sexta-feira, 3 de maio de 2013

Beato Vivaldo de São Geminiano



         Vivaldo, eremita da Toscana, nasceu em São Geminiano em meados do século XIII. Descendia da nobre família dos Stricchi, no seio da qual, segundo afirma o historiador Frei Mariano Florença, cresceu em ambiente de piedade e devoção. Tornou-se discípulo e amigo de seu conterrâneo e sacerdote exemplar, o Beato Bártolo de São Geminiano, cujas virtudes heroicas haveria de imitar. Contava 52 anos esse sacerdote quando em 1280 foi atingido de lepra. Teve de renunciar à paróquia e recolher a um leprosário próximo de São Geminiano.
         Vivaldo resolveu acompanhar o mestre nessa situação difícil, para lhe prestar ajuda e consolação e para lhe assistir na doença.
         Começou assim um apostolado de caridade não apenas para esse santo sacerdote, mas também para os demais leprosos. Com admirável espírito de fé, o heroico enfermeiro transformou-se nessa gafaria em anjo de conforto, dedicando-se com toda a abnegação à assistência do seu santo mestre e dos demais doentes. Durante 20 anos o fiel discípulo permaneceu ao lado do mestre, até que este, com 72 anos de idade e destroçado pelas dores, voou para o céu.
         Vivaldo ficou assim livre para realizar um desígnio muito antigo, de se retirar para um eremitério. Tomou o hábito de terceiro franciscano e dirigiu-se à solidão. Daí em diante, desaparecerá dos olhos do mundo e será esquecido de todos. Passarão 20 anos até que a morte lhe abra a porta para uma nova vida, imutável e imortal, inundada de glória e luz. Nesse período procurará rivalizar com os heroísmos de Santo Antão Abade, e de São Paulo eremita. Vigílias prolongadas, alimentação escassa de ervas e uns pedaços de pão, uma pobre túnica franciscana, mortificações e orações, são a síntese da sua vida, oferecida para expiação dos pecados da humanidade.
        Teve uma morte plácida e serena, exalando em paz o último suspiro aos 70 anos de idade, em 1320. À sua morte os sinos de Montaione repicaram festivamente. E em cortejo alegre e devoto, os habitantes da região dirigiram-se ao eremitério, onde encontraram o corpo exânime do eremita com as mãos postas em oração e apertando o crucifixo. Foi transportado em ombros a Montaione entre hinos e invocações. O seu corpo foi sepultado na igreja da povoação, e começou a ser venerado com culto público pelas pessoas dessa região e dos arredores. No lugar do seu eremitério os frades menores construíram um convento no século XVI.