quarta-feira, 18 de julho de 2012

São Frederico, bispo e mártir

           
 
            Frederico, nome de origem alemã, que significa “promotor da paz”, nasceu por volta do ano 790, membro de uma família nobre de Friesland, Holanda, porém, não quis seguir a aristocracia da época, decidindo seguir a carreira como missionário. Ele atuou no serviço catequético de sua comunidade, onde se esforçou para eliminar com o paganismo e a idolatria que ainda estava naquela região.
            Seus sermões chamaram atenção dos líderes da Igreja da época que o convidaram a ser um padre, e logo em seguida, bispo (segundo escritos, em 820), mas Frederico não se achava capaz de assumir, porém, a pedido do povo, aceitou a missão.
            Dentre os desafios do bispo, estavam os atos da imperatriz Judite, segunda esposa do imperador Luís, o Bonacheirão ou Debonário. Tal imperatriz divulgava orgias na comunidade, algo que foi amplamente censurado pelo bispo. Frederico também combateu na Ilha de Walcheren, os casamentos incestuosos, ou seja, as relações entre parentes próximos, que aconteciam na ilha.
            A razão missionária do Bispo Frederico, estava em formar famílias saudáveis, que estivessem centradas no evangelho de Cristo. Este propósito missionário era totalmente contrário ao pregado na comunidade em que atuou principalmente pela imperatriz Judite, o que fez com que criasse na região, um choque de ideologias entre a Moral na Família que era pregado pelo Bispo, e a Liberação Sexual pregado pela Imperatriz.
            Outro desafio do Bispo era lutar contra o Arianismo, doutrina herege difundida por Arius, bispo de Alexandria no quarto século, onde este afirmava que só existia um Deus verdadeiro, o “Pai Eterno”. Jesus Cristo, para este bispo, não era Deus, era um semideus. Arius, ainda divulgava que Jesus Cristo não tinha a mesma essência de Deus Pai, em si, era, popularmente, um “herói grego”.
            Arius foi excomungado no ano seguinte da divulgação de sua doutrina, e em 325, no Primeiro Concílio de Nicéia, a Igreja Católica proclama como Dogma a Santíssima Trindade, condenando o Aria-nismo, vindo a afirmar que existe apenas um Deus e Ele se apresenta em Três Pessoas que são iguais, consubstanciais e semelhantes: o Pai; o Filho e o Espírito Santo.
            Como resultado, neste concílio foi construído a primeira parte do Credo Niceno-constan-tinopolitano. Todavia, mesmo condenada pela Igreja, à doutrina do Arianismo ainda era pregada no tempo de Frederico, século VII, algo que o Bispo Santo, eliminou, com sua catequese, a partir da explicação do Credo Niceno-constantinopolitano, que foi totalmente formulado no ano de 381, no Concílio de Constantinopla. O resultado disto foi à conscientização social da comunidade, que, procurando viver à espiritualidade da Santíssima Trindade, modelo real de uma comunidade, não se deixou levar pelos líderes políticos da época que pregavam o Arianismo, que, trazendo para a dimensão social, correspondia a um tipo de totalitarismo.
             O legado do Santo Bispo durou apenas 18 anos, tendo em vista que, em 838, após uma celebração eucarística, no momento em que orava em agradecimento pela cerimônia realizada, dois homens chegaram a apunhalá-lo com espadas, que cravadas em seu peito, segundo escritos, o Bispo faleceu dizendo: na presença do Senhor, continuarei o meu caminho na terra dos vivos”.
             Duas tradições expressam os fatores que levaram ao seu martírio: primeiro o fato de que a Imperatriz foi a mandante do seu assassinato, já que o sacerdote acabou com as festas de orgias que a imperatriz promovia no meio povo; já a segunda tradição, expressa que os mandantes do crime foram os políticos de Walcheren, que, levados pela doutrina do arianismo, se encontraram com uma comunidade que não estava mais sendo manipuladas por eles. O bispo havia ensinado o povo a viver como uma verdadeira comunidade, por meio do exemplo da Santíssima Trindade, este transmitido em suas catequeses.
            Todavia, de algo se tem certeza: ele foi martirizado por pregar a favor da moralização das e nas famílias da sua diocese.