quarta-feira, 29 de maio de 2013

Santa Mariana de Jesus Paredes e Flores




         Santa Maria de Jesus é a primeira santa canonizada da república do Equador, e foi proclamada heroína nacional. Nasceu em Quito a 31 de outubro de 1618, sendo a oitava e última filha dum capitão espanhol casado com uma nativa. Tendo perdido o pai aos 4 anos e a mãe aos 6, foi educada por uma irmã mais velha, Jerônima, esposa dum capitão.
        Desde criança manifestou inclinação para exercícios de piedade e mortificação. Aos 7 anos fez a primeira comunhão e também voto de virgindade, adotando o nome de Mariana de Jesus. Fez os exercícios espirituais, e como Santa Teresa, tentou fugir de casa com uma prima, para ir evangelizar índios.
           Tal iniciativa, porém não teve êxito, nem tão-pouco a de se retirar para o sopé dum monte vulcânico, a fim de implorar à Virgem Santíssima proteção contra erupções vulcânicas. A família não conseguiu obter autorização para ela ingressar na congregação das irmãs franciscanas, e perante isso, decidiu entrar na Terceira Ordem Franciscana. Retirou-se  num pequeno quarto da sua própria casa, vestiu-se com um hábito castanho e encetou uma vida de recolhimento, oração e penitência. Tais austeridades, no entanto, não lhe modificaram o caráter alegre e jovial: tocava guitarra, consolava os tristes, reconciliava negros  índios, e fazia milagres.
            A saúde ressentiu-se da penitência a que ela se sujeitava e das sangrias a que a sujeitavam os médicos. Por ocasião dos terremotos e epidemias que ocorreram em Quito em 1645, Mariana ofereceu a vida pelos conterrâneos. No seu quarto foi acometida por febre altíssima e dores dilacerantes. Mas ao mesmo tempo que a sua doença aumentava, ia diminuindo a peste na cidade, e o terremoto acabara quando começara o seu sofrimento heróico. Nos últimos três dias perdeu a fala, e só no último dia de vida aceitou estender-se na cama. Já tinha há tempos manifestado aos familiares o desejo de ser amortalhada com o hábito franciscano que tinha guardado na cela, apesar de há muitos anos usar o escapulário e o cordão da terceira ordem. Predisse o dia e a hora da morte: 26 de maio de 1645, às 22 horas, contando apenas 26 anos e meio. A sua morte foi lamentada por toda a cidade. Toda a gente dizia: <<Morreu a Santa!>>. As suas exéquias foram uma expressão de triunfo, uma explosão de agradecimento e de profunda veneração do povo de Quito pela sua admirável concidadã, pela generosa vítima, pela sua salvadora.