quinta-feira, 30 de maio de 2013

São Fernando III, rei da Espanha



          São Fernando, filho dos Reis de Leão, Espanha, Afonso IX e Dona Berengária, nasceu em 1199. A boa sorte acompanhou sempre este santo Príncipe. Pela morte de seu tio Henrique I, torna-se pacificamente Rei de Castela. Em 1230, pela morte de seu pai, Afonso IX, entra na posse do segundo reino: o de Leão. 
        Aos 25 anos começa a conquista de Andaluzia, luta que havia de prolongar-se por mais de 30 anos e que, palmo a palmo, foi conquistando para a fé católica os territórios subjugados pelos maometanos: as cidades de Córdova, Múrcia e Sevilha, com os territórios circunjacentes, vão passando para as suas mãos e para a Cruz de Cristo. No desejo de levar a todo o mundo, então conhecido, a fé cristã, aos 52 anos,pensa passar a África. Surpreende-o. porém, uma doença mortal, que seu filho, o Rei Sábio, relata pormenorizadamente: “Quando o Santíssimo Sacramento entra no seu quarto, os cavaleiros choram, o Rei salta do seu leito, prostra-se por terra e com uma corda ao pescoço, beija um crucifixo com o qual bate no peito e pede humilde perdão dos seus pecados. Pronuncia então a sua última oração, que termina com estas palavras: «Senhor, graças te dou, e entrego-te o reino que me deste, com o aproveitamento que nele consegui fazer. Ofereço-te a minhas alma, para que a recebas entre a companhia dos teus servos». 
          São Fernando, com o seu primo direito, São Luís, Rei de França, são o protótipo do cavaleiro medieval, audaz, trabalhador e cristão. Nunca teve um revés, porque ele era o «cavaleiro de Deus… o servo de Santa Maria; e o alferes de Santiago», como ele diz nestas palavras, por ele próprio escritas: «Grandes mercês e honras e bons sucessos nos fez (Deus), mostrando assim que é Ele o começo e a fonte de todos os bens. E isto não pelos nossos merecimentos, mas pela sua grande bondade e misericórdia, e pelos rogos e merecimentos de Cristo, cujo cavaleiro somos, e pela intercessão de Santa Maria, cujo servo somos e pelos merecimentos de Santiago, cujo alferes somos e cuja insígnia trazemos, e que nos ajudou a vencer sempre.» 
        Ainda se conserva a pequena estátua de marfim que trazia sempre consigo, mesmo na armadura do cavalo, e que colocava à cabeceira da cama, enquanto dormia, e diante da qual passava longas horas de oração, no decurso da sua vida semeada de façanhas e perigos. 
        Quando, a 23 de Novembro de 1248, conquistou Sevilha, não quis que lhe atribuíssem a glória de tal feito, mas a Nossa Senhora, que entrou na cidade libertada num carro esplendoroso de joias e colgaduras. Nessa cidade ficou sepultado São Fernando. Quando na última doença lhe perguntaram que inscrição queria que se afixassem no seu sepulcro, respondeu que não precisava de nenhuma, pois as suas obras eram  o seu melhor epitáfio.