Julga-se que o martírio de ambos se deu no tempo do imperador Maximino, o Trácio (235-238). Este sucedeu a Alexandre Severo, sincretista que opunha Jesus entre os seus deuses domésticos e gostava dos cristãos.
Maximino, porém, empenhou-se em suprimir o cristianismo; mas não pôde dedicar-se muito tempo a tal coisa, pois, ao cabo de três anos, foi morto pelos soldados. Viviam então em Nantes, França, os irmãos Donaciano e Rogaciano: o primeiro recebera o baptismo; o segundo preparava-se para ele.
Acusados como cristãos, compareceram sucessivamente diante do legado, que disse a Donaciano: «Parece que, não satisfeito com recusares adorar Júpiter e Apolo, propagas o culto do Crucificado e levas muita gente atrás de ti. – Gostaria, replicou o acusado, de os afastar todos do erro e voltá-los para Aquele que é o único a merecer-lhes adorações».
O juiz mandou-o deter na prisão, mas julgou que viria a ser mais feliz com Rogaciano: «Já que, disse-lhe, fostes convertido pelo teu irmão mas ainda não fostes manchado pelo batismo, abjura o teu erro, para conservares a vida e mereceres o favor dos nossos divinos imperadores». Rogaciano não foi menos tenaz que seu irmão mais velho; dirigindo-se por isso aos guardas, disse o legado: «Vá este tolo juntar-se ao seu mestre em estupidez. Amanhã, uma espada far-lhes-á expiar, a ambos, as injúrias que fizeram aos príncipes e aos deuses».
No dia seguinte, depois de torturados no ecúleo, foi-lhes cortada a cabeça. Tinham passado a noite a orar juntos e a beijarem-se, porque – diz a Paixão que narra estes martírios – na sua ingenuidade, Rogaciano julgava que, faltando o padre e a água, os beijos de seu irmão lhe podiam servir de batismo. Felicidades a quem leve estes nomes!