quinta-feira, 4 de julho de 2013

Beata Eugênia Joubert, religiosa


    

     Filha de Pedro Joubert e Antônia Celle, ricos viticultores, nasceu no dia 11 de fevereiro de 1876 em Yssingeaux (Le Puy), na França, a quarta de oito filhos.
     Até aos 16 anos seguiu um longo percurso de educação civil e religiosa: estudou nas Irmãs Ursulinas de Monistral, onde também recebeu sua primeira comunhão em 1888; nas Irmãs de São José de sua cidade Yssingeaux e em 1889-1892, no Colégio de Santa Maria de Le Puy, conduzidas pelas Irmãs de Notre Dame.
     Em 1895, aos 19 anos, aconselhada pelo seu diretor espiritual, Padre Rubussier, sacerdote jesuíta, entrou no Instituto da Sagrada Família do Sagrado Coração, fundada por ele e pela Madre Maria Inácia Melin, Instituto destinado ao ensino da catequese, sobretudo aos mais pobres e mais abandonados.
     Eugênia fez o noviciado em Saint-Denis (1896), e sua profissão religiosa em 1897, dedicando-se completamente ao apostolado e ao ensino do catecismo aos meninos e meninas.
     Irmã Eugênia foi catequista de 1897 até 1901, nas próximas redondezas de Paris, primeiramente em Aubervilliers e depois em Saint-Denis, onde ela se ocupou igualmente das crianças dos bateleiros e dos feirantes que ali eram numerosos.
     Consolidou ali a sua missão pelo estudo aprofundado das verdades da fé, graças a São Tomás de Aquino e aos Padres da Igreja. Assim o desejava a Fundadora para as irmãs designadas para esta missão.
     A irmã Eugênia tinha uma vida de oração intensa, um amor muito especial à Santíssima Eucaristia, à Santíssima Virgem Maria. Estas disposições interiores vão exercer sobre as crianças uma particular influência, porque não tendo método pessoal, ela vive ao mesmo tempo o que ensina.
     Os testemunhos recolhidos para o processo de beatificação são unânimes sobre isso: “Ela atraía imediatamente as crianças graças à sua fé comunicativa, ela sabia interessá-las, tornar por assim dizer vivas as verdades que ela ensinava. Ela pedia à Virgem Maria para ajudá-la, e pedia às crianças que invocassem a Mãe do Céu para que Ela os ajudasse a compreender e a aprender as suas lições”.
     As crianças menos receptivas e mais atrasadas eram entregues à Irmã Eugênia. Ela possuía a arte de compreendê-las e de interessá-las pelos ensinamentos que recebiam; ela inculcava-lhes coragem e conseguia resultados magníficos que surpreendiam os seus Superiores. Eram também para ela as crianças mais turbulentas e as mais indisciplinadas. Ela conseguia acalmá-las, ganhando pouco a pouco a confiança delas pela sua doçura, pelo seu carinho e pelas suas preces a Maria, que ela invocava frequentemente.
     Muitas vezes dizia a estas crianças turbulentas e demasiado indisciplinadas: “Atenção, Deus vê-nos, Deus olha para nós!” Esta pequena mensagem tinha o dom de acalmá-las e de torná-las atentas aos ensinamentos.
     Irmã Eugênia tinha uma devoção particular ao Anjo da Guarda e por isso mesmo invocava os Anjos das Guarda das crianças que tinha a seu encargo, pedindo sua ajuda para o seu apostolado.
     E porque o fogo interior deve ser alimentado, Eugênia não fugia aos sacrifícios, oferecendo-os para o bom sucesso do seu apostolado. Contemporânea de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Beata Isabel da Santíssima Trindade, como elas, Eugênia vivia o espírito da infância a “pequena via” ou “pequeno caminho”, a infância evangélica numa união cada vez mais íntima com a Santíssima Trindade.
     Habitada pelo ardor apostólico, ela conseguia comunicá-lo às crianças que tinha ao seu encargo. Um deles, verdadeiro chefe de bando, reuniu os seus camaradas da rua e, mostrando um crucifixo, bradou: “Quem o pregou na Cruz?” Ninguém respondeu. Continuando, o mesmo jovem disse, cheio de grande convicção: “Fomos nós, foram os nossos pecados”. Com mais força ainda, o mesmo jovem continuou: “Por isso mesmo, todos de joelhos”, e todos obedeceram.
     Mas tudo isto não é conseguido senão pela própria doação total e sincera. A Irmã Eugênia nunca recuava diante de uma dificuldade, qualquer que ela fosse, como nunca recuava diante da fadiga, algumas vezes fadiga até ao esgotamento; era preciso continuar, custe o que custar, a fazer com que Deus seja amado e adorado, nosso único Salvador e Senhor.
     Chamada para a Casa de Saint-Denis, ela não só se dá ali sem medidas na catequização dos jovens, como também continua a dispensar a sua ajuda às irmãs de Aubervilliers. Eugênia ensina quase sem parar durante todas as tardes. À noite a voz falta-lhe, mas nem por isso cessa de rezar em comum ou na sua cela: ela precisa deste alimento salutar, deste maná celeste que alimenta as almas e as torna fortes e enamoradas de Cristo.
     Aos 26 anos, em 1902, adoeceu gravemente; apesar disso, permaneceu em Roma por um ano, de abril de 1903 a maio de 1904. De retorno a Liége, a enfermidade a leva ao leito. Ela, que até ali não se tinha poupado, é agora obrigada a deixar o seu apostolado.
     Depois de muito sofrimento, alguém coloca diante dela uma estampa do Menino Jesus. Diante desta imagem Irmã Eugênia exclama por três vezes o nome de Jesus. O corpo daquela jovem de 28 anos parecia ter doze anos; um belo sorriso iluminou seu rosto. Irmã Eugênia, a “virgem prudente”, entregou a alma a Deus, seu divino Esposo, no dia 2 de julho de 1904, em Liége, Bélgica. “Rezarei por todas no céu!”, havia prometido às suas irmãs de hábito. Seu corpo repousa na capela das Irmãs de São Família do Sagrado Coração em Dinant.
     Foi beatificada em 20 de novembro de 1994.