Sankt Gallen, Saint-Gall ou São Galo é a capital do cantão Sankt Gallen, na Suíça. A cidade tem aproximadamente 75 mil habitantes, conta com fácil comunicação com o resto do país e com os países vizinhos, Alemanha e Áustria, e serve de ligação com a área das montanhas Appenzell.
A sua principal atração turística é a Abadia de Sankt Gallen, fundada no século VII, cuja biblioteca contém livros que datam do século IX. Foi graças a ela que a cidade de Sankt Gallen surgiu.
Sua história remonta à ermida de São Galo, monge irlandês discípulo de São Columbano, que viveu de 550 a 630. Em 612, São Galo (Gallech em irlandês) transferiu-se com São Columbano para o continente, onde viveram próximo a Luxueil e a Bregenz. Ali São Galo dedicou-se a vida eremítica, enquanto São Columbano foi para a Itália, onde fundou a Abadia de Bobbio. Mais tarde São Galo transferiu-se com alguns companheiros para oeste de Bregenz, fixando-se próximo à nascente do rio Steinach, onde morreu entre os anos 630 e 645.
Sobre o túmulo de São Galo foi edificada uma igreja, e por volta do ano 720 o padre alemão Othmar (Osmano ou Osmar) construiu uma abadia no local, dando a ela o nome do Santo. A abadia tornou-se custódia dos restos mortais daquele Santo e de seu culto.
No século XVI as relíquias de São Galo foram queimadas quase por inteiro pelos hereges que conquistaram a cidade que se desenvolvera em torno da abadia. Mas, o culto de São Galo continua vivo no leste da Suíça, no sudoeste da Alemanha e na Alsácia.
É importante conhecermos a história da Abadia de São Galo, para entendermos a história de Santa Viborada (Weibrath).
A vida desta reclusa é narrada em duas biografias: uma escrita entre 993 e 1047 pelo monge de São Galo, Hartman, e outra escrita entre 1072 e 1076 pelo monge Erimano. Além disso, Viborada é recordada em documentos da célebre Abadia.
Viborada nasceu em data incerta, no fim do século IX, em uma nobre família alemã da região de Turgovia, atual cantão da Suíça.
Graças a seus conselhos, seu irmão Ito tornou-se sacerdote da Igreja de São Magno, e mais tarde monge em São Galo. Viborada transformou sua casa em um hospital para os doentes pobres que seu irmão lhe trazia.
Tendo ficado órfã, retirou-se como solitária em uma cela próxima da Igreja de São Jorge, onde permaneceu de 912 a 916, dedicando-se à oração e aos exercícios ascéticos, preparando-se para a vida de reclusa. No ambiente ocidental, esta prática de ascetismo feminino continuava a vida eremítica dos primeiros séculos. A reclusa vivia geralmente próxima de uma comunidade monástica, da qual recebia um pouco de alimento e assistência espiritual.
Em 916, Viborada foi enclausurada numa cela junto da Igreja de São Magno, sob a orientação do Bispo-abade de São Galo, Salomão III (890-920). Ela foi certamente uma das primeiras eremitas cuja existência é comprovada historicamente. Viveu nestas condições por 10 anos, dedicada à oração e ao ascetismo, ocupando-se também de trabalhos de encadernação para a biblioteca da abadia.
Sendo dotada do dom da profecia, muitos eram atraídos por sua austeridade e bons conselhos. O Bispo Ulrico de Augusta (923-973) buscou seu conselho numa situação controvertida com a comunidade de São Galo. Em outra ocasião, aconselhou o Abade Engilberto (925-933) a pôr a salvo os monges e os tesouros da Abadia de São Galo, pois profetizava a invasão dos húngaros.
No início de 926, devido às suas continuas admoestações, os manuscritos mais preciosos foram transferidos para o mosteiro de Reichenau, no Lago de Constança.
Os magiares, população pagã conhecida também como ‘húngaros’, fizeram incursões devastadoras nos países ocidentais, especialmente na Alemanha, até a metade do século X. Foram vencidos por Otão I, Imperador da Alemanha, em 955. A conversão destes pagãos ao cristianismo se iniciou em 973, sendo totalmente convertidos pelo Rei Santo Estevão I (997-1038).
A 1º de maio de 926, os húngaros invadiram a região da Abadia de São Galo. Viborada recusara-se a deixar sua ermida e foi morta pelos invasores. Foi solenemente sepultada a 8 de maio, no local em que vivera reclusa. Vinte anos depois, em 946, os seus restos mortais foram transferidos para a Igreja de São Magno.
Santa Viborada foi canonizada nos primeiros dias de janeiro de 1047 pelo Papa Clemente II, na presença do Imperador da Alemanha Henrique III. Com São Galo e Santo Osmar, fundador da Abadia de São Galo, Santa Viborada é uma das três estrelas dos santos sangalenses.
Na iconografia, a Santa é representada com o hábito de monja beneditina, cuja regra era seguida pelos monges da Abadia de São Galo, com um livro que simboliza o dom da profecia, e uma alabarda, instrumento com que foi torturada e morta pelos invasores pagãos.
Abadia de São Galo, Suíça