quarta-feira, 30 de maio de 2012

Beata Maria Celina da Apresentação, religiosa e fundadora

 
          María Celina de la Presentación de la Bienaventurada Virgen María (no século, Jeanne Germaine Castang) nasceu em Nojals, aldeia de Dordoña (França), em 24 de maio de 1878.
          Seus pais, Germain Castang e Marie Lafage, humildes camponeses mas testemunhos exemplares do Evangelho, tiveram doze filhos.  Foi batizada no mesmo dia de seu nascimento e posta sob a proteção da Mãe do Senhor. Na idade de quatro anos, quando brincava com seus irmãos, caiu nas águas geladas de um arroio. O acidente causou-lhe poliomielite, privando-a do uso da perna esquerda. Apesar dessa incapacidade, a menina não se encerrou em si mesma, mas colaborava nos afazeres domésticos.
          Frequentou a escola de sua aldeia, dirigida pelas Irmãs de São José de Aubenas, e se destacou por sua inteligência e jovialidade. Se integrou, além disso, nas actividades paroquiais. Em 1887 a familia, por uma grave crise económica, viu-se obrigada a abandonar sua formosa casa e mudar-se a viver numa casinha no campo.
         Na situação de indigência da familia, Jeanne Germaine, a seus dez anos, dando mostras de humildade e disponibilidade, chegou inclusive a ir ao povo a pedir esmola para que seus pais e seus irmãos pudessem comer. Teve que abandonar a escola e deixar de frequentar diariamente a paróquia, porque ficava muito longe.
         Em fevereiro de 1891, no hospital infantil de Bordéus, se submeteu à operação da perna. Permaneceu cinco meses neste centro de saúde suportando a dor com «paciência angélica», como testemunharam as enfermeiras do hospital, Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.
        Em julho desse mesmo ano, ainda convalescente, entrou no Instituto «Nazaré» de Bordéus, dirigido pelas Irmãs de Jesús María de Le Dorat, que acolhia raparigas com dificuldades, para receber os cuidados que sua familia não podia proporcionar-lhes. Foi um período fecundo de sua vida, porque ali começou a discernir com maior claridade a vontade de Deus para ela. 
        Em 12 de junho de 1892 recebeu, com extraordinária devoção, a primeira Comunhão; e en julho sucessivo a Confirmação. Já então dava a impressão de viver constantemente na presença de Deus. Em 29 de dezembro desse ano morreu sua mãe e oito dias depois seu irmão mais velho; por isso, Jeanne Germaine teve que se encarregar de seus duas irmãs pequenas, a que levou ao Instituto «Nazaré» de Bordéus.  Para então já pensava em se consagrar a Deus.
       Quando as religiosas de São José de Aubenas, congregação a que pertencia sua irmã mais velha, acolheram a suas duas irmãs pequenas, ela por fim pôde levar adiante seu plano de consagração total ao Senhor. Primeiro solicitou o ingresso nas clarissas de Bordéus e logo nas Religiosas de Jesús María de Le Dorat, mas não a aceitaram por sus pobreza e porque ainda não tinha quinze anos. Teve que esperar. Por fim, aos 18 anos, em 12 de junho de 1896 pôde ingressar como postulante no próximo mosteiro «Ave María» das clarissas, e em 21 de novembro desse mesmo ano vestiu o hábito franciscano, tomando o nome religioso de María Celina de la Presentación de la Santísima Virgen María. No convento conservou a atitude de caridade e serviço que a havia caracterizado em sua familia, e progrediu sobretudo no caminho da humildade, a mortificação e a ocultação. Sua saúde começou a piorar.
       A enfermidade, que se manifestou numa grave forma de tuberculose, revelou a grandeza de sua fé e a firme vontade de completar em sua frágil corpo o que falta à Paixão de Cristo. Poucos dias antes de sua morte, escreveu em seu diário: «Não te compraze os holocaustos nem as vítimas. Eis-me aqui! Vim para tomar minha cruz. Me ofereço como vítima, como Jesús... Até agora sacrifiquei tudo: afectos, pensamentos... Deverei ser agora menos generosa? Não. Eis-me aqui! Corta, queima, amputa, faz de mim o que queiras, com tal de que meu amor a ti aumente sempre mais e mais. Só peço isto». Em 30 de maio de 1897, cento noventa dias depois de ingressar no noviciado, após emitir a profissão religiosa «in artículo mortis», María Celina entregou sua alma a Deus.   beatificou o papa Bento XVI, e presidiu à cerimónia da beatificação, celebrada em Bordéus em 16 de setembro de 2007, o cardeal José Saraiva, Prefeito da Congregação para as causas dos santos.