.
     Para os dois irmãos, Marcelina foi conselheira e mestra, desenvolvendo paralelamente sua vida comunitária com as companheiras virgens. Embora no silêncio de sua vida recolhida, ela desenvolveu um apostolado eclesial, participando das ansiedades e solicitações do Bispo Ambrósio. Ele teve grande estima por ela e propôs o seu exemplo a muitas jovens que eram também chamadas por Deus a uma dedicação total.
       Marcelina trabalhou ao lado do irmão Ambrósio até o final da vida dele, que morreu em abril de 397. Ela morreu poucos meses depois, em 17 de julho de 397 e foi sepultada em Milão, na Basílica Santambrosiana.