sexta-feira, 10 de maio de 2013

Beata Francisca Ulrica Nisch, religiosa



   














   Francisca Nisch nasceu em 18 de setembro de 1882 e foi batizada no dia seguinte. Ela veio ao mundo em Oberdorf-Mittelbiberach (diocese de Rottenburg-Stuttgart), Alemanha. O pai trabalhava no castelo, a mãe era doméstica em uma pensão; foi a primeira de onze filhos.

     Devido a extrema pobreza da família, a pequena “Franzi” foi criada por sua avó e por sua madrinha, que lhe dispensaram todo o afeto que ela não encontrou junto a seu pai, que era muito duro com ela, mas a quem ela sempre obedecia. A avó e a tia lhe deram uma profunda formação religiosa, bem como lhe incutiram sentimentos de bondade e cordialidade.
     Na escola, Franzi quase não se destacava, um pouco bobinha; frequentemente quebrava as coisas, solitária, simples, piedosa e sempre amável. Como sua família era pobre, Franzi, junto com seus irmãos e irmãs mais novos, conseguiam arrecadar alguns donativos junto às pessoas das redondezas: pão, ovos, frutas. Sempre adoentada, ela faltava muito às aulas e seus resultados acabavam não sendo muito bons.
     Após terminar os estudos primários, Francisca, já aos doze anos, trabalhou como doméstica na Alemanha e finalmente foi admitida como empregada na casa de uma família em Rorschach, na Suíça. Conquistava a admiração de todos com o seu procedimento correto e particularmente com o exemplo de uma singular piedade.
     Em 1901, tendo adoecido gravemente, precisou ser internada. No hospital, foi tratada com grande carinho e bondade pelas Irmãs de Caridade da Santa Cruz de Ingenbohl. Em contato com a vida exemplar das Irmãs do hospital, decidiu entrar para esta Congregação. Em 7 de outubro de 1904, foi recebida na Casa provincial de Hagne, próximo de Constança, onde adotou o nome de Irmã Ulrica.
     Em 24 de abril de 1907, emitiu a profissão religiosa. Foi mandada para o hospital de Bühl, em Mittelbaden, como auxiliar de cozinha. Depois, como segunda cozinheira, foi enviada para a Casa de São Vicente de Baden-Baden, onde permaneceu por quatro anos, até fins de agosto de 1912.
     Plena de humildade e dedicando-se aos serviços os mais ocultos e desagradáveis, os trabalhos não a impediam de ajudar as Irmãs e aos parentes com bons conselhos. Seguia rigorosamente o programa das Irmãs da Santa Cruz: Toda do Crucificado, porque toda do próximo, representantes do amor de Cristo. Ela soube impregnar de espírito sobrenatural o trabalho mais obscuro, elevando-o à dignidade de frutuoso apostolado.
     Às vezes, ela se sentia em meio a trevas durante suas orações. Irmã Ulrica rezava dia e noite. Tudo para ela se transformava em oração. Alma toda entregue à vontade de Deus em constante oração, foi favorecida com particulares graças místicas, vivia mais no céu do que na terra. Junto dela as pessoas se sentiam como se estivessem no Paraíso.
     Os trabalhos pesados e uma vida de renúncia exauriram as forças de Irmã Ulrica; adoecendo novamente devido à tuberculose, ela foi levada para o Hospital de Santa Isabel, próximo da Casa provincial de Hagne, onde morreu aos 31 anos, em 8 de maio de 1913. A sua grande abnegação a fez morrer sozinha, pois nos últimos momentos de lucidez renunciou à assistência da Irmã a favor de outra coirmã doente.
     Quando decidiram escrever sua biografia, algumas pessoas se espantaram, pois não viam onde residiria sua santidade. Aliás, os títulos das primeiras publicações são eloquentes: “A santa do nada”“A santa das marmitas”“A voz silenciosa”. Mas os fatos falam por si: calcula-se que seu túmulo, que está sempre florido, é visitado por cem mil pessoas anualmente; as pessoas ali vão rezar e inúmeros testemunhos dão provas de graças alcançadas por sua intercessão.
     Sua beatificação teve lugar no dia 1º. de novembro de 1987, antes da fundadora de sua Congregação, Madre Maria Teresa Scherer, outra grande santa.
 

Oratório da Beata Ulrica em Hagne